Por vezes, é indispensável um facto especial para ser chamada a atenção para ideias com interesse. É o caso da visita de Merkel.
O ministro da Economia diz que Portugal está interessado em apostar na reindustrialização. Explica que «temos de voltar a apostar na indústria. Será através da industrialização que voltaremos a ser mais competitivos e a crescer». E aponta o caso da Alemanha que« tem dado o exemplo de como a aposta na indústria é a melhor maneira de criar emprego».
E para atrair investimento estrangeiro destacou as «reformas para o fiuturo» que o país está a fazer: mercado de trabalho, licenciamento empresarial, novo código de insolvências, nova lei da concorrência, um pacote de privatizações ambicioso, fim das golden share, liberalização do mercado de energia. Diz que "Estamos a reconstruir Portugal, a devolvê-lo à indústria, ao sector produtivo e à agrícola... Fazemo-lo por nós".
Por outro lado, o jornalista Pedro Sousa Carvalho informa que «o ministro da Educação e Ciência, que segundo consta é economista e doutorado em Matemática Aplicada, está a fazer uma verdadeira reforma estrutural no ensino que, se for levada até ao fim, pode ter um impacto verdadeiramente importante na economia: o ensino dual.»
Diz que «o ensino dual, se for levado a sério, pode ser uma das soluções para o crescimento da economia a longo prazo. É Nuno Crato a importar o que de melhor se faz na Alemanha. No País de Merkel, onde o sistema dual envolve empresas que representam mais de 80% do PIB, os alunos desde os 10/11 anos são encaminhados, por recomendação dos professores e com o consentimento dos pais, para um sistema de ensino profissional, e quando terminam a formação técnica estão aptos para trabalhar nas Audis, Volkswagen, Bosch e Siemens desta vida.
«O ensino dual não é só importante para atenuar o desfasamento entre o que se aprende nas escolas e as necessidades do mercado de trabalho. Também é importante para contrariar uma tendência preocupante que se tem instalado na economia portuguesa nas últimas décadas que é uma grande predominância do sector dos serviços sobre a actividade industrial, que não se desenvolve e não atrai mais empresas estrangeiras também por culpa da falta de técnicos qualificados (…) E aqui, seja feita justiça a Álvaro Santos Pereira que nos últimos tempos tem batido muito na tecla da necessidade de reindustrialização para inverter uma lógica pouco saudável que se tem instalado no nosso tecido produtivo.
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
Ensino Dual e Reindustrialização
Posted by A. João Soares at 10:37
Labels: crescimento, ensino, industrialização
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2 comentários:
Caro AJS,
Geralmente só depois de assaltados pomos trancas na porta. Positivo. Tardio. Décadas depois, que fruto do iluminismo brilhante dos anos abrilescos, a pouco e pouco, destruiu a essência do ensino liceal, comercial e industrial.
Veremos!
Cumprimentos
Caro Mário Relvas,
Oxalá comecemos a entrar no bom caminho. Já passámos muitos anos a fazer asneiras e será o momento da mudança. Será bom que os governantes comecem a mostrar competência, capacidade, coragem e persistência para retomar o bom rumo e não recuarem das boas decisões.
Agora trata-se de uma imitação da Alemanha, será bom que imitem as boas medidas de outros Países do Norte da Europa e as adaptem às características nacionais. Mas mesmo estas características tradicionais devem ser melhoradas, metodicamente, para nos tornarmos uma Nação moderna, instruída e eficiente.
Precisamos que os governantes se mostrem à medida das nossas necessidades.
Referi este caso positivo do ministro da Educação, com a esperança de contribuir para incentivar as medidas mais positivas para o futuro de Portugal.
Abraço
João
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