Recebido por e-mail de entidade identificada. Ajuda a compreender a situação da Câmara Municipal da capital.
Pedro S. Guerreiro
Director do Jornal de Negócios
O caos financeiro da Câmara de Lisboa está finalmente no centro de um debate eleitoral. Não porque os candidatos se tenham tornado subitamente mais responsáveis. Mas porque Lisboa chegou ao grau zero da indigência contabilística. Porque hoje existe uma lei das finanças locais. E porque o líder nas sondagens foi o autor dessa lei.
Sem o problema das finanças autárquicas resolvido, Lisboa não tem qualquer futuro. Só passado. E o passado é tenebroso. Nem é preciso explicar porquê. O país inteiro aprendeu já, à custa de impostos e de desemprego, que sem finanças públicas saudáveis não se faz nada. Em Lisboa não é diferente. Só que pôde ser adiado. E adiar soluções significa piorar o problema.
O passivo duplicou em cinco anos: 2.382 euros por munícipe. Juros: 30 mil euros por dia. O problema está não tanto no que se deve à banca mas aos fornecedores. A tesouraria está vazia. Os investimentos têm receitas abaixo do previsto. Os planos de desinvestimentos (no imobiliário) não são cumpridos. As suspeitas de corrupção estão no Ministério Público.
Quando Manuela Ferreira Leite limitou o endividamento autárquico, referia-se a todo o passivo. O seu primeiro-ministro Durão Barroso desautorizou-a e decidiu que o garrote se aplicava apenas à dívida bancária. O desvario transferiu-se para os "leasings", "factorings", fornecedores, parcerias público-privadas. Ferreira Leite quis que o limite ao endividamento funcionasse para as câmaras como o tecto do défice de 3% funcionou para o País. Mas como não houve Comissão Europeia para as câmaras, muitas delas precisam agora de um FMI. De alguém que entre por ali adentro, viabilize empréstimos e controle a sua aplicação.
O FMI é, neste caso, o Ministério das Finanças. António Costa já disse que, se ganhar, vai requerer ao Governo um "contrato de saneamento": Lisboa precisa de um contrato de reequilíbrio financeiro. O Governo descongela o endividamento bancário da Câmara, que começa a pagar dívidas aos fornecedores; em troca, a Câmara fica sob forte vigilância do Governo, terá de prestar contas, aumentar taxas, tarifas e derramas, não poderá aumentar despesas com pessoal nem despesas correntes. Foi assim com Setúbal (que já incumpriu, sem punição, o acordo) e com o Marco de Canaveses (que renegociou). Também Ourique, Gouveia e Guarda estão perto de pedir socorro.
E Lisboa. Se ganhar, Costa negociará com o seu antigo colega de Governo uma viabilização financeira. Aplicará a lei de finanças locais que desenhou. E terá de aceitar a redução de freguesias, que defendeu enquanto ministro. Nada disto é por voluntarismo, é por necessidade. Cheira a dinheiro em Lisboa. Não é à toa que o candidato do PS reúne tantos apoios. Não é apenas Júdice que vira o volante. Há na comissão de honra de Costa empresários, gestores e banqueiros que nunca devem ter votado à esquerda na vida.
Pedro S. Guerreiro
Director do Jornal de Negócios
Moçambique: assim se vê a força do PC
Há 40 minutos
6 comentários:
Mas se o António Costa diz que a CML está rica, é rica, qual é o problema?
E porque é que são tantos os interessados aos tachos?
Porque os tachos continuam garantidos, alguém tem dúvidas?
Eles querem lá saber dos problemas das pessoas!
Só os optimistas incorrigíveis é que podem ter alguma esperança.
Ouço neste momento JS... cândido, seráfico...
Não se passou nada, não aconteceu nada, ninguém sabe nada...
Que disparate!
E a troca de galhardetes (acusações) ainda agora começou...
Mas eles hoje estão todos na ribalta à custa da CML.
Prebendas, meu caro João, alguém as nega?
Um abraço
Cara Meg,
É essa a realidade. Todos se dizem
sacrificados para servir o povo.
Mas, na verdade, todos se servem a si próprios com o sacrifício do povo que tem de pagar os erros deles. Não estou a dizer mal de um ou outro: são todos iguais. Eles criam o défice, continuam a receber as suas prebendas e o povo, todos nós, é que temos de apertar o cinto.
Têm dado sobejas razões para não termos por eles qualquer tipo de consideração.
Beijinhos
João
Uma achega:
- Se o Min Defesa tem tanta falta de dinheiro, porque é que o IASFA não vende o seu património imobiliário? Existem cerca de 1.500 fogos, distribuidos pelos 3 ramos das FA, a cair aos bocados.
Talvez seja um assunto a abordar. Tente contactar a AMOSCAFA (Associação de Moradores das Casas Sociais das Forças Armadas), tel 219387631.
Caro Peter,
Obrigado por essa achega de quem está dentro do assunto ao pormenor. Ela aqui fica com o devido destaque, para quem tiver poder de influência a explorar de forma positiva. Assim se acabaria muita injustiça que se vem arrastando.
Um abraço
Está tudo rico de dívidas, essa é que é a verdade!
No entanto existem tantos milagreiros a candidatarem-se a LISBOA...
Em Braga se precisarem de uma casa da Bragahabit, empresa municipal de habitação social, não têm, pois entregam as casas a ciganos que vêem para Braga porque aqui lhes dão TUDO!!!!!
Depois essas casas são vistas com grades por todo o lado. A insegurança é enorme por aqueles lados,as carrinhas com produtos contrafeitos e outros sem facturas amontoam-se por ali, mas ninguém os fscaliza!!
Já alguém viu a ASAE levar uma operação de apreensão em Braga?Não é por nunca cá terem vindo...quem avisará os senhores ciganos nos dias das fiscalizações??????
Não acredito mais nesta democracia da treta!
Portugal caro João Soares, não precisa de velas em Fátima, como me pediu, eu compreendio-o muito bem, precisa é que se "retirem os cravos das G3".
Abraço
MR
Parece que esse divórcio entre as G3 e os cravos já esteve mais distante, mas não tenho dúvidas que dessa vez haverá muito sangue porque não haverá organização militar a controlar a violência, e nesse momento o poder cairá na rua, caoticamente, sem regras nem contenção da força. Nem a «bela» lei das armas vai impedir que isso aconteça da pior forma. Seria bom que este meu receio nunca se transformasse em realidade.
Um abraço
A J S
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