Em boa verdade, Portugal não pode considerar-se um Estado unificado, congruente, consequente. Não é ditadura mas também não é democracia. Parece uma FEDERAÇÃO DE CAPELINHAS ou de confrarias, ou de corporações ou de bandos em que cada um dos seus elementos usufrui de direitos próprios, não publicitados mas reais, de benefícios à custa do sacrifício da grande maioria anónima. Os políticos, os juízes principalmente os do Tribunal Constitucional, os «observatórios», as fundações, as PPPs, etc, etc . Cada uma destas fracções, de acordo com as cumplicidades e com as conivências com o Poder formal, usa e abusa de regalias que são excepção à Lei Geral. Até parece que não existe qualquer Lei Geral, pois as excepções em benefício de um ou outro ou todos estes grupos corporativos são regra seguida na generalidade.
E tudo isto acontece às escondidas dos portugueses, embora uma vez por outra surjam sinais ilusórios de que a equidade vai ser reposta como a de que Governo ajusta subvenções dos políticos aos sacrifícios dos portugueses, o que bem interpretado mostra que, ao impor tais sacrifícios aos cidadãos, houve o cuidado de deixar de fora os políticos, como se não fossem portugueses.
Há até o caso bem explícito no Diário da República nos despachos de nomeação de assessores (agora denominados «especialistas» para iludir os portugueses que estavam chocados com a quantidade de assessores), que para não ficarem lesados sem subsídios de férias e de Natal, retirados aos vulgares trabalhadores do Estado, recebem anualmente mais dois salários extraordinários. Há quem preveja que, se o direito adquirido aos subsídios vier a ser restabelecido, esses privilegiados recebê-lo-ão sem lhes serem retirados os salários extraordinários.
E que dizer das formas especiais e variadas como são concedidas as reformas e respectivas pensões aos elementos das diversas mordomias e da «legitimidade» da sua acumulação?
As notícias dizem que no primeiro semestre deste ano, foram decretadas insolventes 2425 famílias, ou seja 52,4% do total, mas pelo contrário, não há conhecimento de algum elemento dos que cresceram á sombra do dinheiro público e se inserem nas «corporações» atrás referidas viva com dificuldades para pagar a conta ao merceeiro. Nenhum deles pertence aos 52,4%, pois faz parte de uma minoria a que não se aplicam as leis gerais…
Embora nem tudo seja referido pelos jornais, e principalmente por isso, convém estar atento aos sinais de injustiça social que escapam à propaganda oficial agora reforçada pelos chamados «briefings».
Imagem de arquivo
A Decisão do TEDH (396)
Há 1 hora
5 comentários:
Vamos tentar tratar as coisas pelos seus nomes clássicos, antigos e tradicionais, que por razões mais que evidentes são evitados e alcunhados pelos interessados e em que o povo de bimbos acredita por acreditar em todas as esparrelas e banha da cobra, até em fazer chamadas para votar para números da série 700. O sistema de lhes sacar o dinheiro no engodo de ganhar um prémio é escondido aos bimbos, como tudo. Atrasados mentais, é como são conhecidos pelos outros europeus.
Por definição, uma oligarquia é o estado de uma nação em que a preponderância de alguma família dispõe do governo (Priberam). Quando essas famílias se revezam no poder absoluto sem o mínimo controlo do povo, estamos em face dum sistema oligárquico. O qual pode englobar um número indeterminado de oligarquias, maiores ou menores, mas todas funcionando dentro do sistema.
As Capelinhas e Confrarias organizadas em federação, chamam-se oligarquias, e a federação que as engloba é um sistema oligárquico. Políticos, juízes, etc., são capelinhas ou confrarias oligárquicas. Observatórios, fundações, PPPs, etc, são ninhos que as oligarquias mantêm para assegurarem a sua subsistência (é um ciclo). Jotas, são escolas de aprendizagem de crime impune devido a uma legislação concebida nesse sentido e à completa ausência de qualquer tipo de controlo popular.
Daqui se depreende facilmente o à-vontade de se arrogam regalias e privilégios inexistentes em qualquer democracia, mas típicos de sistemas oligárquicos, tal como o são as excepções às regras e leis.
Não, nada disto «acontece às escondidas dos portugueses». Pelo contrário, todos o conhecem, aceitam e até crêem que também eles poderão tirar partido com cunhas e outros tipos de corrupção (atrasados mentais, dizem os outros). Tanto que o caso citado do Diário da República nunca provocou o escândalo nem a condenação do Tribunal Constitucional que provocaria numa democracia ou que quisesse aparentar sê-lo. Em Portugal já nem se pretende aparentar e de notar que as decisões do TC são discutidas e tomadas como desculpa para maiores roubos aos que menos têm. Em favor das oligarquias, evidentemente, por elas serem isentas. Em nenhum país o TC tem tantos apelos com em Portugal. Porquê?
