Transcrição de artigo que mostra como a «Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros… chamou Machete para todos fazerem prova de vida». E assim se consomem recursos importantes como tempo e dinheiro:
Não podemos ser tão pouco
Diário de Notícias. 10-10-2013. por FERREIRA FERNANDES
Rui Machete foi à Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros. Foi uma tarde para esquecer. No início, a dúvida: qual a parte do ministro que ia ser ouvida? A do escândalo do BPN ou a do escândalo angolano?
O facto de a comissão não se chamar simplesmente dos Negócios fazia supor a última hipótese. Mas logo vimos que também não: apesar de se chamar Comissão dos Negócios Estrangeiros estávamos na Comissão Doméstica, de ceroulas, de exposição do homem português até dizer chega. O que já devíamos desconfiar desde o começo da história. Resumindo, o Ministério Público tinha entre mãos um assunto que nem sabia se era assunto, que não sabia como investigar e que provavelmente nem podia investigar porque ocorria noutro país.
A este nada deu-se o destino habitual das nossas investigações espúrias, soprou-se para os jornais... Já quase tudo passara, quando Machete se esqueceu que um diplomata pensa duas vezes antes de não dizer nada: a uma rádio angolana, ele disse duas tolices, sem nada pensar. Chegámos assim a ontem, para continuarmos lusos até ao tutano. A comissão chamou Machete para todos fazerem prova de vida. A oposição fez de conta que se opunha e os do Governo chutaram para canto. Acabaram a discutir a "via verde do investidor na diáspora"... Portugal, escarrapachado. Tanto desperdício quando em Angola não se fala "angolês", como dizem os taxistas que escrevem crónicas, fala-se português pela maior das razões: é a língua deles.
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013
O PARLAMENTO E RUI MACHETE
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domingo, 24 de março de 2013
Não podemos ter fé nos «sábios»
Transcrição seguida de NOTA:
FMI reconhece que aumento do desemprego foi pior que o esperado
Expresso. 17:40 Domingo, 24 de março de 2013. MÁRIO CRUZ/LUSA
O chefe da missão do FMI para Portugal admite que o aumento do desemprego foi "muito pior" que o esperado, e diz que a única forma duradoura de recuperar emprego é acabar o ajustamento o mais rápido possível.
Em entrevista à agência Lusa, Abebe Selassie, explica ainda que uma das grandes motivações da revisão das metas do défice para este ano, para 2014 e para 2015 - que na prática acaba por resultar em mais um ano para reduzir o défice para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) - se deve em grande parte à necessidade de evitar colocar mais pressão sobre o emprego.
"O resultado do desemprego é muito infeliz, é mesmo muito pior que o esperado. É exactamente devido a isto que as metas do défice estão a ser revistas, devido à preocupação de tentar evitar mais pressões sobre o emprego", afirmou numa entrevista por telefone a partir da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
NOTA: Mais uma vez não podemos acreditar nos técnicos seja qual for o carimbo de sábios que usem. E, para mal dos portugueses, os governantes têm acreditado na Troika como se fosse uma instituição celestial accionada por Deuses do Olimpo.
Mas é fácil compreendermos que os «sábios» da troika não conhecessem as estruturas nacionais, nem tivessem sensibilidade para os problemas dos portugueses. Mas não é desculpável que os governantes sofressem de tal ignorância e aceitassem cegamente as sugestões dos da troika. Os nossos «sábios» erraram como o «sábio» Gaspar já admitiu, deviam prever, adivinhar que os cortes brutais a que chamaram austeridade que foi usada abusivamente de forma obsessiva e depois reforçada, iria reduzir o poder de compra, secar a economia, levar empresas a encerrar com o consequente desemprego e a redução de impostos como o IVA, o IRC, etc. etc. Aplica-se aqui a frase de Luís Marques Mendes em que refere « brincadeira de mau gosto e exercício de imaturidade»
Será muita ingenuidade esperar que o Governo consiga corrigir o rumo da governação, mas também não há razões para esperar o milagre de vir um Governo mais eficaz, tal é a já bem demonstrada má qualidade da matéria prima.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011
Duas notícias eventualmente animadoras
Dir-me-ão que as palavras, as notícias e as promessas, só por si, não devem se consideradas animadoras, só o sendo depois de concretizadas da forma mais eficaz. Mas considero saudável não perdermos a esperança, que é possível se quem as profere estiver animado de boa intenção e tiver capacidade de corresponder à perspectiva gerada.
