sexta-feira, 2 de julho de 2021

COMPLEXIDADES DA VIDA ACTUAL

(Public em DIABO nº 2322 de 01-07-2021, pág 16. Por António João Soares)

 Actualmente, a sociedade sofre de inúmeras dúvidas e complexidades que tornam a vida difícil a quem pretende orientar-se por valores que considerava válidos. Por exemplo, a sexualidade era bem definida, mas hoje há dúvidas. Será permitido o entendimento entre rapaz e rapariga ao ponto de ela engravidar? E o uso de preservativo ou do comprimido pós-sexo? E o aborto para remediar o caso? “Bispos dos EUA criticam políticos católicos que o aprovam”.

E a eutanásia que era defendida como a morte santa para quem já não tem esperança de cura de doença grave? Mas foi legislada em Espanha, o que levou o bispo espanhol de Alcalá de Heneres, Juan Antonio Reig Pla, a publicar uma carta pastoral em que acusava o Governo de ter tornado a Espanha num “campo de extermínio”. Por cá, em meados de 2018, o Parlamento desistiu de legislar sobre o mesmo tema mas, recentemente, voltou a reactivar a intenção de persistir.

Os valores de competência, dedicação, honestidade, autoridade, responsabilidade, verdade, respeito pelas pessoas, etc., têm sido desprezados ou ignorados por quem devia dar bons exemplos da sua preservação e utilização.

O ensino ministrado às crianças no início da vida, como preparação para serem futuros cidadãos respeitáveis, parece não conter elementos de formação moral e ética, adequados a constituírem boa esperança de uma sociedade futura melhor do que a actual. Do topo dos serviços públicos também não saem muitos exemplos dignificantes, como a comunicação social, embora altamente condicionada pelo poder executivo, coloca diariamente em destaque. Já poucos membros do Governo, do Parlamento e das autarquias merecem o verdadeiro respeito dos cidadãos, quer pela falta de preparação e experiência para o cargo, quer pela forma como o exercem sem firmeza e esperança de um futuro melhor. Algumas leis e portarias não se aguentam muitos meses com validade, tal a forma frágil como foram preparadas.

Com esses e outros exemplos, os nossos dirigentes mostram que acreditam totalmente nas previsões de que a actual espécie humana será extinta antes de terminar o próximo século e, por isso, não estão para se dar ao trabalho de preparar o futuro.

E, desta forma, a vida está um caos em que se navega à vista da costa, sem rumo nem previsão. Nem as projecções dos célebres autores dos textos bíblicos lhes servem de orientação para os passos a dar. Depois virá outra espécie como a actual, que veio depois da do “Homo Neanderthalensis”?

Para que as pessoas se sintam mais seguras e confiantes, será indispensável que os responsáveis por serviços públicos disponham de competência, experiência, capacidade organizativa e usem de sentido de responsabilidade e, quando oportuno, demonstrem ter consciência, sabendo o que fizeram e porque o fizeram, que conhecem os problemas e saber procurar soluções para eles.

Todo o responsável por qualquer serviço público ou privado deve conhecer as leis, regulamentos, normas de execução, saber planear, analisar, comparar modalidades de acção para poder decidir servir-se da mais adequada, definir objectivos e verificar resultados das acções efectuadas. E saber reformular sempre que se torne indispensável.

Se um serviço estiver bem organizado e bem dirigido, o seu responsável máximo deve ser competente para se considerar responsável por tudo, por tudo o que nele for realizado ou deixar de o ser, porque a organização, na sua pirâmide de funções, deve informar em pormenor o seu chefe do funcionamento do seu sector para obter a sua aprovação ou reformulação. Dessa forma de actuar, o Chefe máximo não pode afirmar que não sabe e que não é responsável por qualquer erro que seja prejudicial ao objectivo do serviço.

Na candidatura a eleições devem ser evitadas guerrilhas deprimentes e usar-se programas de acção realistas e exequíveis, que demonstrem que merecem votos. A esperança, a confiança e o respeito, surgem com a transparência, competência e verdade. ■


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sexta-feira, 25 de junho de 2021

A DECISÃO POLÍTICA DEVE SER PERFEITA

(Public em DIABO nº 2321 de 25-06-2021. pág 16. Por António João Soares)

 Uma decisão que vai alterar a vida de várias pessoas deve ser bem fundamentada e ir ao encontro de quem vai ter de a cumprir.

Em 27 de Setembro de 2016, apresentei aqui um texto sobre “a preparação da decisão”, menos de um mês depois mostrei o grave inconveniente de “promessas e decisões anunciadas precocemente”. Pouco mais de um ano após, alertei para que “a vontade de mudar exige prudência”.

Por ser esse o meu pensamento baseado em estudos e experiência, tenho ficado muito chocado quando sei de decisões tornadas públicas em meios legais, logo a seguir comentadas e criticadas por diversos sectores da população, devido a deficiências por vezes graves e, algum tempo depois, anuladas ou substituídas por outras, mas também, carentes de prudência e boa ponderação do assunto que devia ter sido apoiado por pessoas com adequado conhecimento do conteúdo e seus factores condicionantes e alguma experiência do mesmo, capazes de conhecer as características da situação e dos efeitos desejados pela mudança pretendida.

