Transcrição de artigo:
E agora?
Correio da Manhã. 17-09-2012. 1h00. Por: Luís Pires da Silva, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE
Ao fim de pouco mais de um ano de governo, assistiu-se à maior manifestação que há na memória recente. Depois de se ter recusado um governo PS, escolheu-se o alternativo PSD/CDS. E agora?
O histerismo na classe política é patente. Há os que tudo fazem para se manterem no poder e os que tudo fazem para irem para o poder. E aqui não se fala dos líderes mas de todos aqueles que gravitam à sua volta. E com isto chegamos a um Estado em Emergência.
Sem a regeneração da classe política, que se subjuga ao poder económico e financeiro, que tem um discurso oco que já ninguém ouve, que age confirmando o que todos pensam deles, não é possível restabelecer a confiança dos cidadãos. E isto é um facto.
Esta manifestação foi mais uma forma de mostrar indignação contra a classe política. Alguma elite política sussurra que isto passa, que é um escape para as pessoas e que depois estas voltam para "as suas vidinhas".
Desenganem-se os que assim pensam. Não existe neste momento nenhuma classe profissional, incluindo aqueles que teoricamente os protegem, que não diga que está farta. Se nada for feito, a escalada de protesto aumentará certamente.
Imagem de arquivo
António José Seguro
Há 1 hora
4 comentários:
Caro João Soares
Perante a indignação, Cavaco convoca o CE para...sexta-feira. Que urgência!...
Já não há mais paciência!
Como em princípio se avizinham eleições para a AR, há que mostrar a indignação de uma forma mais convincente: com a abstenção ou, melhor ainda, com a anulação do voto. Julgo que só assim é que aquela maltosa da política percebe.
Caro Vouga,
Eles são tão maus ou piores do que os portugueses deles pensam.
Quanto ao voto, não devemos esquecer que votar numa lista é dar aval a cada elemento que a compõe, isto é, para se votar conscientemente é preciso conhecer bem cada elemento. E conhecer bem não basta concordar com as doces palavras das promessas.
Mas não votar pode ter três aspectos e significados:
ABSTENÇÃO: são todos uns indiferentes, comodistas que preferem ficar a beber uns copos, ou no passeio ...
VOTO NULO. Ignorantes que não sabem onde colocar a cruz; ou malcriados que escrevem insultos aos políticos que se sacrificam por eles...
VOTO EM BRANCO: o significado é apenas um - eleitores que não são preguiçosos, nem indiferentes, nem ignorantes, nem malcriados - são eleitores conscientes e activos que saem de casa e vão às urnas levar a mensagem não tenho confiança em qualquer dos candidatos, não vejo em nenhum qualidades suficientes para merecer o meu voto.
Parece que o único tipo de voto que é uma bofetada nos políticos é o VOTO EM BRANCO. Chega-se à mesa, mostra-se o cartão, recebe-se o boletim, vai-se ao cubículo secreto, nada se se risca, dobra-se o papel e vai-se entregar na urna.
Há quem diga que depois alguém pode inserir a cruz onde deseja, mas isso não parece fácil porque estão presentes representantes dos vários candidatos. Nas últimas legislativas, houve mais votos em branco do que os que teve o MRPP e este teve tantos votos que recebeu dinheiro para as despesas da campanha... E o voto em branco nem sequer fez campanha!!!!
Pense bem nisto, amigo Vouga.
Abraço
João
Caro João Soares
Tem muitíssima razão. Mas aqui na Madeira o caso tem sido diferente. Só nas últimas eleições para a AR é que todas as mesas de voto tiveram membros da oposição. E, por coincidência, foi a primeira vez que o jardinal não teve a maioria absoluta nos votos, embora depois, por força do método de Ondt, obtivesse a maioria dos deputados.
Como os madeirenses, pelos vistos, já perderam o medo do papão, estou em crer que todas as ditas mesas de voto vão ser doravante devidamente preenchidas. O que me vai levar a seguir o seu douto conselho.
Acredito cada vez mais que os políticos portugueses apenas querem saber do seu umbigo. Veja - se o resultado da politica "o bom aluno da Europa" começada por Cavaco no final dos anos 80 e continuada por Sócrates e Passos Coelho.
Quem paga o preço desta politica de bom aluno são sempre os mesmos do costume.
Abraço,
Magno
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