De Países respeitáveis chegam exemplos que não são apreciados em países como o nosso, muito bem descrito por Medina Carreira. Hoje pode ler-se aqui e aqui que «o antigo primeiro-ministro israelita Ehud Olmert foi hoje acusado de fraude, quebra de confiança e rendimentos não declarados. Olmert tinha sido obrigado a demitir-se o ano passado por estar a ser investigado em vários casos de corrupção, mas ainda não tinha sido formalmente acusado. É a primeira vez que um ex-chefe de Governo israelita é acusado de corrupção, escreve a AFP.»
Já em 24 de Maio, no post Sentido da Honra e da Responsabilidade, se referia que na Coreia do Sul, dois ex-Presidentes da República, «em Agosto de 1996, foram severamente condenados em Tribunal. Nessa data, dois antigos Presidentes, apesar de terem sido pilares muito válidos na construção económica do País que tinha sido destruído pela guerra com o vizinho do Norte, ouviram sentenças por terem cedido à tentação da corrupção, tendo o General Park Chung Hee sido condenado à morte e Roh Tae-Wu a 22 anos de prisão.»
Recentemente o antigo Presidente da Coreia do Sul Roh Moo-Hyun suicidou-se, para evitar ser julgado pelo crime de corrupção.
Entre nós, infelizmente, há uma filosofia demasiado lassista em que se considera que os políticos são independentes de qualquer tipo de ética, são imunes e impunes e podem ser colocados a escrutínio dos cidadãos mesmo que sobre eles existam fortes suspeitas ou mesmo a situação de arguidos em processo judicial e até mesmo que tenham julgamento marcado. Há «boa» gente que quer defender que a ética e a política nada têm a ver uma com a outra. Poderão estar certos se apenas se referem a casos concretos de alguns políticos nacionais. Porque a Política, com P Maiúsculo, é a ciência e a arte de governar um País, o que exige ética, dignidade, competência, dedicação e patriotismo.
Lá fora a justiça é igual para todos e, além dela há o sentimento de que à mulher de César não basta ser séria, é necessário que além de o ser o pareça, sem mácula de suspeita.
Ninguém minimamente sensato passará procuração ou delegação de poderes alguém que lhe mereça suspeitas, que não mereça total confiança. E o voto é uma procuração, uma delegação de soberania, de poderes, para gerir a causa pública.
Boas-Festas
Há 2 horas
2 comentários:
Caro João Soares
Temos de reconhecer que não há solução milagrosa que resolva este flagelo. Não podemos perder de vista que só se pode sofrer as consequências de uma conduta "menos correcta", digamos assim, depois de julgamento e condenação. Caso contrário, corre-se o risco de se criar um mecanismo perverso e perigoso de eliminação de opositores.
A virgindade, por si só, não garante comportamentos futuros. O mundo está cheio de empalitados que casaram com virgens... E a contrária também é verdadeira. Senhoras com um passado leviano tiveram um comportamento imaculado durante todo o casamento.
Tudo porque o Homem é "estragável" e também recuperável.
É bom não esquecer que há por esse mundo fora muito boa gente que é séria apenas porque não lhe apareceu uma boa oportunidade para deixar de o ser!
Caro Amigo Vouga,
Realmente, não há soluções milagrosas e todo o criminosos pode ser recuperável. Mas a Justiça deve funcionar para os criminosos de qualquer estrato social. E o mais alto estrato não deve ser atenuante, mas agravante porque tem mais cultura escolaridade, e dever de ser exemplar. Não é justo ver um pequeno delinquente ser condenado por roubar meia dúzia de figos e um capitalista ficar impune quando se apodera de milhões.
Quanto às candidaturas a eleições é certo que o critério é o da confiança dos poderosos do partido e estes nem sempre são prudentes e esquecem que o eleitor pode recusar o voto num partido que inclui nas listas um tipo de má fama. Se pode ser recuperado ou não, o mais seguro é não arriscar porque o que está em perigo é o interesse nacional, o futuro do País e dos nossos filhos e netos.
Mas o certo é que, por interesses vários, os políticos não estão de acordo com a importância da ética.
Misera luta por tachos, pelo poder que tudo corrompe... a porca política!
Um abraço
João
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