Quando um tema tem grande incidência na população em geral ou de determinado sector económico ou geográfico, não deve ser sujeito a decisão ou legislação limitada a uma ou duas pessoas do Governo, que não podem avaliar os pormenores ajustados à realidade, que vão condicionar sem a terem contactado e, dificilmente, poderão prever o resultado desejado. Geralmente uma decisão é a escolha de entre várias modalidades possíveis, daquela que apresenta mais vantagens e menos inconvenientes para o fim pretendido, dentro das realidades existentes. É vantajosa a opinião e a ajuda de técnicos e de pessoas experientes e conhecedoras dos pormenores da situação.

 A principal função dos governantes consiste em defender os interesses colectivos das pessoas, melhorando a sua qualidade de vida, e não o de terem o prazer de tomar mais uma decisão como se fossem uma criança a mostrar mais uma habilidade com um novo brinquedo.

Há dias li uma entrevista do jovem político Manuel Tibo, autarca de Terras de Bouro, Gerês, que se refere à sua terra como sendo muito ignorada pelo poder central, havendo muitas questões que em Lisboa são mal analisadas, originando erros de avaliação que não têm permitido as melhoras aplicações dos recursos para o aproveitamento da maior fonte económica local, que é o turismo. Refere, por exemplo, a instalação do teleférico entre a Vila do Gerês e o miradouro da Pedra Bela, que não exige alterações da flora existente, antes evita estradas a serpentear pela floresta e pessoas apeadas a atravessar a poeira das viaturas.

Há duas casas florestais desocupadas para servirem os terminais, com condições de as pessoas trabalharem e terem casas de banho, e espaço para terem os carros durante o trabalho no funcionamento do teleférico. Este só terá vantagens para o rendimento do parque.

O turismo tem atractivos e convém ser melhorado com as verbas que lhe forem concedidas, que devem ser gastas em planos bem elaborados, com a concretização coordenada e fiscalizada, sem permitir demoras inconvenientes.

O parque florestal deve conter uma rede de retransmissores que permitam os contactos para socorrer pessoas desorientadas ou acidentadas e o seu planeamento deve ser feito com base no conhecimento adequado das condições geográficas da área, por forma a não ser nem demasiado custoso nem insuficiente.

A necessidade da ponderação na preparação das decisões notou-se na confusão do caso de Mira, e noutros como no da reforma da estrutura de chefias das Forças Armadas, inventada por um “sábio”, sem capacidade para analisar o espírito militar nos aspectos de disciplina, responsabilidade e dedicação ao dever de defender a Pátria. O chefe ou comandante de um sector militar é o responsável por tudo o que a sua unidade faz ou deixa de fazer. Não pode responder, como muitos políticos, “não sei”, “não conheço”… ■


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sexta-feira, 18 de junho de 2021

RELIGIÃO, CULTURA E VIDA SOCIAL

(Public em DIABO nº 2320 de 18-06- 2021 pág 16 Por António João Soares)

 A religião tem tido a função de bengala para nos ajudar a suportar e vencer as dificuldades da vida, com esperança de felicidade terrena e de, no final, obter o prémio da santidade.

Já na antiguidade se procurava suprir a ignorância de muitos fenómenos da natureza, criando deuses para diversos fenómenos desconhecidos, como a regularidade do nascer e pôr-do-sol, a Lua, a chuva, o vento, etc..

Mas o tempo foi passando, a mente humana começou a perceber esses fenómenos, através do desenvolvimento das diversas ciências, o fenómeno religioso evoluiu e desapareceram as primitivas religiões politeístas, sendo substituídas pelas monoteístas.

Porém, a humanidade não cristalizou e a ciência continua a evoluir, alargando a percepção do homem sobre o ambiente que o cerca. Não quer dizer que tenha de haver alterações profundas na espiritualidade das pessoas. Mas esta relação com o espiritual necessita de se tornar mais adequada às realidades actuais.

Por exemplo, tenho conhecido pessoas com elevada fé que se dedicam ao conhecimento pormenorizado dos conceitos bíblicos e da história de factos da antiguidade cristã, mas não se preocupam com os comportamentos das pessoas perante as realidades presentes.

Há muita gente que participa em actividades religiosas, em que recita maquinalmente orações sem ter a completa percepção do que significam as palavras e as frases que disseram. Há dias perguntei a um desses crentes quais são as três lições constantes da segunda parte da oração “Pai Nosso”. Ficou atrapalhado com a inesperada pergunta e estive a explicar-lhe. “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” é uma lição de simplicidade, não avareza, não ambição, viver com o indispensável, sem vaidade, sem prosápias nem arrogância. “Perdoai-me as ofensas assim como perdoei a quem me tem ofendido” pode ser aplicado com o respeito pelos outros, a amizade, a compreensão, a tolerância, a solidariedade, etc. Com esta lição e “amai os outros como a vós mesmos”, deixaria de haver violências, terrorismo, guerras. “Não nos deixai cair em tentação e livrai-nos do mal”, é um bom princípio para termos a preocupação de evitar situações de risco, evitar vícios, droga, corrupção, raiva, vingança, etc..