A notícia Relvas desafia Oposição para "consenso alargado" sobre poder local tem um vector muito importante, o de apelar aos outros partidos para abordarem de forma construtiva, em perfeita colaboração, uma reforma que deve ser feita para durar muitos anos e que não convém ser alterada num prazo curto, Esta atitude de decidir com a participação dos outros faz recordar os primeiros tempos do primeiro Governo de Sócrates em que prometeu reformas, que eram necessárias desde havia muito, em vários sectores, mas que, ao tentar efectuá-las, em vez de o fazer com a colaboração dos agentes mais significativos, tentou fazê-lo em luta contra eles: na Justiça contra os juízes e as férias judiciais, na Saúde contra médicos, enfermeiros e farmacêuticos, e na Educação contra os professores.
É desejável que Miguel Relvas não desista desta iniciativa e que a oposição saiba e queira colaborar. Todos somos poucos para reconstruir PORTUGAL. A oposição deve apresentar propostas e, se estas forem aprovadas, deve apresentar esse êxito como bandeira na sua propaganda eleitoral. Portugal deve ser o objectivo de todos, acima dos particularismos de cada um.
Outra notícia Governo estuda fim das direcções regionais de Economia evidencia intenção de simplificar a burocracia, de reduzir a obesidade patológica, de tornar maior a eficácia e a rendibilidade, fazendo mais e melhor com menores custos. Todas as reformas estruturais, devem ser completas abrangendo todos os factores significativos e tendo sempre em atenção os efeitos principais e os secundários. Deve evitar-se puxar o cobertor para agasalhar a cabeça destapando os pés.
Não podemos perder de vista que alterar, mudar reestruturar deve ser sempre para melhorar a vida dos portugueses, principalmente dos 80 por cento que são sempre os mais explorados pelas dificuldades criadas pelos governos.
Oxalá estas duas notícias sejam o início da resposta ao grande desafio que o actual Governo tem pela frente. O momento presente é uma oportunidade que pode ser a última. As perspectivas, não sendo boas, exigem muita serenidade, sensatez e rapidez, sem perdas de tempo que é um recurso insubstituível.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Cortar o défice, reformar o regime
A crise já dura há demasiado tempo sem soluções para a remediar e para evitar a sua repetição, e sem sequer terem sido identificadas objectiva e rigorosamente as suas causas. Por toda a Europa estão a surgir timidamente medidas paliativas e ilusórias, salvo nalguns países onde a racionalidade está a vir à tona.
Foi aqui definida a necessidade de uma ruptura com reestruturação inteligente porque, sem ela, o sistema vigente não eliminará as causas. Esse estudo do problema deve seguir o método indicado em Pensar antes de decidir e não admite amadorismo, com soluções feitas em cima do joelho.
Porém, notícias de hoje dão a ideia de que se pretende ficar pelos paliativos (Governo admite "aperfeiçoar" lei laboral mas pouco mais e Pressão para mudar leis laborais parte do Governo). Em complemento destas notícias «significativas», outra diz estar Silva Pereira disponível para “aperfeiçoar” reformas estruturais. Repare-se que não é para fazer as reformas, mas apenas para as «aperfeiçoar»! E quem as elabora? Quem as prepara? Em princípio, devem ser preparadas por uma equipa pluridisciplinar de independentes conhecedores das teorias e das realidades, bem escolhidos em vários sectores de actividade, pelo que não faz sentido alguém arvorar-se em sábio (tanta arrogância!) para «aperfeiçoar» o trabalho desses técnicos dedicados e esmerados em darem o seu melhor.
O actual Governo britânico teve uma iniciativa brilhante criando oportunidade em que ‘Cérebros’ ajudam a cortar o défice. Depois de ouvir uma grande variedade de cérebros, pretende criar uma comissão de notáveis (‘Star Chamber’) a quem os ministérios terão de justificar os seus gastos. Dessa forma irão cortar todos os gastos que não sejam racionais, necessários, urgentes e para bem do País.
Quando no País se fala em estabelecer um limite máximo para as reformas e evitar acumulação de pensões de reforma, Belém esclarece que Cavaco recebe duas pensões de reforma. Porém, não é apenas este que delas beneficia, pois há no Governo vários membros em circunstâncias semelhantes, situação que não é extensível à quase totalidade dos cidadãos. Há que acabar com tais excepções e com a autonomia de instituições públicas e empresas com capitais públicos que lhes permite elaborar estatutos ao arrepio da função pública que cria normas escandalosas, como veio a publicado acerca da ERSE, do BdP, da PT, da RTP, etc.