Há um sem número de factos quee provam e classificam o sistema actual português, mas o mais simples e evidente é o seguinte:
- Democracia = Igualdade nos direitos e nos deveres.
- Oligarquia = Desigualdade nos direitos e nos deveres.
Não é assim tão difícil de compreender para uma mente normal. O que os portugueses, em todas as suas decisões, opiniões e votações se esforçam em afirmar que não têm.
A seguinte notícia confirma que a lei geral que deve ser aplicada a todos os portugueses, não se aplica aos políticos e estes têm privilégios escandalosos de que se envergonham mas que teimam em manter. Como acabar com esta «Federação de grupos corporativos» que funciona à margem da Constituição do Estado Português???
Eventuais cortes nas subvenções vitalícias dos políticos serão tratados “em sede própria”
Caro Mentiroso,
Por vezes, quando queremos ser compreendidos pelos bimbos, em vez de simplificar, complica-se por não se utilizar a nomenclatura correcta.
Aproveito para acrescentar que o actual regime de compadrio e conivência entre todos os os
políticos conduz a que mesmo que haja mudanças de poartidos no governo, como não se querem hostilizar nos seus ´direitos» pessoais, o Estado acaba por engordar, mantendo os grupos de sanguessugas, para não lhes tirar o tacho e criam-se novos organismos para os amigos do novo Governo. Este actual criou os «observatórios«, múltiplos em vários sectores, em vez de assessores contratou «especialistas» e outras inovações para criar emprego aos coniventes e cúmplices.
Como o Amigo explica em Democracia há igualdade nos direitos e deveres, mas torna-se muito claro que estamos numa oligarquia em exageros crescentes.
E o povo vota!!!
Abraço
João
Caro Amigo,
A questão da nomenclatura correcta tem sido, ela também, corrompida por jornaleiros e políticos no interesse que mencionei. Tantas vezes os ouvimos que muitos acabam por os decorar. Todavia, convém tratar as cosas pelos seus nomes, sobretudo quando elas encobrem crimes contra nós, como é o caso presente.
Claro que mudar as oligarquias no poder não serve absolutamente pare nada. Leu-me alguma vez afirmar ou sugerir o contrário? É tão evidente, até pelas justas razões que evoca e que não são a característica da pós-Abrilada 74. O verdadeiro golpe de estado foi tão disfarçado que nem foi apercebido: a tomada do poder pelas oligarquias com uma constituição que as instituiu. Até aí foi apenas um período de transição.
Este governo é realmente um especialista em mudar nomes e falsear tudo. O que é preciso é atingirem o alvo que o Coelho sempre se propôs, proclamou abertamente e a que sempre foi fiel, salvo durante as eleições.
Pois, «E o povo vota!!!» como se o seu espólio fosse uma festa, para corroborar e confirmar o que os outros europeus sabem.
Caro Mentiroso,
A situação é angustiante, seja qual for a orientação que dermos ao raciocínio, qualquer que seja o ponto de vista que escolhermos.
A propaganda e as palavras dos agentes do Poder formal já não convencem. Por um lado fala-se da descida do desemprego, mas também se alerta para que o País sai da recessão mas não da crise e no ar pairam as ameaças de agravamento da austeridade no OE de 2014.
Entretanto, a Constituição que fora fabricada com os deputados constituintes sequestrados em S. Bento e com o Governo em greve e que, por isso, ficou cheia de ambiguidades, vai permitindo todos os atropelos e desobedecida pelo Governo, mesmo em casos em que o TC discordar e der interpretação desfavorável e que vão sendo ardilosamente torneados. A forma de manter os subsídios de férias e de Natal a novos «especialistas» com a designação de remuneração especial, no contrato de admissão, a criação de novos observatórios e órgãos com designações exóticas, etc, etc são truques para aumentar a obesidade das despesas do Estado, numa altura em que as prometidas Reformas Estruturais já deviam estar decididas e aplicadas em pleno, com o consenso dos partidos da oposição.
O polvo continua com mais braços, ou, como diz o amigo AMF, a hidra tem cada vez mais cabeças. As amputações são cada vez mais difíceis o que faz temer, para um futuro não longínquo, acções de violência extrema. E depois cairemos no mesmo, porque o povo mal esclarecido será facilmente enganado com propaganda falaciosa.
E, com esta confusão, há muita gente que mete a cabeça sob a areia como a avestruz. Mas um dia abrirá os olhos.
Abraço
João
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