 Quando recentemente, em Espanha, foi publicada a legalização da Eutanásia, o bispo espanhol de Alcalá de Heneres, Juan Antonio Reig Pla, publicou uma carta pastoral em que acusava o Governo de ter tornado a Espanha num “campo de extermínio”, porque deixou de respeitar a vida humana e, como as leis têm sempre excepções toleradas ou mesmo propositadas, as vidas dos cidadãos que não interessam ao Governo correm risco de, ao mínimo pretexto, serem paradas. Como idêntica lei esteve, mais uma vez, em discussão entre os nossos políticos, esperei que houvesse uma voz sonante da Igreja a dizer algo semelhante.

E como alguém que muito prezo afirmou, que todos os crentes têm o dever de evangelização, sugiro que, em vez de querermos mostrar erudição com citações de filósofos da antiguidade, se chame a atenção para as melhores lições sagradas aplicáveis a casos concretos da actualidade social. Ensinem-se as citadas lições do Pai Nosso e as dos mandamentos e, quando se fizer a citação de um caso histórico, defenda-se a sua aplicação à realidade actual. Assim se contribuirá para maior felicidade e qualidade de vida dos nossos concidadãos.

Insistindo nesse esforço de evangelização, talvez se consiga iniciar o apaziguamento do espírito odioso de alguns governantes e se evitem algumas guerras.

Mas receio que os sacerdotes estejam sem ânimo para seguir estas sugestões e aparecem notícias preocupantes da dessacralização de igrejas e templos religiosos, que são transformados em moradias, hotéis, bares, livrarias, lojas, etc., em várias cidades do mundo, principalmente na Europa, como em França, na Holanda, Itália, Inglaterra e Irlanda.

O mundo está em mudança, mas esta não está a ser seguida pelos estados islamitas que continuam cristalizados nas suas regras de imposição ao mundo das suas tradições. ■


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sexta-feira, 11 de junho de 2021

O RESPEITO E A AMIZADE SÃO VALORES ESSENCIAIS

(Public em DIABO nº 2319 de 11-06-2021 pág 16. Por António João Soares)

  O respeito pelas pessoas é um valor que deve ser muito valorizado após a experiência concedida pela actual pandemia. A solidariedade na defesa da vida e da saúde das pessoas deve ser praticada continuamente por toda a gente, em qualquer actividade, desde a mais insignificante até à dos mais altos poderes do Estado.

A amizade constitui maior riqueza do que um grande prémio da lotaria e, se ela for praticada na generalidade, a vida da humanidade melhora imenso e acabarão raivas, ódios e guerras destruidoras que prejudicarão todas as partes envolvidas. Todos os problemas, mesmo os mais difíceis, conseguem ser resolvidos pelo diálogo e a participação de intermediários especialistas no assunto, sem ser necessário o emprego de meios desgastantes que saem caros às partes em conflito em vidas humanas  e em destruição de valores patrimoniais.

Nas actividades para fazer face à pandemia houve um empenho muito generalizado, em que ficaram patentes muitas qualidades pessoais e de instituições de bem-fazer, em que era visível a finalidade de desenvolver a solidariedade e o socorro a pessoas que tiveram a saúde afectada e a vida em perigo.

Fiquei muito sensibilizado com a posição do Presidente francês Emmanuel Macron que, na sua primeira visita à África do Sul, encorajou este país a reforçar a produção de vacinas contra o Covid-19 e prometeu contribuir para aumentar o investimento no combate à pandemia. Essa posição amiga assenta no facto de um sistema de saúde robusto ser um objectivo que conduz à obtenção de resultados eficientes para o desenvolvimento de um futuro mais promissor. Segundo Macron, a França pretende ajudar a reforçar a capacidade deste país africano, não apenas a enfrentar esta crise, mas também todas as outras doenças e questões de saúde, em coordenação com a Organização Mundial de Saúde.

E como a amizade e a solidariedade não são uma actividade unipessoal, Macron disse ainda que a França e a África do Sul concluíram várias iniciativas com duas grandes empresas farmacêuticas, juntamente com a Alemanha, os Estados Unidos da América, o Banco Mundial e a União Europeia, a fim de reforçar a capacidade actual e transferir, sem demora, tecnologias concretas das vacinas actuais, para as produzir e colocar no mercado local. Com isto conseguirá enfrentar a crise a curto prazo e constituirá também solução para necessidades de médio e longo prazo, dando evolução às capacidades técnicas da indústria farmacêutica.

