domingo, 31 de dezembro de 2006

A DESEJADA PAZ É CONSTRUÍDA POR CADA UM

Passos para a PAZ

Encontro Europeu de Jovens, promovido pela Comunidade de Taizé.


A Paz é um direito de cada pessoa e deve ser procurada, cultivada, mantida e desenvolvida no íntimo de cada um e em todas as organizações que funcionem com «recursos humanos» desde a família ao Estado.

Li em tempos que a actividade das pessoas e dos Estados é condicionada por dois sentimentos opostos: o Amor e o medo. Predominando o Amor, há abertura, confiança, respeito, compreensão e todas as qualidades de que falam ao manuais de ética e bons comportamentos. Quando prevalece o medo, aparece a desconfiança, a sensação de perigo e ameaça, o desejo de defesa, vingança, ódio, aversão, etc, coisas que estão na origem das guerras. Havendo medo, não pode viver-se em paz, e as pessoas têm medo do desconhecido. Daí a importância da transparência, da franqueza, do diálogo aberto, dos contactos frequentes, de manifestações de solidariedade, compreensão, tolerância, etc.

Neste momento, decorre em Zagreb um Encontro Europeu de Jovens, promovido pela Comunidade de Taizé, que constitui uma oportunidade de diálogo entre religiões, para a promoção da paz. Os jovens participantes, tal como cada um de nós, deverão estar cada vez mais conscientes da importância da fraternidade entre os homens e da necessária abertura às pessoas que os rodeiam.

Temos tanta necessidade de confiança em nós próprios e nos outros como de ar fresco. Ao nosso mundo falta cada vez mais respeito e amor ao outro, alento e ar, por causa da desconfiança da suspeição, da dúvida e do desespero. Os imensos problemas das nossas sociedades podem alimentar o derrotismo. Mas, quando escolhemos amar, descobrimos um espaço de liberdade para criar um futuro para nós mesmos e para as pessoas mais próximas, com tendência para alastrar ao Mundo, criando comunhão na família humana."


Seria bom que em 2007, as pessoas evitassem ser vítimas do desânimo de hoje e escolhessem o amor e a esperança, a compreensão e a confiança". Respeitando a pessoa, promove-se a paz, e, construindo a paz, assentam-se as premissas para uma autêntico humanismo integral.

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Votos de PAZ para 2007

Desejo-lhe Paz

Quero um novo mundo...
Uma nova lei, um novo país,
Um novo amanhecer!
Quero paz e não guerra...

Longe de mim morte
O ódio, a raiva, a luta pelo poder.
Longe a fome, o desemprego, a miséria.
Quero um amanhã mais alegre...

Um amanhã onde impere,
A lei da paz, do amor, da amizade.
Que os homens esqueçam o passado
E comecem um diálogo fraterno de paz.

Que os homens comecem a falar de amor,
A dialogar fraternalmente.
Um diálogo, que leve todos os homens,
Ao encontro do verdadeiro amor,
Da verdadeira Paz Universal!

Que eu possa levar a todos.
A paz, o amor, a alegria, a caridade.
Que a fraternidade e a paz,
Sejam o meu lema.

E, que eu possa levar a todas as pessoas,
Uma Mensagem de Paz
E amor fraternal!

Muita paz para você...
Feliz 2007

Texto: Leinecy Pereira Dornele

Um texto a que adiro totalmente, sem reservas. Considero estes os melhores votos para o 2007 em qualquer parte do mundo, seja qual for a religião ou o regime político.

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Bom Ano 2007

A todos os visitantes deste blogue, com especial ênfase para aqueles que aqui inserem comentários (estes representam um incentivo importante para o aprofundamento dos temas e um estímulo para que se continue a manutenção do fluxo de novos textos)

DESEJO UM 2007 COM MUITOS ÊXITOS PESSOAIS, FAMILIARES E PROFISSIONAIS,
COM A REALIZAÇÃO DE TODOS OS SONHOS E PROJECTOS
E O APARECIMENTO DE NOVAS OPORTUNIDADES DE FELICIDADE.

Beijos e Abraços às senhoras e aos homens, respectivamente

A. João Soares

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sábado, 30 de dezembro de 2006

Saddam Morreu. E depois?

Saddam, como ditador, foi genial. Logo após a subida ao poder em16 de Julho de 1979 em substituição do Presidente Hassan al-Bakr que renunciou alegadamente por motivos de saúde, organizou o Estado de forma a não ser traído, rodeou-se de amigos e companheiros da sua região e deu à sua tribo, embora minoritária o máximo de poderes, Não conhecia escrúpulos e teve a falta de pudor de atrair dois genros que se tinham refugiado na Jordânia e de logo após a sua chegada os matar.

Tentou uma fusão com a Síria num único Estado e, em 1980, aproveitando a instabilidade do Irão na sequência da queda do Xá Reza Pahlevi, invadiu território nas margens do Canal Chat al-Arab, a juzante da confluência dos rios Tigre e Eufrates, iniciando uma guerra de perto de dez anos.

Em relação ao seu povo, são referidos como mais significativos os seguintes crimes contra a humanidade, os direitos humanos:
1982 - 399 pessoas foram detidas e torturadas. Destas, 148 seriam executadas, na sequência do atentado contra Sadam Hussein. As vítimas são todas da terra ou da família do organizador do atentado;
1988 - 5 000 curdos são mortos em ataque químico contra Halabja;Década de 1980 - 180 000 mortos curdos na sequência da sua deslocação forçada do Norte para o Sul do Iraque. A morte por inanição era frequente.
Década de 1990 - Repressão sangrenta da revolta no Sul (Xiita) após a expulsão das tropas iraquianas do Kuwait.

Como diz o poeta V.C. é curioso que muita gente do nosso País, hoje chore a morte de um INDECENTE, e amanhã irá votar no referendo pela morte de muitos INOCENTES. É uma das ambiguidades da mentalidade da nossa sociedade.Mas, o que merece mais reflexão é procurar saber que benefício tira a humanidade da execução por enforcamento de Saddam Hussein. O que de bom ou de mau resulta daí? Cometeu crimes hediondos, é certo, mas a punição poderia ser outra que não a morte.

Em Portugal acabou-se com a pena de morte mas estamos no lado oposto, com penas leves, prisões que servem de escolas de aperfeiçoamento nas técnicas do crime, movimentos de apoio aos criminosos condenados a prisão, esquecendo o merecido apoio às vítimas. A sociedade, em geral, cá e no mundo, está desumanizada, perdeu os valores que lhe davam rumo. E um rumo é indispensável, mesmo que não seja totalmente correcto, porque permite correcções e ajustamentos. E o que não existe não pode ser corrigido!

Nesta reflexão não pode ignorar-se o papel de Bush no problema do Médio Oriente e, mais pontualmente no Iraque. Embora Bush se ufane do seu cristianismo, fica bem enfatizado que ele é um mau cristão. Ou não sabe ou já se esqueceu que Cristo aconselhou «Amai-vos como eu vos amo». Ama os outros como a ti próprio. E quando se fala dos outros, não se referem os nosso amigos e parentes, os que pensam como nós, etc. Os outros são os diferentes na cor, na língua, na religião, na filosofia de vida. E para fomentar e manter a cooperação entre os diferentes, há a diplomacia, os sistemas de pressão do âmbito da economia, da cultura do espectáculo, etc, não sendo necessárias as mais modernas armas Há muitas maneiras de contribuir para a Paz no mundo sem utilizar a força destas nem a pena de morte. A desejada Paz continuada, sustentada não se consegue com as armas. Estas deixam rancores e desejos de vingança. Saddam vai, provavelmente, ser utilizado como bandeira contra o Ocidente, o terrorismo de elevada intensidade irá ser incrementado contra os principais países ocidentais. O futuro fica mais negro. E Bush só não será julgado e condenado pelas mortes que tem causado em várias partes do mundo, por o Poder da América o colocar a salvo de tribunais internacionais.
O mundo está a parecer um hospício, por todo o lado.Oxalá 2007 nos traga novos rumos de Paz, concórdia, tolerância e cooperação para a felicidade da espécie humana.
A condenação à morte não valeu a pena, antes pelo contrário.

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

DEMOCRACIA

TRINTA E TAL ANOS DEPOIS
( ... Aqui só para nós os dois ...)
~ Acróstico ~


Democracia tem D
Como tem Desilusão,
Desgoverno, Desemprego,
Desgraça, Desunião...

Está também em Decadência,
Desespero, Dependência,
Desordem, Desobediência,
Em Desconchavo e Demência,
Em denúncia e Displicência.

Em Dislate, Deplorável,
Desvario, Descartável,
Despautério, Desavença,
Desgaste, Desconfortável,
Desconfiança e Descrença.

Continua em Delinquência,
Como em Desinteligência,
Discórdia, Depravação,
Desgosto, Devastação,
Desagravo, Divergência,
Derrocada, Desistência,
Desmando e Deformação.

Também tem D Deputado,
Demagogo, Desleixado,
Disforme, Deteriorado,
Desbragado, Discutível,
Detestado e Desprezível.

Como tem D a Deriva,
Despudor, Desnorteada,
Desastrada, Destrutiva,
Desonesta, Desonrada,
Dolosa e Destrambelhada.

Está ainda em Devassidão,
Delirante, Destemperada,
Desbocada e Desvairada,
Porque está em Demissão,
Desvergonha e Desatino,
Mesmo em Decomposição.
Também tem D Ditadura,
Ironias do Destino...

E depois de tanto D vem
E de esgoto, esquerdismo
M de máfia, maralha,
O de obsceno, oportunismo
C de corrupto, canalha
R de rasca, rufia
A de alarve, ateísmo
C de cus da Casa Pia
I de infâmia e inflação
A de aborto, aberração!

Se a rima não está correcta
Perdoai-me, por quem sois.
Mas eu não sou o poeta
Do «trinta anos depois»,
Que até já são trina e dois.

O que quero é afirmar
Que jamais me irei negar,
-Sem nunca tergiversar-
De chamar pelo nome os bois.

