Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, está de visita a Portugal e. ao referir-se à necessidade de enfrentar o problema do desemprego jovem na Europa disse que esta precisa de acabar com declarações agradáveis”, até porque “os cidadãos esperam acções concretas”.
Mas, ao invés desta boa norma, os nossos governantes continuam com fantasias de reformas, de projectos, de «cenário» de recuperação, etc. nunca concretizados que vão sendo referidos com repetidas variantes, parecendo pretender criar esperanças num futuro risonho, mas de que o resultado não deixa de ser o agravamento da espiral recessiva, com mais dura austeridade, mais desemprego, mais cortes, mais fome e mais pobreza.
Seria benéfico para os portugueses e para a imagem dos Governantes que os políticos, em geral, procurassem fazer um esforço de aprendizagem do melhor que se pensa, se diz e se faz em países bem governados.
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quinta-feira, 20 de junho de 2013
OS POLÍTICOS NÃO QUEREM APRENDER, POIS NÃO LHES FALTAM BOAS LIÇÕES
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A. João Soares
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domingo, 9 de junho de 2013
DESEMPREGADOS AUMENTAM
Os Desempregados por despedimento colectivo aumentam 41,5% até Abril em relação a igual período de 2012, segundo dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).
Até Abril deste ano 3.789 pessoas viram terminado o processo de despedimento colectivo, num universo de 35.158 trabalhadores, o que traduz. um aumento 41,5% face aos processos concluídos até Abril do ano passado, que eram em número de 2.677 trabalhadores despedidos.
Para além dos 3.789 despedimentos efectivados até Abril último, pelo menos 3.939 trabalhadores aguardam a decisão do processo de despedimento. Enfim, a espiral recessiva não pára de se agravar e ninguém consegue, honestamente, ter bases para previsões optimistas, para criar esperança nos portugueses.
Mas entretanto e apesar das realidades, incessantemente agravadas, conhecidas através de números oficiais de Institutos públicos, não apenas quanto ao desemprego mas também quanto a vários outros factores da vida das pessoas, a apertarem progressivamente o cinto à volta das vértebras descarnadas, o primeiro-ministro diz não ter “medo do julgamento” e salienta ter muito orgulho no trabalho que está a fazer com uma equipa que pôs o interesse do país à frente do seu”. E, no seu tom, talvez de brincadeira, como tem acontecido com outras promessas, «garantidas» e «asseguradas», mais uma vez, promete “Nós vamos recuperar a nossa autonomia».
E, não contente com mais essa promessa, Pedro Passos Coelho «diz-se disposto a dar a cara nas próximas legislativas e explica porquê: «O programa com que me candidatei pressupunha duas legislaturas e há coisas que quero fazer para além do programa de assistência», «o normal é recandidatar-me. Não há nenhuma razão para eu desistir». Pelos vistos, não esqueceu totalmente o programa eleitoral de há dois anos.
O que dirão desta promessa ou ameaça os eleitores e como agirão nas urnas? Os observadores já estão a expressar-se nos jornais de hoje...
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quinta-feira, 30 de maio de 2013
RECESSÃO IMPARÁVEL?
Na consulta matinal à Comunicação Social deparei com notícias demasiado preocupantes que exigem análise cuidada a fim de não cairmos em tentações de falsos optimismos e de atrevidas previsões condenadas à partida, quer pelo realismo quer pelas experiências recentes. De salientar as referências que Constança Cunha e Sá faz às referências contraditórias feitas por elementos do Governo e da estrutura do PSD, ao esquema do acordo com a troika e às entidades por ele responsáveis.
Por não dar jeito transcrever textos extensos, limito-me a colocar aqui os links das principais notícias que possam ser úteis para os leitores que estiverem interessados em conhecer melhor os vários aspectos do tema.
- Recessão portuguesa em 2013 será mais profunda que o previsto
- OCDE não acredita em metas de défice
- Bruxelas rejeita nova flexibilização do défice... para já
- Bruxelas insiste no cumprimento do défice
- Programa de ajustamento "deve ajustar-se" à realidade, diz Portas
- Portugal precisa de cortar 6 mil milhões por ano até 2030
- OCDE: Portugal não vai atingir novas metas do défice para 2013 e 2014
- Vítor Gaspar desvaloriza previsões da OCDE
- «Mal seria se a grande preocupação de Vítor Gaspar fosse o Benfica» (com vídeo)
- Zona euro continua a crescer mais lentamente do que EUA em 2014
- Situações de fome confirmam relatos que chegam à confederação das famílias
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sábado, 23 de março de 2013
Mudar de rumo é urgente
O cronista Fernando Santos, com graça e perspicácia, escreve que «governantes e governados adoram o entretenimento recíproco. Há problemas? Basta um prato de lentilhas e os acordes de uma canção do bandido, em voz professoral desmemoriada, para trocar o essencial pelo acessório, esvaziar angústias e alijar responsabilidades.
Uns atrás dos outros, somam-se os casos da superficialidade e da retórica fácil. Adorável.»