 Salientou que este pontapé de saída será aproveitado para entusiasmar o sector privado e todos os parceiros na África do Sul, para investir na formação e transferência de conhecimento na área do desenvolvimento da indústria farmacêutica em África. Será um passo para que este continente suba para um nível semelhante aos mais desenvolvidos

Além do tema das vacinas houve também conversações sobre saúde, ensino (transferência de competências), comércio e segurança regional. A África poderá vir a ser utilizada por grandes empresas mundiais como origem de produtos que servirão consumidores de vários continentes.

Por cá, o respeito e a dedicação aos outros ficaram bem patentes durante a pandemia no comportamento dos militares que acorreram em apoio de idosos, abandonados em suas casas durante a fase mais aguda. Deram-lhes todo o apoio que estava ao seu alcance e, com isso, conseguiram que muitos escapassem à sina que os esperava. Essa eficiência militar foi também notória no lar de idosos militares CASRUNA (Centro de Apoio Social de Runa) onde não houve falecimentos mas apenas curtas interrupções do serviço por parte de alguns serventes, que não foram devidamente cumpridores das regras de prevenção de contágios nos seus movimentos entre o CAS e as suas residências. Mas foram devidamente tratados e a sua ausência do serviço foi relativamente curta. A prevenção foi resultado dos cuidados pessoais no cumprimento das regras bem divulgadas. ■

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domingo, 6 de junho de 2021

CONTROLAR A ENTRADA DE IMIGRANTES

(Public em DIABO nº 2318 de 04-06-2021, pág 16, por António João Soares)

 Os imigrantes são necessários, na medida conveniente, para suprir a falta de trabalhadores pouco especializados em actividades agrícolas ou outras pouco exigentes em competência. Mas, se não houver um controlo adequado na sua recepção, podemos arriscar o país a ser colonizado por poderes estrangeiros que podem estar a usar migrantes para isso.

Em França existem demasiados problemas sociais. Por exemplo, nas escolas, os professores sentem dificuldades com temas vulgares porque os alunos os acusam em voz alta de racismo, fascismo e outros termos presentemente divulgados e evitam abordar temas actuais, como as agressões mútuas entre Israel e os palestinianos. Deixam de ser ouvidos e nem sequer têm oportunidade de dar explicações sobre o assunto.

Também a Bélgica já está em perigo, havendo jornalistas que se interrogam se esse país será o primeiro estado islâmico da Europa. O jornal “Le Figaro” já afirma que “a capital europeia (Bruxelas) será muçulmana dentro de 20 anos”, havendo um “programa confusamente simples: substituir todos os códigos civis e jornais pela lei da Sharia”. Em eleições autárquicas há partidos islâmicos que ganham preocupantes quantidades de votos. E há bairros em cidades importantes em que a polícia tem dificuldade de acesso ou nem se arrisca a tentar entrar.

Os poderes que, discretamente, apoiam os movimentos de “refugiados ou fugitivos” através do Mediterrâneo e/ou do Norte de África, pagando aos traficantes que os conduzem a pontos menos defendidos das fronteiras de países europeus mais próximos do Norte de África, não são amigos da Europa e procuram criar estas condições de confusão para depois tentar colher resultados favoráveis à sua própria estratégia de conquista.

A recente invasão de Ceuta é um caso muito claro deste fenómeno e o próprio Marrocos teve consciência disso e aceitou um acordo para colaborar muito eficazmente na devolução dos migrantes à sua origem. Compreendeu que a eficiência de uma fronteira constitui responsabilidade dos estados vizinhos. A Espanha, sem ajuda, teria dificuldade em devolver cerca de sete mil pessoas que já se encontravam em Ceuta. Mas Marrocos colocou junto à fronteira efectivos militares e policiais que foram eficientes. Curiosamente, na noite do quinto dia de perigo, houve três pontos fronteiriços que em momentos diferentes foram abordados por centenas de migrantes, mas as forças marroquinas impediram- -lhes a passagem. Estes transgressores, apesar de tudo parecer ter entrado em normalidade, eram perseverantes e queriam levar avante a sua intenção, mesmo estando em fase avançada a devolução da quase totalidade dos alvos do acordo entre os dois estados.

Essas pessoas, depois de entrarem e se anicharem o melhor possível em áreas com alguma segurança, exigiriam apoios de vária espécie e poderiam vir a ser elementos de luta aproveitados por colonizadores islâmicos e, entretanto, contariam com a protecção de amigos ou de ingénuos caridosos que atacariam habitantes locais, como sendo os maus e desumanos sem caridade nem humanidade.

Devemos recordar a acção dos nossos navegadores, durante os descobrimentos, com a diferença de que eles iam dilatar a fé religiosa católica e hoje há menos receio de usar a força e para isso dispõem de muitos apoios, mesmo entre extremistas locais inocentes e ingénuos. Vejamos o que se passa entre Israel e os palestinianos e as versões nos órgãos de comunicação locais, havendo muitos europeus que esquecem que Israel tem agido em sua defesa contra ataques que sofreu e acusam-no de violência contra os que lhe atacaram o território, as pessoas e os haveres, ignorando que violência gera violência e que esta tem o dom de obter dissuasão, contenção e desmotivação.

