Marcelo diz que Gaspar «perdeu larguissimamente a credibilidade» e tornou-se uma espécie de "astrólogo". Mas um mau astrólogo porque quer fazer crer que as suas previsões são rigorosas e científicas mas raramente acertam. Já em 27 de Abril do ano passado se mostrou preocupado com desemprego, o que demonstrou que, na preparação da sua decisão de instituir a austeridade, não se apercebeu que ela ia reduzir o poder de compra, diminuir a actividade económica, gerar encerramento de empresas e aumento do desemprego. Tinha olhado, com baias apertadas para a calculadora e não reflectiu nas respectivas implicações nos diversos factores sociais interligados com o fenómeno que criou.
Infelizmente, no Governo, não foi o único a sofrer da mesma miopia e teimosia obsessiva e, apesar de palavras fantasiosas tipo astrólogo, não surgem no horizonte sinais de melhores tempos para a vida dos cidadãos. E não surpreendem palavras como as de Daniel Bessa que diz «estamos todos a evitar anunciar a bancarrota”, ou as de Seguro quando diz que "coisas vão de mal a pior".
Mas embora «previsões sejam apenas previsões» e palavras de político sejam apenas isso, as pessoas não vêm nada a que se possam agarrar para não se afogarem como náufragos sem boia de salvação. E governar é, segundo a ciência política, procurar bem-estar, em todos os aspectos, para as pessoas, para os cidadãos (não apenas os que fazem parte das amizades, cumplicidades e conivências com os detentores do Poder).
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Boas-Festas
Há 2 horas
8 comentários:
Caro Soares,
A realidade nacional e europeia é esta. Muito difícil. E aquilo porque estamos a passar foi negociado pelo governo anterior com a troika. Está no memorando. Governo esse que nos conduziu ao descalabro. Quando não há dinheiro todos ralham e ninguém tem razão. Seguro está a ser demasiado populista nas afirmações que faz. Não faria de outra forma. Teria de ir buscar o dinheiro de uma forma ou de outra aos contribuintes. Veja-se Hollande na França cujo país está falido e terá de implementar cada vez mais medidas duras de corte na despesa.
Quanto a Marcelo faz parte do naipe de comentadores de serviço que nunca fizeram nada pelo país porque nunca se conseguiram afirmar na política activa. Dispara em todas as direcções. É para esse espectáculo que lhe pagam a ele e a outros. Teixeira dos Santos foi mais certeiro do que Gaspar... por isso andamos a contar os cêntimos...
Cumpts
Caro Mário Relvas,
Não gosto de discutir lutas clubísticas nem partidárias nem entre religiões. Portugal, desde há 39 anos tem sido vítima de maus políticos e o caso mais gritante foi a má utilização do dinheiro dado pela CEE que era destinado a modernizar a nossa economia para entrarmos à vontade na competitividade europeia.
Há um velho ditado que diz «enquanto há vida há esperança». Mas se ficarmos de braços cruzados, aceitando tudo como se isso fosse irremediável, acomodados à espera que a sorte nos caia no prato, então isso não é VIDA e não há esperança.
E a solução que está a ser praticada não é única nem a melhor, não é socialmente justa.
Num comentário colocado há pouco no post anterior transcrevi ideias recebidas por e-mail com sugestões alternativas à austeridade.
Cumprimentos
João
Caro Soares,
Sabe que a maioria dos que dizem isso se esquivam diariamente ao trabalho e se deixam ficar reféns dos subsídios sociais até ao último minuto. Ninguém arrisca uma oportunidade numa sociedade em completa mudança. É preciso ir ao encontro da oportunidade e não esperar que ela caia do céu. Há-de-me dizer em que país do mundo, tirando os comunistas, é que é o governo que gere a economia privada. Quando muito aponta caminhos e cria mecanismos de oportunidade. Vejo os jovens a queixarem-se de tudo e mais alguma coisa -menos das noitadas- mas estão de tal forma mal habituados -culpa da sua e da minha geração de pais que os habituou ao quentinho do conforto caseiro e não os responsabiliza por nada- que não procuram a verdadeira oportunidade.
Cumprimentos
MR
A Verdadeira Oportunidade
Uma das palavras que mais maltratadas têm sido, no entendimento que há delas, é a palavra oportunidade. Julgam muitos que por oportunidade se entende um presente ou favor do Destino, análogo a oferecerem-nos o bilhete que há-de ter a sorte grande. Algumas vezes assim é. Na realidade quotidiana, porém, oportunidade não quer dizer isto, nem o aproveitar-se dela significa o simplesmente aceitá-la. Oportunidade, para o homem consciente e prático, é aquele fenómeno exterior que pode ser transformado em consequências vantajosas por meio de um isolamento nele, pela inteligência, de certo elemento ou elementos, e a coordenação, pela vontade, da utilização desse ou desses. Tudo mais é herdar do tio brasileiro ou não estar onde caiu a granada.