V.C. (Boi Ápis)
«O Poeta de Fornos de Algodres»

NOTA : Cedido pelo autor, a quem, entre outros méritos, reconheço o da riqueza de vocabulário.

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Segurança rodoviária - 3

Não «há senso» no trânsito

O Natal é, por tradição e por excelência, festa de reunião das famílias. Mesas a que, durante o ano, se sentam dois idosos a curtir a sua solidão, reúnem nesta festividade para cima da dezena de pessoas de várias gerações. A alegria, as cores das ornamentações, as luzes da árvore e do presépio, a abundância da refeição e a variedade dos acepipes, a distribuição das prendas, são factores de superação das dificuldades e dos sofrimentos de todo um ano que chega ao fim. Muitos dos convivas chegaram de longe, viajaram muitos quilómetros, alguns vindos do estrangeiro, para confraternizar com os demais familiares.

Mas algumas mesas (sempre muitas, demasiado numerosas) ficaram intactas, porque a tristeza, a dor, o choque emocional tirou o apetite, a vontade de rir e conviver. Um ou mais familiares, na viagem para o encontro festivo da família, encontraram a morte ou ferimentos graves num acidente, estúpido porque podia ter sido evitado. O ambiente de festa, transformou-se, de repente, em luto e sofrimento. E tudo devido à distracção de alguém, a uma pressa insensata, a um excesso de alegria, de vinho, de comida, de medicamentos, de droga, de alguém que não teve senso, não respeitou a própria vida, a dos seus companheiros de viagem e a dos outros utentes da estrada. Também pode ter sido devido a um sinal errado ou ausente, uma curva mal sinalizada, etc. Além dos mortos há os que ficam deficientes para toda a vida, dependentes de familiares ou da Segurança Social.

Mas o mais chocante, e que justifica o título deste texto, é ler nas palavras do jornais o «raciocínio» frio e desumano, o jogo com os números das estatísticas como se os acidentes e as suas vítimas fossem poucos, ou como se fosse tranquilizadora a comparação com estatísticas de anos anteriores. Tanta desumanidade, tanta falta de senso, tanta frieza, tanta falta de respeito pela dor e o luto de imensas famílias com a alma em farrapos, confrange . Se fosse apenas uma família já era de lamentar. Mas infelizmente foram muitas. Imagine o Sr Ascenso que uma das vítimas era um simples «secretário de estado» ou um dirigente do seu partido. Isso, para si, seria uma séria tragédia, apesar de se tratar apenas de uma pessoa, número insignificante! Não «há senso» Sr Ascenso. Não se esqueça que durante 2006 morreram na estrada mais pessoas do que todos os deputados e governantes, portanto uma verdadeira tragédia, não acha?

A dor pela morte de um familiar, de forma tão trágica, não se atenua com as estatísticas. Há que fazer tudo para acabar com as mortes na estrada. É responsabilidade daqueles que o povo escolheu para governar.

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Segurança rodoviária - 2

A segurança nas estradas precisa de boa fiscalização e não de novas leis. As existentes são suficientes se foram respeitadas e, para isso, dada a qualidade dos nossos condutores, é preciso uma fiscalização mais rigorosa e frequente de maneira a diminuir a probabilidade de impunidade dos infractores. Transcrevo uma carta sobre este tema enviada aos jornais no Verão passado.


Carros sem seguro


Segundo notícias de 27 de Julho, devem andar a circular mais de 60.000 carros sem seguro. Isto é grave por lesar outros carros e peões se forem «agredidos» por um deles. É mais um facto a provar que os legisladores sofrem da mania de legislar, a torto e a direito, sem a noção exacta dos efeitos dessa obsessão. Quanto à segurança rodoviária, essa «doença» é evidenciada a cada passo. É raro o ano em que não são agravadas as coimas das infracções ao Código e as condições em que são constituídas as infracções. Por este andar, dentro de pouco tempo, entrar para o carro já é infracção. Porém, o grave problema da sinistralidade continua, praticamente sem redução. Com efeito, o que reduz a sinistralidade não é o agravamento virtual e ilógico das condições de condução, mas sim uma fiscalização que obrigue ao cumprimento da legislação existente. Sem esse cumprimento, não há nova legislação mais gravosa que faça milagres. É o caso da alcoolemia, do excesso de velocidade, das manobras perigosas, do uso de telemóvel, do seguro, etc. E quanto a este, foi há muitos anos obrigada a fixação no pára-brisas do talão comprovativo. Pergunta-se: qual a utilidade actual desse talão? Quem olha para ele? Que procedimento rápido, prático e eficaz é adoptado quando ele mostrar que o seguro não está em dia? Se o talão não serve para nada, para que continua a ser obrigatório tornar opaca uma parte do pára-brisas, reduzindo a visibilidade do condutor? O mesmo se passa com o selo da contribuição autárquica e do referente à inspecção periódica. Isto demonstra que somos um país de legisladores utópicos, sonhadores e distraídos das realidades.

Qualquer lei só tem algum interesse se contribuir para melhorar a vida aos cidadãos honestos e, para conseguir esse objectivo, tem de ser acatada por todos, o que só se garante com uma fiscalização rigorosa de efeitos rápidos. Se uma lei não é cumprida, de nada vale alterá-la com coimas mais elevadas, porque quem não cumpria a primeira também não cumprirá a segunda, sabendo que a probabilidade de ser apanhado em falta é de tal maneira reduzida que compensa infringir. E, por isso, continua o excesso de alcoolemia, de velocidade, o uso de telemóvel, as manobras perigosas, a falta de seguro, a condução sem carta, etc. Há quem defenda que a solução está em mudar os comportamentos das pessoas. Mas quantas décadas demora conseguir esse santo desejo? De que forma se consegue? Talvez apenas se resolva, em tempo útil, com fiscalização repressiva rigorosa, reduzindo a probabilidade de o infractor ficar impune. E, dessa forma, se evitará que Portugal continue a ser um País de bananas.

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Segurança rodoviária - 1

A Justiça e os crimes nas estradas

As festividades deste Natal produziram elevado número de acidentes, com mortos e feridos graves, muitos destes acabando por morrer no hospital e outros ficando inválidos para o resto da vida. É um tema que devia ser objecto de reflexão por parte de todos os condutores e seus companheiros de viagem.
Isso leva-me a transcrever uma carta que no inicio de Agosto enviei aos jornais,, apoiando o texto colocado em A VOZ DO POVO por Beezzblogger com o título «Estradas negras, muito negras...»


Em 31 de Julho passado, surgiu uma notícia de que na região da Anadia, um pedreiro de 46 anos foi julgado e condenado pela sétima vez por conduzir sem carta, tendo a primeira ocorrido em Julho de 1999. Segundo a juíza que agora o condenou a prisão efectiva - nos julgamentos anteriores teve apenas pena suspensa – diz que as penas anteriores não surtiram qualquer efeito preventivo e dissuasor de novos ilícitos.

A idade que tem, leva a admitir que já conduz há mais de duas décadas. É certo que pode saber-se conduzir com segurança sem possuir carta, mas esta constitui a única prova legal da habilitação para essa actividade e, como tal, não pode ser dispensável. A pergunta que nos fica no espírito reporta-se à função dos tribunais que este pedreiro provou ser muito discutível. E é oportuno reflectir sobre o papel das tutelas da Justiça e da segurança rodoviária, pois durante os sete anos em que este pedreiro anda em diálogo com a Justiça, o Código das Estradas já recebeu várias alterações que incidiram no agravamento das coimas e outras repressões sobre os automobilistas, mas que, por não serem realistas, não melhoraram a prevenção da sinistralidade. Olhando para a acção dos agentes policiais, só é de elogiar que não desistam de cumprir perseverantemente a sua função, apesar de, a jusante, ela ser mal utilizada pelo sistema judicial. Levaram este infractor seis vezes ao banco dos réus sem qualquer benefício par a segurança dos utentes da estrada, apenas o tendo conseguido à sétima vez.

Isto demonstra que todo o sistema se segurança rodoviária necessita de uma profunda remodelação, para pôr cobro a casos como este e como o da falta de seguro, dos excessos de alcoolemia e de velocidade, das manobras perigosas, etc. etc. É preciso analisar a essência do problema em toda a sua amplitude e adoptar medidas viáveis e eficazes, não para dificultar a vida a quem conduz com prudência mas para dissuadir os menos cautelosos que colocam em perigo vidas e haveres alheios.

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terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Organismo de Saúde ou de finanças?

Este extracto do Diário de Notícias de 26 de Dezembro é muito chocante e merece adequada meditação.

Taxas de inscrição valem à Reguladora da Saúde quase sete milhões de euros
Rute Araújo

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) arrecadou em taxas de inscrição mais dois milhões de euros do que estava previsto no orçamento de 2006. Até ao mês passado, o organismo recebeu um total de 6,718 milhões de euros de hospitais e centros de saúde, públicos e privados, que têm obrigatoriamente que fazer o registo na ERS - o prazo limite terminou em Junho. Um valor bem acima dos 4,7 milhões previstos para este ano em receitas próprias(...).


O que choca é que organismos do ministério da Saúde, tal como o próprio ministro, raramente se pronunciem sobre a saúde dos cidadãos, as suas doenças , as medidas para serem bem atendidos, socorridos e recuperados, mas, pelo contrário, falam como se fossem antenas do ministério das Finanças, ou serviços fiscais.
O tema repetidamente debatido são os euros. De onde estes vêem é sabido: do bolso dos cidadãos. Mas para onde vão? O que é que o cidadão vai beneficiar com este dinheiro que lhe foi sacado? E seria muito interessante que nos explicassem quais os benefícios que temos dos apertos de cinto insistentes que vimos fazendo já há muitos meses, principalmente porque constatamos que os apertos não são feitos por todos e que os políticos e os que deles estão próximos levam uma vida folgada sem restrições no uso dos dinheiros públicos, como é o caso, entre muitos, do «subsídio de desemprego» do Dr. Jorge Vasconcelos.

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segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

A FESTA DO NATAL TEM 4.000 ANOS !

