sexta-feira, 12 de maio de 2023

RESPEITABILIDADE DE POLÍTICO

(Public em  DIABO nº 2419 de 12-05-2023. pág 16, por António João Soares) 

É certo que errar é humano, mas não é desejável e os políticos que assumiram cargos de responsabilidade perante os cidadãos devem ser cuidadosos a fim de merecerem o respeito de todos.

Infelizmente, a generalidade dos políticos mais em evidência pelas altas funções que assumiram, exageram no desempenho em quantidade de erros e ausência de medidas propensas ao desenvolvimento da economia e da segurança da população por forma a merecerem o respeito geral dos cidadãos. Muitas vezes, evidenciam falta de conformidade com o interesse nacional para um futuro melhor, de realismo com conhecimento das naturais necessidades de preparar um futuro melhor para a recuperação dos momentos históricos da grandeza nacional que o país já teve desde há muitos séculos.

As incertezas são sinal de falta de formação, de observação daquilo que se passa, do amor pela verdade, da solidariedade, do sentido da responsabilidade e de outros valores que constituem a base da respeitabilidade a que a função dá direito, quando bem desempenhada. O detentor de um cargo político deve ser apreciado pela qualidade das suas acções e decisões e não por promessas irrealizáveis ou gabarolices infundadas ou por viagens dispensáveis que só reduzem o erário público. A realidade tem mostrado que não é o enriquecimento pessoal que torna a pessoa mais respeitável, mas sim as acções e os actos realizados. Já assisti a conversas em que alguém elogiava um político como merecedor de voto e logo uns ouvintes perguntavam quais os feitos ou as obras por ele realizados para benefício nacional, reduzindo a pobreza, melhorando a preparação dos jovens para poderem ser futuros governantes, tornando mais eficaz o funcionamento da saúde e da justiça, etc.   

Os portugueses, apesar das limitações da comunicação social que se limita ao futebol e outros aspectos de habilidosas, infantis e desonestas tentativas de desviar as atenções para manigâncias e actos menos legítimos de encarar a vida nacional na perspectiva de obter um futuro melhor, vão despertando para as realidades nacionais. Há quem repare que os governantes estão mais interessados na manutenção do poder do que no desenvolvimento económico do país. Pouca atenção tem sido dada à corrupção, à Justiça, à Saúde, à Educação e conjugação destes e de outros sectores fundamentais para o nosso melhor modelo de desenvolvimento, com aproveitamento de todos os recursos existentes. Impõe-se, para breve, uma perfeita estratégia nacional com vista ao desenvolvimento perante a actual situação global em que Portugal não deve ser deixado abandonado ao empobrecimento da população e ao apodrecimento do dito funcionamento do governo.  

Acções como um governante afirmar uma situação brilhante agora e, passado pouco tempo, afirmar o contrário não favorece merecimento ao respeito que os cidadãos lhe devem ter. Deve haver comportamento que mereça o respeito e o apreço, para o que é indispensável uma sequência racional e inspiradora de confiança e de esperança. Em situação normal tudo deve ser previsível e coerente. As alterações relacionadas com as mudanças originadas pela evolução devem ser previsíveis através da estratégia da inovação anunciada e comunicadas de forma clara e compreensível pelos meios tradicionais. As mudanças vão ser muito variadas devido ao acompanhamento da evolução da inteligência artificial que está sendo implantada e a que Portugal terá de aderir para não ficar mais diminuído no conjunto mundial. Para isso tem que haver preparação cultural, actualizada segundo o rigor mais conveniente a fim de não sermos explorados por uma qualquer habilidade menos adequada.

Essa vocação para o respeito deve condicionar a orientação do voto em eleições, ao invés de mentiras aliciantes.


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