quarta-feira, 29 de março de 2017
UMA DECISÃO DEVE SER SEMPRE PRECEDIDA POR ANÁLISE E COMPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS
As paragens e os recuos a que Trump já foi obrigado, durante pouco tempo de funções realçam a conveniência de, antes e ser tomada uma decisão, dever ser analisado o tema, e todos os factores que o condicionam a fim de serem formuladas várias soluções possíveis compará-las e escolher a melhor. É assunto já aqui abordado diversas vezes.
A experiência mostra que é mais aconselhável prevenir um erro do que, depois de ele ocorrer, ter de o remediar.
Recentemente, após a fuga de três presos da prisão de alta segurança de Caxias, a Inspecção decidiu investigar, em perda de tempo, talvez apenas para arranjar uma punição para os guardas de serviço com base num eventual descuido de vigilância. Mas o que é provável é ter havido falta de medidas preventivas activas funcionais, de eficiência controlada, com sentido de responsabilidade, que impedissem fugas bem sucedidas. Hoje, com os meios eléctricos e electrónicos de vigilância e controlo, é estranho um tal fracasso. Talvez a Inspecção devesse, previamente, ter controlado, os procedimentos do pessoal e os equipamentos, com visitas aleatórias, para ter a garantia de que tudo estava a funcionar correctamente, sem agora ter necessidade de remediar erros ocorridos.
Caso que também coloca o problema da deficiente prevenção e da ausência de cuidado em obter garantia de que os encarregados de guardar as 57 pistolas da PSP desaparecidas eram merecedores de toda a confiança. Tantas armas não podem ter desaparecido num só dia e, desde a falta da primeira, a fuga devia ter sido estancada antes de atingir quantidade tão significativa. Pois, certamente, o desaparecimento não foi em conjunto, mas por pequenas quantidades de cada vez.
Errar é humano e as facilidades são atractivas para quem tem exagerada e desajustada fé em milagres. «Deixa estar assim e pode ser que não aconteça nada» é uma regra a abandonar por quem tem sentido de responsabilidade.
Também nos fogos florestais, apenas se pensa neles no aspecto combativo, depois de ateados, porque isso convém aos que beneficiam dessa atitude, bombeiros, fornecedores de equipamentos, helicópteros, produtos ignífugos, etc. Mas, está a findar o momento anual apropriado em que se deve pensar em medidas eficazes destinadas a reduzir os fogos ao mínimo, evitando os vultosos prejuízos para os proprietários que, anualmente, vêm os seus haveres consumidos pelas chamas. Mas infelizmente, com a falta de gente capaz de planear a prevenção, iremos assistir, com o coração angustiado, dentro de poucos meses, a mais umas semanas de catástrofe. Porém, essa languidez de costumes não é pecado apenas dos portugueses. Ao mais alto nível da vida mundial acontece o mesmo, em muitos aspectos. Por exemplo, perante o drama dos refugiados, fala-se em dar-lhes abrigo e outros apoios, mas não se conhece intenção de criar formas de evitar os conflitos internos e externos que lhes dão origem. Em vez de se procurar manter a paz e a harmonia social, actua-se militarmente, com armas mais poderosas arremessadas por canhões e aviões que agravam o problema, com enormes destruições de património (por vezes com grande interesse histórico e artístico), perdas de vidas inocentes e produção de feridos que, se escaparem à morte, podem ficar deficientes e incapazes. Porquê isto? Porque os fabricantes de armamento pretendem aumentar as suas fortunas com guerras que quase «impõem» aos grupos terroristas e aos Estados com apetência para alimentar a ambição e a vaidade dos seus dirigentes.
Os governantes esquecem, ou não querem ver, que a violência combatida pela violência conduz a uma espiral imparável e gera ódio e desejos de vingança, que se prolongam durante várias gerações, e os resultados disso lesam os direitos da Humanidade. Actualmente, são bem visíveis os incalculáveis inconvenientes da invasão do Iraque, em 20 de Março de 2003, por ela ter sido decidida ao contrário da metodologia da preparação das decisões aqui referida no texto publicado em 27 de Setembro de 2016.