Do Blogue «Filhos de um Deus Menor» extraí as seguintes palavras que me fizeram reviver uma reflexões com certo tempo de amadurecimento


«A celebração do Natal antecedeu o cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o «Zagmuk». Originalmente a Igreja não celebrava o nascimento de Jesus. Com o passar do tempo, todavia, os Cristãos começaram a fazer do Natal, uma forma - entre outras - de "ornamentar" a cristianização. No princípio ornamentavam-se árvores (loureiros) verdes com muitas velas para espantar os maus espíritos da escuridão.
E hoje?»

NOTA:
O homem sempre teve necessidade de encontrar explicação para as suas dúvidas acerca de tudo o que o cerca. Criou Deuses, umas vezes autoritários e exigentes, outras vezes amorosos, mas, com frequência, em grande quantidade como ocorreu nas teologias grega e romana. Os filósofos antigos canalizaram esses sentimentos das populações para diversos cultos, facilitando os comportamentos mais civilizados de vivência em sociedade. Com o progresso da história, assiste-se ao aperfeiçoamento das religiões. Como se vê das palavras atrás transcritas a influência astral foi determinante, e as religiões organizavam festas especiais próximas do solstício do Inverno e do Equinócio da Primavera, além de outras menores relacionadas com as sementeiras, as colheitas e outros momentos visíveis da natureza agrícola.

Os filósofos, doutores da lei, que criaram o cristianismo tiveram a inteligência e o cuidado de aproveitar o entusiasmo religioso dos povos da época, e o seu calendário para que a conversão não obrigasse a alterar os costumes ou a criar novas festas em paralelo com as «pagãs» já enraizadas. E, assim, localizaram o nascimento do Redentor nas festas do solstício de Inverno e a sua morte e Ressurreição no primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia depois do equinócio da Primavera. Estes pormenores e a coerência do Antigo Testamento e dos quatro evangelhos do Novo Testamento são merecedores da maior consideração e respeito pela inteligência, racionalidade e sentido prático dos filósofos da época.

Estas palavras poderão chocar muitas pessoas, mas a fé não perde com elas, a não ser em pessoas fanáticas sem a elasticidade suficiente para ir além dos textos preparados pelas autoridades eclesiásticas. A necessidade de Deus é, hoje, muito semelhante à dos gregos e romanos, indianos ou chineses, e , perante a crise moral e social em que o mundo se encontra, ela está mais acrescida. Há, no entanto, a particularidade de a rebeldia e libertinagem afastar muitas pessoas da disciplina rígida dos rituais e levando cada um a ter o seu próprio conceito de Deus, o que não favorece as religiões que exigem actividades de massa, de multidão. Outro mal que ameaça as religiões é o radicalismo de minorias que retiram respeito e credibilidade ao valor de algumas religiões da parte dos seguidores de outros credos.

A crise em que o Mundo está mergulhado afectará também as religiões que, para sobreviverem, terão de se adaptar aos sentimentos da população actual, embora mantendo os dogmas e os conceitos fundamentais.

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A NOSTALGIA DA LIBERDADE

Do Jornal de Notícias de hoje, 25, extraio o início do artigo que aborda a ameaça para a liberdade representada pelo cartão único, ao qual junto uma Nota cujo conteúdo é já conhecido dos leitores dos comentários nos blogues.

A nostalgia da liberdade

Francisco José Viegas, Escritor
Sem surpresas por parte dos pessimistas do costume - entre os quais me encontro - o parlamento aprovou, por unanimidade, o projecto governamental do Cartão Único. A modernidade rejubilou, imbecil e histriónica e apressa-se a dizer que, depois de termos inventado a Via Verde das auto-estradas, mantemos o passo acertado com as grandes nações (o que não é verdade - na Austrália e nos EUA não há bilhete de identidade, por exemplo) temos cartão único de cidadão, basta agora começarmos a cruzar os dados: o número de cidadão, o de contribuinte, o da segurança social, em breve o da saúde, quem sabe se de o fumador de marijuana ou o de leitor de literatura obscena ou de adepto de um clube de futebol.
O ministro António Costa, alertado pelas objecções acerca do perigo de haver tamanha concentração de dados num único cartão, lembrou que "isto não é o Big Brother". Engana-se, meu Caro António Costa não é o Big Brother, mas pode ser o princípio. Nada nos garante que, daqui a uns anos, a uns meses, depois de entrar em vigor o cartão único, não exista um organismo, muito cioso da segurança do Estado e do controle dos cidadãos, que comece realmente a fazer o cruzamento dos dados contidos no "chip" que cada um trará dentro do bolso. Nada que não tenha acontecido antes (...).

NOTA: O Mundo está a caminhar para soluções de alto e rigoroso controlo e centralizadoras tendentes para o Governo Mundial sob a liderança de um Governo único tipo ONU, o que está a ser cozinhado por um grupo já numeroso de ricaços - banqueiros, grandes industriais casas reinantes, políticos de influência e magnatas da comunicação social, integrados na organização que dá pelo nome de Clube Bilderberg. Há um livro do círculo de Leitores muito esclarecedor.

Não é por acaso que se desenvolveu a associação de estados na Europa (UE), a NAFTA, a AFTA, o Merco sul, etc. etc. Tudo isto é fomentado pelo Clube.

A legislação do comércio internacional é uma forma de reduzir o poder dos Estados e de o transferir para um organismo internacional.

Os dirigentes de Instituições supranacionais e os dirigentes dos Estados mais poderosos são apoiados pelo Clube, como, por exemplo o Presidente dos EUA. Reparemos que Guterres que foi convidado numa recente reunião do Clube está em funções supranacionais. O mesmo se passa com Durão Barroso, o mesmo se há-de passar em breve com Nuno Morais Sarmento e com Augusto Santos Silva.

Por acaso Cavaco não estava a ser controlado pelo Clube, mas este, logo após a posse, mandou cá o Henri Kissingir, um dos homens de mão de David Rockefeller, uma das eminências do Clube, trazer o catecismo e ler-lhe os mandamentos.

Estamos numa «guerra» pacífica, sem tiros nem violências, cuja arena são os gabinetes higiénicos, com ar condicionado, belas alcatifas e decorações.

Portugal com o cartão único está a demonstrar ser um bom aluno, através daqueles que têm participado nas reuniões do Clube. Mas não é só o Cartão Único que nos controla (como o Big Brother do livro 1984 de George Orwell), nós estamos a ser controlados quando temos o telemóvel ligado, quando vamos ao Multibanco, quando entramos nalguns edifícios ou passamos nas ruas e estradas que dispõem de câmaras de vídeo. A liberdade já pertence ao passado e a pouca que nos resta vai durar muito pouco. Ai dos nossos netos! Estão bem tramados com o mundo que a nossa geração lhes deixa como herança envenenada.

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Aulas de substituição

Do blogue
«É curioso» http://ecurioso.blogs.sapo.pt/ , extraio este pequeno, mas significativo, artigo.

Finalmente a imbecilidade começa a dar frutos.

Aulas de substituição podem custar um milhão

A procissão ainda vai no adro mas começam a aparecer os resultados da acção inconsequente da política arrogante e incompetente de alguém que deveria andar a brincar com bonecas e do outro que deveria se entreter com o colo do seu prazer e deixar as vidas das pessoas em paz.

NOTA: De repente, a palavra imbecilidade pareceu-me demasiado forte. Mas, após uma ligeira reflexão, não encontro nada melhor. Os políticos, podendo dispor dos dinheiros públicos, impunemente, tomam decisões que bradam aos céus. Não contam com os cidadãos e tratam-nos como se a escravatura ainda existisse. No caso das aulas de substituição, o ministério que decidiu a carga horária semanal considera-se no direito de obrigar os professores a trabalhar mais horas sem qualquer pagamento adicional. Isso só é possível com os desgraçados militares porque não têm sindicato nem direito a manifestação, nem direito a greve; esses são autênticos escravos... até ver! Mas os professores não o são.

Outro caso de «ditadura» democrática (!) ocorre no ministério da Saúde. Cada vez que o ministro fala, só argumenta com euros, esquecendo que o objectivo do seu ministério são as pessoas e a sua saúde, que ele deve preservar e recuperar sempre que a preservação falha não as finanças e os custos do sistema de saúde. Este, para ter as finanças direitinhas, qualquer dia manda matar todos os doentes, sim, porque ele não é ministro da doença; depois só se preocupará com a saúde a qual, existindo, não lhe dá preocupação e quando desaparece, aplica a injecção letal e continua a haver apenas saúde, só saúde. Assim será o ministro com mais êxito e eficácia no seu mester.

Atenção, estou a ironizar. Nada de o Sr. ministro levar isto totalmente a sério. Temos de estar atentos, não vá ele sucumbir a esta tentação!!!

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Urbanismo e efeitos secundários


O post ‘Venda da «Penitenciária» de Lisboa’ obteve alguns comentários interessantes pelos subentendidos que sugerem.
Numa visita ao blogue «Alcobaça: Ecos e comentários» encontrei dois posts afastados entre si no espaço e no tempo, um referente a Alcobaça e outro a Espanha, algo esclarecedores acerca do saber que está por detrás dos referidos comentários, de que extraio duas passagens:

Sobre Alcobaça:

As obras de "requalificação" promovidas pela Câmara são filhas de POLÍTICAS EMPÍRICAS, como todos sabem menos o sr. Presidente, segundo parece. E, têm sido uma das maiores formas de atrair o investimento no concelho...sobretudo para empreiteiros construtores, gabinetes de arquitectos, projectistas, empresas de materiais de construção...Parece que, com a qualidade da obra levantada, em cada inverno lá teremos nós, mais campanhas para atrair investimento.Será que o sr. Presidente da Câmara está a contar com a ajuda das chuvas no inverno, ou noutra estação, para desenvolver as suas ideias económicas ?!

