CORTES NAS DESPESAS DA MÁQUINA DO ESTADO NÃO PASSA DE SONHO
Hoje, os portugueses foram, mais uma vez, surpreendidos com o encaminhamento dado ao dinheiro que nos tem sido sacado em sucessivos cortes sob a designação geral de austeridade. O título da notícia «Estado gastou 3,5 milhões de euros com consultores externos na semana passada» fala por si e sugere fortes dúvidas.
Um dos efeitos deste negócio será, sem dúvida, o aumento do enriquecimento de consultores de que fazem parte, como sócios ou como colaboradores, alguns políticos em funções nos órgãos de soberania.
Uma das dúvidas é: para que servem ,afinal, as centenas de deputados e de assessores que, com a despesa referida na notícia, provam ser insuficientes ou incapazes de fazer o trabalho necessário à acção governativa?
Qual tem sido o critério da escolha (candidatura) de tais gastadores do nosso dinheiro que não evitaram a crise que nos aflige nem conseguem eliminar ou aliviar o sofrimento dos portugueses?
Se não são capazes de estudar os problemas da governação, de ajudar a optar por decisões adequadas e eficazes, de planear, programar e controlar as medidas aplicadas, qual é a razão da sua continuação em funções, pesada aos contribuintes e agravadora da dívida?
Não será o contrato de consultores destinado a transferir o nosso dinheiro, em paga de favores recebidos e de outros a receber, para as contas bancárias das suas empresas?
Como são pedidos os pareceres? Pretende-se indicação das várias hipóteses alternativas de solução e da elaboração da sua listagem e sua comparação em função dos diversos factores de análise? Ou, simplesmente, se pedem mais argumentos para a defesa de uma solução previamente escolhida por palpite do decisor? Este procedimento é muito frequente como se viu claramente, no tempo do Governo anterior, em que muito se escreveu acerca das centenas de pareceres encomendados para defender a localização na Ota do futuro aeroporto de Lisboa. Mas este, devido a pressões de pessoas conhecedoras dos vários aspectos técnicos do problema e isentas de amarras a poderes políticos, acabaram por anular a artificialidade dos interesses em jogo e a decisão acabou por recair na localização em Alcochete.
Mas de, qualquer forma, é grave que se gastem 3,5 milhões de euros numa semana em que os CORTES aos reformados e aos funcionários públicos causaram tanto sofrimento a tantos sacrificados pela exagerada austeridade sucessivamente agravada.
Precisamos de políticos competentes, bem preparados, dedicados a Portugal e com capacidade para se responsabilizarem, conscientemente, pelos actos inerentes à função que aceitaram desempenhar e que foi iniciada por um juramento solene. Não basta serem ambiciosos, vaidosos, arrogantes e «bem falantes».
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segunda-feira, 31 de março de 2014
CORTES, ESBANJAMENTO E INCOMPETÊNCIAS?
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sábado, 29 de março de 2014
PAÍS DE GARGALHADA, ENQUANTO SE PUDER RESPIRAR
Transcrição de artigo de Alberto Pinto Nogueira, Procurador Geral-Adjunto;
A gargalhada do poder
Público. 09/03/2014 - 14:55 Por Alberto Pinto Nogueira
Na edição de 23 de Fevereiro, o PÚBLICO exibia uma foto enternecedora. Comovente. Altas figuras do Estado riam à gargalhada. Não tenho nada contra as gargalhadas dos políticos e do poder. Antes ao contrário. A gargalhada é sinal de alegria, relação bem disposta e equilibrada com a vida. Se os políticos e governantes soltam gargalhadas, estão bem. Felizes e contentes da vida privada e pública. Se eles estão, também o Povo está.
Haveria uma relação causa/efeito entre a gargalhada política e a gargalhada popular. Mas não é assim. Felizes estavam os políticos e séquito do Coliseu dos Recreios, no congresso do PSD. Só eles têm, politicamente, vontade de rir. Os detentores do poder, grande poder, médio poder, pequeno poder. Os que já o têm e os que o vão ter. Sem cortes nas reformas, com benesses e sempre garantido, a seu tempo, um lugar muito bem pago na Europa que é de todos. Ou deles?