O melhor resultado será obtido evitando misturas e que sejamos incomodados por pessoas estranhas, com tradições, hábitos e religiões diferentes de que não querem separar-se e que nos querem impor a todo o custo, sem o mínimo respeito pelo ambiente que encontram.

Não trazem o objectivo de respeitar mutuamente os direitos humanos, nem procurar ambientar-se para serem felizes, sem lesar os seus aceitantes. ■


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sexta-feira, 28 de maio de 2021

ESTRUME É MAIS POSITIVO DO QUE NEGATIVO

 (Public em DIABO nº 2317 de 28-05-2021. Por António João Soares)

  Há quem fale de estrume como se isso fosse lixo. Mas tem sido muito exaltada a importância da agricultura no desenvolvimento económico do país, pelo valor das exportações dos seus produtos. Ora os produtos da agricultura precisam de fertilizantes e o estrume é o mais importante e, há poucas dezenas de anos, era o único, quando não havia máquinas e os agricultores tinham juntas de bois para puxarem os transportes, o arado, a charrua, a grade, etc. Tinham porcos para a matança pelo Natal, galinhas, coelhos, cabras, etc. O estrume era formado com a mudança das suas lojas e pocilgas e devidamente acondicionado para fertilizar os terrenos por altura das sementeiras. Só mais recentemente, as tecnologias e o aparecimento dos adubos, tornaram dispensáveis os estrumes naturais. Um desses inconvenientes, e grande, foi ter deixado de ser necessário roçar os pinhais para obter o fertilizante natural para os terrenos e, por outro lado, ter as matas cheias de mato que é alimento para os fogos florestais, que as devastam durante o Verão.

 Se o governante que usou agressiva e ofensivamente a palavra estrume conhecesse o valor de tal fertilizante, não usava o seu nome senão como sinal elogioso, de valor. Enfim, que o seu colega da agricultura lhe explique o valor de tal fertilizante e dos que o substituíram, para desenvolver tal sector económico, o mais fidedigno da nossa economia.

Além de mostrar desconhecimento do que atrás ficou dito está a descortesia usada por alguém que, ocupando um cargo que exige comportamento exemplar, alambazou-se com uma palavra que para fugir à vernácula de cinco letras usada pelos carroceiros entre si, não deixou de ser interpretada pela intenção de quem a disse. O povo não dorme embora tudo seja feito para que não abra os olhos perante muita asneirada que é praticada diariamente em prejuízo dos cidadãos, sendo sempre mais atingidos os mais carentes de apoio e segurança, porque os mais poderosos, os tubarões, os donos de tudo isto, podem viver principescamente a seu gosto, sendo praticamente imunes à Justiça, que devia ser igual para todos, mas tem as suas fraquezas, recentemente muito evidenciadas.

Mas, ainda a propósito do estrume e do abandono das matas depois de a tecnologia deixar os agricultores menos interessados na limpeza dos pinhais, seria interessante que os governantes mais ligados às realidades do interior do território criassem um sistema educativo, de difusão de informação sobre os cuidados a ter com os terrenos não cultivados, por forma a evitar-se a catástrofe destruidora de vegetação e de madeiras e o desgaste das culturas que deixam de ser tão produtivas como seria desejável.

Se a indústria contribui muito para as exportações, a agricultura também merece a melhor atenção e deve ser aproveitada para melhorar a erudição de quem a pratica, com vista à procura dos melhores resultados, não apenas para o seu resultado mais avantajado, mas também para a melhoria das condições ambientais. Será vantajoso para o turismo a passagem de autocarros por estradas ladeadas por belas florestas, com árvores bem tratadas e prometedoras de boas madeiras, em vez de florestas virgens de onde não emana beleza.

Mas isso não acontecerá por acaso, precisando de formação de jovens agricultores e de técnicos sobre a prevenção de incêndios que, nas horas vagas, estejam ao corrente das habilidades necessárias para o desenvolvimento de Portugal na sua natureza vegetal e abastecedora de celeiros. A valorização de técnicos agrícolas, não impede que entre eles apareçam escritores, artistas e até valiosos políticos que defendam as realidades criadoras do engrandecimento de Portugal, por estarem em contacto com as realidades naturais, mais enriquecedoras do que o vil metal.

Que não nos falte o “estrume” que fertilize as nossas mentes, para respeitarmos os melhores valores de ética.


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sexta-feira, 21 de maio de 2021

A DEMOCRACIA DEVE SER TONIFICADA

(Pulic em DIABO nº 2316 de 21-05-2021, pág 16.Por António João Soares)

 Tem havido muitos pensadores a temer o risco de as democracias actuais estarem em degradação e poderem tender para a extinção, dando lugar a regimes autoritários, com prejuízo dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Há casos em que estes não reagem de forma eficaz porque são controlados, de forma progressiva, de maneira a não se aperceberem da evolução do sistema de ensino, da justiça social, das prioridades e dos “cuidados” da Comunicação social em troca de subvenções a órgãos que se mostrem mais “politicamente correctos”, etc..