Sobre Espanha:

Mas a publicação deste desenho, no
El Pais de 1/12/2006, prende-se com a corrupção em Espanha associada ao urbanismo; obras publicas e privadas, licenciamentos de campos de golf, avaliação de terrenos a familiares de cargos públicos; empregos a familiares e benfeitores do partido que governa; Empresas que fornecem serviços a ayuntamentos (Câmaras) que são de familiares de políticos; portos marítimos e marinas construídos com branqueamentos de capitais; políticos que recebem luvas de licenciamento de obras, financiação de partidos.... as vertentes são infindáveis! Felizmente o governo do País vizinho tem estado à altura, deste tipo de crimes, e elencos camarários inteiros já foram para a prisão sem fiança e estão na calha futuras detenções. Isto a propósito de em tempos de crise, como os que estamos a viver, anunciarem-se obras, mastodônticas, em todos os lugares sem entendermos que dinheiro as suportam, donde vem e o que está por detrás de semelhantes negócios. Será unicamente a ingénua atracção ao investimento? Ou será que o desenho acaba por dar razão à ideia que é a CORRUPÇÃO QUE MOVIMENTA A ECONOMIA ... e dá muitos empregos aos coniventes com ela ?

E cá? Os interesses situam-se tanto lá como cá à volta de determinados agentes económicos. Mas lá «o Governo tem estado à altura deste tipo de crimes» e cá?

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domingo, 24 de dezembro de 2006

VENDA DA «PENITENCIÁRIA» DE LISBOA

Ministro: Ainda «não está nada previsto» para substituir EPL
O ministro da Justiça, Alberto Costa, afirmou esta sexta-feira, em Lisboa, que «não está nada previsto para o edifício do Estabelecimento Prisional de Lisboa» (EPL), vendido pelo Estado à Sagestamo por 60 milhões de euros. «A única coisa que está prevista é a substituição do actual EPL por dois estabelecimentos prisionais», afirmou o ministro.
A Sagestamo é uma sociedade anónima de capitais públicos pertencente ao universo da Parpública, a holding estatal que gere as receitas das privatizações.
Segundo declarações do secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, Conde Rodrigues, dadas ao Diário de Notícias, a venda do EPL insere-se num plano de modernização do sistema prisional que passará pela desactivação de todos os estabelecimentos prisionais localizados nos centros das cidades.
O EPL está localizado numa das zonas mais caras da cidade e o licenciamento dos seus futuros usos passa inevitavelmente pela Câmara de Lisboa.
Diário Digital / Lusa
22-12-2006 18:36:17


Carmona Rodrigues desconhece futuro do EPL
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, afirmou hoje, em Lisboa, que desconhece o futuro do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), vendido pelo Estado à «Sagestamo» por 60 milhões de euros.
«É uma notícia de que ainda não conheço os pormenores, portanto não me posso pronunciar», afirmou Carmona Rodrigues, acrescentando que falará «assim que tiver a informação necessária».
A «Sagestamo» é uma sociedade anónima de capitais públicos pertencente ao universo da Parpública, a «holding» estatal que gere as receitas das privatizações.
Segundo declarações do secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, Conde Rodrigues, dadas ao Diário de Notícias, a venda do EPL insere-se num plano de modernização do sistema prisional que passará pela desactivação de todos os estabelecimentos prisionais localizados nos centros da cidade.
O EPL está localizado numa das zonas mais caras da cidade e o licenciamento dos seus futuros usos passa inevitavelmente pela Câmara de Lisboa.
Diário Digital / Lusa
22-12-2006 12:40:00

Venda do Estado a uma empresa estatal, porquê? Para quê? Com as vendas sucessivas, o que ganha o Estado? Quem ganha?
Quem serão os construtores favorecidos? A quem serão encomendados os muitos estudos «necessários» até à concretização do negócio?
Quem puder estar atento aos pormenores irá ter muito que meditar sobre o estado em que está a administração dos interesses nacionais, do Estado!

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sábado, 23 de dezembro de 2006

25 DE NOVEMBRO NA 1ª PESSOA

O texto que se segue, apesar de não conhecer o seu autor, foi-me enviado por um amigo merecedor de total confiança, com a sugestão de inserir aqui.

Falo nu e cru e sem olhar a determinados considerandos que são importantes para alguns e que vão distorcendo a realidade dos factos e criando mitos.

No 25 de Novembro de 1975 era Alferes Milº Infª CMD, comandante do 2º GC da CCmds 113/75. Cada comandante de grupo tinha duas chaimites distribuídas com o seu pessoal. Quando da organização da força para tomar a unidade insubordinada, a minha primeira chaimite ficou com o Cor Jaime Neves, Comandante do Regimento de Comandos e eu passei para a minha segunda chaimite.

Nesse dia, 25 de Novembro, subimos a Calçada da Ajuda, para tomar o Regimento de Lanceiros de Lisboa (RLL), unidade por excelência da Polícia Militar, apesar de aqui não haver a tradicional fricção de Comandos e PM. O que se passou foi que o Comandante e 2º Comandante dessa Unidade não acataram a ordem do Presidente da Republica (General Costa Gomes) para se apresentarem no Palácio de Belém, numa altura em que fora declarado o estado de sítio. Nessa acção subimos pela manhã a Calçada de Ajuda com as chaimites, salvo alguns elementos, entre eles o Comandante de Companhia, Cap Artª CMD Apolinário que avançara para garantir a passagem da coluna. Quando a minha chaimite chegou ao cruzamento definido pelo entroncamento da rua de Cavalaria 7 com a entrada do portão do RLL (que hoje se encontra modificada e deslocada) sentimos os disparos duma metralhadora pesada postada numa janela do 1º andar do edifício da Cavalaria 7. Esse fogo foi cruzado com o de outra metralahadora pesada instalada na parte traseira dum Unimog 414 e no enfiamento do portão de entrada para a parada do RLL. Esta metralhadora era manuseada por um Aspirante do Regimento de Infantaria Operacional de Queluz (RIOQ), a única baixa dos insurrectos.

Como havia uma vala aberta na estrada - Calçada da Ajuda - a primeira chaimite minha (onde vinha o Cor Jaime Neves - parou e a segunda viu-se obrigada a parar, tendo ficado defronte do portão do RLL e servido de alvo à metralhadora pesada 12,7 mm (aquela que o Fitipaldi usava na sua chaimite, quando ia tomar café). Saímos de gatas pela portinhola lateral e oposta à porta do RLL. Dali e com uma equipa entrámos ela Direcção da Arma de Cavalaria (DAC), casa que ficava acima do RLL e fazia esquina com a rua entre o RLL e o Depósito Geral de Adidos (DGA, hoje Centro de Classificação e Selecção de Lisboa - CCSL -).

No interior das instalações da DAC foi preso um indivíduo civil, que possuía três identificações militares, uma de cada Ramo das Forças Armadas, e era afecto ao Partido Comunista Português. Mais tarde poderei contar a história deste indivíduo quando dos funerais na Basílica da Estrela.

Já no interior das instalações e nas janelas que davam para a parada do RLL, estávamos cinco oficiais, alguém chamou a atenção ao Aspirante (estava com a farda n.º 3 e em cima do Unimog) para acabar com os disparos. Havia um militar com ele que saltou da viatura e desapareceu. O dito Aspirante reagiu virando o cano da arma na nossa direcção. Ouviu-se um tiro e ele tombou com um tiro na cabeça. Mais tarde vi esse militar na enfermaria do RLL.

Eu e a minha equipa de soldados (cada Cmdt GC era cumulativamente comandante da segunda equipa do seu grupo) demos uma volta pelas instalações do edifício principal (comando, repartições, alojamentos, bar, refeitório) acabando por chegar a um local que servia de prisão e onde se encontravam muitos civis (alguns dados como desaparecidos pelas suas famílias) e que foram sujeitos a sevícias por alguns militares do RLL. Também poderei falar sobre isso, mais tarde. Ao atravessar a parada e entrando num dos edifícios da frente dei com mais de uma centena de indivíduos lá dentro, (a maior parte era jovens recrutas com alguns dias de tropa). Corri a porta de ferro tipo hangar e fui dar a volta pelas restantes instalações.

Mais tarde houve uma grande formatura com todo o pessoal na parada e foi dito aos militares do RLL que iriam para casa e que a sua situação seria posteriormente regularizada.

Nesta acção do 25 de Novembro, interveio a minha Companhia (113/75, a que pertencia o falecido Fur CMD Pires) e a CCmds 112, comandada pelo Capitão CMD Lourenço, a que pertencia o falecido Ten Cav CMD Coimbra. Sobre estas mortes poderei escrever posteriormente. Não foram diferentes das que vi de alguns na guerra do Ultramar. Passem bem!!!

Sérgio Falcão

Os factos aqui relatados, embora eu não possa confirmar alguns pormenores, são do meu conhecimento, d uma forma geral, por os ter vivido de perto quando me encontrava no Palácio de Belém, no Gabinete do Presidente Francisco Costa Gomes, onde desempenhava funções de adjunto.
Não posso deixar de, mais uma vez, reconhecer o valor e a disciplina dos Comandos que , em cada momento, souberam conter o uso d força dentro do estritamente conveniente.

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FARINHAS DA BSE, SORVEDOURO DE EUROS PÚBLICOS


Segundo o Jornal de notícias de hoje, 23, oito anos depois de se ter iniciado o armazenamento de farinhas resultantes de subprodutos bovinos, devido à chamada doença das vacas loucas (BSE), mais de 77 mil toneladas continuam à espera de destino.

O aluguer de armazéns espalhados pelo país custa mensalmente, em média, cinco euros por tonelada - feitas as contas, quase 400 mil euros.

As farinhas começaram a ser recolhidas e armazenadas em 1998 e em Março no ano passado somavam já 122 680 toneladas. Só nessa altura se iniciou o processo de incineração mas, um ano e meio depois, apenas foram queimadas cerca de 45 mil.

O processo de armazenamento e eliminação de farinhas, assim como o controlo de subprodutos, é coordenado pelo Instituto Nacional de Intervenção e Garantia Agrícola (INGA).

Setúbal, Montachique, Carregado, Ílhavo, Salvaterra de Magos e Rio Maior são os locais do país onde se encontram armazenadas maiores quantidades de farinhas. Há também armazenamentos significativos em instalações militares, como o Campo de Tiro de Alcochete e a base da OTAN do Marco do Grilo.

