domingo, 15 de julho de 2012

Mais obesidade para empregar família

Num momento da vida nacional em que tanto se tem proposto emagrecer a máquina administrativa pública, cortando as obesidades através da eliminação de instituições desnecessárias, da aglutinação das que sendo necessárias se podem tornar mais rentáveis juntas, e da reorganização e redimensionamento de outras, surge a notícia de que o médico José Manuel Ramos, cinco meses depois de ter tomado posse, como presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), criou no hospital que dirige «um gabinete de produção», onde colocou a filha, o genro e um amigo, Pedro Xavier, da concelhia do PSD.

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Se se tratasse de empresa privada seria de sublinhar que os afectos familiares, de amizade e gratidão são coisa muito linda. Mas, quando se trata de dinheiro dos contribuintes, em momento de dificuldade nacional e de apertada austeridade, o saque ao dinheiro público, sob qualquer pretexto, nada tem de bonito. E qual a finalidade deste centro agora criado, além de servir de refúgio com garantia de salário para tês favorecidos?

É pena que o doutor José Manuel Ramos, protegido pelo poder político ,desconheça que há concursos públicos que, em democracia, servem para materializar o respeito pelos cidadãos e dar a todos iguais oportunidades e a conveniente equidade. O dinheiro dos nossos impostos não deve ser utilizado para mimar familiares e amigos, por um indivíduo colocado por compadrio (ele recompensa o favor, contratando Pedro Xavier , presidente do PSD Portimão, para o «centro de produção»), em função de presidente do conselho de administração do CHBA.

O que mais irá acontecer neste país, em mãos dão desprovidas de escrúpulos?

Imagem do Correio da Manhã

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Eu não disse que este governo não é melhor do que o de Sócrates?

A. João Soares disse...

Caro Amigo Fernando Vouga,

Não discordei nem discordo, e costumo dizer que «salvo eventuais excepções, os políticos são todos iguais, formatados no sistema definido em Carreira política. Acho que, por estas razões, não pode haver mudança para melhor porque o sistema, o regime, é que está podre, degradado, com o Poder Real em mãos ocultas que puxam os cordelinhos das marionetes que pensamos serem deputados e governantes interessados na defesa dos interesses colectivos dos portugueses com justiça social e equidade. Como está recordado, com base neste conceito, concordei com a frase de Alberto João Jardim regime político deve ser substituído porque não resolve problemas do país. Portugal só dará cumprimento ao preceito do seu Hino «Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal», se der uma profunda volta na Constituição e alterar o «regime político», mas isso tem que ser feito fora da influência dos políticos já viciados neste regime que nos levou à crise e à miséria.

Tenho em vários comentários deixado neste blogue e no Do Miradouro, alertas e sugestões, para a necessidade de se reconstruir Portugal, colocando-o ao nível dos melhor governados na Europa e no Mundo. Nem é preciso inventar nada, bastando adaptar o que há de melhor lá fora. Só que os nossos políticos, salvo eventuais excepções, só imitam aquilo que mais lhes interessa aos seus interesses pessoais do enriquecimento por qualquer forma, para eles, familiares e coniventes.

Tinha muita razão a Drª Manuela Ferreira Leite quando disse que Portugal precisava suspender a Constituição durante seis meses, mas o prazo devia ser maior e, entretanto, ser criada uma nova, mais moderna, mais democrática e em condições de reduzir a burocracia, para haver menos corrupção e mais crescimento económico e social.

Veremos o que será feito ou, se nada for alterado, como o povo reagirá.

Abraço
João

A. João Soares disse...

Parece que os casos deste tipo são em quantidade preocupante. Ver a notícia seguinte:

Médicos denunciam à "troika" nomeações partidárias para agrupamentos de saúde