Como disse Ursula Von der Leyen, “o bom entendimento tem vantagens”. Mas isto é verdade quando esse entendimento resulta de um diálogo livre, sem pressões ou constrangimentos entre as partes e estas estão devidamente preparadas para analisar o problema em questão, em todos os seus aspectos, causas, factores condicionantes e resultados previsíveis.

O bom entendimento entre Governo e os cidadãos ficou bem evidente nas manifestações populares a Angela Merkel, durante vários dias por toda a Alemanha, quando cessou, por sua iniciativa, as funções de chanceler do país, que exerceu durante 16 anos. Pessoa simples sem vaidade, não se prestando a imitar modelos de beleza, sem carro, sem empregada doméstica. E sem dar tacho a familiares ou amigos e sem se prestar aos pecados tão generalizados em políticos. Tal modelo de seriedade, ficou bem patente na despedida que o povo lhe fez espontaneamente, ao deixar as funções.

O antigo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker considera que “não se pode construir uma União Europeia harmoniosa sem cuidar das questões sociais”. Estas constituem encargo dos respectivos países e só com boa governação de cada um destes se pode obter êxito para a UE.

A democracia aceita as liberdades de opinião e a existência de partidos com pontos de vista diferentes na forma de defender os interesses nacionais, mas estes devem ser definidos coletivamente, para que devam ser aceites por todos os cidadãos e constituam objectivo comum a conquistar para um melhor futuro da Nação, isto é, do conjunto de todos os cidadãos. Um governo de democracia, deve ter como preocupação prioritária a segurança, a saúde, o esclarecimento de todos os seus cidadãos. Para isso deve ter o cuidado de conhecer as condições de vida existentes em todas as partes do território e, em caso de dificuldades, deve dialogar para decidir, com realismo e eficácia, as soluções a adotar.

Actualmente, estamos perante as medidas a tomar na superação da crise provocada pela pandemia. O problema mais gritante é o combate à pobreza que tem alastrado por toda a classe mais desfavorecida e já abrangendo também parte da classe média, exigindo um maior e mais ágil suporte social. Este suporte deve comportar acções do Governo, da Assembleia da República, das Câmaras Municipais e, também, de ONGs com vocação e experiência em assuntos de apoio social. Deve também incluir apoio da classe civil não organizada, de cidadãos com disponibilidade financeira suficiente e vontade de colaborar.

Um dos factores negativos a que convém fazer face é a aversão à História Pátria e aos monumentos dedicados a datas e pessoas que nelas se distinguiram. Todos nascemos no nosso solo pátrio, herdámos as mesmas tradições e cultura, usufruímos o mesmo idioma e partilhamos o mesmo presente. Devemos compreender as condições ambientais em que os antepassados viveram, embora, no nosso dia-a-dia, apliquemos as lições aprendidas da história, repetindo o que houve de bom e evitando o que consideramos errado.

O facto de termos tal herança comum acarreta uma responsabilidade, de todos termos de nos respeitar mutuamente e merecermos a garantia colectiva do pão de cada dia, o abrigo familiar e a esperança do amanhã, que deve ser ministrada, para os mais necessitados, por adequados organismos estatais. ■


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domingo, 16 de maio de 2021

MAIS ATENÇÃO AO INTERESSE NACIONAL

Mais atenção ao interesse nacional!

(Public em DIABO nº 231 de 14-05-2021, pag.16. Por António João Soares)

 A Ministra da Justiça confessa que já notou a “percepção geral de ineficiência da Justiça”. É pena que não tivesse visto há mais tempo e que não tivesse tomado medidas correctivas adequadas e eficazes.

Cita vários aspectos que necessitam de alteração, como muitos processos de grandes dimensões que se arrastam ou borregam durante demasiado tempo e a Justiça, que devia ser rápida, acaba por demorar muito e faz perder prestígio e boa imagem perante o povo, que devia olhar para ela e os seus agentes com maior respeito e confiança.

A demora dos processos deve ser reduzida ao mínimo possível, a fim de a pena ser sentida como efeito do acto cometido, a fim de a população sentir o poder dissuasor, noção de que as acções incorrectas devem ser evitadas para se evitarem as penas legais. E, apesar de a Justiça ser representada com os olhos vendados, têm surgido casos que mostram que os réus de colarinho branco são alvo de tratamento diferente do que pessoas simples, perante casos mais modestos.

Infelizmente, em muitos outros ministérios também se passam fenómenos que demonstram que os seus responsáveis não têm verdadeira consciência de que a sua função primordial é defender os interesses nacionais, isto é, da nação, que é igual ao somatório dos cidadãos. Mas ignoram as pessoas e a sua aspiração de segurança e felicidade, pensam apenas nelas para lhes sacar o máximo e, depois, gastam o dinheiro dos impostos de forma irresponsável em assuntos alheios aos benefícios colectivos da nação. Se a Justiça pode ser criticada por só agora ter tido tal percepção, a maioria dos ministros ainda não se apercebeu que realmente ainda não obteve a verdadeira noção de que lhes falta a consideração e o respeito das pessoas que dependem das suas decisões. Acima de tudo devem colocar o respeito pelas vidas humanas, mas todos os dias surgem notícias que desmerecem os governantes da confiança e respeito da generalidade dos cidadãos.