Tanto riram à gargalhada que não tiveram espaço para discutir fosse o que fosse de relevante. Nada disseram ao País que está bem, nem ao Povo que está mal.
Discutiram ressentimentos, choraminguices, bajularam-se uns aos outros, distribuíram lugares, a colher nas eleições e fora delas.
Há o palco mediático para os cargos de eleição. O grande poder. Há os corredores e os bares do Coliseu para lugarzinhos “mal” pagos. Médio e pequeno poder. Recados para aqui e para ali Recuperaram proscritos do dia de ontem.
Ficámos a saber o que sabíamos. Os lugares em Estrasburgo, na Gomes Teixeira, em Belém.
Sem a gargalhada, a distribuição de lugares e o perdão ao aluno da Lusófona, seriam um vazio. Nada. Um deserto.
O som das gargalhadas ofuscou e calou a sagrada Reforma do Estado. Esta são as três centenas de milhares de emigrantes em dois anos. Os 800 mil desempregados. Os dois milhões e tal de portugueses que vivem no limiar da pobreza. Os que ficam sem casa por não terem capacidade financeira para pagar as prestações aos bancos que as vendem, com “sucesso”, à razão de 30 por dia.
Vivemos “acima das nossas possibilidades”. Com salários, reformas e pensões sempre mais rapados. E mais impostos.
O povo português não tem alma, nem ideias, sentimentos, projectos, ambições, direitos e deveres, futuro. Tem de viver em tormento. É uma cobaia enjaulada nos quadradinhos das folhas de Excel.
O Estado não tem nada a ver com isso. Está melhor. E ri. Os bancos também, à gargalhada. Quando têm lucros, são deles. Os prejuízos, nossos. O Estado, que está bem, mete lá uns milhões e ficam todos melhor. Como o Banif, onde o Estado tem 99% do capital mas quem lá manda é o banco. Só que o dinheiro do Estado é nosso que lho confiamos em impostos para gerir a coisa pública. Não para o enterrar nos bancos falidos.
Pagamos, eles mandam e gastam. Riem à gargalhada.
A Caixa Geral de Depósitos tem prejuízos de muitos milhões desde 2011. O Senhor Presidente brinca, ri: “ A caixa dará lucros quando o Benfica for campeão”. A CGD é o banco do Estado, o administrador ri com os prejuízos. Ninguém pede e presta contas. O Governo despede funcionários competentes. Mantém administradores e gestores incompetentes.
O País, que somos nós, sofre o terrorismo da austeridade, suporta uma carga fiscal obscena. Os poderes político e financeiro riem de nós. Às gargalhadas!
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CARTA ABERTA DO TEN-COR PAULO BANAZOL
Carta aberta do Tenente-Coronel de Cavalaria Paulo Banazol ao Ministro de Portugal, Poiares Maduro:
Sr. Ministro Poiares Maduro
Deixe que me identifique: Paulo M M de Athayde Banazol, contribuinte 131295420, com todos os impostos pagos ao Estado.
Ouvi a S/ intervenção acerca da "inevitabilidade" de cortar pensões e outras prestações sociais. A ser verdade - espero que não! - deixe-me arrolar algumas áreas - garantidamente do S/ conhecimento -, aonde o Governo pode "inevitavelmente" cortar:
Deputados - são 330 no Continente e Ilhas, com vencimentos (3.624,41 EURO/mês), despesas representação (370,32 EURO), prémios de presença no Plenário (69,19 EURO), deslocações (0,36 EURO/Km) deslocações em "Trabalho Político" (se é que se sabe o que isto é !) Território Nacional (376,32 EURO), Europa (450,95 EURO) fora da Europa (1.074,80
EURO), deslocações em representação da AR - nacional (69,19 EURO/dia), estrangeiro (133,66 EURO/ dia) e as regalias / mordomias de todos conhecidas e que, se perguntar aos portugueses, todos classificam de escandalosas, absolutamente fora de contexto e imerecidas.