Pergunta: Será esta uma forma inteligente e honesta de gerir os dinheiros públicos? Não haverá uma solução menos onerosa para os dinheiros públicos? Quem está a lucrar com isto? Qual o benefício para o País deste armazenamento sem prazo? Que explicações credíveis dá o ministério da Agricultura? Quem é responsável pelo arrastamento desta situação que contribui para a crise que nos faz apertar o cinto?

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SEGURANÇA RODOVIÁRIA NO NATAL


A GNR mobiliza mais de dois mil militares para, a partir da meia noite de hoje, 22, patrulhar as estradas no âmbito da Operação Natal e Ano Novo, a fim de contribuir para o reforço da segurança nas estradas, através de uma condução mais prudente e com vista à redução do número de acidentes e de vítimas.

Eles aí estarão, durante 10 dias, nas auto-estradas, estradas nacionais e itinerários, a cada hora do dia e da noite.

Esta notícia vem recordar-nos a intenção inconcebível, evidenciada no início deste semestre, de considerar estes agentes da autoridade em condições idênticas às da generalidade dos funcionários públicos. Mas fica a pergunta se, olhando a sério, com os olhos abertos, alguém encontra algum funcionário público a ir trabalhar, nestes momentos festivos de feriados e tolerância de ponto, sem horário, a qualquer hora do dia ou da noite, a correr riscos de ser atropelado ou agredido a tiro ou de outra qualquer forma? No entanto, esses riscos são reais e já têm vitimado muitos militares da GNR. E além dos agentes, também os familiares sofrem as consequências de tais perigos.

Será sensato e inteligente que os políticos, ao «pensarem» nas «regalias» de tais profissionais e as compararem com as de qualquer «manga de alpaca», tenham presentes as condições de trabalho e os perigos que lhes pesam sobre os ombros e são extensivos à suas famílias (às viúvas e aos órfãos).

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sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

NINGUÉM ESTÁ ACIMA DA LEI


Notícias de hoje, 22, dizem que o Procurador Geral da República vai mandar investigar actos considerados menos correctos do seu antecessor. Mesmo que esta decisão acabe por não produzir efeitos visíveis mediáticos, é altamente interessante por mostrar à generalidade da população que ninguém está acima da lei.

Este conceito é de suma importância na noção de Estado de Direito que modernamente todos os Estados se prezam de ser. Porém, não basta dizer, nem ficar por uma ou outra notícia bombástica, é indispensável um comportamento generalizado consonante com este conceito. Seria bom que a prática viesse destruir a convicção generalizada de que o crime de colarinho branco fica sempre impune.

Tenhamos esperança no actual Procurador Geral da República e em que ele não venha a desiludir-nos.

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Boas Festas

Caros Amigos
Sempre procurei ser claro, directo e sintético. Por isso aqui vão os meus vostos de Boas Festas

FELIZ NATAL A TODOS!
Que tenham excelentes momentos entre amigos e familiares, com ou sem presentes, mas com o verdadeiro espírito de Natal que se baseia no AMOR.
SEJAM FELIZES!

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Derrapagem de 23 milhões de euros na Linha do Norte

Com a devida vénia, extrai-se de A VOZ DO POVO este artigo

Meus amigos, este é o país que temos! Um país, onde aos senhores administradores de empresas públicas e políticos, podem gerir mal e o mal são batatas... aínda lhe arranjam um tacho melhor a seguir. Segundo a notícia publicada no JN (Jornal Notícias de hoje 21-12-2006), estes senhores brincam mesmo com o dinheiro de nós todos e responsabilidades não há?"
O órgão fiscalizador das contas públicas, presidido por Guilherme d'Oliveira Martins, considera também que a REFER adjudicou empreitadas a propostas mais caras, sem que isso trouxesse "vantagens económicas reais" para o interesse público. E conclui que na contratação de, pelo menos sete, a empresa poderia ter poupado 15 milhões de euros.
A auditoria, coordenada pelo economista Abílio Matos, critica ainda a REFER por ser alvo de pedidos de elevadas indemnizações e por deficiências nos projectos. O TC dá o exemplo de uma empreitada, adjudicada ao consórcio Teixeira Duarte/Soares da Costa/Somafel, que pediu uma indemnização de 5,4 milhões de euros por erros e omissões no projecto , o que acrescido de IVA representa 7,9% do valor do contrato. "Isto é de bradar aos seus, agora pergunta-se o que vai acontecer? O Tribunal de Contas, o Governo irá pedir contas aos senhores administradores da REFER? Um qualquer de nós que fuja ao fisco, está feito e estes administradores, pagos a peso de ouro, não teriam obrigações de gerir a causa pública com zelo e competência? A que propósito, se adjudicam propostas mais caras, sem benefício à vista e comprovado?
A meu ver, chorudas comissões, vão parar aos bolsos dos adjudicantes... e não são declaradas... caso de corrupção à vista! Mais um caso para investigar e esclarecer, aqui o Zé Povinho, que só vê o dinheiro sair-lhe do bolso e o país na miséria.

posted by Bendix2006

Comentário

O Governo, para ser coerente com a sua decisão de nos fazer apertar o cinto, furo a furo, por tempo indeterminado, devia actuar rigorosamente contra quem prejudica o Estado, os nossos impostos, de forma tão despudorada, tão criminosa.
Não se compreende que queiramos ser um Estado do primeiro mundo e se deixe estas pessoas roubar e deixar roubar o erário com tanto àvontade e impunidade. Estes gestores não poderiam ter sucesso na actividade privada, onde os erros se pagam, como se viu com o «competente» ex-gestor da Expo 98.
Pergunto: Quando será decidido exigir responsabilidades por erros técnicos e de gestão e averiguar a acumulação de riqueza, e a sua origem, dos políticos, no activo e já fora dele. Isto é um escândalo. Mas, ao mesmo tempo é um esclarecimento para os contribuintes, que ficam a saber as razões do aperto do cinto, os destinos dos seus impostos crescentes e das dificuldades que são criadas em todos os sectores nacionais.
Está de parabéns O Sr. Dr. Oliveira Martins. Deus lhe dê vida e saúde para continuar a defender Portugal. Mas tenha cuidado com o «polónio 210». Há pessoas que não perdoam e de tudo são capazes.
Votos de um Natal Feliz para os participantes deste Blogue e os seus visitantes.


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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Um País à deriva?


Segundo notícias de hoje, 21 de Dezembro, o Governo português, por intermédio de Luís Amado, quando ainda era ministro da Defesa, terá prestado informações erradas e omitido dados sobre os voos da CIA (serviços secretos norte-americanos) que sobrevoaram o espaço aéreo nacional ou que fizeram escala em aeroportos portugueses, nos Açores (Lajes e Santa Maria), ao afirmar que não constavam dos registos portugueses quaisquer voos.
Porém, a comissão temporária do Parlamento Europeu que investiga os voos da CIA que transportavam prisioneiros ilegalmente entregou em Bruxelas, pela mão da socialista Ana Gomes, uma lista de 94 voos de e para a base norte-americana de Guantânamo, dos quais sobrevoaram o espaço português 77 voos, e outros 17 fizeram escalas nos aeroportos das Lajes e Santa Maria, nos Açores, o que contradiz as informações atrás referidas.

Um porta-voz de Luís Amado, agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, citado pela SIC em 21 de Dezembro, garantiu que "não houve mentira ou omissão deliberada" e que o Executivo português "vai continuar a fazer o levantamento de todos os casos detectados".

A explicação do porta-voz nada tem de novo situando-se no estilo «politicamente correcto» a que nos vêem habituando. Mas nada nos tranquiliza.

É que, se tivesse sido mentira ou omissão deliberada seria menos grave porque se tratava de um comportamento individual que, na pior hipótese, num Estado de direito lhe poderia acarretar a exoneração. Mas não sendo deliberada, trata-se de falta de informação ou existência de informação errada o que é muitíssimo mais grave, porque demonstra o estado caótico em que se encontra o aparelho do Estado, a falta de organização, de controlo, de comandante do barco que paira ao sabor das correntes, sem compasso, sem leme, sem timoneiro, nem sistema de responsabilização.

É inexplicável que o Governo não tivesse capacidade de saber aquilo que a comissão do Parlamento Europeu, por fora do aparelho português, acabou por saber. E se se deu o caso de o Governo saber e querer ocultar, então trata-se de uma infantilidade incompreensível, porque qualquer rural da minha aldeia sabe que a verdade é como o azeite, vem sempre à tona da água.

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Ainda existe «O CRIME?» - transcrição

Extraído do Blogue ARIMAS DE POORTUGAL, com a devida vénia

Ainda existe "O Crime"?

