O discurso de Passos Coelho foi fogo em paiol d pólvora, como mostraram as reacções imediatas. Transcrevem-se frases do artigo Bagão Félix: Ministério das Finanças realizou “OPA hostil” sobre pensões por se tratar de um político da área do Governo e ter sido ministro da Segurança Social de Durão Barroso, isto é não é porta-voz da oposição:
«O antigo ministro Bagão Félix afirmou nesta sexta-feira que o anúncio realizado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, revelou uma “OPA hostil e gratuita” do Ministério das Finanças sobre o regime público de pensões.
Em reacção às medidas anunciadas por Pedro Passos Coelho, o antigo ministro das Finanças declarou que “quem neste momento trata das pensões é o Ministério das Finanças” e realçou que “praticamente não vale a pena ter mais nenhum ministro neste domínio social”.
“Recordo que na Alemanha as pensões constituem um direito de propriedade. Ou seja, que o Estado apenas vai pagando, mas já é das pessoas, como é lógico. E alguém tem que defender este direito de propriedade, não pode ser expropriado e as Finanças, de algum modo, apropriaram-se deste sistema e vêem isto numa lógica de ‘curto-prazismo’”, lamentou Bagão Félix à Lusa, sublinhando haver uma “perspectiva ideológica” por parte do ministro Vítor Gaspar.
“Creio que, para o ministro das Finanças, esta questão não é apenas uma questão de cortes. Ele pensa assim, há aqui também uma perspectiva ideológica. Repare bem que na intervenção toda do primeiro-ministro não se falou uma vez de desemprego”, salientou.»(...)
No mesmo artigo refere-se que «A presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!), Maria do Rosário Gama disse estar ainda transtornada com o que tinha acabado de ouvir»
«Por outro lado, o presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (Murpi), Casimiro Menezes, disse que o que o primeiro-ministro anunciou para os pensionistas e reformados “é calamitoso”, porque “vai tirar fatias importantes dos rendimentos dos reformados, que já estão a sofrer com as medidas de austeridade”.»
Outras reacções imediatas ao discurso de Passos Coelho:
- Seguro diz que "Portugal vai contra uma parede" e volta a pedir eleições antecipadas
- Oposição critica insistência do Governo na política de cortes
- Centrais sindicais indignadas com medidas “inaceitáveis”
Imagem de arquivo
Almirante Gouveia e Melo (III)
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