Notícias como Desempregados aumentam 14,1% em fevereiro em relação a 2012, e como Despesa com subsídios de desemprego sobe 21% até fevereiro passam despercebidas devido ao esmagamento que a comunicação social realiza com as banalidades que distraem os portugas.
Mas surgem frases plenas de significado e a merecer a melhor atenção. Eis algumas:
"O país vive à beira de uma rutura social", sem que o primeiro-ministro seja capaz de reconhecer que a sua estratégia falhou.
"Durante os 21 meses de governação, o primeiro-ministro pediu aos portugueses pesados sacrifícios e em troca comprometeu-se a ter um défice orçamental de 4,5% e uma dívida pública de 113% da riqueza nacional. Terminou 2012 e o défice não foi de 6,6% e a dívida superior a 122%. A execução orçamental, hoje revelada já quase à noitinha, demonstra que o Governo não está a fazer a consolidação orçamental".
"Se os resultados são maus, as consequências são dramáticas", com um milhão de desempregados no final do ano, meio milhão dos quais sem apoio social e 40% dos jovens sem trabalho.
"Este primeiro-ministro merece continuar em funções? É este o primeiro-ministro que o país precisa? Num momento de tantas dificuldades, precisamos de um outro primeiro-ministro que mobilize, que inspire, que coloque horizontes, que dê sentido aos sacrifícios e saiba conciliar o rigor e a disciplina orçamental, mas dando prioridade aquilo que é o principal problema dos portugueses: o combate ao desemprego"
Passos Coelho devia reconhecer que a sua estratégia falhou, de ter a humildade de pedir desculpa aos portugueses e de ter a capacidade para mudar de rumo".
O primeiro-ministro "aplica uma receita que não cumpre nenhum objetivo, que aumenta o desemprego, baixa a economia, insiste em mais austeridade e não aceita nenhuma proposta, que esbanja a oportunidade de um diálogo político sério e construtivo com o principal partido da oposição e que reduz aos mínimos o diálogo social"
Mas estas palavras trazem um carimbo que lhes retira isenção e lhes adiciona o sinal de uma intenção, pois são do líder da oposição, Seguro que pretende justificar a prometida moção de censura.
A esta posição de Seguro, o cronista Manuel Tavares alerta para que só pode convencer os eleitores uma censura com programa e que «a maioria de descrentes também não acredita que haja remédios eficazes no almofariz da oposição»
O cansaço de ver desrespeitadas as promessas eleitorais, sempre irreais com fantasias utópicas faz prever que a abstenção e o voto em branco serão o destaque da próxima ida às urnas.
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domingo, 17 de março de 2013
PM é prometedor compulsivo
Perante a sucessão de desaires governativos progressivamente agravados e umas previsões para os próximos anos na sequência da espiral recessiva, Passos Coelho, com a sua habitual intenção de criar optimismo e esperança nos portugueses disse que «devemos procurar desmentir as previsões» do Governo, a que preside. Não disse quem é o sujeito de «devemos», mas supõe-se que sejam os governantes, os mesmos autores das previsões. Ele próprio disse que vai trabalhar para evitar que as previsões económicas se concretizem, as tais do seu Governo (mas ele não se passou para a oposição!!!).
Essa sua intenção começou por gerar em mim um efeito afrodisíaco, de estupefaciente, de incentivo à confiança no homem do leme.
Mas depressa, acordei dessa queda na letargia e me recordei que em 14 de Agosto (aniversário da batalha de Aljubarrota) último, Passos anuncia o fim da recessão em 2013, ideia de falsa propaganda que, poucos dias depois, foi evidenciada como absolutamente lunática ou utópica e hoje, passado pouco mais de meio ano, com sucessivas previsões falhadas e substituídas por outras mais pessimistas ou realistas, já não se repudia o conceito de «espiral recessiva» e de esperar que a recessão termine só para o próximo Governo. E, apesar de o seu Governo ser o autor das previsões, ele desdramatiza de forma incompreensível que “Previsões são apenas previsões”, o que significa que o médico deste doente, depois de receitar o mesmo remédio que agravou a doença e que, por isso, não a pode curar, não consegue optar por outra terapia menos danosa, mas reconhece que nem imagina sequer quando o doente recuperará, se é que algum dia conseguirá melhorar.
Entretanto, pessoas observadoras atentas dizem que as "coisas vão de mal a pior" e outras admitem que primavera é tempo de ruturas e outras fazem prognósticos menos optimistas. Do seu próprio partido sai a notícia de quem defende demissão do Governo.
Senhor primeiro-ministro, os portugueses não precisam da continuação dos seus anúncios de boas intenções, ideias, promessas e «planos» que conhecem há quase dois anos sem a mínima repercussão na melhoria das suas vidas (fome, desemprego, saúde, escolas, segurança, etc); eles ficariam mais motivados para aguentar se vissem efeitos positivos dos sacrifícios já sofridos, se vissem que valeu a pena, mas os números conhecidos produzem um efeito contrário, demasiado depressivo. Como não lhes pode mostrar os resultados positivos que desejam, não tente embriagá-los mais, com fantasias que não consegue concretizar. Procure colocar no terreno as promessas que faz desde há mais de dois anos, quando ainda andava à caça dos nossos votos.