Sobre este tema, já foram aqui publicados vários textos de que se referem alguns que podem ser abertos pelos seguintes links::
- Código ou compromisso alargado e duradouro
- Código de conduta
- Para um código de conduta dos políticos
- Código de bem governar
- Reforma do regime é necessária e urgente
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Portugal precisa de eficácia
Transcrição seguida de Nota:
Surrealista
Destak. 100211. Por João César das Neves
O processo do Orçamento de Estado de 2010 parece um filme surrealista, sequência de acontecimentos insólitos e incompreensíveis. Vejamos: a 26 de Janeiro, como lhe competia, o Governo apresentou esse diploma, que incluía um défice de 9,3% do PIB em 2009, um dos mais elevados de sempre. A subida de 6,6 pontos percentuais num ano é a maior registada na nossa história.
Perante isto o Governo, no poder há cinco anos, não pediu desculpa nem sequer se mostrou muito envergonhado. Aliás, até se notou um certo orgulho, dizendo que a situação se devia ao excelente apoio dado às empresas em crise. O facto de 2009 ter sido ano eleitoral nem foi mencionado.
Dado que era assim, seriam de esperar medidas duras, austeridade severa, propostas dolorosas para 2010. Pelo contrário, o Executivo desdramatizou. Não seria preciso subir impostos nem descer salários de funcionários. Tudo se resumiria a ajustes menores sem nada que se destacasse.
As autoridades europeias, agências de rating e mercados tremeram e as nossas condições financeiras pioraram muito. A reputação portuguesa, que melhorara com a notícia do consenso parlamentar para aprovar o OE, caiu a pique quando ele surgiu. Isto mostra que não há má vontade internacional contra nós, apenas reacção razoável aos dados disponíveis.
O que faz o Governo face à emergência? Cria uma enorme tempestade política por causa... de uns trocos para as regiões autónomas!! Bem sei que estamos em crise, a política é complexa e os tempos difíceis. Mas assim não nos podemos admirar que não nos levem a sério.
NOTA: A transcrição deste artigo deve-se à forma sintética como retrata um facto que expressa o método como se desviam as atenções dos fenómenos essenciais do País para pormenores laterais sem grande significado nacional. Uma táctica que poderá ser rentável para efeitos partidários, mas que, ao ser assumida pelos governante, no seu quotidiano, conduz ao descuido do estudo e das decisões indispensáveis para a resolução das grandes tarefas do Governo de que o País necessita para sair da crise dramática em que tem sido afundado por incúria dos «responsáveis». Não pode esquecer-se que os problemas não terão solução enquanto estiverem por trás das costas.
Este texto recorda As calhandrices, já aqui citadas no post Parlamento vai ter sala de fumo. Será bom que os nossos políticos acordem e deitam mãos ao trabalho sério para bem de Portugal.
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domingo, 3 de janeiro de 2010
Não há homens do leme ???
Custa muito ser vítima de uma forte machadada no início de um Novo Ano, que arrase a esperança e o optimismo gerado pelas belas palavras da época Natalícia.
Em artigo de opinião no Jornal de Notícias de hoje, Luís Filipe Menezes coloca em título «Governo está semi paralisado e Oposição desorientada». Nem quero acreditar, embora considere o autor pessoa bem informada embora, por vezes, um pouco exagerada. Sendo assim, o barco não navega e não há entre os passageiros mais qualificados para darem uma ajuda ao homem do leme, orientação para colaborarem na definição do rumo.
Que qualidade (para não dizer outra palavra) têm os políticos portugueses que nos mendigam o voto e em quem cerca de 40 % dos eleitores acreditaram nas últimas eleições? Para onde vamos? Qual será o futuro dos nossos filhos e netos? Será que virá a ser necessário contratar um gestor estrangeiro tal como o Governo fez com o patrão da TAP Air Portugal e a Federação de Futebol fez com o Scolari?
Todos estes pensamentos e outros mais dramáticos são legítimos, mas são impróprios para corações fracos, neste período ainda de festa e de optimismo esperançoso. Que mais nos irá acontecer???