Alguém viu ou ouviu falar da "inevitabilidade de cortes" no número, remunerações e mordomias destas senhoras e senhores? Porque não pagam os deputados as refeições ao preço do comum dos portugueses - menos do n/bolso - menos dos impostos dos portugueses! ...E não me fale em demagogia - o exemplo TEM que vir de cima!
Presidente da AR que se reformou com 12 (DOZE!!!) anos de atividade com uma pensão de 7 mil e muitos Euros - aqui não se põe a "inevitabilidade de cortes"?
Mordomias com Assessores e Secretárias, subvenções vitalícias a políticos e Deputados, custos com a Presidência da República - que por sinal gasta mais do que a Casa Real Espanhola!!!
Centenas de Juntas de Freguesia e dezenas de Câmaras Municipais - vereadores, assessores, "especialistas" e comissões - aonde está a "inevitabilidade dos cortes"?
Para quando a VERDADEIRA renegociação das PPP's, SWAP's, SCUT's e Rendas Energéticas bem como a devolução aos cofres do Estado dos milhões "emprestados" ao BPN? De acordo com o Prof Boaventura Santos, se considerados os cortes nestas áreas a poupança seria de cerca de 2 mil e cem milhões de Euros - e já agora faça-me um favor
ministro Poiares Maduro, não me diga que o Prof Boaventura Sousa não é conhecedor da realidade e demagogo.
Juízes do Tribunal Constitucional e Juízes - para quando os "inevitáveis cortes" nos vencimentos e subsídios de residência bem como a regularização dos tempos de serviço para obtenção da reforma?
Viaturas do Estado - de um total de largas centenas "cortaram" 1/2 dúzia! Extraordinário esforço!!!
Campanha Eleitoral para as Autárquicas - 9,7 milhões - "inevitabilidade dos cortes"?
Fundações - como diz a nossa Gente - "tanta parra e pouca uva" - cortaram? Quantas, aonde, quais , poupanças?
O mesmo relativamente às "milhentas" Comissões - "inevitabilidade dos cortes"?
Vencimentos, mordomias e Regimes Especiais na TAP, ANA, CP, CGD, Metro, TV, etc., etc., etc. - aonde está a "inevitabilidade" dos cortes"? Parque Escolar? Palestina? SCUT's? IMI / edifícios pertença dos partidos políticos e milhentas nomeações de assessores, especialistas e consultores? Etc.. etc... etc...
Surpreende-me (para não dizer mais nada !) a determinação do Governo na defesa da "inevitabilidade de cortes" nas pensões - será que o vai fazer às atribuídas ao Dr. Jardim Gonçalves, juízes, deputados, etc., etc. ? A Vossa determinação parece ter um só "alvo" - os fracos e sem voz - à minha mãe - 84 anos e numa cadeira de rodas - a Vossa
determinação tirou 60 em 800 euros.
Ao ex-presidentes: Soares - 500.000 E (fora a Fundação) e Sampaio - 435.000 E (fora a Fundação Cidade Guimarães) - não se viu ou ouviu aplicar a "inevitabilidade de cortes" - serei eu que, nos meus quase 60, ando distraído.
Quando é que se responsabiliza - e prende !!!! - o Estado os governantes responsáveis pelos atropelos à lei e esbanjar de dinheiros públicos ??
A "inevitabilidade dos cortes" justifica cortes na ajuda à saúde aos militares e funcionários públicos e mantém o nível de impostos às pessoas acima do taxado às empresas - Bancos e Companhias de Seguro com lucros inacreditáveis para um país em crise - aonde a "inevitabilidade" de ajustar impostos?
Os "inevitáveis cortes" ministro Poiares Maduro, cessam quando o Estado e o Governo de que faz parte, cortarem aonde TÊM que cortar e na minha opinião, deixarem de esbanjar dinheiro, de privilegiar uns à custa dos dinheiros de outros e de acabar com as exceções aos sacrifícios que, parece, não são suportados por todos por igual - até lá não haverá "inevitáveis cortes" que suportem este estado de coisas.