E quando decidir falar em público, procure explicar claramente, para ser compreendido pelos mais sacrificados, como podemos ter esperança em tempos melhores, como podemos acreditar que os governantes que têm apertado os nossos cinto,s dia após dia, sejam agora capazes de agir com mais realismo e eficácia, para melhorar as vidas das pessoas mais carentes de meios de subsistência.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Passos estará a enterrar o País '''
Pelo sim, pelo não, devia parar para pensar, para fazer uma auto-análise, pensando nas pessoas.
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Crise deve ser combatida com realismo
Seguro quer que a troika faç:a avaliação política e não meramente técnica
Diário Digital com Lusa. 130218. às 08:21
O secretário-geral do PS, António José Seguro, enviou hoje uma carta às três instituições que formam a 'troika', pedindo que na 7ª avaliação do programa de resgate, a arrancar em breve, sejam enviados a Portugal "responsáveis políticos".
"A próxima avaliação é crucial para a vida dos portugueses. Exige-se que seja uma avaliação política tendo em conta a grave situação económica e social. A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem enviar a Portugal responsáveis políticos com capacidade de decisão", escreve António José Seguro aos líderes das entidades internacionais, uma missiva a que a agência Lusa teve acesso.
Em paralelo, o secretário-geral socialista enviou também uma carta ao primeiro-ministro, onde informa Pedro Passos Coelho dos alertas dados à 'troika' e reitera que "a austeridade está a agravar os problemas do país e a conduzir a uma situação social insustentável".
A 'troika', formada por representantes da Comissão Europeia, BCE e FMI, começa no fim do mês a 7ª avaliação do programa da execução do memorando de assistência financeira, onde deverá discutir com o Governo o corte de quatro mil milhões de euros nas funções sociais do Estado.
Para António José Seguro, a situação económica e social em Portugal "agravou-se fortemente", resultado da "política da austeridade do custe o que custar".
"Mais desemprego, menos economia, mais falências e insolvências, mais pobreza, mais emigração de portugueses qualificados, em particular os jovens. Este é o retrato trágico da política da austeridade do custe o que custar", diz Seguro na carta enviada às instituições internacionais.
"Os portugueses não aguentam mais! Estamos à beira de uma tragédia social. Chegou o momento de dizer basta!", adverte também o socialista, para quem "não está em causa, como nunca esteve", o cumprimento das obrigações externas de Portugal.
"Honramos os nossos compromissos e queremos cumpri-los", frisa.
O que está em causa, declara Seguro, "é a política escolhida, a da austeridade expansionista, que não atinge os objetivos a que se propôs e está a criar problemas sociais e económicos de uma enorme gravidade".
"A avaliação politica que propomos deve desenhar uma estratégia credível de consolidação das contas públicas, dando prioridade ao crescimento económico e à criação de emprego. Já não é só uma opção ideológica, como o PS tem defendido, trata-se de realismo. É uma obrigação moral, olharem para a situação de Portugal e terem, Governo e a 'troika', a humildade de reconhecerem que a vossa receita falhou", escreve o secretário-geral na carta a que a Lusa teve acesso.
Seguro reitera também a necessidade de Portugal ter mais tempo "para a consolidação das contas públicas, para o pagamento da dívida, de juros mais baixos e de um adiamento do pagamento de juros" aos credores.
A missiva do líder socialista foi endereçada em nome dos presidentes da Comissão Europeia, BCE e FMI: Durão Barroso, Mário Draghi e Christine Lagarde, respetivamente.
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sábado, 22 de dezembro de 2012
Lições persuasivas são úteis
Por vezes não basta o despertador anunciar a hora de acordar, sendo indispensável algo que desperte totalmente os demasiado dorminhocos e os que estão sob o efeito de pesadelos totalmente irreais.
A notícia deputada dos Verdes recorda a Passos promessas de recuperação em 2012 mostra que não é fácil fazer sair da neurótica obsessão que pretende criar um infundado optimismo, usando argumentos de que não pretende mais recordar-se, por não serem aceites e responde de forma menos formal, correcta, cortês e democrática , mas arrogante e autoritária quando é colocado perante afirmações anteriores.
Por outro lado tal arrogância e preocupação de impor os seus desejos irreais levam a ignorar a força dos números dificilmente contraditada que conduz à notícia de que receita fiscal acentua queda em Novembro.
Perante isto e as vozes de que eles precisam de uma boa lição que os faça «cair na real», recordei-me de um caso ocorrido há pouco mais e 30 anos, em Évora. Os polícias andavam a ficar desmotivados porque qualquer infractor que fosse levado à presença do juiz era de imediato por este devolvido á liberdade e os agentes policiais, ficavam a ouvir um discurso de que não havia provas credíveis de flagrante delito e que houve abuso de autoridade, etc. Como isto se repetia diariamente e as infracções de roubo, agressões, etc se tornavam mais frequentes, alguém dentro da esquadra pensou em dar uma lição ao juiz, o caso foi apresentado ao chefe, de forma pormenorizada, ele achou viável e deu conhecimento ao comando distrital que acabou por dar o seu assentimento, embora de forma informal.