Os altos cargos devem ser desempenhados por pessoas, com formação moral e técnica adequada, com experiência de relacionamento social e técnico que lhes permita agir com a máxima eficiência e preparar com oportunidade as respostas globais e as de pormenor adequadas a cada caso em cada momento.

A justiça social e a Justiça são iguais para todos e dependem de um órgão de poder soberano independente, isento e imune a pressões vindas de fora, de pessoas com poder financeiro que procuram benefícios materiais lesivos da maioria dos cidadãos.

Uma conceituada jornalista de um semanário dizia que um determinado ministro “não decide nada que não se transforme numa sucessão de erros e mais erros”. E interroga como está ainda em funções e não foi já mandado veranear? Errar é humano, mas os governantes consideram-se acima de qualquer humano e isso devia ser motivo para serem mais cuidadosos nas suas decisões, a começar pela escolha dos seus colaboradores e conselheiros mais directos, a fim de serem mais apoiados para evitar erros.

Um caso muito visível e discutido pelas pessoas do interior é o da prevenção dos incêndios florestais. Há quem aconselhe a organização da floresta à semelhança da Galiza, mesmo a Norte da nossa fronteira, com a quadrícula formada por aceiros que, em caso de surgir um incêndio num local, não pode alastrar porque o aceiro, estando liberto de combustível, impede a sua continuação.

Há também quem sugira uma rede de postes elevados com sensores que localizem qualquer pequena chama e as imagens recolhidas por dois ou três e transmitidas, com as respectivas direcções, ao posto mais próximo da Protecção Civil permitem a saída imediata de uma viatura de bombeiros, que pode apagar a chama com pouca água. Esta solução serviu de tema na tese de mestrado de um senhor que trabalhava num restaurante próximo da estação da CP do Estoril. Não me consta que já tenha começado a ser aplicado. ■

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sexta-feira, 7 de maio de 2021

A DEMOCRACIA ESTÁ EM EROSÃO

(Public em DIABO nº 2314 de 07-05-2021, pág. 16. Por António João Soares)

Vários pensadores, ao debruçar-se sobre as realidades ocidentais nos aspectos político-sociais, não escondem o receio de que o futuro seja muito difícil. Já há quem preveja que a Europa esteja em vias de ser ocupada e há muitos que encontram sinais claros de que as democracias estão a deixar-se arrastar para ditaduras. Devido à impreparação de governantes frágeis que se deixam dominar por pressões de pessoas alheias aos interesses nacionais, isto é, dos cidadãos que constituem as suas nações, e sobrepondo à defesa das pessoas que dependem de si, a ambição pessoal de riqueza, poder e vaidade.

Perante isto, um grupo de militares franceses já fora da actividade (vinte generais, cem oficiais superiores e mais de mil soldados) escreveram uma carta aberta ao Presidente Macron, considerando que o momento é sério e o país está em perigo e que, mesmo aposentados, não podem ficar indiferentes, nas actuais circunstâncias, ao futuro da sua Pátria, com tão bela história e ricos monumentos, pela qual cumpriram as obrigações que lhes foram atribuídas.

A sua bandeira contém as palavras Honra e Pátria. Mas constatam que a honra nacional está com sintomas de desintegração que infecta a Pátria que sempre serviram e que deve ser honrada por todos os seus cidadãos e, principalmente, pelos que têm esse dever em todos os actos da sua função.

A ideia de anti-racismo avança com o único objectivo de criar mal-estar e ódio entre as comunidades, impulsionado por apoiantes odiosos e fanáticos que falam de racismo, indigenismo e teorias anticoloniais, como ponto de partida para uma guerra racial. Pretendem dissolver o país com as suas tradições e cultura, com o seu passado histórico. 

A discriminação com o islamismo e grupos suburbanos, com aversão à polícia, materializa intenção da separação de muitas parcelas, permitindo-lhes comportamentos alheios às tradições de unidade nacional, embora as leis nacionais devam ser cumpridas em qualquer lugar e por qualquer cidadão. Têm sido detectados indivíduos infiltrados encapuzados a vasculhar empresas e a ameaçar as forças policiais. A violência está a aumentar dia a dia.

Os cidadãos que lideram o país nos diversos graus da função pública devem, forçosamente, obter a coragem necessária para erradicar os perigos que esta deterioração e degradação está a acarretar. Há que aplicar as leis existentes, sem hesitações nem fraquezas. Não devemos ficar fechados pela força da opressão em silêncios arriscados e culpados. Todos devemos dar a melhor colaboração às autoridades da segurança, para que esta cumpra da forma mais eficaz a sua missão, sem receios nem hesitação.