Porque não quero tornar estas linhas em assunto pessoal, não refiro os "inevitáveis cortes" que a minha pensão tem vindo a sofrer e que, por vontade Sua, vai ser alvo de mais "inevitáveis cortes". Até quando ministro Poiares Maduro os "inevitáveis cortes" - quando o rendimento disponível chegar a "0"?
Ainda e longe de completar o rol:
1 - Victor Constâncio, atuação como Governador do BdeP e custos
2 - Madeira e as obras faraónicas do Governo
3 - Reformas de Luxo - o nº de reformados que ganhavam 4000 (ou mais) euros engordou cerca de 400%
4 - CP - de acordo com a folha salarial da CP, um inspetor-chefe de tração recebe 52,3 mil euros, há maquinistas com salários superiores a 40 mil euros e operadores de revisão e venda com remunerações que ultrapassam os 30 mil euros / ano.
5 - a lei de financiamento de campanhas - a recente decisão do Governo de aumentar os montantes dos ajustes diretos permitidos a governantes e autarcas permite fuga aos impostos
6 - BdeP - os privilégios e despesismo do Banco prolongam-se numa lista longa e ofensiva
7 - EDP - 800 viaturas para um total de 1800 funcionários com faturas anuais de combustível de 10 000 €
8 - Viaturas EP - em 63 EP há 224 carros para gestores que custaram ao Estado 6,4 milhões de euros - fora o resto !!
9 - Os milhares de Euros em Ajustes Diretos que põem em causa a "concorrência, a igualdade, a transparência e a boa gestão dos dinheiros públicos", pelo que podem "agravar o risco" de corrupção.
10 - Despesas de representação, Cartões de Crédito e telemóveis
11 - Projetos ruinosos tipo aeroporto de Beja
12 - Milhões injetados nas PPP's e Banca Privada Etc... etc... etc...
Muitos, muitos mais casos haveria para arrolar ministro Poiares Maduro que são do conhecimento de todos nós, aonde o esbanjar de dinheiros públicos se vê à vista desarmada e que, se combatido com a DETERMINAÇÃO dos portugueses que fizeram Portugal, talvez evitasse os "inevitáveis cortes" que a S/determinação entende serem necessários.
É por causa de tudo que arrolei - e o do muito que ficou por arrolar - que Membros do Governo são assobiados e apupados - nem todos os que assim procedem são comunistas, nem todos com agenda política - discordo mas compreendo!
Ministro Poiares Maduro - estou longe - MUITO LONGE - da política e políticos pelo que não tenho simpatia por políticos e filiação em NENHUMA força política. Filiei-me quando, com 20 e poucos anos - jovem
oficial -, Jurei Bandeira! Essa é a minha única filiação pelo que tenho MUITA dificuldade em entender estas situações, bem como a "inevitabilidade dos cortes", que considero profundamente injustos para a os portugueses... Coisas de Soldado!
Cumprimenta
Paulo Banazol
Comentário:
Todos nós sabemos, mas os nossos governantes tem medo politico destes cortes
Convém recordar que as Forças Armadas juram cumprir, defender e respeitar a Constituição da República Portuguesa..
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sexta-feira, 28 de março de 2014
REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA E TEIMOSIA DOS SÁBIOS NO PODER
O tema da reestruturação da dívida é de tal forma merecedor de cuidada análise e ponderação que estranha a forma como, de repente, sem a mínima reflexão, os 70 notáveis que assinaram o manifesto foram apelidados de masoquistas
Depois surgiu o manifesto de 74 economistas estrangeiros a que quase não foi dada atenção.
Por fim, o nobel da economia Joseph Stiglitz defende "reestruturação profunda" da dívida portuguesadisse que não deveria ser repetido o erro dos gregos que não realizaram logo em 2012 uma "reestruturação tão profunda como deveria ter sido feita".