Foram a casa do juiz, na sua ausência, e trouxeram um saco cheio de bibelôs de estimação.
Quando o juiz chegou a casa, deu pela falta das suas «preciosidades» e telefonou logo ao comandante distrital que lhe respondeu correctamente: Há por aqui muitos larápios, capazes disso e de muito pior, como o meritíssimo bem sabe, pois todos os dias lhe são presentes alguns que acabam por ser postos em liberdade e ficam mais incentivados a continuar com as suas infracções. Esta de irem a casa do meritíssimo é realmente o cúmulo do seu avontade. Iremos procurar com o máximo empenho descobrir e procurar recuperar os seus objectos.
No dia seguinte o Juiz já foi mais severo para os casos que lhe foram presentes. E assim continuou, até que passado alguns dias (duas ou três semanas), a polícia considerou que o juiz aprendeu a lição e o comandante acompanhado por um agente que carregava o saco, dirigiu-se a casa do meritíssimo, para ele ver se algum dos objectos encontrados numa casota dos arredores lhe pertencia. O juiz ficou encantado ao ver que o primeiro objecto era seu, e por ai fora… eram todos seus, e estavam ali todos os que lhe tinham sido furtados. Perguntou quem foi o ladrão como descobriram, etc? A resposta foi : O meritíssimo compreende que não devemos revelar um informador para não deixarmos de poder contar com a sua prestimosa colaboração.
Isto mostra que uma boa lição, persuasiva é eficaz para trazer à realidade muitas pessoas que vivem de sonhos, distantes da realidade.
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quinta-feira, 5 de julho de 2012
Frasquilho parece menos esperançoso
Disse que “é evidente que tivemos uma revisão em baixa para o conjunto do ano de 2012, mas esta trajectória ascendente, continuamente, ao longo do ano de 2012 deixa-nos a esperança de que de facto estas políticas, estas opções, este ajustamento, que tínhamos sempre de realizar, vão ter consequências positivas e elas podem ser positivas já no início de 2013”.
Ao falar aos jornalistas no Parlamento sobre as previsões económicas da Comissão Europeia para 2012, disse querer “deixar esta janela de esperança e encorajamento à população portuguesa, porque é sinal que os sacrifícios que estão a ser pedidos vão no sentido certo e vão ter resultados a muito curto prazo”.
Frasquilho assinalou que os dados da Comissão Europeia mostram que no primeiro trimestre de 2012 “haverá um decréscimo face ao trimestre anterior de 1,4%, que será o mais desfavorável para Portugal”, mas que “o segundo trimestre já terá um decréscimo de 0,6”, no terceiro trimestre “teremos um decréscimo de 0,3 e no quarto trimestre teremos zero por cento de crescimento”.
Agora, segundo notícia de hoje "Vice" da bancada do PSD defende mais dois anos para cumprir acordo da troika, Frasquilho mostrou-se com menos esperança considerou que “o Governo está a fazer um trabalho competente no controlo da despesa pública”, mas que do lado da receita há “um desvio orçamental considerável, pelo que dificilmente se conseguirá cumprir o défice de 4,5%” no final deste ano.
«Pensa que seria justo a troika aceitar uma flexibilização de prazos que não impusesse mais austeridade aos portugueses” porque «o país não aguenta mais austeridade, sobretudo do lado da receita. Portugal já ultrapassou a exaustão fiscal”.
Pode concluir-se desta quebra da esperança, a qual corresponde ao sentimento da quase totalidade dos portugueses, que o trabalho da governação do último ano não foi devidamente planeado e efectuado e os resultados não são satisfatórios. Aliás, como se nota em muitos e-mails que circulam, não foram cortadas as gorduras inúteis do Estado, não foi iniciada a luta contra a corrução, começando redução da burocracia exagerada, etc., e, pelo contrário, continuou a inflação de assessores, de comissões e de «observatórios» que, perante alguns indícios e a opinião geral, têm como principal finalidade dar «tacho» a coniventes.
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domingo, 17 de junho de 2012
A prioridade é resolver os problemas
Há políticos cientes da necessidade desta prioridade, como se vê no artigo São tempos para respondermos aos problemas, não para jogos partidários nas palavras de António José Seguro que se transcrevem:
“Estes são tempos para nós respondermos aos problemas dos portugueses, não são tempos para jogos partidários. Particularmente num fim-de-semana tão complexo e com tantas incógnitas”.
“Isto são tempos em que os portugueses exigem aos políticos responsabilidade e resposta para os problemas concretos”
Mas, senhores políticos, não bastam palavras pias, pois daquilo que precisamos são medidas práticas baseadas em estudos sérios que conduzam a reformas que eliminem as causas de crises ou o agravamento destas quando são de origem externa, que façam aumentar a confiança dos investidores para que a economia cresça e dê emprego, que estruturem o ensino para ter utilidade prática, com a curiosidade que estimule a aprendizagem permanente e com o raciocínio que facilite equacionar as situações advenientes e encontrar as melhores soluções.