Fernando Pessoa, in 'Teoria e Prática do Comércio'
Caro Mário Relvas,
Essa de relacionar os subsídios com o regime comunista é uma boa piada ao regime português desde o governo de Cavaco, que não controlou bem a distribuição dos dinheiros da CEE que acabaram por enriquecer gabinetes de advogados políticos, e fazer piscinas, comprar bons carros, construir casarões, tudo menos a modernização dos equipamentos das empresa para poderem competir com as indústrias na Europa.
Quanto à moralidade do nosso actual Governo, saltou para o extremo oposto, sacou por todos os meios possíveis quanto pode aos cidadãos da classe média, reduzindo o consumo interno, levando muitas empresas à falência, e criando milhares de desempregados. O país não estava bem mas em dois anos este governo nada melhorou e, pelo contrário, tudo piorou na vida dos portugueses. Não compreendo como se pode ser cegamente tolerante para o desaforo desta equipa. Nada é explicado, não são mostrados resultados positivos para as pessoas porque não os há e, estranhamente, continuam as promessas fantasiosas, sem credibilidade porque delas estamos fartos e sem ver concretização. Há teimosia e arrogância a mais e completo desprezo pelos legítimos interesses da população, de cujo bem estar são responsáveis.
As palavras dos políticos não passam de palavras.
Quanto a oportunidades, elas devem ser tidas em consideração no estudo que deve preceder cada decisão nos termos da metodologia indicada em Pensar antes de decidir.
Cumprimentos
João
Caro João Soares,
A situação é muito má. Desesperante para quem estava habituado a que tudo fosse como foi ou era -deixou-se andar. Em Portugal as coisas não estão nada bem como é por demais óbvio. Digo que Seguro está a ser falicioso e demagogo ao afirmar que com ele tudo seria diferente. Ainda veremos -quiçá?- um governo de 3 partidos em coligação?
Resumi, muito ao de leve, na outra sua postagem, a situação europeia e portuguesa que se interligam. Uma coisa porque sempre me pautei na vida foi o de não usar palas nos olhos. Nem ser sectarista, clubista ou partidarista. Repito que a situação é muito má. E repito-me dizendo que isto seria de esperar como escrevi no outro comentário que referi atrás.
Cumpts
Caro Mário Relvas,
Neste momento, agrava-se o inconveniente de o PR ser demasiado «prudente», receoso de errar, incapaz de uma atitude mais definida, vocacionado para o «deixa andar», porque está ser inadiável uma alteração profunda do Governo, sem ser necessário novas eleições que ficam caras em dinheiro e perda de tempo.
É preciso dialogar com os partidos, retirar o Passos e nomear outro PM do PSD que formará um novo Governo com base nos dois partidos da actual coligação como propõe Freitas do Amaral ou também com recurso a elementos do PS e até de outros, para parar com as discórdias entre os partidos e todos unirem esforços para Bem de Portugal.
Se não houver mudanças deste tipo, não se pode esperar solução de quem, em dois anos, foi incapaz de acertar na solução e não tem conseguido corrigir a rota que está a conduzir PORTUGAL para o abismo, para a Bancarrota, como diz Daniel Bessa.
Cumprimentos
João
Caro João Soares,
Penso que o freitas está bem melhor das costas desde que saiu do governo de Sócrates. Será que ainda hei-de ver o Seguro no CDS?
E Daniel Bessa já conseguiria estar mais do que dois meses num governo?
Passe a ironia: deixo-lhe um abraço e um até breve porque irei estar uns tempos ausente destas andanças.
Caro Mário relvas,
Embora eivado de ironia, o seu comentário estimula meditação em vários sectores da vida nacional.
A sabedoria popular, milenária e traduzida num rico manancial de «ditados» diz que «errar é humano», o que não impede que quem uma ou muitas vezes errou possa dizer coisas correctas e possua ideias úteis para meditação e, por isso, as comunique. Os erro, se bem analisados, aperfeiçoam a experiência da vida.
Freitas, Daniel Bessa, Segu ro e Catroga poderão ter errado em alguns momentos das suas vidas, mas neles predominam capacidades intelectuais, saber e pensamento que têm sido apreciados pelos seis contemporâneos e deles têm granjeado cargos prestigiantes e respeito da parte de quem com eles trata de perto.
Por outro lado, dar uma opinião nada tem de mal numa sociedade em que há liberdade de opinião e de expressão. Errado seria impor uma opinião teimosa e arrogantemente, e não tolerar que outros possuam as suas, de tom diferente. O respeito pelos direitos dos outros é a paz. respeitai os outros tal como desejais ser respeitados.
Os políticos, salvo eventuais excepções, são todos iguais. Não merecem a nossa confiança. Mas quanto a Seguro, recordo que nos tempos dos Governos de Sócrates, se deslocava a diversos pontos do País e tomava atitudes críticas, muito coerentes e construtivas, ao Secretário do seu partido e PM, como pode ver neste blogue, se consultar os posts de 2010 e 2011. Isso não significa que tenha sempre razão, ou que coloque sempre os interesses nacionais acima das suas ambições pessoais pelo Poder.
Cumprimentos
João
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