Que argumentos convincentes apresentam os nossos «sábios» do Poder para esclarecerem os portugueses de que a sua própria opinião obstinada e «determinada» está mais correcta do que as constantes dos manifestos e da entrevista do Nobel?
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quinta-feira, 27 de março de 2014
MENTIRAS E «INVERDADES» ANTES DAS ELEIÇÕES
É habitual que, durante as campanhas eleitorais, surjam promessas pouco sérias a fim de captar votos dos eleitores mais distraídos, crédulos e com menos capacidade de selectividade.
Porém, estamos ainda a quase dois meses das próximas eleições para o Parlamento Europeu e já surgem da parte do Governo promessas díspares denunciadoras de desorientação nos partidos da coligação. É certo que isso foi, em grande parte, devido à precipitada e impensada resposta aos documentos vindos a público dos 70 e dos 74 acerca da reestruturação da dívida pública. Mas esse desnorte demonstra incapacidades, dificilmente desculpáveis em entidades que assumiram tão altas responsabilidades, para reflectir serenamente nos problemas antes de emitir opinião.
Vejamos alguns títulos das notícias vindas a público que evidenciam tal descoordenação: Para ler um artigo deverá fazer clic no seu título. A seguir a alguns títulos está uma nota escrita de improviso na sua primeira leitura
Passos anuncia novos cortes antes das europeias
Expresso. 14:07 Segunda feira, 24 de março de 2014 Ângela Silva
Passos promete anunciar mais cortes antes das europeias
Ionline. Por Rita Tavares. publicado em 25 Mar 2014 - 05:00
Montenegro. “Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões”
Ionline. Por Agência Lusa. publicado em 25 Mar 2014 - 14:13
PSD. Eventual redução de salários será compensada por diminuição de cortes
Ionline. Por Agência Lusa. publicado em 26 Mar 2014 - 17:54
(…)
NOTA:
Afinal, que ideia podemos fazer das intenções do Governo? Ou será que os governantes não têm intenções definidas e falam aquilo que lhes salta à boca sem terem pensado antes???
O Sr Deputado Luís Montenegro, como porta-voz do seu partido, parece querer difundir o que o seu Governo faz ou quer fazer de «melhor». Fica-lhe bem esse desejo, mas falta-lhe apoio, anda a nadar sem pé. Disse ontem que “Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões”, o que, aliás, contrariava palavras públicas do PM, Mas hoje já admite «eventual redução de salários». E que virá amanhã???
Passos diz que País conhecerá 'recuperação económica bastante importante' em 2014
Sol.26 de Março, 2014
(…)
NOTA:
PORQUÊ ESTAS PALAVRAS DE OPTIMISMO depois de ter «prometido» mais cortes ? Tudo tem uma razão de ser e ela depende do lado de onde sopra o vento.
Talvez elas sejam motivadas pelo desejo de conquistar investimentos da comunidade portuguesa de Moçambique Realmente o dinheiro deles seria mais sincero e menos interesseiro do que o dos chineses da barragem das três gargantas. Mas receio que depressa os nossos compatriotas se sintam enganados e, depois dos primeiros cortes, arrepiem caminho e prefiram investir em terras africanas. As falácias não costumam ser bom material para construir os alicerces de um futuro estável, promissor e com êxito.
Mota Soares diz que redução de pobreza nos idosos mostra “aposta inequívoca” do governo
Ionline.Por Agência Lusa. publicado em 26 Mar 2014 - 17:18
(…)
NOTA:
A POBREZA É AFLITIVA. O ministro Mota Soares conversou com os deputados sobre o problema da pobreza e, seguindo o fraseamento pomposo habitual nos governantes, falou de uma "aposta inequívoca na proteção aos idosos". Não disse irrevogável, disse apenas inequívoca! Mas não desapareceram os equívocos.
Vale a pena ler a notícia, principalmente, os três últimos parágrafos.