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terça-feira, 5 de maio de 2009
Governar com promessas vãs
A notícia « A fábrica anunciada por três ministros e que nunca saiu do papel » mostra que, em vez de inaugurações de obras concluídas, têm sido festejadas ideias e esboços de projectos, que muitas vezes acabam por não ver a concretização.
A notícia, nesta data em que se enfrenta o perigo de epidemia da gripe A (conhecida como mexicana ou suína), recorda que, em Janeiro de 2006, foi anunciado por três ministros e um secretário de Estado um investimento da Medinfar, numa fábrica em Condeixa-a-Nova no Distrito de Coimbra, para produzir vacinas contra a gripe podendo ser vendidas para outros países do mundo. A assinatura do protocolo de entendimento entre a Medinfar e a Agência Portuguesa para o Investimento), apesar do elevado grau de adesão do Governo (estiveram Correia de Campos, Manuel Pinho e Mariano Gago a assistir), não passou de uma das muitas promessas a que nos têm habituado e não garantiu a eficácia do anúncio.
Se o investimento tivesse sido concretizado, Portugal pertenceria hoje ao restrito número de países do mundo com capacidade para produzir vender vacinas antigripais, nesta altura em que a epidemia de gripe A ameaça o mundo. Dois anos e meio volvidos, nada do que foi anunciado saiu do papel.
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Reorganizar com eficácia
Ouve-se falar com frequência na necessidade de reformar, remodelar, reorganizar sistemas, serviços e empresas, com vista a eliminar apêndices parasitas que prejudicam a operacionalidade assente na simplicidade, flexibilidade, rapidez de funcionamento e baixo custo.
Agora chega a notícia de que os líderes da UE estão determinados na reforma fundamental do sistema financeiro mundial a fim de impedir novas crises globais. A pontaria está a ser preparada para mais e melhor regulação, supervisão e transparência, nos mercados financeiros internacionais.
Este assunto sugere várias reflexões que esquematicamente se abordam a seguir, sem preocupação de exaustão.
As reorganizações não são feitas eficazmente pelos próprios funcionários ou dirigentes. Qualquer empresa, qualquer organização, precisa de ser analisada, ter avaliados os seus circuitos burocráticos, as suas tarefas, olhar para os seus produtos em termos de qualidade e preços, a forma como são atendidos os clientes ou utentes, etc.
Porém, dizem os entendidos que nenhuma instituição tem possibilidades reais e suficientes para se reformar, porque existem nela forças conservadoras, tradicionais, preconceituosas que temem a mudança e se opõem a qualquer alteração, por mais pequena que seja. E como, com o tempo, as pessoas foram acumulando actos inúteis, circuitos empasteladores da comunicação, burocracia prejudicial aos verdadeiros objectivos da instituição, há que esperar tal reacção, pois, em resultado da reorganização, tudo será simplificado, tornado mais produtivo e o pessoal reduzido.
Daí, conclui-se que uma reforma eficaz só é conseguida com a colaboração de uma empresa estranha, especializada na análise de circuitos e de tarefas, por forma a eliminar tudo o que for supérfluo e parasitário e a aprimorar o funcionamento da organização resultante com tarefas bem definidas, dependências claras, e linhas eficientes de colaboração, cooperação e tomada de decisão.
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segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Os portugueses devem unir-se para ultrapassar a crise
Deparei, hoje, com três textos que referem três entidades com ideias convergentes para a necessidade de os portugueses – do Governo à oposição e aos simples cidadãos – se unirem, conjugando os esforços para tornarem Portugal mais desenvolvido em benefício dos cidadãos comuns.
São palavras sensatas que pecam por tardias. Já em 30 de Agosto aqui publioquei um post de que transcrevo parte no final.
Quanto aos artigos de hoje transcrevo as frases iniciais e deixo os links para quem deseje uma leitura mais demorada.
1. O Presidente da República Cavaco Silva apelou à união dos portugueses para vencer as dificuldades decorrentes da crise financeira internacional, garantindo que essa é uma tarefa que nunca abandonará.
"Como Presidente da República nunca ninguém me verá a tentar dividir os portugueses mas sim a apresentar bons exemplos para uni-los, para mobilizá-los", disse Cavaco Silva em Ansião, Leiria, durante a inauguração do Centro de Negócios local.
Apelou à "responsabilidade de todos os agentes políticos" nessa mobilização e união, criticando, sem especificar, "aqueles que neste momento procurem dividir os portugueses".
"Só estão a criar dificuldades ao nosso desenvolvimento e à melhoria das condições de vida de todos", argumentou.