Ainda existe "O CRIME"? Hoje dia 20DEZ06, quando passava junto a uma banca de jornais vi, com espanto, um título na primeira página, que me chamou a atenção: ENVOLVIDO NO TRÁFICO DE DIAMANTESEX-COMANDO ESPIAVA MAGISTRADOS DO "APITO DOURADO"
Lemos no corpo da notícia, "um serviço de informações" disse que um ex-oficial comando do TO de Angola, durante a guerra do Ultramar, envolvido em tráfico de diamantes, em crimes de burla, extorsão, espiava o magistrado do Ministério Público de Gondomar, encarregue do caso "apito Dourado" (telenovela da justiça portuguesa que todos somos "obrigados" a seguir nos "media"). Mais, afirma que esse "possível suspeito", é "perigoso" e que "tem contactos suficientes que lhe permitem pagar encomendas de morte para executar pessoas"! Depois afirmam-no como um "pseudo-detective privado"... proscrito pelos seus pares "detectives"...
Eu, como Comando, sinto-me indignado por o título deste semanário (ainda existe...) reflectir o seu título da notícia na frase -"Ex-Comando espiava..." sem dizer o seu nome. Oficiais com muita dignidade serviram Potugal e os Comandos em Angola, não se dizendo quem é, afecta o bom nome de todos (centenas).
Em segundo lugar, cabe ao PGR (Procurador Geral da República) ou seu representante, pode ser a recém empossada Drª Maria José Morgado, mandar investigar desde já quem é o famígerado ex-comando. Se se provar tal, será tal como o "Código Comando" diz-" inexoravelmente privado do seu título". Cabe também ao PGR, ou seu representante, investigar quem foi "o serviço de informações" que ofereceu a dita "informação" a tal semanário (pensava que já não existia...).
Fico ainda perplexo por um indivíduo "que tem contactos mortíferos por encomenda paga" e não esteja preso, pois tal afirmação implica que já tenha usado esses contactos para tal fim! De resto, peço ao Sr Ministro da Administração Interna se digne mandar fiscalizar todos os serviços de "informações particulares", nomeadamente os "pseudo-detectives privados", pois em Portugal não há legislação que autorize esta "profissão". Se o enteado de Carlos Cruz foi detido em flagrante "sessão" fotográfica dos senhores advogados de alguns intervenientes do julgamento Casa Pia, por ser ilegal fotografar sem o conhecimento dos visados e sua autorização, como podem andar estes senhores (detectives privados) a fotografar, escutar, ou anunciar telemóveis espiões (ilegais) naquele semanário (pensava que já não existia), para os mais diversos fins, principalmente a devassa privada para fins de divórcios? Investiguem, mas façam-no depressa!
posted by MRelvas at
12:20 AM

1 Comments:
A. João Soares said...
Há petiscos saborossos para a Comunicação Social, principalmente, a moralmente menos qualificada. Se um militar, um padre, cometer um pequeno deslize é logo identificado por forma a prejudicar a dignidade da instituição a que pertence, só pertence a uma instituição com princípios éticos que só pode ser abalada por formas traiçoeiras. Mas se um engenheiro, um advogado, um médico, um arquitecto, provoca um acidente rodoviário mortal ou uma vigarice ou outro delito grave, ninguém diz a sua profissão.
Coisa semelhante se passa com o ódio aos avós dos jornalistas ou a pessoas de idade semelhante, são logo identificados como «um idoso», «sexagenário», ou coisa semelhante. Dá a impressão que os autores desta aversão aos iodosos não têm avós por serem bastardos.
É como a referência ao Valentim, quando se trata de uma das suas acções menos dignas, tratam-no por major.
É aquilo que temos neste País que somos! Haverá um longo caminho a percorrer pelas pessoas bem pensantes e bem intencionadas, como o Amigo Relvas, até que as mentalidades comecem a corrígir o rumo dos seus comportamentos.
Há muito trabalho pela frente, pelo que não se pode perder o ânimo e a esperança no êxito.
Continue sem desfalecimento.
Um Abraço
A. João Soares

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Os terrenos alagados da Ota

Por julgar muito interessante e elucidativo transcreve-se o texto que foi publicado como "carta ao Director" no "Público" e noutros jornais.

Os terrenos alagados na Ota

O "Público" publicou na primeira página do número de ontem, 22 de Novembro, uma fotografia de terrenos, neste momento alagados, da área prevista pelos "Aeroports de Paris" (ADP) para implantação do aeroporto da Ota. Se este aeroporto vier a ser construído será, certamente, a maior construção da Europa em leito de cheias. Mas convém dizer mais o seguinte: a cota dos
terrenos que aparecem na fotografia é de cerca de 5 metros acima do nível do mar e a cota prevista pelos ADP para a plataforma do aeroporto é de cerca de 30 metros.

Será, assim, necessário fazer um aterro com cerca de 25 metros de altura sobre os terrenos representados. Estes terrenos, na zona das ribeiras, são terrenos argilosos e o firme (bed rock) encontra-se a cerca de – 20 metros.

Os estudos até agora divulgados parece revelarem a intenção de usar para fazer o aterro o " tout venant" retirado das zonas com cotas mais altas. Mas, a construção de aeroportos tem exigências muito especiais.

No caso da Ota, a consolidação das pistas exige: ou o uso de estacas com cerca de 50 metros; ou a substituição por areias de todo o material argiloso do leito das ribeiras acima do bed rock à semelhança do que foi feito no aeroporto de Macau; ou a consolidação dos terrenos argilosos por meios mecânicos, processo muito moroso e delicado, sobretudo num local sujeito a inundações.

Convém perguntar aos "Aeroports de Paris" , que ganharam o concurso para assessoriar a NAER, qual é a solução que preconizam ou, então, se assumem a responsabilidade de dizer que o " tout venant" pode ser depositado no leito das ribeiras sem nenhuma ,preparação prévia.

Só depois será possível fazer um orçamento credível, o planeamento do estaleiro e a calendarização da obra.

António Brotas
Professor Catedrático Jubilado do IST


NOTA: quem serão os verdadeiros interessados nesta localização? Os controladores aéreos consideram muito perigosa a proximidade da serra de Montejunto e prevêem acidentes quer nas descolagens quer nas aterragens.

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Polícias querem direito à greve


A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), o sindicato mais representativo da PSP, entregou na Assembleia da República (AR) uma petição em que exige do Governo o direito à greve por parte dos polícias.
Mas porque razão não hão-de ter ainda esse direito? Os governantes, com muito regozijo, retiraram-lhes todos os direitos que os distinguiam dos funcionários vulgares públicos, e oestes têm direito a sindicato e a greve; também os meritíssimos juizes, que até se consideram órgão de soberania, também podem fazer greve. Então qual a razão de os polícias estarem privados dessa forma democrática de luta. Algo está errado nesta lógica que actua como um pau de dois bicos.
Não ensandeci, ao falar assim. Só queria enfatizar a falta de lógica do Governo em fazer restrições aos polícias em nome do bem público mas sem lhes dar qualquer compensação por esses sacrifícios, indo ao extremo de os comparar aos funcionário públicos.
Com efeito, não quero imaginar o que serão as grandes cidades num dia de greve da PSP. Nesse dia os prevaricadores agem impunemente, a qualquer hora, em qualquer local, sem qualquer receio. Realmente, não posso aceitar que a PSP faça greve, mas o Governo não pode imaginar o sofrimento de agentes que se vêm igualados aos «mangas de alpaca», mas a quem em dado momento tudo é exigido. Viu-se há dias na Dinamarca que os polícias estão sempre prontos a entrar em acção para combater os efeitos nefastos de governantes apressados e insensatos. A sua prontidão permite, em caso grave, contar com a sua presença qualquer hora, em qualquer dia, enfrentando riscos que por vezes vão até à perda da vida, o que não acontece a um vulgar funcionário público. Se o Governo não os prestigiar, se os tribunais não derem seguimento ao seu trabalho de fiscalização e repressão da criminalidade,
Não podemos ficar espantados se utilizarem formas irregulares de demonstrarem o seu mal-estar.

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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

JOVENS HOJE, LÍDERES AMANHÃ


Notícia dos jornais de 18 de Dezembro diz que: Em 1982, a autarquia de Copenhaga cedeu uma casa antiga aos jovens da cidade para servir de sede de actividades culturais e sociais. Há três anos, o município vendeu a casa a uma comunidade religiosa e, agora, ao pretender desalojar os jovens, a polícia teve que enfrentar uma multidão de jovens da cidade e vindos de vários pontos do país e do estrangeiro, numa espécie de batalha campal em que cinco pessoas ficaram feridas com gravidade e foram detidos 300 activistas.

Daqui, podemos tirar vários ensinamentos, que deveriam ser objecto de séria reflexão por parte dos nossos governantes:

1. Quando se faz uma concessão inicia-se um processo que é difícil de parar ou de recuar. Para retirar uma concessão, principalmente se já é antiga, é necessária um negociação conduzida com muita sensibilidade. No caso vertente, era de prever que os beneficiados pela cedência da casa, que utilizaram durante um quarto de século, não se retirariam sem compensações e, no mínimo, a cedência de novas instalações com o mesmo espaço e condições. Isto é humano, é lógico.

2. Os agentes da Polícia, que no nosso país, são mal vistos e desconsiderados pelo Poder, são chamados para esvaziar os efeitos de erro graves dos detentores do poder e expõem-se a riscos que não são conhecidos dos funcionários públicos, com quem, por vezes, são comparados.

3. A incapacidade dos políticos para agirem honestamente com a população está muito generalizada, de nada valendo rodearem-se de inúmeros assessores, porque estes, sendo nomeados com base na confiança política e não na competência, e sendo inexperientes e ambiciosos, procuram agradar ao chefe evitando emitir opiniões que, embora correctas, possam contrariar as intenções dele. Dizem ao chefe aquilo que ele gosta de ouvir, para singrarem na carreira.

4. Os jovens de hoje serão os líderes de amanhã e, com a consciência desse facto inelutável e do estado a que a geração anterior deixou chegar o mundo – poluição, alteração do clima, injustiça social, pobreza, exclusão, exploração, abuso do poder, corrupção, etc. – estão a exercitar a sua musculatura de liderança, para assumirem as responsabilidades que recairão sobre os seus ombros como governantes de amanhã. Jovens assim, que se opõem aos caprichos e arbitrariedades dos poderosos, são uma esperança de um mundo melhor em que os nossos netos viverão mais felizes do que nós.

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Mordaça. Tudo é secreto

Notícia publicada no JN de 19 Dezembro: «O ministro da Economia afastou ontem de funções o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), invocando a possibilidade, prevista nos estatutos do organismo, de declarar a cessação de funções dos seus dirigentes antes da tomada de posse da nova equipa. O despacho de Pinho acabou por inviabilizar a audição, prevista para hoje, de Jorge Vasconcelos no Parlamento, levando a Oposição a acusar o ministro de querer "silenciar" o responsável, que se demitiu sexta-feira em rota de colisão com o Governo...».
Isto não é próprio da imagem que temos de um governo transparente, democrático. Porquê ocultar do povo (soberano) as razões que levam a impedir que este alto funcionário seja ouvido pelo segundo órgão de soberania? O que teme o ministro das palavras do Presidente da ERSE? Porquê esta mordaça? No mesmo jornal vem um artigo que diz que o povo está disposto a perder liberdades para ter um país mais justo e equitativo, mas é preciso explicar as razões dos sacrifícios, é preciso convencer os espíritos da boa intenção das medidas restritivas, é preciso verdade e franqueza. Ora, isso não se consegue com decisões tácticas com intenções inconfessadas e, certamente, inconfessáveis, tendentes a esconder verdades que, provavelmente, não são edificantes.