Como o Mundo seria melhor, e as pessoas mais felizes, se os detentores de altos cargos tivessem apurado sentido de responsabilidade, competência, respeito pelos direitos humanos, sensatez e vontade de prevenir situações de acidente e de violência e dominassem as suas próprias tentações de vaidade e ambição!!!. Não deve esquecer-se a atitude da Malásia e a segui o Japão ao tentar convencer a Coreia do Norte a dialogar para atenuar a ira da Coreia do Norte. No mesmo tema também se evidenciou a China e a Rússia a tentar serenar os espíritos, no sentido proposto pela Malásia.
Notícia muito recente diz que embora, no nosso País, já estejam identificados há 10 anos infraestruturas com risco de atentado, apenas há três anos se iniciou a validação dos respectivos planos de segurança. Mas, embora já tenham sido aprovados cerca de 50 relativos a infraestruturas críticas, ainda há 30 por validar, do total de cerca de 150 «pontos sensíveis» identificados pelos técnicos de segurança. O processo está a andar demasiado devagar, pelos vistos, sem uma real sensibilidade para a necessidade de «prevenir». É bom ser como o velhinho pensador, mas sem se deixar pear pela indecisão.
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A. João Soares
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domingo, 9 de junho de 2013
QUERER (NEM SEMPRE) É PODER !!!
Transcrição de artigo:
Passos quer mais seis anos. Pois...
Expresso. 8 de junho de 2013, Sábado, às9:58. Por Henrique Monteiro
O primeiro-ministro disse, e o Expresso destacou para notícia principal, que o "normal" é recandidatar-se a primeiro-ministro. Como Passos não admite eleições antecipadas, presume-se que quer completar os dois anos de mandato que ainda lhe faltam e depois cumprir mais quatro.
Pode ser "normal", como diz. Mas não nestes tempos. Passos não ganha umas eleições nem no prédio dele. As pessoas estão zangadas, estão fartas. Coisa diferente é saber se podia ter sido de outro modo, ou se toda a culpa é de Passos (apesar nos inúmeros tiros nos pés que deu e das piruetas sucessivas com que nos brindou). Mas lá que ele não é eleito, disso podem estar certos.
Há dois anos o atual líder do PSD foi escolhido com base num engano: o de que a crise era apenas portuguesa. Como o seu antecessor destruiu boa parte da economia, parecia que assim era. Mas não era. Depois disso, Passos ainda trabalhou estes anos com a convicção de que a crise se resolve em Portugal. Só muito recentemente o Governo começou a dar sinais de ter entendido que tem de haver uma cooperação de toda a Europa para superar a situação em que nos encontramos.
Nos próximos dois anos, talvez Passos, o Governo e a generalidade da nossa classe política compreenda que nem a Europa nos salva (incluindo aqueles críticos do Governo que só gritam "crescimento!" como se o dito crescimento nascesse nas árvores). Porque cada país da Europa enfrenta a sua crise específica e precisa salvar-se a si próprio. Cada vez mais, estará cada um por si, pois não creio que até lá consigam (ou sequer aprendam) fazer novas instituições. Em 2015 (se não for antes), quando chegarmos às eleições legislativas, será preciso muita sorte para que Portugal não caia nos braços de um vendedor de ilusões fáceis (claro que Passos também o poderia ser, mas já ninguém acreditará nele), de um palhaço ou de um radical.
E nos anos subsequentes - de 2015 a 2019 - o calvário vai continuar. O desemprego vai manter-se elevado, as nossas exportações para a Europa não vão ter o fulgor de que necessitariam, a nossa dívida terá um valor incomportável e a nossa produção continuará baixa e os países emergentes continuarão a tratar o Velho Continente ainda assim com maior delicadeza do que aquela que o Velho Continente lhes dispensou no passado.
Vão ser anos terríveis. Pode ser que encontremos gás ou petróleo - talvez para estoirarmos em inutilidades noutro ciclo de prosperidade. Mas ninguém vai aguentar seis anos no poder. Se Passos chegar a 2015, a sua resistência já será digna de nota.