2. José Miguel Júdice critica presidente da República e primeiro-ministro por não promoverem reuniões com partidos da oposição para discutirem a situação económica e avisa que em 2009 pode piorar mais
A crise económica mundial alastra e tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro já deviam ter chamado os partidos para discutir soluções, considera José Miguel Júdice, advogado, "comentador e aconselhador" de política que só numa situação de calamidade aceitaria ser ministro ou até candidato à Presidência.
3. Passos Coelho, ex-candidato à liderança do PSD acredita que a crise está para ficar "quatro ou cinco anos" e defende que deve haver um "amplo consenso para enfrentar a crise. Do lado da oposição e do lado do Governo". Passos Coelho afirma que não é altura para atribuir culpas, mas diz que esse tempo virá.
Pedro Passos Coelho quer que o Governo e a oposição se entendam sobre a melhor forma de, à escala nacional, se ultrapassar o mau momento económico.
NOTA:
Sobre esta solução de consenso e de unidade de esforços publiquei em Do Miradouro em 30 de Agosto o post Reforma do regime é necessária e urgente em que começava por dizer: «Independentemente de ideologias, temos que concordar que Portugal tem vindo a ser mal governado e, para evitar um colapso dramático, é imperioso implementar mudanças estruturais no regime. Isto já não se resolve com mudanças de pessoas, ou de partidos, mas sim com um pacto de regime com um código de conduta assinado por todos os partidos em que fiquem bem claros princípios de comportamento dos governantes e das oposições».
E, em resposta a um comentário, sugeria que, se essa solução não fosse eficiente, se recorresse a outra menos ortodoxa:
«Esta ideia é utópica e, sem dúvida, a utopia não pode ter uma realização total e incondicional, mas poderá servir de um ligeiro toque no flanco para levar a besta a desviar a rota um pouco para o melhor lado, ou para se afastar do lado mais perigoso, do precipício.
Também se pode ir para outra, à semelhança do futebol em que se contratam técnicos estrangeiros. Vinha um PM estrangeiro com nome feito em Países desenvolvidos, trazia uma equipa não superior a meia dúzia, escolheria cá o restante para formar Governo, de preferência gente não viciada nos partidos. Estes seriam suspensos por quatro ou seis anos. O Governo seria controlado por um Conselho formado por representantes de todos sectores profissionais, o melhor que o País tivesse.
O governo iria formando, pelo exemplo e por conferências, os políticos que no fim do contrato tomariam as rédeas dos ministérios. Quando tudo estivesse a funcional bem reactivar-se-iam os partidos, com normas estabelecidas, haveria eleições para o povo poder concretizar a soberania de que é detentor.»
E acrescentava noutra resposta:
«Seria uma bênção para os portugueses que viesse da UE uma comissão de gente bem formada e honesta. Só os nossos políticos não gostariam de perder os «tachos dourados» e as «reformas milionárias» e, provavelmente, de serem submetidos a julgamento pelos crimes que cometeram contra os interesses do Estado.
O exemplo de Mário Pinto na TAP e de Scolari na selecção de futebol mostram que o recurso aos melhores técnicos do mundo vale a pena, é compensadora.
Um bom tema para meditação. Imagine-se quanto se pouparia nos assessores parasitas que só encarecem as contas dos dinheiros de todos nós.»
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008
As prioridades do Governo
Gostaria de transcrever, por cópia digital o seguinte artigo, mas não consegui ter acesso, pelo que vai aqui um trabalho de teclado, letra a letra. Mas o artigo de José Júdice, no jornal gratuito Metro de hoje merece o esforço. Uma redacção em estilo queirosiano que dá gosto.
Parafuso a Menos
Cada um sabe de si, é uma advertência que tenho de fazer aos leitores antes que me chamem louco ou inconsciente por acreditar que o Governo zela pela nossa segurança. A verdade é que desde meados de Agosto me sinto muito mais confiante, mais seguro e tranquilo em relação ao futuro da pátria, da União Europeia, do mundo e da civilização – e num plano mais egoísta, de mim mesmo – com a publicação pelo Governo de uma Declaração de Rectificação a uma portaria de Junho passado corrigindo o tamanho dos parafusos com que devem ser afixadas nas paredes as placas identificativas dos estabelecimentos comerciais.
