segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não há consenso por imposição

Consenso (consentir, sentir com) não pode ser considerado «imposição arrogante de uma decisão obrigando a obediência incondicional». O consenso deve ser formulado na preparação da decisão, a qual deve representar o consentimento e a aceitação das partes envolvidas. Resulta de diálogo em que as partes fazem cedências até se chegar a um acordo.

Para se chegar a tal resultado, com soluções isentas de ideologia, com realismo e viabilidade, em que é colocado acima de tudo o interesse nacional, foram inseridos no post «Ramalho Eanes, o patriota» links de posts em que são referidas diversas sugestões para se definir uma estratégia para o futuro do País, com crescimento, modernização e aumento do bem-estar dos cidadãos.

Mas infelizmente, a capacidade dos eleitos não lhes permite encarar as melhores soluções e abusam das palavras sem respeitarem o seu conteúdo. Não é por isso de admirar que Seguro tenha dito a Passos que Governo e troika têm de resolver problema que criaram, em resposta ao «convite para um debate sobre a forma de cortar 4 mil milhões de euros na despesa pública».

Disse: "Reiterei a posição do PS, de que deve ser o Governo e a troika a encontrar uma solução para o problema que eles criaram, com a esta política de austeridade, e compete-lhes, Governo e troika, encontrar a solução para os cortes que acordaram, no âmbito da 5ª avaliação" ao processo de ajustamento.

Este episódio vem dar razão a Marcelo Rebelo de Sousa quando disse que discutir “refundação” é um “debate do nada” e que «no meio da “vacuidade” que tem sido o debate, concorda com o silêncio do Presidente da República. “Falar sobre o zero era uma banalização das funções do Presidente”».

Parece que se fala demasiado de democracia, mas que se tem maior tendência para a ditadura, do «quero posso e mando», «custe o que custar» «doa a quem doer». Para onde estão a arrastar Portugal???

Imagem de arquivo

4 comentários:

Zé Povinho disse...

A arrogância deste governo já roça o autoritarismo puro. Passos Coelho não sabe o quanto se lutou para acabar com o autoritarismo em Portugal, mas isso não é desculpa.
(Obrigado pela distinção)
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Zé Povinho,

A propósito da falta de senso do PM, já no princípio de Setembro, Marcelo Rebelo de Sousa dizia que é um
P.M. «Impreparado».
Se, realmente, quer medidas de consenso para obter apoio de outros partidos, deve começar por analisar com eles o problema a fim de chegarem a uma solução que os outros estejam dispostos a aceitar. Para isso tem de haver negociações, com cedências de parte a parte, tendo sempre por finalidade a convergência de todas as energias para o crescimento de Portugal.

Querer obrigar os outros a apoiarem os seus caprichos, como se ele fosse o único detentor da verdade, da razão, isso não é democrático, nem é caminho para governar para os portugueses com os portugueses. Os ditadores clássicos não usavam métodos piores do que os deste.

Abraço
João

A. João Soares disse...

Quando ao fracasso do pedido de apoio pedido do PS, eis quatro opiniões a não desprezar:

- Freitas do Amaral diz que PS “fez muito bem em recusar diálogo” sobre refundação

- CES recomenda negociação com a troika para evitar “dor sem ajustamento”. Governo reage

- Governo está a destruir o país e tem de se demitir, diz Mário Soares

- Marcelo. Discutir “refundação” é um “debate do nada”

Anónimo disse...

Ora viva Caro João Soares!

Eis uma medida que abanou com as seguradoras e bancos:

"A nova lei que passa a permitir o resgate antecipado de PPR, sem perda de benefícios fiscais, para pagar prestações do crédito à habitação entra em vigor a 1 de Janeiro." D. Económico

Cumprimentos