sábado, 9 de janeiro de 2010

Segurança, saber, responsabilidade e seriedade

Transcrevo o artigo do Correio da manhã de hoje escrito por pessoa que conhece o assunto por dentro, seguido de algumas considerações.

Segurança e seriedade
CM. 09 Janeiro 2010 - 00h30, Por Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

Olhando para o País actual em matéria de segurança, apercebemo-nos facilmente de que estamos perante o aumento da criminalidade em todas as suas vertentes.

Como afirmou o MAI, "a segurança é um assunto de Estado e deve ser tratada com seriedade". Aqui está uma afirmação que deve ser levada à prática. Se as alterações ao Estatuto da PSP, que entraram neste ano em vigor, e a Lei 12-A (LVCR) tivessem sido tratadas com seriedade e responsabilidade não teriam sequer sido aprovadas.

A verdade é que os responsáveis por este desconcerto legal, desconhecendo o funcionamento da PSP e roçando a incompetência, criaram a total confusão, obrigando o director nacional a produzir fórmulas mágicas para não pôr em causa o trabalho da instituição. Se este estatuto tinha por objectivo melhorar a motivação dos polícias e, por reflexo, a qualidade do serviço, aqui está um bom exemplo do seu contrário. Diplomas que têm por objectivo o desinvestimento na PSP, numa altura em que os cidadãos mais precisam de respostas céleres e eficazes da sua Polícia. Em suma, o que todos queremos é uma política de segurança responsável e séria, algo que falta a Portugal.

NOTA:
Ao ler este artigo, salta á memória um outro, «Responsabilidade e/ou convicção», que coloca em evidência que para encarar as situações é necessário conhecimento e sentido das responsabilidades. E quem fala de responsabilidades nos grandes problemas nacionais, presume o sentido de Estado, isto é, responsabilidade perante os interesses nacionais, o País, a Nação.

Falta na população conhecimento porque o ensino tem evidenciado muitas falhas e ineficácia e a formação profissional não colmata tais deficiências, como se vê na notícia «O que fazer com a água que quase enche a albufeira de Alqueva?». Neste caso, verifica-se não ter havido um estudo prévio antes da decisão, que devia ter esclarecido a utilidade do investimento, o planeamento de todas as obras para aplicação das águas, a programação de tudo o que havia de ser feito na sequência . Tal lição devia estar agora presente na preparação das decisões sobre os grandes investimentos, como aeroporto, TGV, auto-estradas etc.

É realmente indispensável que, antes das decisões, se conheça bem o problema com todas as suas variáveis, factores e implicações de cada hipóteses de solução, e se faça tudo com o maior sentido de responsabilidade e a máxima seriedade. A metodologia indicada em «Pensar antes de decidir», com eventuais pequenos ajustamentos, constitui uma boa base de trabalho.

http://domirante.blogspot.com/2008/12/pensar-antes-de-decidir.html

3 comentários:

Mentiroso disse...

Mais um post que se alinha nos precedentes bem pensados. Só que é malhar em ferro frio.

Como de costume, a legislação é concebida por incapazes, ignorantes e irresponsáveis, parasitas do sistema tachista em vigor e aceite pela população que reclama dos sintomas, mas não da origem dos problemas. Pensam que já sabem tudo e não consultam aqueles que vivem os casos. O ministro do interior é um dos mais aldrabões e incompetentes, facto que continua a passar despercebido. Há décadas que a polícia tem sido completamente abandonada pelos governos que nada têm feito no sentido de a tornar competente e adequadamente treinada. Andarem ao tiroteio à toa e assassinarem pessoas sem que isso seja em defesa própria é um sintoma e um resultado dessa falta. Entretanto fazem grevas alegando motivos despropositados sem pensarem no que deviam reclamar, continuando de lidar com as situações que se lhes deparam. O crescimento da criminalidade é natural e acompanha as sentenças dos tribunais, o procedimento da polícia, a expansão da miséria em parte provocada pelo alargamento da fossa entre mais ricos e mais pobres, assim como a mentalidade da aceitação da desresponsabilização, cuja origem conhecemos.

Como se poderá querer uma política de segurança responsável e séria, se os que nela entram são tudo de mal menos isso?

A água da Alqueva? Planeamento? Seriedade? Isso não é aqui, é dum outro mundo. É apenas mais um caso que se enquadra perfeitamente nas regras usuais. Nada é feito com planeamento, mas apenas de impulso, para vista e para sacar votos. Há décadas que não existem planeamentos a longo prazo de qualquer tipo. Os partidos desgovernam o país e rebentam com tudo, apenas roubando o mais que podem no mínimo de tempo possível.
Pensar antes de decidir? Claro que pensam, na forma de aproveitarem todas as ocasiões para roubarem mais. Não é evidente? O estudo sobre o aeroporto que foi abandonado serviu para distribuir várias centenas de milhões de Euros pelo compadrio. Ou não? Pensam sempre de avanço.

Anónimo disse...

Caro João Soares, para colmatar o artigo do Paulo Rodrigues sugiro-lhe a leitura na totalidade do seguinte artigo:

Entrevista: Carlos Anjos

“Ninguém é preso em Portugal por corrupção”

Carlos Anjos, inspector da PJ, espera que as penas se alterem para haver corruptos presos em Portugal.(...)

É humilhante o estado em o Alberto Costa deixou a Justiça...
Cumprimentos
Jorge M.

Unknown disse...

Qerido amigo João,
passam já 2 minutos das 00.00 horas, mas ainda assim quero aqui deixar os meus parabéns, e desejar que este dia se repita por muitos anos sempre com muita saúde e boa disposição.

Beijinhos,
Ana Martins