A vida prática não pode ser regida por dogmas nem por boas regras de há 10 anos, porque a evolução é rápida e é preciso actualizar procedimentos e esquemas de raciocínio para poder agir com eficácia em qualquer situação.
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
Vítor Gaspar surpreendido com a realidade nacional !!!
O ministro das Finanças admite que os níveis do desemprego estão mais elevados do que se previa, o que justifica razões para os portugueses estarem preocupados com a pouca capacidade de análise e de previsão dos «sábios» que nos governam.
É mais um Vítor a estranhar o aumento do desemprego!!! Mas afinal o que é que se esperava com a tremenda austeridade que os mais sérios pensadores do sector não se cansam de criticar e de dizer que esse caminho não leva á solução da crise, antes a agravam. É isso que está a confirmar-se.
Não se pode dizer que haja razão para surpresa. Como escrevi noutro post, a exagerada austeridade retirou o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham (não têm para poupar e muito menos para investir em especulação financeira), e que, por isso, agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois, na sequência da redução das vendas resulta a diminuição da produção que leva muitas indústrias, devido à falta de procura, a fechar ou, no mínimo, a despedir pessoal. De tudo isto resulta o aumento do desemprego. Onde está o espanto dos nossos Vítores?
Sim, há motivo para espanto: eles vivem completamente preocupados com modelos matemáticos teóricos e abstractos e alheios às realidades dos portugueses, como se conclui das suas exclamações de surpresa. E daqui sai outra conclusão: Não se pode esperar que os portugueses tenham confiança em quem os governa e possam alimentar fundamentada esperança no devir.
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domingo, 11 de março de 2012
Heranças indesejadas
Um dia, em viagem pelo interior, um companheiro lamentava que os donos de um solar em ruínas fossem tão desleixados que não trataram da manutenção do palacete rural e não evitaram que entrasse em ruína. A conversa decorreu e chegou-se à conclusão que quem herdou a propriedade teria, certamente, muito prazer e vaidade em possuir o solar nas melhores condições, mas os seus rendimentos talvez fossem pouco mais que suficientes para manter a família e pagar os estudos dos filhos, pelo que a herança do solar constituiu um problema para ele. Mas, não tendo possibilidade de o rentabilizar, inclusive alugando a um hoteleiro que o quisesse utilizar para turismo rural, teve que optar por desprezá-lo.
Realmente, o mundo está em permanente evolução ou mudança e não podemos teimar em manter os hábitos e as rotinas que herdámos. Há que raciocinar serenamente na busca de melhoramentos que nos sejam mais vantajosos em conformidade com os factores das novas situações reais.
Estas reflexões vieram à tona a propósito da resposta de um amigo a uma mensagem que repassei, acerca do pesado orçamento do palácio de Belém (163 vezes superior ao do tempo do General Eanes, descontando a inflação) e da quantidade de pessoal que ali pesa na folha de pagamentos, cerca de 500. Escreveu esse amigo «mas o actual PR apenas herdou o sistema que vinha de trás - e é óbvio que não tem capacidade para o modificar. Por isso, pouca responsabilidade lhe pode ser assacada».
Gostava que me explicassem como é que o PR, sendo a entidade superior do país, o Supremo Magistrado da Nação, não tem poder para reduzir a obesidade da Presidência. Quem é que o impede de estruturar a Presidência, de forma económica, eficaz e adequada às necessidades, sem tantas centenas de colaboradores, que, infelizmente para ele e para o País, não o têm impedido de cometer gafes e limitar-se muitas vezes a dizer banalidades.
Custa-me aceitar que os políticos tenham criado condicionalismos legais que impeçam o PR de estruturar da forma mais conveniente, em termos custo/eficácia, os serviços da Presidência e o obriguem a dar seguimento à herança, com os vícios e erros, que encontrou na burocracia e compadrio de uma instituição demasiado pesada, opada, obesa, em relação ao «pouco» que produz para bem dos cidadãos, com excepção para os que constam na folha de pagamentos.
Não é lógico nem moral que o Supremo Magistrado da Nação seja escravizado pela máquina cara e obsoleta, engordada, impunemente, ao longo do tempo por sucessivos interesses inconfessados, que encontrou, sem poder alterá-la.
Há, realmente, heranças indesejadas.
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quinta-feira, 31 de março de 2011
Carrilho propõe desenvolvimento
Manuel Maria Carrilho oferece mais um tema para reflexão, com a sua lógica e clareza ímpar, no artigo que se transcreve.
Fazer contas não basta!
Diário de Notícias. 31-03-2011. por MANUEL MARIA CARRILHO
Reduzir o que está em causa nas próximas eleições à tagarelice contabilística em torno do défice é de uma lamentável cegueira e mediocridade. Na verdade, só uma coisa verdadeiramente interessa agora - é que as próximas eleições legislativas abram mesmo um novo ciclo na vida do País.