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domingo, 17 de março de 2013
PM é prometedor compulsivo
Perante a sucessão de desaires governativos progressivamente agravados e umas previsões para os próximos anos na sequência da espiral recessiva, Passos Coelho, com a sua habitual intenção de criar optimismo e esperança nos portugueses disse que «devemos procurar desmentir as previsões» do Governo, a que preside. Não disse quem é o sujeito de «devemos», mas supõe-se que sejam os governantes, os mesmos autores das previsões. Ele próprio disse que vai trabalhar para evitar que as previsões económicas se concretizem, as tais do seu Governo (mas ele não se passou para a oposição!!!).
Essa sua intenção começou por gerar em mim um efeito afrodisíaco, de estupefaciente, de incentivo à confiança no homem do leme.
Mas depressa, acordei dessa queda na letargia e me recordei que em 14 de Agosto (aniversário da batalha de Aljubarrota) último, Passos anuncia o fim da recessão em 2013, ideia de falsa propaganda que, poucos dias depois, foi evidenciada como absolutamente lunática ou utópica e hoje, passado pouco mais de meio ano, com sucessivas previsões falhadas e substituídas por outras mais pessimistas ou realistas, já não se repudia o conceito de «espiral recessiva» e de esperar que a recessão termine só para o próximo Governo. E, apesar de o seu Governo ser o autor das previsões, ele desdramatiza de forma incompreensível que “Previsões são apenas previsões”, o que significa que o médico deste doente, depois de receitar o mesmo remédio que agravou a doença e que, por isso, não a pode curar, não consegue optar por outra terapia menos danosa, mas reconhece que nem imagina sequer quando o doente recuperará, se é que algum dia conseguirá melhorar.
Entretanto, pessoas observadoras atentas dizem que as "coisas vão de mal a pior" e outras admitem que primavera é tempo de ruturas e outras fazem prognósticos menos optimistas. Do seu próprio partido sai a notícia de quem defende demissão do Governo.
Senhor primeiro-ministro, os portugueses não precisam da continuação dos seus anúncios de boas intenções, ideias, promessas e «planos» que conhecem há quase dois anos sem a mínima repercussão na melhoria das suas vidas (fome, desemprego, saúde, escolas, segurança, etc); eles ficariam mais motivados para aguentar se vissem efeitos positivos dos sacrifícios já sofridos, se vissem que valeu a pena, mas os números conhecidos produzem um efeito contrário, demasiado depressivo. Como não lhes pode mostrar os resultados positivos que desejam, não tente embriagá-los mais, com fantasias que não consegue concretizar. Procure colocar no terreno as promessas que faz desde há mais de dois anos, quando ainda andava à caça dos nossos votos.
E quando decidir falar em público, procure explicar claramente, para ser compreendido pelos mais sacrificados, como podemos ter esperança em tempos melhores, como podemos acreditar que os governantes que têm apertado os nossos cinto,s dia após dia, sejam agora capazes de agir com mais realismo e eficácia, para melhorar as vidas das pessoas mais carentes de meios de subsistência.
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
Vítor Gaspar surpreendido com a realidade nacional !!!
O ministro das Finanças admite que os níveis do desemprego estão mais elevados do que se previa, o que justifica razões para os portugueses estarem preocupados com a pouca capacidade de análise e de previsão dos «sábios» que nos governam.
É mais um Vítor a estranhar o aumento do desemprego!!! Mas afinal o que é que se esperava com a tremenda austeridade que os mais sérios pensadores do sector não se cansam de criticar e de dizer que esse caminho não leva á solução da crise, antes a agravam. É isso que está a confirmar-se.
Não se pode dizer que haja razão para surpresa. Como escrevi noutro post, a exagerada austeridade retirou o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham (não têm para poupar e muito menos para investir em especulação financeira), e que, por isso, agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois, na sequência da redução das vendas resulta a diminuição da produção que leva muitas indústrias, devido à falta de procura, a fechar ou, no mínimo, a despedir pessoal. De tudo isto resulta o aumento do desemprego. Onde está o espanto dos nossos Vítores?
Sim, há motivo para espanto: eles vivem completamente preocupados com modelos matemáticos teóricos e abstractos e alheios às realidades dos portugueses, como se conclui das suas exclamações de surpresa. E daqui sai outra conclusão: Não se pode esperar que os portugueses tenham confiança em quem os governa e possam alimentar fundamentada esperança no devir.
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A. João Soares
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