terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ensino Dual e Reindustrialização

Por vezes, é indispensável um facto especial para ser chamada a atenção para ideias com interesse. É o caso da visita de Merkel.

O ministro da Economia diz que Portugal está interessado em apostar na reindustrialização. Explica que «temos de voltar a apostar na indústria. Será através da industrialização que voltaremos a ser mais competitivos e a crescer». E aponta o caso da Alemanha que« tem dado o exemplo de como a aposta na indústria é a melhor maneira de criar emprego».

E para atrair investimento estrangeiro destacou as «reformas para o fiuturo» que o país está a fazer: mercado de trabalho, licenciamento empresarial, novo código de insolvências, nova lei da concorrência, um pacote de privatizações ambicioso, fim das golden share, liberalização do mercado de energia. Diz que "Estamos a reconstruir Portugal, a devolvê-lo à indústria, ao sector produtivo e à agrícola... Fazemo-lo por nós".

Por outro lado, o jornalista Pedro Sousa Carvalho informa que «o ministro da Educação e Ciência, que segundo consta é economista e doutorado em Matemática Aplicada, está a fazer uma verdadeira reforma estrutural no ensino que, se for levada até ao fim, pode ter um impacto verdadeiramente importante na economia: o ensino dual.»

Diz que «o ensino dual, se for levado a sério, pode ser uma das soluções para o crescimento da economia a longo prazo. É Nuno Crato a importar o que de melhor se faz na Alemanha. No País de Merkel, onde o sistema dual envolve empresas que representam mais de 80% do PIB, os alunos desde os 10/11 anos são encaminhados, por recomendação dos professores e com o consentimento dos pais, para um sistema de ensino profissional, e quando terminam a formação técnica estão aptos para trabalhar nas Audis, Volkswagen, Bosch e Siemens desta vida.

«O ensino dual não é só importante para atenuar o desfasamento entre o que se aprende nas escolas e as necessidades do mercado de trabalho. Também é importante para contrariar uma tendência preocupante que se tem instalado na economia portuguesa nas últimas décadas que é uma grande predominância do sector dos serviços sobre a actividade industrial, que não se desenvolve e não atrai mais empresas estrangeiras também por culpa da falta de técnicos qualificados (…) E aqui, seja feita justiça a Álvaro Santos Pereira que nos últimos tempos tem batido muito na tecla da necessidade de reindustrialização para inverter uma lógica pouco saudável que se tem instalado no nosso tecido produtivo.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro AJS,

Geralmente só depois de assaltados pomos trancas na porta. Positivo. Tardio. Décadas depois, que fruto do iluminismo brilhante dos anos abrilescos, a pouco e pouco, destruiu a essência do ensino liceal, comercial e industrial.

Veremos!

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Mário Relvas,

Oxalá comecemos a entrar no bom caminho. Já passámos muitos anos a fazer asneiras e será o momento da mudança. Será bom que os governantes comecem a mostrar competência, capacidade, coragem e persistência para retomar o bom rumo e não recuarem das boas decisões.

Agora trata-se de uma imitação da Alemanha, será bom que imitem as boas medidas de outros Países do Norte da Europa e as adaptem às características nacionais. Mas mesmo estas características tradicionais devem ser melhoradas, metodicamente, para nos tornarmos uma Nação moderna, instruída e eficiente.

Precisamos que os governantes se mostrem à medida das nossas necessidades.

Referi este caso positivo do ministro da Educação, com a esperança de contribuir para incentivar as medidas mais positivas para o futuro de Portugal.

Abraço
João