quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Austeridade não é a melhor solução

Na sequência de vários posts que mostram os inconvenientes da austeridade para a economia, por acentuar a recessão, sendo preferível o investimento produtivo e os incentivos à actividade económica, surge agora um artigo referente a uma entrevista do Presidente francês sobre o tema, de que se transcrevem três parágrafos:

O Presidente francês, François Hollande, dirigiu-se "aos espanhóis e aos portugueses, que estão a pagar caro por desavenças de outros". "Chegou a hora de lhes dar uma perspectiva que não seja apenas a da austeridade”, defendeu numa entrevista concedida no Palácio do Eliseu a seis jornais europeus.

No encontro com os jornalistas, Hollande declarou que “não é possível, para o bem comum, impor uma prisão perpétua a algumas nações que já fizeram sacrifícios consideráveis, se os seus povos não vêem, em momento algum, os resultados desses esforços”.

“Estou convencido de que, se não dermos um novo alento à economia europeia, as medidas de disciplina, por muito desejáveis que sejam, não poderão traduzir-se em nada”, sublinhou o Presidente francês. A frase que proferiu para rematar esta parte da entrevista pode mesmo vir a tornar-se num novo slogan: “A ameaça da recessão é hoje tão importante como a ameaça dos défices!”


Com todas as referências feitas às hipóteses de solução para a crise, fica mais compreensível a posição do CDS/PP:

«Várias vozes com destaque no CDS-PP vieram a público criticar a proposta de Orçamento entregue na segunda-feira na Assembleia da República pelo Governo. E há até quem defenda o chumbo do Orçamento do Estado (OE). É o caso de José Manuel Rodrigues, vice-presidente e líder do partido na Madeira.» «"O CDS-PP deve chumbar o Orçamento do Estado e daí tirar todas as consequências políticas", defendeu Rodrigues na terça-feira.»

«Paulo Portas ainda não se pronunciou sobre o OE e sobre esta nova crise na coligação, nem há ainda uma posição oficial do partido.»


Daqui parece concluir-se haver perspectivas de crise política por rotura da coligação o que tem inconvenientes mas, a longo prazo, pode evitar males maiores. Vale mais uma cirurgia oportuna mesmo que dolorosa do que a morte por gangrena ou septicémia. Numa sociedade ou coligação não se pode estar por sacrifício ao outro, mas na união da procura de soluções consensuais. No presente caso parece haver uma posição coerente com os pareceres mais sensatos mas que é oposta a outra assente apenas na teimosia «custe o que custar, antes quebrar do que torcer» mesmo que com o sacrifício da maior parte dos portugueses.

Como seria bom para o País se fosse dada atenção aos 3º e 4º parágrafos do post Agora mostrem quanto valem !!!

Imagem de arquivo

2 comentários:

Utópico disse...

Portugal está literalmente à deriva

http://utopiarealista.blogspot.pt/2012/10/pais-deriva.html

A. João Soares disse...

Caro Utópico,

E é pena.
É o custo de termos um «povo sereno» que tudo consente sem reclamar de forma eficaz. E, no momento de votar, vota em pessoas de que nada sabe. Pessoa consciente não vota numa lista de que não conhece os seus componentes.

Todos os comportamentos dos políticos, salvo eventuais excepções, mostram que entram nestas aventuras sem a preparação mais conveniente e apenas com o objectivo do enriquecimento rápido por qualquer forma.
E, quando o mar bate na rocha quem sofre é o mexilhão, neste caso os cidadãos mais carentes e menos protegidos.

Abraço
João