Deve ter havido ineficiência na manutenção do avião e houve informação infantil por funcionária da TAP
Quem vai ao mar avia-se em terra. Quem vai de viagem verifica o funcionamento do carro antes de partir (níveis de combustível, de lubrificante e de refrigerante, estado das luzes, dos travões e escuta do trabalhar do motor a ver se não há falhas audíveis). Com um avião, os cuidados devem ser maiores e há equipas de técnicos responsáveis por isso. O avião não pode encostar à berma se houver avaria. Portanto, a falha do motor que semeou peças sobre zona urbana, talvez pudesse ter sido evitada se tivesse havido uma manutenção e verificação rigorosa.
Mas o caso estimula a mais reflexões. O avião, para poder aterrar sem perigo maior, andou a perder peso, queimando combustível às voltas sobre a zona densamente urbanizada de Lisboa, em vez de o fazer sobre o mar ou zona menos densamente urbanizada. O motor restante podia falhar e os habitantes sofreriam as consequências.
Sobre tudo isto ouviu-se uma vos de representante da TAP a dizer que os passageiros não correram perigo. Ora isso era uma infantilidade ou golpe de mágica, para enganar os ouvintes. Os passageiros de avião correm sempre risco que, felizmente, raramente se concretiza. Estes não puderam continuar a viagem que tinham iniciado e, se o avião tivesse caído, haveria mortes e, se o motor restante tivesse falhado, as baixas seriam graves entre os passageiros e os habitantes da área da queda. Felizmente, não houve danos pessoais, mas isso não equivale a ser dito que não estiveram em perigo.
Tais riscos estiveram na intenção de deslocar o aeroporto para fora da área densamente urbanizada de Lisboa, para a OTA e depois para ALCOCHETE. Estranhamente, o ministro da altura (Jamé), que defendia la localização na OTA e era contra a de Alcochete, disse que esta fica na outra banda, região desértica onde só há camelos. Mas o facto de ser deserto dá vantagem para reduzir os danos em caso de acidente na descolagem ou na aterragem ou nos sobrevoos para queimar combustível. Não houve lógica em tal argumento.
Imagem de arquivo
Momento cultural
Há 3 horas
2 comentários:
Caro João Soares
Penso que o aviador que falou para a TV foi desastrado ao tentar explicar as coisas. Na ânsia de se tornar credível, encheu o discurso de disparates como aquele de dizer que os pilotos portugueses são os melhores o mundo.
Quanto julgo saber, a situação que se viveu não exigia um super piloto porque todas as tripulações estão devidamente preparadas para resolver esse tipo de incidente.
Bastava ao tal aviador explicar que o avião, a partir de determinada velocidade, ainda na pista, descola e voa só com um motor.
Porém, como o motor bom pode também avariar, há que aterrar o mais depressa possível, pelo que não poderá afastar-se muito do aeroporto durante a largada de combustível.
Muito mais haverá para dizer e descansar os passageiros, mas parece-me que esta pequena explicação basta.
Um abraço
Amigo Fernando Vouga,
Por vezes acontece que quanto mais se quer justificar, mais confusão se gera. Hoje, o contrário da regra clássicas que aconselhava a reduzir os problemas à expressão mais simples. Hoje pretende
-se a complicação, as palavras criadas adrede, dizer «contratualização? em vez de contratação,etc.
Estamos a caminhar para um mundo de aldrabice em que ninguém pode ter confiança nos palradores que aparecem no áudio-visual.
Abraço
AJS
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