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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Manuel Pinho o rufião do bairro

Não é fácil deixar de publicar a foto que vem em todos os jornais, mas não ocuparei espaço com ela, por tais porcarias «insólitas e lastimáveis não merecerem demasiada atenção. Porém não se pode deixar de reflectir sobre o que representa a atitude indecorosa de um membro do Governo (terceiro órgão de soberania) na sede do Parlamento (segundo órgão de soberania) e num momento de grande solenidae e interesse para o País e para o Governo por estar a ser analisado o «Estado da Nação». Se os governantes não respeitam quem está acima de si na hierarquia do Estado democrático, mesmo em acto oficial, protocolar, como pode querer que alguém o respeite?

Manuel Pinho comportou-se em local que lhe exigia respeito, como um vulgar carroceiro entre iguais, como o rufião que quer mostrar que é o «gajo mais valentão» do seu bairro. Ele que aconselhou um chefe de bancada da oposição a tomar muita «papa maizena» precisa de um espelho para ver que ele é que precisa de muita papa de farinha amparo, para ser amparado de cometer criancices despropositadas e inoportunas. Mas cada um usa e mostra o que tem, cada um diz o que sabe e age conforme a sua educação, cultura e saber.

Porém, segundo as notícias, isto é apenas a ponta do iceberg, pois os políticos não primam pela cortesia pela compostura nas palavras e nos gestos entre si, em actos oficiais públicos.
Mas este caso, embora de características mais visíveis, não é invulgar, pois a sessão legislativa prestes a terminar foi fértil em cenas de trocas de insultos e até de palavrões. José Sócrates disse a um chefe de bancada: "Senhor deputado, esteja caladinho e ouça", (repito: um deputado é elemento do órgão de soberania de hierarquia superior à do Governo). José Sócrates, em desrespeito pela organização e funcionamento do Parlamento, disse à deputada do PEV: «o seu partido é um embuste». O PM ainda ontem chamou «mentiroso e intelectualmente desonesto» a um líder partidário. Um dia disse ao mesmo líder : «o Sr deputado não tem experiência nem currículo e, no dia seguinte, circulou por e-mail o currículo do referido líder que é o infinito ao lado do zero de Sócrates. Em Março, o deputado José Eduardo Martins disse ao deputado Afonso Candal: "Vai para o c...".

Mas a lista , incluindo palavras mais ofensivas, pode tornar-se muito mais extensa, o que nos leva a perder todo o respeito pelos políticos, os tais que deixam muitos problemas graves do País sem solução mas que se unem todos para votarem a vergonhosa lei do financiamento dos partidos com «dinheiro vivo», felizmente vetada pelo PR. Perante isto o único voto que realmente merecem é o VOTO EM BRANCO.

Seguem-se links para artigos de jornal sobre este caso:

Manuel Pinho demitido em pleno debate
Manuel Pinho demite-se
Episódio não é "insólito" no Parlamento
Imagem do Governo sai afectada
As reacções à demissão de Manuel Pinho

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tiro saiu pela culatra

Transcreve-se texto de Manuel António Pina, no JN de hoje que usa da sua habitual ironia muito perspicaz, no tema actual das eleições para o Parlamento Europeu e que se integra no espírito de alguns posts recentes de que se juntam links.

Todos gratos

Estava mesmo a ver-se que o tiro da "roubalheira" do BPN e outros tiros no pé, como o da "bárbara agressão" do 1.º de Maio ou o do "PCP de Direita", iriam sair pela culatra ao "professor de Coimbra, meu Deus!".

Vital Moreira bradou (e Ana Gomes re-bradou) que "figuras gradas do PSD" estariam envolvidas na "roubalheira", no "escândalo" e na "vergonha".

Afinal, segundo se soube entretanto, parece que há também figuras gradas de outro partido - aquele por que ambos se candidataram - "envolvidas" (o que quer que isso queira dizer).
É o que acontece quando se cospe para o ar, o cuspo acaba por cair em cima do cuspidor. Em certas matérias, aconselha o bom senso que nem PS nem PSD se apedrejem, e até um professor de Coimbra, ainda por cima "meu Deus!", deveria saber que não é bom para nenhuma delas as comadres começarem a arrepelar-se uma à outra, pois acabam ambas carecas.

Ontem, Sócrates, reconhecendo a carecada do PS, agradeceu a Vital Moreira; os restantes partidos têm também razões para lhe estarem gratos. Quer a vitória do PSD quer as subidas eleitorais da CDU e do BE lhe ficam a dever muito.

Eis os links:

- Quem tem telhados de vidro...
- Prioridade errada dá mau resultado
- Votar depois de pensar
- A ética do candidato
- Qualquer mudança exige esforço
- Campanha eleitoral. Reflexões

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Embuste é ofensivo, coveiro não

Os políticos mostram carecer de civismo e de ética e, por vezes, abusam na forma descortês, como se tratam quando se sentem num palco com o apoio da plateia, ou perante a televisão vista por todo o País.

Hoje almocei com um socialista ferrenho que sente a necessidade de ostentar esse defeito (ferrenho) por pensar servir assim melhor de apoio ao filho que é deputado. Estava muito ácido por a líder do PSD ter dito que o PM é o coveiro da Pátria.

Durante a conversa houve concordância em que tais palavras foram muito duras e foi levantada a comparação da palavra «coveiro» com a palavra «embuste» com que o PM invectivou a deputada do PEV, em plena Assembleia da República.

Houve quem dissesse com ironia que a líder do PSD não teve razão porque o coveiro actua mais depressa e com mais competência. E quanto a esta última qualidade reportava-se ao anúncio na pág. 26922 do DR, oriundo da Câmara Municipal de Lisboa relativo ao concurso externo de ingresso para coveiro, cujo vencimento anda à roda de 450 euros mensais, sendo o método de selecção baseado numa prova sobre variados conhecimento relacionados com as funções. O coveiro assim seleccionado é, sem dúvida, competente e conhecedor do ofício.

Por outro lado, o embuste (mentira artificiosa, patranha, ardil, engano, enredo) a que o PM se referiu constitui uma ofensa para todos os partidos com assento na AR pois se trata de uma situação legal, à luz do pacote de regulamentações da AR, subordinadas à Constituição da República, da responsabilidade de todos os partidos.
Certamente que, apesar da liberdade de linguagem com que os políticos se mimoseiam, o PM não teria pensado nessa palavra antes de a pronunciar. Errar é humano.

Por outro lado, o PM encontrava-se numa posição de subordinação em relação à AR, aos partidos, aos deputados, pois a AR é o 2º órgão de soberania e o Governo é o 3º, e vai a S. Bento prestar esclarecimentos à AR sobre os actos da governação, carecendo de autoridade para hostilizar os partidos e os deputados da oposição. Ofensas aos juízes da parte de arguidos só têm sido vistas nos julgamentos de Avelino Ferreira Torres.

Parece, portanto não haver razões para repudiar a comparação ao coveiro por parte de quem acha natural a ofensa em plena AR a todos os partidos que aprovaram a legislação vigente que foi qualificada de embuste.

Como o País seria mais civilizado se os políticos dessem exemplos de mais civilidade, urbanidade e decoro nas suas relações em público!!!

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