PSD garante que ninguém vai ganhar menos no próximo ano
Iopnline. Por Ana Suspiro e Susete Francisco. publicado em 27 Mar 2014 - 05:00
(…)
NOTA:
MAIS UMA PROMESSA A JUNTAR A OUTRAS QUE FORAM ESQUECIDAS E RENEGADAS. Só acredita quem tem memória curta e não vê o jogo de palavras antes de eleições. O que conta não é apenas o valor do salário ou da pensão, mas o rendimento líquido mensal, depois de cortes, de aumentos de saques fiscais, do aumento dos preços de produtos e serviços essenciais. Com todos os saques agravados como já prometeu o PM e já admitiu Luís Montenegro, não interessa apenas o valor ilíquido de salários e pensões mas o valor global do rendimento líquido resultante. Sem poder de compra não se desenvolve a economia, sem um pouco de poupança não se dá aos bancos capacidade de empréstimos e o país não cresce. Não é com carros de luxo que se premeia o pequeno consumidor. Os «sábios» das Finanças ignoram totalmente a qualidade de vida da maior parte dos portugueses.
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Posted by A. João Soares at 16:05 0 comments
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sábado, 15 de março de 2014
O QUE PAGAMOS AO VOTAR
E,depois de saber isto, você vai votar?
Quer contribuir para isto?
Está a perceber como se criam as crises e como é difícil sair delas?
quinta-feira, 13 de março de 2014
O DESCONTENTAMENTO DOS MILITARES
Transcrição de texto recebido por e-mail do próprio autor
O DESCONTENTAMENTO DOS MILITARES
(Por David Martelo, Coronel Ref.º - 11 de Março de 2014)
As manifestações públicas dos militares merecem ser analisadas em dois planos distintos: o da RAZÃO do descontentamento e o do significado, para o ESTADO, da insatisfação dos seus militares.
No primeiro caso, importa perceber se, no contexto de um país em crise profunda, em que tantos sacrifícios são pedidos à maior parte dos cidadãos, os motivos de insatisfação superam o da generalidade dos restantes portugueses, produzindo um sacrifício desproporcionado em desfavor dos militares. A resposta deve ser, sem qualquer dúvida, afirmativa e pode contar-se em poucas palavras.
Entre Junho de 1991 e Setembro de 1994, quando era ministro da Defesa do governo do Prof. Cavaco Silva o Dr. Fernando Nogueira, as Forças Armadas foram objecto de uma profunda reforma, que, entre outras vertentes, incidiu drasticamente na redução do número de oficiais e sargentos do QP. Nessa época, vivendo-se um período que hoje podemos classificar de “vacas gordas”, não se invocava, como agora, qualquer crise em curso, mas tão-só a indispensável racionalização dos meios e o necessário redimensionamento das FA.
Todavia, enquanto para a opinião pública se fazia passar esta compreensível mensagem, no mesmo cenário de abundância que então se vivia, havia já alguns anos que o poder político iniciara os cortes na retribuição dos militares das FA. No quadro que se segue, comparando a evolução dos vencimentos-base de quatro categorias de servidores do Estado, poderá constatar-se como o tratamento de desfavor ia já bem lançado.
Enquanto isto se passava, a Instituição Militar tinha um comportamento sereno e os chefes militares não podiam queixar-se do ruído produzido por associações profissionais de militares (APM), porque elas ainda não existiam.
A tropa estava disciplinada e muda e os chefes, provavelmente, estariam a desenvolver o melhor dos seus esforços no sentido de obter para os seus subordinados as recompensas que a mais elementar justiça impunha. Todavia, o resultado estava à vista. No meio da maior serenidade, o estatuto retributivo dos militares continuava em queda.
Perante a mais que patente incapacidade das chefias militares para resolver o problema, foram-se afirmando as APM, as quais, obviamente, não podiam desempenhar as suas missões nos mesmos moldes cordatos e submissos dos CEM’s. Parece que ainda há quem não entenda esta verdade elementar: no preciso momento em que se constituíram as APM, ruiu uma parte substancial do prestígio dos chefes, os quais deixaram de representar os militares junto do poder político, passando a ser vistos como representantes do poder político junto dos militares. Não se questiona, evidentemente, a representatividade que mantêm no tocante às FA enquanto Instituição que cumpre missões.