Assinada pela directora do Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros, evidenciando que a gravidade do assunto chegou ao «staff» do próprio primeiro-ministro, fica determinado que as placas devem ser presas às paredes «através de parafusos de aço inox em cada canto, com oito milímetros de diâmetro e 90 milímetros de comprimento» e não, como anteriormente determinava a ignóbil portaria de Junho, num erro inadmissível ou num lapso inconsciente que punha em causa talvez não a segurança de pessoas e bens, mas certamente a segurança das placas, com parafusos de 60 milímetros de comprimento. Se aconteceu, não veio nos jornais. Será que caiu algum parafuso no «staff» da Presidência do Conselho de Ministros? É possível, mas o silêncio da oposição, que aproveitaria sem duvida essa oportunidade, não esclarece. Seja o que for, o Governo zela por nós e pela nossa segurança.
Ao aumento da criminalidade, o Governo responde com o aumento do tamanho do parafuso. À diminuição do PIB, manda quem deve que se aumente 50 por cento o comprimento do parafuso para estimular a nossa indústria. Ao desemprego, à incerteza, à insegurança, ao endividamento das famílias, ao preço do petróleo, ao aquecimento global, à corrupção e evasão fiscal, o Governo responde certamente o melhor que pode e sabe, aumentando o número de polícias na rua, de fiscais nas bombas de gasolina e nas Finanças, de assistentes sociais nas famílias carenciadas e o tamanho do parafuso. Era uma medida que se impunha. Há por aí muita gente a quem já falta um.
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sábado, 30 de agosto de 2008
Reforma do regime é necessária e urgente
Independentemente de ideologias, temos que concordar que Portugal tem vindo a ser mal governado e, para evitar um colapso dramático, é imperioso implementar mudanças estruturais no regime. Isto já não se resolve com mudanças de pessoas, ou de partidos, mas sim com um pacto de regime com um código de conduta assinado por todos os partidos em que fiquem bem claros princípios de comportamento dos governantes e das oposições.
Por exemplo, há que reduzir ao mínimo, em casos bem definidos, as nomeações por critérios de «confiança política», sem concurso público, destinadas apenas a favorecer os amigos do clã. Tais nomeações, não tendo em conta as competências, têm delapidado os dinheiros públicos e arrastado o País para uma crise crónica de difícil cura. O concurso público, com condições bem definidas, privilegia as competências e permite admitir os melhores cérebros do País, independentemente da família ou da terra de nascimento. O facto de poderem ser de partido diferente é superado por «contrato por tarefas», em que o admitido se compromete, por escrito, a realizar as tarefas fixadas segundo método pré-definido, com isenção e rigor, e em caso de infringir este compromisso, passa a poder ser demitido com justa causa. Em caso de a evolução do serviço tornar convenientes outras tarefas, o compromisso receberá um aditamento.
Há também que restabelecer a confiança do povo nos seus representantes, com base nas acções honestas destes, em benefício dos interesses nacionais, com preocupações de poupança de recursos e de aumento de eficácia.
Impõe-se uma drástica redução da quantidade de assessores bem como dos contratos para «estudos» feitos com amigos partidários que só têm a finalidade de enriquecer os «compadres». Gastam-se milhões de euros em «estudos» encomendados para justificar uma decisão tomada por palpite. E, para dar mais aspecto de razão encomendam-se outros pareceres com igual finalidade a outros compadres. Vantagem só há para a bolsa desses «especialistas» amigalhaços. E o contribuinte pagou os impostos e vê que nada melhora porque o dinheiro é desbaratado nestas «brincadeiras».
Nesse código deve também constar a preocupação de reduzir os custos de funcionamento da máquina administrativa, em instalações, equipamentos de escritório e de transporte, mordomias, etc.
Com um tal código de conduta, o regime tornar-se-á mais honesto e eficaz na busca dos mais altos objectivos nacionais e, logicamente, o País poderá começar a desenvolver-se de forma séria e sustentável.
Além desse pacto assinado por todos os partidos com assento na AR, os grandes investimentos que produzam efeitos para além da legislatura actual, devem merecer a aprovação da oposição, a fim de que, se houver mudança de partido no Governo, os projectos continuem a ser realizados.
Com este esquema devidamente aprofundado e honrado por todos, os políticos passarão a merecer a confiança dos eleitores e os esforços serão orientados para bem de Portugal e não teremos recursos esbanjados em benefício de políticos corruptos, à procura de «tachos dourados», de «reformas múltiplas e milionárias» e de «enriquecimento ilegítimo».
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