quarta-feira, 24 de março de 2010

Governo recua

O Governo recuou nas pensões, deixando cair o "congelamento nominal" descrito no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Agora, admite proceder a actualizações anuais das pensões mínimas de 900 mil reformados e dos 260 mil pensionistas dos regimes não contributivos.

Temos que admitir que emendar um erro é meritório, mas maior seria o mérito se o erro tivesse sido evitado. Há uma insensatez, incompetência e incapacidade notória da parte dos governantes. Nem com centenas de assessores no Governo conseguem evitar tais dislates que retiram credibilidade e minam a confiança e o respeito que deviam inspirar no espírito dos cidadãos. Deviam seguir a metodologia exposta em «Pensar entes de Decidir».

Outra notícia que mina a confiança e o respeito que se deveria ter aos governantes é a que diz que «Fundação que gere Magalhães foi proposta pelo Governo, ao contrário do que disse Mário Lino». Será mesmo verdade que o ex-ministro mentiu ao país? Talvez não tenha mentido pois, se o tivesse feito, não seria agora indigitado «para chairman da Cimpor»! Ou este será um prémio por ter tido aquela cumplicidade com o Poder? Às vezes parece que agem como os bandos de marginais que se encobrem mutuamente numa conivência encobridora e cúmplice de delinquências.

Também, ontem uma notícia dizia que «Governo admite privatização da RTP mas só quando der lucros», mas depois apareceu outra a dizer que «Governo nega intenção de privatizar RTP». Talvez não sejam indícios de campanha negra para assassinatos políticos, por que não se trata de uma contradição ocasional! O certo é que somos levados a não acreditar em dada que venha da boca dos políticos, embora se admita que haja entre eles eventuais excepções.

Encadeada no raciocínio a que estas noticias podem conduzir aparece uma outra «Portugal precisa “de quem puxe pelo país”, diz Sócrates em Marrocos» que faz lembrar a justificação de António Guterres quando saiu do poder para que alguém viesse salvar Portugal de submergir no pântano. Agora o próprio primeiro-ministro também reconhece que se precisa de alguém com dedicação ao País, capacidade e competência para puxar por Portugal e gerir da forma mais adequada e sensata os recursos existentes (incluindo os pareceres de cidadãos bem pensantes e elucidados sem dependência partidária) para tornar os cidadãos mais confiantes e esperançosos num futuro melhor do que o presente que nos tem sido preparado e quase nos está a estrangular.

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