As autoridades não devem adiar as medidas repressivas adequadas, porque a situação é grave, o trabalho é gigantesco e não se pode perder tempo, para não se dar oportunidades ao inimigo de se reforçar e tornar mais activo e eficaz. O povo, as forças de segurança e as forças militares devem estar disponíveis para apoiar políticas que tenham por clara finalidade a salvaguarda da Nação, das pessoas.

Por outro lado, se nada for feito, a frouxidão continuará a espalhar-se na sociedade, acabando por causar uma explosão e a intervenção de militares e polícias na perigosa e difícil missão de proteger valores nacionais e salvaguardar vidas de cidadãos no território nacional, será muito complexa, por se assemelhar a uma guerra civil. As autoridades governativas não podem adiar nem agir com meiguices em casos de violência contra os seus cidadãos. Se não se conseguir evitar a violência, esta acabará com o actual caos crescente, mas com o alto custo de muitas vidas de cidadãos, o que será da responsabilidade dos actuais governantes que não conseguiram evitar a tragédia.

Em democracia, o governo deve respeitar o povo com transparência e informação adequada para que este actue correctamente, com confiança e respeito. ■


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sábado, 1 de maio de 2021

COMO RECUPERAR A NORMALIDADE DEMOCRÁTICA

(Public em DIABO nº 2313 de 30-04-2021 pág 16 por António João Soares) 

O Chega, com os votos adquiridos nas eleições presidenciais, assustou o PS que estava a agir contra a normalidade democrática, com o esbanjamento do dinheiro público em benefício dos muitos ocupantes de cargos públicos desde o governo megalómano, aos observatórios e outras invenções, camufladas apenas com vantagem para os “boys” e as “girls” sem capacidade para obter emprego normal, e o “deixa andar” da lavagem de dinheiro e da corrupção e outras irregularidades toleradas por juízes das simpatias dos notáveis afeiçoados ao PS.

 Esse susto agravou as dificuldades da democracia e, agora, com a numerosa manifestação nacional, em Lisboa em 18 de Abril, contra a pretendida ilegalização do partido do deputado André Ventura, o sobressalto tornou-se mais desagradável para o PS. Realmente tal partido, com o seu índice de engrandecimento, pode alterar de sobremaneira o actual regime, pressioná-lo a combater a corrupção e evitar o esbanjamento do dinheiro público, saído dos bolsos dos cidadãos mais desfavorecidos.

Mas que solução menos má pode ser aplicada pelo actual poder para garantia de melhor segurança da população, nos seus direitos, liberdades e garantias?

À falta de melhor, será preferível deixar o povo decidir sobre a continuação do Chega. Já chega de tanto esbanjamento do dinheiro sacado aos cidadãos com a vida mais difícil e mais desprotegidos das “amizades” dos donos do poder, que o aplicam em benefício de novos-ricos e do maior enriquecimento daqueles que já o eram e viviam principescamente.

Não é por acaso que o PR considera que “já se esperou tempo demais para criminalizar o enriquecimento injustificado”.

Já há quem compare o regime de Costa à actual anormalidade da Venezuela. Mas se a intenção de ilegalizar o partido de Ventura for para a frente, há que temer a reacção popular que pode ser violenta. Nada dura sempre e a sonolência tolerante e o despertar forçado podem produzir demasiados estragos.

A prudência aconselha ao cumprimento das boas regras de ética, da moral, do civismo, traduzidas no devido respeito pelas pessoas que constituem a nação multissecular.

A manifestação em apoio do Chega foi mantida em bom recato o que mostra a qualidade de educação dos seus simpatizantes. Mas, se o partido for ilegalizado, depois de terem sido permitidos pequenos partidos que não se apoiam em perfeita organização, nem conseguiram suficiente apoio popular, nem líderes eleitos por significativa quantidade de votos, então, será de recear uma reacção violenta, proporcional ao vasto apoio popular de dia 18.

Como observador independente e neutro, tenho verificado que o líder do Chega tem dado provas suficientes do seu valor como representante dos cidadãos, bom analista de várias situações preocupantes, sem promessas, nem fantasias exageradas, evidenciando valor para defender e liderar muitos portugueses.

Os votos obtidos nas eleições presidenciais e a quantidade de pessoas de todo o país que participaram na manifestação constituíram uma expressão muito significativa.

As diferenças de ideologias e mesmo de simples opiniões devem ser convenientemente conduzidas por argumentação civilizada, de forma educada, orientada para o interesse nacional, em vez de violências, mesmo que apenas verbais. Do diálogo podem ser aproveitadas ideias positivas que contribuam para um futuro mais agradável para os cidadãos poderem beneficiar de segurança, progresso e justiça social. Em suma, para o desenvolvimento do país dos pontos de vista económico, cultural, social e outros.

Cada português tem o sublime dever de contribuir para um Portugal melhor e este texto, como muitos outros que já publiquei, procura contribuir para tal objectivo. O somatório de opiniões dos bons portugueses, se bem aproveitadas são um manancial inesgotável para a definição da rota estratégica para uma boa recuperação da nova imagem do país que, em tempos idos, “deu novos mundos ao Mundo”. ■


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