domingo, 4 de novembro de 2012

Ramalho Eanes, o patriota

Transcrição de artigo seguido de NOTA:

Ramalho Eanes defende «pacto de crescimento e modernização»
Jornal de Notícias. 03-11-2012. 18:07

O antigo Presidente da República defendeu hoje um «pacto de crescimento e modernização» acrescentando que a reforma do Estado tem que acautelar as necessidades dos cidadãos.

Questionado pelos jornalistas sobre o papel do PS no «pacto» para o crescimento que defendeu numa conferência em Lisboa, Ramalho Eanes, respondeu que os socialistas devem, como outro actores políticos e da sociedade «empenhar-se na análise da situação para, a partir daí, encontrar soluções que possam ser consensualizadas, nomeadamente através de um pacto de crescimento e modernização do país» que faça o país sair da situação em que se encontra.

«É indispensável que o Estado, os partidos políticos também e a sociedade em conjunto, em relação dialógica, analisem corretamente a situação, vejam o que é indispensável para que a unidade se mantenha, e aquilo que é indispensável para que o país possa crescer e satisfazer os seus encargos, satisfazer as necessidades dos seus cidadãos e abrir-lhes um horizonte de mobilização e esperança», argumentou.

Interrogado sobre se está a referir-se a uma refundação, o antigo Chefe de Estado disse não querer «falar em refundações», considerando, contudo, que é «indispensável olhar as funções do Estado, ajustá-las».

«Não esquecendo nunca que o Estado tem que exercer funções que são como segurança, justiça, defesa, mas também assegurar aquilo que é necessário para que um povo se mantenha unido, que é responder a todos, com uma remuneração mínima, que lhes garanta dignidade suficiente, responder a todos nas crises pessoais e familiares - desemprego, doença, incapacidade - e também fazer com que toda a população disponha de serviços de saúde, educação, que lhe garantam a integração social e a unidade», sustentou.

Sobre o papel do Presidente da República, Cavaco Silva, o general respondeu que «tem que ser um trabalho conjunto de todos os órgãos de Governo, do sistema político, dos partidos, e também, naturalmente, do senhor Presidente».

Na conferência "Portugal, o país que queremos ser", promovido pela Comissão Nacional de Justiça e Paz, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Ramalho Eanes defendeu que «não há democracia real que não seja também participativa», defendendo a importância das recentes manifestações no país.

Essas manifestações, mesmo que inorgânicas, representam «energia» e «grande vontade de participação», que devem ser aproveitadas, assinalou.

Ramalho Eanes lembrou que a força da sociedade civil já obrigou a mudanças de decisões, dando como exemplo a decisão de localização do futuro aeroporto de Lisboa, que passou da Ota para Alcochete.

Para o antigo Presidente, é necessário um «projeto comum», sem o qual as sociedades deixam de ser «tolerantes» e correm até o risco de ser «violentas».

NOTA: Ramalho Eanes não vem dizer nada de transcendente, nada que aqui, de uma maneira ou de outra, não tenha sido sugerido, Ma é de sublinhar o seu patriotismo e frontalidade que o leva a dizer claramente, com a sua voz muito credenciada, medidas que que julga importantes para Portugal e não devem ser torneadas. Não se fica pelas palavras genéricas, muitas vazias de conteúdo, e que tanto defendem isto como o contrário, saídas dos seus pares. Sobre este tema o seu patriotismo e vontade de contribuir para o crescimento de Portugal, já aqui foram precedidas da sua proposta de se Criar um «grupo de sábios», bem intencionados e isentos, para esboçar a estratégia de construção de um Portugal mais rico para permitir uma vida melhor dos seus cidadãos.

Posts sobre o tema:

- Contrato social
- Despesas. Onde as cortar !!!
- Código ou compromisso alargado e duradouro
- Código de conduta
- Para um código de conduta dos políticos
- Ética na Política
- Código de bem governar
- Criar um «grupo de sábios»

Imagem de arquivo

2 comentários:

Mariazinha disse...

É verdade. Para começar deveriam chamar ao rectângulo todos os militares e polícias que estão fora em missões de luxo. No poupar é que está o ganho.

A. João Soares disse...

Cara Mariazinha,

Esse corte nas despesas é de considerar, mas representa uma beliscadela muito ténue no conjunto de sanguessugas que vivem à custa do Estado, em luxos desproporcionados em relação às posses do País, como as mordomia de políticos, a Associação de ex-deputados, os criadores de touros, e os 1520 organismos, muitos deles sem real utilidade pública, referidos por Luís Marques Mendes em:
Despesas. Onde as cortar !!!

Falta aos governantes o adequado sentido de Estado e coragem altruísta para o fazer, para bem de todos os portugueses em geral, principalmente os mais carenciados.

O estado actual de carência ressalta bem do título da seguinte notícia
Isabel Jonet provoca revolta nas redes sociais

E a injustiça social continua sem freio:
Mais 63 pensões acima de 5000 €

Cumprimentos
João