A notícia do dia saiu há cerca de duas horas Governo aumenta contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, passando a contribuição dos trabalhadores dos actuais 11% para 18%. Fazendo bem as contas, trata-se de um aumento de 63,6% (18:11-1x100) . Isto é mesmo brincar com o fogo.
E não lhe faltaram conselhos de pessoas prestigiadas da sua área ideológica. Por exemplo, o PR disse que «mais sacrifícios devem ser para os que ainda não os suportam, mas o governo decidiu causticar mais os que já têm sido mais penalizados e sem resultados visíveis na melhoria do défice (a obsessão das finanças). Por outro lado Freitas do Amaral, ex-líder do CDS e ex-parceiro do PPD na AD defende subida dos impostos para os mais ricos.
Isto faz lembrar a frase de John Bradshaw (1933-….) Educador americano « "Vergonha" é uma emoção que nos deixa saber que somos finitos». Mas os nossos políticos, vindos da carreira política, consideram-se infinitos, usando da mais refinada arrogância, impondo os seus caprichos «custe o que custar», chamando aos cidadãos piegas, histéricos, etc. e rodeando-se de assessores oriundos da mesma «carreira», autênticos «yesmen» que aconselham ao chefe aquilo que ele goste de ouvir e, depois, procuram tapar os erros com desculpas esfarrapadas do tipo crescimento positivo em oposição ao crescimento negativo.
E porque não se explica quais os factores decisivos que impediram a concretização das expectativas criadas em relação com as parcerias público-privadas, os observatórios, as fundações, as empresas públicas e as autárquicas? Não estaria aí uma solução socialmente mais justa e menos causticante para o desemprego, o empobrecimento das pessoas e o défice orçamental?
Se houvesse um pouco de bom senso ou de vergonha, teria sido mais lógico e patriótico seguir as sugestões de Cavaco Silva e de Freitas do Amaral, em vez de brincar com o fogo.
Imagem de arquivo
António José Seguro
Há 2 horas
8 comentários:
A escolha da hora da comunicação mostra que a malta de «bons» assessores do Governo está atenta às realidades do marketing, que tem a esperteza dos malandros, daqueles que assaltam os bankcs na hora de fechar quando os trabalhadores estão menos atentos. E mostra que não querem perder o relato do futebol, mas não se importam de ferir mortalmente a vida dos portugueses que não pertencem à elites protegidas e que representam talvez mais de 90% dos votos. Se pensassem em eleições, como acontece muitas vezes, pensariam na quantidade de descontentes que estão a gerar. Isto é mesmo brincar com o fogo.
Vale a pena ver no Expresso online as opiniões de gente que pensa:
Reações às novas medidas de austeridade
Destaco as palavras de um grande Homem que o povo português muito admira e estima:
Já não tenho tempo para ver o país melhorar
"Sinto uma certa angústia porque entendo que já não tenho tempo para ver o país melhorar. E obviamente isso preocupa-me por tudo: pelo país, pelos meus filhos e pelos filhos dos outros."
Ramalho Eanes, antigo Presidente da República
Cumprimentos e votos de bom fim-de-semana... se possível
João
Para compreender melhor o problema criado convém ler a notícia do Público de hoje Isabel Moreira sente “dever moral” de requerer fiscalização do Orçamento, de que se extraem algumas frases;
…«as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro constituem uma “fraude” ao acórdão do Tribunal Constitucional»…
… “é evidente que o país está “perante um caso de fraude ao acórdão do Tribunal Constitucional”…
“O primeiro-ministro encontrou um malabarismo para tentar contornar o acórdão do Tribunal Constitucional, quando está fundamentalmente a desobedecer-lhe. Estamos perante uma imoralidade política e uma tentativa de enganar os portugueses com acrobacias de linguagem”…
… «deixou um aviso sobre o papel que terá o Presidente da República no sentido de garantir que o Orçamento respeitará a Constituição da República»
… “penso que desta feita o Presidente da República, que jurou defender a Constituição, está redobradamente obrigado a requerer a fiscalização preventiva caso se depare com um Orçamento do Estado que desobedece a um acórdão do Tribunal Constitucional. O Presidente da República não pode cair numa omissão sobre esta matéria, porque isso seria incompreendido pelos portugueses”…
Mais um dado para se compreender melhor o fenómeno do agravamento da austeridade que poupa os privilegiados e agrava os mais explorados:
Juízes vêem as novas medidas como “afronta ao Tribunal Constitucional”
Até tu, meu u filho Brutus (palavras de Imperador Romano)
Até a Jota do PSD reclama...
JSD exige ao Governo mais equidade na distribuição de sacrifícios.
O Governo desencadeou uma tempestade cujos resultados são imprevisíveis para o País, principalmente se continuar a ser teimoso e obstinado «custe o que custar».
Os portugueses temos que resolver esta crise «custe o que custar». Já há pessoas prontas a tudo...
Atenção às palavras do Conselheiro de Estado e ex-Presidente do PSD. Para ler toda a notícia, faça clic
Marcelo Rebelo de Sousa acusou neste domingo Passos Coelho de ser um primeiro-ministro “impreparado” e de ter feito um discurso ao país “no mínimo descuidado e no máximo desastroso”. E diz que há um aumento de impostos.
Que imagem podemos fazer da idoneidade e de outros valores éticos e profissionais dos nossos governantes que tomam medidas sujeitas a comentários como este?
Medidas são flagrante violação da Constituição, diz Sindicato magistrados do MP
Os valores da idoneidade e da ética verificam-se nos quartéis cheios de meninas a lavar a roupinha dos meninos. Entre uns copos valentes que agora têm ordenados em vez de pré.
Que o diga a Josefina, alferes de cavalaria, que namora com o tenente e é amanuense de vários, pelo que tem muito de copiar à mão. Uma canseira. E tão mal pago. Só mil e tal euritos com cama e roupa lavada. Ao que isto chegou. Pelo menos dois mil euros só de base.
Anónimo das 12:18,
Não estou a perceber o que é que o seu comentário «tem a ver com as calças».
Mas parece depreender-se que se refere a mais um erro dos governantes que estão a desbaratar o dinheiro que retiram abusivamente aos mais pobres.
Mas deixe vir mais uns dias e eles desaparecerão: o Luís XVI de França acabou na guilhotina E os nossos actuais não devem esquecer-se que a defesa e a muita segurança nunca venceram. O melhor é usarem a justiça social, a equidade, as reformas estruturais, a redução do fosso entre os mais ricos e os mais pobres e, dessa forma, acabarem com o grande descontentamento e a indignação geral do povo.
Enviar um comentário