E se um novo ciclo implica naturalmente uma maioria, ele exige bem mais do que isso: exige, para lá de uma clara maioria parlamentar, um novo projecto e uma nova confiança que conquistem a sociedade. Nas actuais circunstâncias, exige uma legislatura patriótica que integre vários partidos, motive os parceiros sociais e mobilize a sociedade civil em toda a sua diversidade.
O País precisa de austeridade, mas precisa também de crescimento. Austeridade sem crescimento não altera o caminho para o colapso, apenas muda a sua natureza e, talvez, o seu timing. A ortodoxia "austeritária" sem mais conduzirá o País por uma espiral cada vez mais intensa de cortes e de protesto, que deixará o País em pele e osso.
É por isso fundamental articular a austeridade com o crescimento. Mas como a austeridade é imediata e o crescimento é a prazo, é fundamental que a sua articulação dê origem a um projecto estruturado que seja bem explicado aos portugueses.
Um novo ciclo também é isso: a substituição da infernal demagogia em que temos vivido por uma pedagogia que saiba combinar o realismo com a ousadia, isto é, reconhecer os problemas que temos e, sobretudo, avançar com soluções inéditas mas credíveis. É tempo de mostrarmos que somos capazes de fazer mais do que auto-estradas, rotundas e estádios de futebol!
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Quantos «homens decentes» podem ser citados?
Do artigo de Manuel António Pina no Jornal de Notícias de hoje, Um homem decente, a propósito desta caracterização do falecido Dias Lourenço, transcrevo dois trechos:
«Caracterizar é distinguir. Numa sociedade minimamente saudável do ponto de vista moral, em que a decência, e não a falta de escrúpulos, fosse a regra, a expressão "um homem decente" não distinguiria. Só em sociedades moralmente doentes como aquela em que hoje vivemos a decência se torna uma característica distintiva e expressões como "um homem decente" têm conteúdo informativo.»
«De quantas das notoriedades que abundam hoje na nossa vida política e económica poderemos dizer "um homem decente" sem abastardar a própria noção de decência?
Esta ideia merece ser bem meditada pelos políticos mediáticos e pelos eleitores. A época de férias bem deveria ser utilizada para, sem o stresss da vida profissional activa, serenamente, meditar sobre valores éticos, sobre a sensatez, sobre o futuro de Portugal, utilizando algo do que tem sido publicado, não como se fossem palavras bíblicas, mas como desafios à reflexão:
- A "táctica Calimero" falhou
- O regresso do Big Brother I & II
- Não é o calor, é o "bloco central"!...
- Saber sem poder saber
- Perigo da burocracite e do mau legalismo !!!
- Justiça igual para todos é necessária
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Sinais de irrealismo
Transcrição:
Sinais
Correio da Manhã. 04 Fevereiro 2010 - 00h30 . Por Paula Teixeira da Cruz, Advogada
O economista chefe do FMI já veio falar na necessidade de baixar salários em Portugal (assim como em Espanha e Grécia). Quando um país desperta a atenção do FMI nunca é bom sinal. Mais de trinta anos volvidos, ei-lo de volta.
Os sinais estavam aí (mesmo o desemprego só não é superior porque há uma vaga de emigração nunca vista desde os anos 60).
Neste contexto, o Primeiro-ministro festeja... os 100 dias de Governo, com uma "reunião" do Conselho de Ministros no CCB, seguida de um encontro com as "forças vivas" do País (o que no espaço de pouco mais de três horas é notável). O Primeiro-ministro convidou "as forças vivas", mas não as quis ouvir, como não ouviu as críticas de João Salgueiro. Falou e saiu. Mais encenação. Lançou a primeira pedra de um novo e muito discutível museu dos coches (que prioridade!); na terça-feira almoçou com mulheres (que politicamente correcto) e à tarde supostamente ouviu um conjunto de jovens (que politicamente correcto outra vez).
Nenhum de nós percebe o que há para comemorar. Os ministros, por sua vez, recuperam, ainda que formalmente, o famoso "diálogo", enquanto Sócrates dramatiza e cria uma crise política, encenando a demissão em momento que lhe é conveniente (o PSD está fragilizado, os ministros dulcificam os seus sectores). Ora, o País devia ser a prioridade, mas isso...
A par disto, o lobo veste a pele de ovelha, mas, como não resiste à sua natureza, não deixa de ser um predador que vira as suas presas para as vozes livres que manifestamente não suporta e lhe despertam, em especial, o killer instinct.
Recordavam-me, há poucos dias, a propósito da nossa situação, a peça ‘O Judeu’, de Brecht. De facto, vamos ignorando sinais, mas é uma questão de tempo até que a fúria predadora chegue a cada um de nós, se não houver coragem colectiva.
Sucede que o Senhor Primeiro-ministro foi eleito para governar, o que parece não querer fazer, mas antes provocar crises artificiais, como se a situação do País as suportasse.