A última década foi já bastante marcada pela crescente visibilidade das APM. Mas essa visibilidade tem sido, mesmo assim, de frequência muito moderada. Quer isto dizer que chegam a decorrer vários meses entre duas “campanhas” consecutivas. No intervalo dessas “campanhas”, o país e o poder político esquecem os militares.
Vejamos, agora, em que cenário se encontravam os militares portugueses nas vésperas da entrada em funções do governo presidido pelo 1.º ministro José Sócrates.
Como pano de fundo, dominava a questão de uma prometida reaproximação das retribuições dos militares às categorias de referência (V. Quadro). Essa promessa, nunca cumprida, fora adiantada, em 1999, pelo então ministro da Defesa Dr. Jaime Gama, curiosamente no seguimento de uma bem sucedida acção de mediatização das questões militares, levada a cabo pelas APM. Estava-se, repito, num cenário de promessa de melhoria de condições, o que equivale a dizer que o poder político reconheceu a situação de desfavor em que os militares se encontravam. Com a chegada do governo actual, entrou um novo cenário – o da crise declarada e o da necessidade de “apertar o cinto”. Este “aperto”, para haver moral, teria que ser sentido por todos. Vai daí, os militares também o iam sentir, e de que maneira.
Mas é precisamente aqui que entra em cena uma falsa questão moral, isto é, no período de “vacas gordas”, enquanto muitos servidores públicos com maior poder reivindicativo viram as suas condições de retribuição melhoradas, os militares, miseravelmente abandonados pelo poder político de que não eram parte, viram o seu CONTRATO (a Condição Militar) ser progressivamente depreciado. Vindo o período de “vacas magras”, todavia, os militares ouvem os responsáveis políticos dizer, sem um estremecimento de vergonha, que devem sujeitar-se às consequentes restrições, porque não são mais do que os restantes cidadãos! Ora foi justamente esta duplicidade de critério que deixou os militares sem folga para os tais “ajustamentos” que devem abranger TODOS os cidadãos.
O segundo plano em que esta questão deve ser abordada diz respeito à postura dos responsáveis do ESTADO perante o espectáculo tumultuoso que as manifestações de membros das Forças Armadas e de Segurança se vêem constrangidos a produzir. Sim, constrangidos, porque o fazem contra a sua própria natureza e formação. Porque nem nos seus temores mais profundos alguma vez imaginaram que seriam compelidos a lançar mão de semelhante recurso. Enquanto isso, os lamentáveis políticos que ocupam lugares destinados a HOMENS DE ESTADO, em vez de se penitenciarem pelo simples facto de esta agitação emergir, limitam-se a analisar se a manifestação correu bem ou mal e se foi ou não ultrapassado determinado degrau de uma escadaria, incapazes de perceber que era do interesse do Estado que, pura e simplesmente, não houvesse motivos para que estas manifestações se realizassem.
As FA e as FSeg são pilares do Estado de Direito, e, para bem de TODOS, devem a coesão, a disciplina e o moral desses corpos merecer o melhor tratamento de quem dirige os destinos do país.
Um país que, lamentavelmente, vê os seus inenarráveis dirigentes a agir como agentes subversivos da segurança do Estado e dá um triste exemplo de ingratidão pelos homens que lhes ofereceram a Paz e a Liberdade.
Não merecem perdão!
11 de Março de 2014
Posted by A. João Soares at 09:36 0 comments
Labels: catedráticos, juízes, militares
quarta-feira, 5 de março de 2014
segunda-feira, 3 de março de 2014
DESEMPENHO DO GOVERNO
Este Governo prometeu acabar com a crise. O resultado é:
De artigo do Sol, extrai-se o seguinte:
«O rácio da dívida pública em percentagem do PIB tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos (...)
em 2011- 108,3%
em 2012 - 124,1%
em 2013.- 129%
Posted by A. João Soares at 15:39 0 comments