Os políticos mostram carecer de civismo e de ética e, por vezes, abusam na forma descortês, como se tratam quando se sentem num palco com o apoio da plateia, ou perante a televisão vista por todo o País.
Hoje almocei com um socialista ferrenho que sente a necessidade de ostentar esse defeito (ferrenho) por pensar servir assim melhor de apoio ao filho que é deputado. Estava muito ácido por a líder do PSD ter dito que o PM é o coveiro da Pátria.
Durante a conversa houve concordância em que tais palavras foram muito duras e foi levantada a comparação da palavra «coveiro» com a palavra «embuste» com que o PM invectivou a deputada do PEV, em plena Assembleia da República.
Houve quem dissesse com ironia que a líder do PSD não teve razão porque o coveiro actua mais depressa e com mais competência. E quanto a esta última qualidade reportava-se ao anúncio na pág. 26922 do DR, oriundo da Câmara Municipal de Lisboa relativo ao concurso externo de ingresso para coveiro, cujo vencimento anda à roda de 450 euros mensais, sendo o método de selecção baseado numa prova sobre variados conhecimento relacionados com as funções. O coveiro assim seleccionado é, sem dúvida, competente e conhecedor do ofício.
Por outro lado, o embuste (mentira artificiosa, patranha, ardil, engano, enredo) a que o PM se referiu constitui uma ofensa para todos os partidos com assento na AR pois se trata de uma situação legal, à luz do pacote de regulamentações da AR, subordinadas à Constituição da República, da responsabilidade de todos os partidos.
Certamente que, apesar da liberdade de linguagem com que os políticos se mimoseiam, o PM não teria pensado nessa palavra antes de a pronunciar. Errar é humano.
Por outro lado, o PM encontrava-se numa posição de subordinação em relação à AR, aos partidos, aos deputados, pois a AR é o 2º órgão de soberania e o Governo é o 3º, e vai a S. Bento prestar esclarecimentos à AR sobre os actos da governação, carecendo de autoridade para hostilizar os partidos e os deputados da oposição. Ofensas aos juízes da parte de arguidos só têm sido vistas nos julgamentos de Avelino Ferreira Torres.
Parece, portanto não haver razões para repudiar a comparação ao coveiro por parte de quem acha natural a ofensa em plena AR a todos os partidos que aprovaram a legislação vigente que foi qualificada de embuste.
Como o País seria mais civilizado se os políticos dessem exemplos de mais civilidade, urbanidade e decoro nas suas relações em público!!!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Embuste é ofensivo, coveiro não
Posted by A. João Soares at 17:58
Labels: Coveiro, decoro, embuste, urbanidade
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2 comentários:
MFL usou palavras demasiado fortes, em publico, para descrever o PM.
Eu em privado uso palavras mais fortes ainda.
Caro Daniel,
Há uma falta de respeito entre eles que confrange e é um mau exemplo para o povo. Há uns anos atrás isso não teria tanto efeito mas agora tudo aparece nas televisões.
Falta de civismo, de nível
Um abraço
A. João Soares
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