Bem vai, pois, o Presidente da República, ao convocar o Conselho de Estado: a situação e os sinais que por aí andam são demasiado graves e, apesar de todas as limitações constitucionais, só temos mesmo o sentido avisado e a noção de interesse nacional do Presidente da República (e uns quantos seres de bem, de Norte a Sul).
No mais, o medo vai-se instalando. E o medo é mais um factor inibidor do desenvolvimento das sociedades.
NOTA: O diagnóstico está feito e já vieram a público várias hipóteses de solução sendo necessário listá-las por prioridade, por valor de custo/benefício e por melhor pontuação com vista ao objectivo pretendido para o futuro dos portugueses. Sugere-se uma visita aos posts Pensar antes de decidir, Sugestões para recuperar Portugal, Portugal visto de Espanha, Pobreza em Portugal
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sexta-feira, 16 de maio de 2008
Realismo ou «recuo» do ‘falso optimismo’?
O Sr. primeiro-ministro, gabou-se de realismo ao dizer que o Governo reviu em baixa o crescimento para 2008, passando dos 2,2 por cento inicialmente previstos para apenas 1,5 por cento. Este recuo de 0,2 por cento no primeiro trimestre face aos três últimos três meses de 12007 é o pior resultado em todos os países da Zona Euro. O termo realismo, nestas condições, faria rir se não se tratasse de um agravamento terrível, para a vida, já muito sacrificada, dos portugueses que não pertençam ao grupo dos que usufruem de «tachos dourados» e de «reformas milionárias».
Com efeito, não se trata de «realismo» mas de uma forçada confissão de que nos andou a mentir, criando esperanças falsas no bom rumo que a economia estava a seguir. O Instituto Nacional de Estatísticas, tão caluniado pelos políticos do partido do Poder, já há muito dava indicações realistas nesse sentido. Mas a falsidade da propaganda procurava ignorar esses indicadores e criar ilusões nos mais incautos.
Ninguém terá dúvidas de que, se a revisão fosse em alta, na mesma proporção, para 3,2 (ou com a mesma diferença, de sinal contrário, para 2,9), o Sr. PM viria gabar-se da sua boa governação e da competência com que os interesses públicos foram defendidos e geridos. Por esta razão, não seria exagero atribuir a baixa às más qualidades gestoras dos governantes. Não vou a tal ponto, porque há factores estranhos que o Governo não pode controlar, mas teria sido mais correcto não ter andado a enganar o povo, e melhor seria ter tomado medidas para aliviar os efeitos da crise internacional sobre a nossa economia.
Também o Sr. PR disse que já previa, há muito tempo, dados agora noticiados, mas teria sido melhor alertar para este perigo, com oportunidade. Os empresários teriam beneficiado muito nas suas tomadas de decisões de gestão, se dispusessem de informações e previsões mais concretas e com oportunidade. Mas nisto também não quero exagerar porque estou convicto de que os empresários, tal como os jovens, não têm confiança nos políticos nem levam a sério as suas promessas de propaganda
E a propósito de promessas, pergunto se merecerá confiança a de que «vamos melhorar o nosso sector exportador e melhorar as condições para o investimento em Portugal»? Se os actuais governantes são capazes de conseguir tais feitos, pergunto porque o não fizeram ainda? Dessa forma teriam minorado a queda agora noticiada.
Fontes:
Sócrates diz que Governo foi «realista» com revisão em baixa
Economia vai crescer 30% abaixo do previsto
Um balde de água fria na economia
Economia está em abrandamento desde Dezembro do ano passado
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A. João Soares
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Novo Aeroporto de Lisboa, para meditar
Tinha acabado de colocar o post anterior, quando, por acaso soube que já tinha sido decidida a localização do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa).
É um tema que foi aqui abordado em vários posts desde 20 de Dezembro de 2006, sempre com a isenção com que pretendo abordar todos os temas e sempre apontando para os cuidados a ter antes de ser tomada uma decisão (análise completa e cuidada dos dados actuais e de todos os factores incidentes no problema tendo em vista a finalidade do estudo e da acção, elaboração das várias modalidades de solução, seu estudo pormenorizado, sua comparação, a fim de ser feita a escolha da melhor quanto a vantagens e inconvenientes).
Sempre me pareceu, atendendo a múltiplas opiniões fundamentadas, nomeadamente de pilotos que utilizaram a pista da Ota, que esta não seria a melhor solução. Agora a localização do NAL já está decidida em Alcochete e esta decisão, além dos factores técnicos e financeiros, merece ser aplaudida e ser objecto de reflexão, por vários motivos.
1. O primeiro ministro, que gosta de se considerar teimoso, ousou enfrentar os estudos anteriores e as pressões que o arrastavam para a Ota e decidir pela orientação deduzida dos estudos mais recentes e completos, no espírito das teorias de preparação da decisão acima referidos. Com efeito, manter teimosamente uma posição tão criticada por pessoas entendidas e pela opinião pública, poderia eventualmente vir a ser considerado heroicidade, mas o mais provável era tornar-se réu da opinião dos vindouros por crime contra os interesses do Estado. Portanto, o primeitro-ministro reconheceu que estava a laborar em erro, o que é humano, e rumou para aquilo que se apresenta como melhor solução. É uma prova de bom senso a ter em consideração, embora lhe traga dificuldades nas lutas da baixa política partidária.