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domingo, 17 de dezembro de 2006

A importância de um Código de conduta


Há dias, o Amigo Mário Relvas, que se orgulha de ter cumprido o serviço militar como Comando e que diz ser Comando até à morte, sugeriu mais uma leitura do «Código Comando».

Este trouxe-me à lembrança um facto real que me foi relatado há várias décadas por oficiais da Marinha que contactavam frequentemente com altas esferas militares americanas e que se passou entre o secretário da Defesa Mc Namara e o Almirante chefe do Gabinete. O político queria inteirar-se da estrutura e do funcionamento das Forças Armadas e pediu ao Almirante que daí a 30 dias lhe entregasse manuais de organização e operações, com os sistemas mais modernos e inovadores.

O Almirante, não esperava tal pedido e reuniu-se de imediato com os seus colaboradores mais directos pertencentes aos três ramos e expôs-lhes o sucedido. Perplexos, sem saberem realmente o que se pretendia, trocaram hipóteses, conjecturas, perguntas sem resposta até que um deles já conhecido pelas suas frases sintéticas e inesperadas, mas com muita lógica, saiu-se com uma explicação: o tipo esteve à frente da General Motors onde têm uns manuais de tipo militar e, provavelmente, quer que as FA passem a ter manuais semelhantes. Partiu de imediato um estafeta para na GM receber uma colecção de manuais da mão de um administrador, entretanto contactado pelo Almirante.

Começou um trabalho intenso, sem horário, para elaborar regulamentos militares com base nos da GM. Na data fixada, o Almirante apresentou os «novos regulamentos» ao Secretário da Defesa que abriu cada um dos volumes, viu os índices, viu uma página aqui outra acolá e disse com voz zangada:
- Isto é uma porcaria, não é isto que pretendo.
- Mas este trabalho foi baseado nos regulamentos da GM que o senhor geriu com muito entusiasmo eficiência, desculpou-se o Almirante, procurando ser simpático.
- Mas, quando entrei na GM e procurei elementos de consulta, encontrei os melhores e mais modernos conceitos nas FA e, agora, estas já devem ter doutrina mais avançada e é isso que pretendo.

Realmente, durante muitos anos, as FA, devido ao esforço de organização para a guerra, foram a melhor fonte e racionalização e desenvolvimento de sistemas funcionais em que predominava a preocupação de simplicidade, o melhor aproveitamento de recursos escassos, produtividade, e optimização da gestão de recursos humanos que são a principal base de qualquer organização.

O «Código Comando» pode também, se bem adaptado aos casos concretos, servir de manual de conduta, constituindo uma filosofia de empresa ou de organização que muito contribuirá para aumentar a produtividade através da boa gestão dos recursos humanos e das relações entre os diversos elementos de uma equipa, com alegria e felicidade de cada elemento, e pelo desenvolvimento da auto-estima e do orgulho nos resultados obtidos com o esforço colectivo bem coordenado.

Com a filosofia dos Comando vemos concretizar-se a moderna expressão do patriotismo em que a predisposição para o sacrifício total em defesa da Pátria, não resulta tanto do endeusamento de antigos heróis mas, principalmente, dos factores actuais e da sua projecção no futuro ligados às necessidades de independência, desenvolvimento e prestígio internacional de Portugal. Será a necessidade de defesa daí resultante que mobilizará a vontade dos jovens para o amor à sua Pátria.

A Associação de Comandos é merecedora de aplauso pelo cuidado permanente na manutenção e desenvolvimento desta filosofia que assenta na experiência das actividades decorridas e na constante observação das circunstâncias quotidianas. Desejo um Feliz Natal para todos e que o Novo Ano traga mais motivos de felicidade do que de preocupação.

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sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Se eu pudesse


Se eu pudesse deixar algum presente a você,
deixaria aceso o sentimento de amar
a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo
o que foi ensinado pelo tempo a fora.
Lembraria os erros que foram cometidos
para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você, se pudesse,
o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a acção.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para
encontrar a saída."

(Gandhi)
Recebido por e-mail da Amiga Mariazita
Votos de Feliz Natal para todos os visitantes deste blogue, e para o Mundo.

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Caminhos da Vida

(Recebido de Yvonne Anita, por e-mail)
Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
porque murchará em tuas mão
se não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará no bosque para ti
nem criará outros passarinho sem seu ninho.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho
para a vida, começas a perdê-lo...
porque nunca o verás
voltar para ti livre e maduro.

Aprende no caminho da vida
a paradoxal lição da experiência:
sempre ganhas o que deixas
e perdes o que reténs.

(René Juan Trossero)

"Para alcançar o conhecimento,
acrescente coisas todos os dias.
Para alcançar a sabedoria,
remova coisas todos os dias".
(Lao Tsé)

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SUBSÍDIOS NÃO JUSTIFICADOS


Notícia do JN de 14 de Dezembro diz que, em oito meses, de Março a Outubro deste ano, perto de cinco mil pessoas viram cortado o subsídio de desemprego por terem recusado trabalho ou formação profissional proposto pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP). Estas pessoas fazem parte do grupo dos inscritos como desempregados e que recusaram comparecer quando intimados a aceitar a intervenção directa do instituto. Estamos perante o mecanismo mais eficaz no combate à fraude nesta prestação social que assenta no cruzamento de dados com a Segurança Social

Esta notícia é positiva pelo que representa no combate à fraude, num País em que o abuso não controlado dos subsídios constitui uma prática nociva para a crise económica e financeira que estamos a atravessar e em que os mais desprotegidos, que são a maioria da população, têm que apertar o cinto ao ponto de precisarem de nele abrir novos furos e de cortar a ponta.
A Administração Pública está de parabéns por esta e outras medidas afins.

Porém, o combate aos subsídios não justificados não deve ficar pelos pequenos beneficiados por pequenas fraudes. Deve ir aos subsídios injustos e sem justificação moral. É certo que têm justificação legal, pois os beneficiados pertencem ao clã que faz as leis à medida das suas conveniências. Um político natural do Norte, mas que vive há dezenas de anos em Lisboa, em funções públicas, continua a ter a residência oficial no Norte estando a receber o subsídio de deslocamento, o que não é moral e é desprestigiante para a «classe política». Deputados que mantêm a residência oficial na sua terra natal para receberem subsídios diversos. Políticos que cessam as funções e recebem subsídio de reinserção, mesmo que vão ocupar cargo em Institutos ou Empresas Públicos, ou que regressam ao serviço anterior mas em cargo mais elevado. Sobreposição ou acumulação de pensões de reforma, adquiridas em poucos anos, em oposição aos funcionários que têm de trabalhar cerca de 40 anos para uma pensão de miséria e única. Indivíduos que entram na GALP com quase duas dezenas de anos de antiguidade e ordenados superiores a 40 salários mínimos nacionais.

Enquanto se mantiver esta multiplicidade de critérios em que os pertencentes à Oligarquia ou a ela ligados por laços familiares ou de amizade e de «confiança política» gozam de regalias e excepções não disponíveis para o restante da população, Portugal traduz-se na existência de duas classes: a política e a civil. Poderá ser uma criação de condições para aparecer um teórico que crie um novo tipo de «luta de classes», desta vez, mais explícitas, diferenciadas e bem definidas, não havendo lugar para hesitações para a escolha dos alvos. Como a evolução para extremos desse género traz grandes inconvenientes para o País e a coesão nacional, seria aconselhável que os Governantes criassem mais equidade e justiça social, de forma a todos se poderem considerar Portugueses de parte inteira.

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terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Votos de Bom Ano? Para Quem?


É um dever e de grande utilidade para a nossa tranquilidade psíquica pensar que os nossos políticos procuram, por todos os meios legítimos, criar condições para nós, cidadãos, vivermos felizes, com bom nível de ensino, bons apoios na doença, segurança nas ruas, justiça eficaz e rápida, etc. Actuando com eficiência nestas áreas, os governantes teriam o prémio dos votos inteligentes em próximas eleições. Mas, para isso, não basta anunciar medidas às dezenas ou mesmo às centenas, pressupondo promessas de decisões e de realizações que virão aumentar a nossa qualidade de vida e o orgulho de sermos portugueses. É preciso também explicar as razões que levam a escolher determinadas opções de desenvolvimento e de reorganização, em prejuízo de outras que também parecem adequadas. E, acima de tudo, é indispensável que as promessas não sejam vãs e venham a ser concretizadas em tempo útil para benefício do País.

Mas, infelizmente ninguém explica nada, em condições de nós percebermos, as promessas chovem como se não tivéssemos guarda-chuva. As realizações concretas que nos melhorassem a vida e reduzissem os sacrifícios não são visíveis nem com binóculo e os apertos de cinto sucedem-se, o IVA aumentou, o IRS sofreu agravamentos, os impostos sobre produtos de consumo cresceram, restrições graves à assistência médica e medicamentosa, etc. sem nos ser explicada a finalidade destes encargos, quanto tempo durarão, objectivos a atingir, condições que o farão cessar, etc. A vida torna-se cada vez mais difícil e sentimo-nos a escorregar, há demasiado tempo, numa rampa de que não se vê o fim. Porquê? Para quê? Como? Até quando? E depois?

Também, na sequência dos apertos de cinto, às cegas, há notícias de que «mais de 826 mil portugueses vão ver a sua carga fiscal e parafiscal aumentar em 20% mesmo que os seus rendimentos não registem qualquer acréscimo». Também, o ministro das Finanças poderá dispensar mais de 11 mil funcionários, sendo também lesados os trabalhadores do Estado a recibo verde.

