Transcrição de artigo, seguida de NOTA:
Não basta ser nacional, tem de ser bom...
08 | 06 | 2011 19.33H. ISABEL STILWELL | EDITORIAL@DESTAK.PT
Se a crise servir para corrigir o provincianismo com que tantas vezes, e ao longo de tantos anos (melhor dito, séculos!), achamos que «estrangeiro é que vale a pena», terá pelo menos uma vantagem. Se, ainda por cima, nos levar a ter consciência de todas as coisas fantásticas que nos pertencem, que inventámos e produzimos, melhor ainda.
Mas é preciso que esse apelo patriótico a consumir nacional, reduzindo assim o peso das importações, e a valorizar o que é nosso, venha acompanhado de uma enorme exigência com a qualidade do nosso trabalho, do brio investido naquilo que fazemos e na capacidade de potenciar o talento, o nosso e o de com quem nos vamos cruzando. Não é falta de horas no local de trabalho, nem tão pouco o excesso de férias ou feriados, que explica a situação económica, mas, tantas vezes, a ineficácia da gestão desse tempo e a acomodação a uma rotina pouco criativa.
Foi para vencer essa inércia e para valorizar os bons exemplos e o que temos de melhor, que decidimos celebrar o Dia de Portugal com uma edição Especial Made in Portugal, pensada e produzida pela equipa do Destak, afinal o primeiro jornal gratuito português que este ano faz 10 anos, a única marca de imprensa portuguesa exportada e que conta já com três ‘irmãos’ no Brasil: o Destak S. Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Queremos fugir à bipolaridade, a doença nacional que nos leva a oscilar entre a euforia do «somos os maiores», destinada habitualmente a consumo externo(estilo vídeo ‘para finlandês ver’, para mais cheio de erros), e a depressão, traduzida na maledicência permanente, no deita abaixo movido pela inveja. Queremos ter orgulho no que fomos, mas acima de tudo no que somos e vamos ser.
NOTA: Este artigo veio em sintonia com reflexões de longa data. O consumidor, principalmente em período de crise, deve aprender a gerir a sua vida, as suas compras respeitando o valor do dinheiro, sempre escasso, comparando os produtos de que necessita nos aspectos de preço e qualidade. Por isso, sempre que tenho oportunidade de conversar sobre a campanha «prefira produtos nacionais», digo que o consumidor é responsável pelas suas decisões e deve comprar o que mais lhe convém. Não será moral exigir que um consumidor compre um produto nacional, que seja fabricado por empresa de capital estrangeiro ou que o empresário não produza com qualidade e rigor, pague mal aos empregados, demore a pagar aos fornecedores, e procure aumentar os lucros que utiliza em despesas de ostentação. Haja moralidade.
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