2. Também o ministro Mário Lino, depois das posições ridículas em defender o indefensável e em condenar uma solução que apenas pecava por não ter sido devidamente apreciada, veio agora fazer «mea culpa». Foi pena que, logo de início, não tivesse tomado a iniciativa de mandar estudar todas as hipóteses de solução possíveis, para poder escolher a melhor. Agiu de ânimo leve como «papagaio» do Governo a dar tudo por uma posição insustentável.
3. Ambos os aspectos anteriores, mostram-nos que não devemos venerar religiosamente, de olhos fechados, qualquer político, porque o que ele diz, pode não estar correcto e ele próprio poderá sensatamente inverter a sua posição. Errar é humano e não há político que o não seja, sendo alguns humanos em demasia.
4. Como todo este processo se desenrolou por pressão das opiniões de cidadãos devotados ao bem de Portugal e foi essa pressão que levou os políticos a reverem o problema, conclui-se que o povo deve estar consciente do seu poder e manifestar sempre a sua opinião acerca daquilo que se passa. É uma característica da democracia e tal já ficou bem visível quanto a decisões do ministro da Saúde o que o levou a «recuar» em medidas erradamente tomadas. Será bom que a comunicação escrita, falada ou na Internet, saiba utilizar o poder de que dispõe para bem de Portugal e não perca oportunidades de alertar os governantes para melhores soluções.
5. Não há homens infalíveis e é bom que os poderosos se convençam de que não são donos da verdade total.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Estacionamento irregular em Lisboa
Parece que a «tolerância zero para o estacionamento irregular» lançada pela câmara de Lisboa no dia 12 de Setembro durou pouco tempo, tendo sido um fracasso. Esta é a opinião de comerciantes e moradores que têm vivido de perto a situação. Segundo eles, «só nos primeiros três dias é que houve menos carros parados em segunda fila e nos passeios. Depois voltou tudo ao mesmo».
Segundo dados recolhidos junto da Polícia Municipal, entre os dias 12 e 26 foram detectadas 770 infracções, sendo 188 devidas a estacionamentos em segunda fila e 236 a estacionamentos em cima dos passeios. Foram bloqueados 323 veículos e rebocados 69. Tl quantidade de autos, à semelhança do que aconteceu com os radares, torna as soluções ineficazes e condenadas a breve colapso.
E assim se descredibiliza uma instituição, pelo simples facto de a decisão não ter sido baseada num estudo cuidadoso, em que deviam ser previstas a viabilidade da execução e os efeitos a obter. Não é por falta de assessores, visto que notícias recentes davam conta de centenas de tais funcionários na câmara. Falta-lhes em competência o que lhes sobra em confiança política. Gerem os seus palpites pelo princípio de que é preciso fazer qualquer coisa mesmo que seja errada.
Ouvi há dias que o presidente devia despedir todos os funcionários da câmara com um QI inferior a 50. Ficaria praticamente sem ninguém e teria de pagar grossas indemnizações, mas ganhava a câmara e ganhava Lisboa. Depois abriria um concurso para uma dezena de assessores com um QI superior a 80 (é suficiente para assessorar os vereadores) e tudo funcionaria melhor.
O trânsito e o estacionamento em Lisboa tem de ser encarado com racionalidade e não na continuidade de soluções que nunca foram eficientes. Tem de se actuar no sentido de reduzir a quantidade de carros que todos os dias entram na cidade e, na sequência, fica resolvido o problema do estacionamento. Não é preciso obrigar ao pagamento de «portagem», deixa-se a decisão ao automobilista. Como? Criam-se parques de estacionamento na periferia da cidade, com grande capacidade, em altura ou em profundidade. Por exemplo, junto ao viaduto Duarte Pacheco, entre a avenida de Ceuta e o cimo do viaduto podem guardar-se milhares de carros, num silo em que a parte superior será um terraço para partida de autocarros de várias carreiras para toda a Lisboa. Para as outras entradas a solução tem de ser parecida.
Os autocarros passariam a circular mais rapidamente porque as ruas estariam menos pejadas de carros. Para maior adesão a esta ideia, os bilhetes de autocarro podem estar ligados ao estacionamento, tornando-se mais baratos. Em paralelo, uma fiscalização rigorosa não permitiria estacionamentos irregulares. Os estacionamentos dentro da cidade fechariam e teriam outro destino. Desta forma, só entrariam na cidade os carros que fossem absolutamente indispensáveis.
Pelos vistos, ainda não houve nenhum assessor que tivesse pensado nisto e exposto de forma bem argumentada. E não é necessário ter um QI de alta cotação. Dum «yesman» preocupado em agradar ao chefe para subir na «carreira» nunca podem sair ideias inovadoras à medida dos problemas.
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A. João Soares
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