quinta-feira, 9 de julho de 2009

«Combate de atitude»

Uma campanha eleitoral, principalmente para as legislativas é um pleito por um prémio apetecido por todos os partidos, nomeadamente por aqueles que têm aspirações a formar governo ou a entrar em coligações. Seria de boa norma cada concorrente mostrar a sua «forma física» e utilizá-la através de ideias, linhas estratégicas, medidas, planos, programas, projectos de reformas destinadas a melhorar as condições de vida dos portugueses e o progresso de Portugal na sua posição relativa entre os seus pares.

A definição dos principais problemas do País mostrará aos portugueses a consciência que os candidatos a governantes deles têm e, a seguir, mostrar as melhores soluções para os resolver. Depois de anos a avolumar problemas, tornando as soluções cada vez mais difíceis, é importante que seja captada a boa vontade e a motivação de todos os portugueses, principalmente daqueles que tiverem uma intervenção mais activa no sector a que se encontram ligados. A táctica formada pela informação, a captação de vontades, o diálogo e a transparência quando praticada com seriedade, está fadada para o sucesso.

Quem agir desta forma, evitando hostilizar os outros com golpes baixos, esperando elevar-se relativamente aos outros que tentou derrubar, quem agir pela positiva apresentando linhas de acção e evidenciando valor, competência e capacidade, granjeará elementos para a vitória.
As acusações e difamações aos adversários acabam por sujar com salpicos de lama os seus autores. Não deve ser esquecida a atitude do cabeça de lista do PS às europeias que focou o seu discurso em repetidas suspeitas ou acusações ao principal opositor, o que nada o beneficiou e, provavelmente, pode ter sido o principal factor da sua derrota. Ter-lhe ia sido mais proveitoso explicar ao eleitorado a importância da Europa para Portugal e vice-versa, o mesmo para a UE e o mundo, e esboçar projectos de propostas em benefício dos portugueses, das pessoas de Portugal e dos europeus.

É preciso um «combate de atitude», da atitude de estudar todos os problemas, devidamente priorizados, analisando todos os factores que os definem, esboçar as hipóteses de solução e mostrar a sua preferência pela julgada melhor. Esta atitude democrática de transparência em que se pode pedir a opinião dos eleitores e a sua adesão à melhor escolha é uma forma muito positiva para captar votos, conscientes, por vontade do eleitor, sem este agir como ovelha que avança condicionado pelo cajado do pastor.

Portugal precisa de políticos que actuem com sinceridade e dedicação ao País e às pessoas, e com a máxima abertura e transparência. No post Que futuro teremos? e noutros da mesma época são alinhadas algumas sugestões que deverão ser meditadas a fim de a política se tornar mais bem vista pelos cidadãos que, hoje, dela têm tão triste imagem. Também seria uma atitude democrática esboçar, em diálogo com todos os partidos com representação parlamentar, um Código de bem governar, o qual contivesse regras de diálogo e consulta para as decisões mais marcantes da evolução da nação, as reformas com efeitos prolongados através de várias legislaturas, tendo sempre em mente os interesses nacionais e das pessoas. Com tal código, a baixa politiquice seria substituída por uma convergência construtiva de esforços para bem de Portugal, a colocação em primeiro plano dos interesses nacionais acima das ambições dos partidos.

João Soares

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