Em contrapartida, caem notícias de perspectivas maravilhosas, fantásticas para uns quantos: reformas milionárias para magistrados; políticos e ex-políticos com pensões de nababo acumuladas, sendo conseguidas em poucos anos de serviço em tachos da oligarquia; meninos e meninas sem experiência da vida, mas com conhecida origem familiar a serem contratados para assessores «por critérios de confiança política»; criação da ESPAP (Empresa de Serviços Partilhados da Administração Pública) que, com as suas subempresas dará emprego aos boys e girls das jotas; e que irá funcionar com eficácia, isenção e rigor semelhantes a muitas empresas municipais já bem conhecidas do Eng. João Cravinho, do Dr. Francisco Louçã e de outros combatentes da corrupção.

E a pairar sobre tudo isto estão as notícias de que mais de metade da riqueza pertence a uma minúscula percentagem de cidadãos, os carros de grande luxo estão a ser vendidos a um ritmo de 80 por dia, e o povo está cada vez mais depauperado no seu poder de compra. (Ver o post «Salário mínimo tem perdido poder de compra»).

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NA GALP NÃO SE GANHA MAL!!!

GALP
Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000,00 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia (PSD) e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das Obras Públicas e Transportes...

O filho de Miguel Horta e Costa, recém licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo, 6.600,00 euros mensais.

Freitas do Amaral (CDS, depois CDS/PS, depois Bloco Central e depois PS-doente) foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6.350,00 euros / mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.

Manuel Queiró (CDS- “o braço direito do Algarve”, cunhado da Celeste da Caixa Geral de Depósitos Cardona), do PP, era administrador da área de imobiliário (?) 8.000,00 euros / mês.
A contratação de um administrador espanhol passou por ser-lhe (ao Manuel) oferecido 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída), pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias.

Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP. Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400,00 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.

Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração. Um cargo não executivo (?) era remunerado de forma simbólica: 3.000,00 euros por mês, pelas presenças. Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPR,s no valor de 10.000,00 euros, o que dá um ordenado "simbólico" de 13.000 euros...

Com a devida vénia a
NOTA: Imaginemos quanto vai ser a «economia» para os dinheiros públicos com a ESPAP (Empresa de Serviços Partilhados da Administração Pública) que agora vai ser criada e que pode dar origem a empresas mais pequenas!!! Vai ser um grupo empresarial do Estado onde haverá lugares para todos os boys e grírls dos clâs da oligarquia. Por isso o aperto do cinto que agora nos tira a respiração irá asfixiar-nos sem apelo nem agravo. Mas eles continuarão na melhor!!!

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segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

TLEBS maldita

Francisco José Viegas num a artigo do Jornal de Notícias de hoje escreve:

«O Ministério da Educação, que - se tivesse juízo - devia suspender os trabalhos da famigerada TLEBS, prepara-se para, segundo o semanário "Expresso", exigir aos professores que tenham uma "boa expressão oral e escrita do Português". Não se trata de uma exigência, bem vistas as coisas, mas de uma evidência não se compreende que um professor use deficientemente a sua língua. Mas enfim. Para isso, o Ministério devia arrumar a própria casa. Pode começar por vigiar muitos dos manuais que são distribuídos anualmente pelas escolas e, para variar, verificar a ortografia e a sintaxe dos seus técnicos superiores. E lançar o debate sobre o ensino do Português.»

No Público de hoje, Eduardo Prado Coelho cita João Peres, professor catedrático da Faculdade de Letras que num texto no Expresso atacou fundamentadamente a TLEBS considerando-a «uma calamidade que se abate sobre o nosso País», um «absurdo», um «insano processo».

É vergonhoso o estado em que está o nosso ensino em que a ministra admite que os professores não têm uma «boa expressão oral e escrita do Português»!!!!
Onde parará esta insanidade? Quem põe ponto final a esta calamidade? A este absurdo?

Recordo aqui, mais uma vez o e-mail que recebi de um indivíduo grosseiro e arrogante que diz ser professor e que não me conhece, em que teve a desfaçatez de se referir ao Sr. Dr. Vasco Graça Moura em termos totalmente impróprios de um ente civilizado. Este indivíduo que diz chamar-se Luís Filipe Redes escreveu-me o seguinte:

O Sr. João Soares é ignorante deste assunto! Lamento! O Graça Moura escreve pouco mais do que parvoíces. Lamento ter de dizer isto assim.
Já estou a ensinar a TLEBS aos meus alunos, sem maior dificuldade do que antes.

Luís Filipe Redes Palma Ramos
R. Visconde de Sacavém, 20 3ºA,
2500-255 Caldas da Rainha
Tel. +351262084590TM +351919322132
luis.filipe.redes@netvisao.pt
Portugal

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Um mês de existência

Primeiro mês de vida

O bebé chamado DO MIRANTE completa hoje um mês de vida. Nestes 30 dias, apesar da falta de experiência e carência de conhecimentos técnicos, marcou uma posição agradável na blogosfera, tendo em conta os comentários de excelente nível intelectual, cultural e de ousadia na crítica e avaliação do mundo.

Por isto, não pode deixar-se passar esta data sem agradecer aos visitantes que por aqui passaram, principalmente, aos que deixaram o seu comentário que, além de servir de estímulo para continuar, ajudaram a esclarecer melhor os temas abordados, dando-lhes maior profundidade e legitimidade, que nos textos iniciais não cabia para os não tornar demasiado extensos e desencorajadores da leitura, ou por incapacidade do autor. Muito obrigado a todos.

Peço aos visitantes para não recearem expor as suas ideias e opiniões, as quais procurarei sempre agradecer no espaço de comentários.

Penso que podemos contribuir muito para tornar a nossa sociedade mais justa, racional e equitativa, através do convite à reflexão sobre temas de relevância para Portugal e o Mundo, o que pode também ser sugestão positiva para os responsáveis pelas decisões que a todos interessam. Criticar de forma destrutiva, sem propósito de melhoria, não está nos nossos objectivos.

Dada a data em que nos encontramos, quero desejar a todos os visitantes e àqueles que, com os seus comentários, com as suas sugestões e com as ajudas técnicas, permitiram vencer este período de arranque, um FELIZ NATAL.

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domingo, 10 de dezembro de 2006

Oficiais das FA dão nota negativa aos políticos

Oficiais das Forças Armadas dão nota negativa aos políticos
Manuel Carlos Freire

A Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) divulgou ontem a sua primeira "avaliação do poder político" na área da defesa nacional, afirmando que "têm sido más" as condições de diálogo com o Presidente da República e o Governo.
Cavaco Silva "tem abordado as questões militares de forma exclusivamente institucional, defendendo o prestígio das Forças Armadas, mas não revelou até ao momento quaisquer preocupações" com os quadros que as servem. "Tem sido, nesse aspecto, pior que os anteriores presidentes da República", afirma o documento da AOFA, lamentando que o Chefe do Estado "[ignore] as associações e o seu papel legal".

O relatório da AOFA abrange o período relativo aos meses de Julho a Setembro, sendo anterior aos protestos que culminaram com a manifestação pública de 23 de Novembro e a publicação, dias depois, da carta do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) ao ministro da Defesa, alertando-o para as "graves consequências que se antevêem" sem a resolução de vários problemas que afectam os militares.O "quadro de avaliação do poder político" analisa a qualidade das relações mantidas com as associações militares por parte do Chefe do Estado e comandante supremo das Forças Armadas, presidente da Assembleia da República, Governo (primeiro-ministro, ministro da Defesa e secretário de Estado da tutela), Comissão de Defesa do Parlamento, grupos parlamentares dos partidos políticos e chefes militares.

Relativamente ao Governo, a AOFA observa que José Sócrates "tem abordado as questões militares com pouca frequência" e deixado "sem resposta clara as questões relativas ao incumprimento das leis" aprovadas pelo Parlamento.

Quanto a Jaime Gama, que era ministro da Defesa quando se realizou a maior manifestação pública de protesto de militares fardados em democracia (1999), as relações de diálogo "têm sido satisfatórias" - apesar de abordar também as questões "com pouca frequência", sem "um interesse claro" pela situação dos militares e da falta de "resposta clara" ao incumprimento da legislação vigente.

Quanto aos titulares da pasta da Defesa, a AOFA reconhece que o ex-ministro Luís Amado "abordou as questões militares com frequência" mas sem as resolver, enquanto o diálogo com Nuno Severiano Teixeira "tem sido sofrível".

No caso dos grupos parlamentares, registe-se que as condições de diálogo com o do PS - onde pontifica o "capitão de Abril" Marques Júnior - "têm sido medíocres" e com os do PSD e do CDS/PP (que tutelaram a Defesa entre 2002 e 2004) "satisfatórias" e "boas", respectivamente. Com o PCP "têm sido boas", com o Bloco de Esquerda "satisfatórias" e com os Verdes "inexistentes".

Quanto às chefias militares, a comparação entre as posições adoptadas pelo último CEMGFA, almirante Mendes Cabeçadas, e pelo seu sucessor, general Valença Pinto, enquanto chefe do Estado-Maior do Exército - a que se juntam as recentes declarações feitas já na qualidade de chefe máximo das Forças Armadas - deixam antever um retrocesso na relação institucional entre as partes.O relatório da AOFA descreve a relação com Mendes Cabeçadas, entre Julho e Setembro, como "razoável". Já com Valença Pinto, então no Exército, foi "má". Recorde-se que este general, que subscreveu a carta de Mendes Cabeçadas ao ministro Nuno Severiano Teixeira, acabaria, já como CEMGFA, por desvalorizar até à insignificância o protesto público dos militares em Lisboa - só "0,45%" do universo de militares no activo, reserva e reforma.
In diário de Notícias on line

NOTA: O que é muito estranho é que ainda haja militares a discordar de manifestações públicas de descontentamento. É certo que elas não prestigiam os militares nem a sua dignidade institucional, mas sem elas os detentores das armas vêm o seu vencimento reduzido a cerca de metade desde 1990 em relação a juizes e professores. Quem os defende da «perseguição» dos políticos? Que outras formas têm de evidenciar o seu descontentamento e exigir justiça, equidade e cumprimento das compensações devidas à condição militar? Os militares nunca exigiram sindicato por estarem convencidos de que os chefes eram os seus defensores1 Pura ilusão como estes quinze anos de perda têm provado! Essas manifestações, se acarretam desprestígio, este não recai nos manifestantes mas sim nos seus chefes e nos governantes.

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