segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Momento de mudança

Nas eleições de ontem, consideradas como tendo decorrido normalmente, o vencedor recebeu 21,48 por cento dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais, pouco mais de um quinto. Parece um número muito pequeno, mas é real: Apenas foram às urnas 60,6 por cento, dos quais 1,75 por cento entregaram votos em branco e 1,37 votos nulos, resultando para distribuição pelos partidos os votos de 58,75 por cento dos eleitores inscritos e 36,56% (obtidos pelo PS) deste número dá os 21,48% acima referidos. Não haverá motivos de arrogância para dizer que foi eleito por todos os portugueses

Dos resultados merece meditação a quantidade de votos em branco, que representam actos espontâneos de indivíduos sem organização, sem movimento, sem propaganda, que quiseram evidenciar o seu desacordo em relação às metodologias gerais que vêm sendo praticadas na política e que querem ver remodeladas. Apesar da espontaneidade, o seu resultado foi superior ao obtido por qualquer dos pequenos partidos e movimentos que não obtiveram deputados, apesar de todo o seu esforço para os obterem e da despesa feita com a campanha. Tal voto, que assenta numa motivação mais significativa e definida do que a abstenção ou o voto nulo, merece ser devidamente reflectido.

Daqui sairá o próximo governo, ou de coligação ou com acordos parlamentares que, ao contrário da maioria absoluta, vai exigir diálogo com a oposição, pondo de lado a arrogância verificada nos últimos anos.

Será desejável que seja tida em consideração a necessidade de, em cada decisão colocar Portugal e os interesses nacionais acima de interesses dos partidos e dos políticos, seus familiares e amigos.

Cada decisão, deve ser precedida por estudos realistas e completos que conduzam às melhores soluções possíveis, a fim de evitar futuros recuos com os custos inerentes.

As decisões que produzam efeitos além do fim da legislatura devem ser precedidas de consulta e de discussão com a oposição e beneficiar de contributos de cidadãos, organizados ou individualmente.

Convém definir regras que reduzam ao mínimo as nomeações políticas de forma a que as vagas sejam preenchidas através de concursos públicos apreciados por júris competentes e independentes.

Devem ser desenvolvidos mecanismos eficazes para combater a corrupção e o enriquecimento ilícito, mesmo que se trate de pequenos valores.

É urgente, de acordo com opiniões de juízes, tornar a Justiça mais rápida e independente através de novos códigos preparados por Juízes e advogados sem ligações partidárias conhecidas.

A fim de reduzir as despesas públicas, deve ser diminuída a burocracia embaraçante e que depende do excesso de pessoal que entope os circuitos, a começar por assessores que apenas existem como caixa de emprego para os «boys» do regime, cuja ineficácia é demonstrada por não terem evitado imensos eros da governação do Estado e autárquica.

Praticando estas regras básicas, que devem ser pactuadas por todos os partidos parlamentares e constar num código se conduta, contribuir-se-á para o bem-estar dos portugueses e o engrandecimento de Portugal, o que será manifestado nas próximas eleições com o fim de votos brancos, redução de nulos (ficam apenas os de erros de preenchimento) e de abstenções (ficando apenas os mortos e os acamados).

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À consideração dos futuros governantes

Acerca da polémica nos comentários constantes em https://www.blogger.com/comment.g?blogID=7302028665744397498&postID=1128138089144375274&isPopup=true&pli=1 recebi este e-mail da Amiga Maria Letra que merece ser aqui colocado para apreciação dos visitantes. São reflexões muito sugestivas para os governantes do País, agora que estamos em vésperas da constituição de nova equipa, que se espera seja bem seleccionada, com bons elementos, ideias adequadas e programas ajustados às reais necessidades de Portugal.

Amigo João Soares,

Li, novamente, tudo o que foi escrito quer pelo Luís, como pelo amigo João Soares e, duma forma mais atenta, já que da parte dos dois sabemos com o que é que podemos contar, o que escreveram: Bernardo e Leandro. É curioso que um escreve com o seu nome verdadeiro para 'tentar' iludir-nos com falsas verdades e o outro, que é o mesmo, pelo que percebi, esconde-se por trás dum nome que inventou para, cobardemente, escrever o que pensa. Mas ... será que pensa mesmo o que escreve? Em qual dos dois nos podemos basear para fazer um juízo de valor acerca desse alguém que anda tão ceguinho que nem pesa o que diz em defesa de algo que está a prejudicar todos nós? É que a mim já nem me interessa que o governo seja PS. Fosse ele do PSD, CDS, PCP ou de qualquer outro partido e a crítica, da minha parte, seria sempre a mesma. O que está em causa, como muito bem escreveu, João Soares, é as contas a prestar a todas as pessoas que acreditaram nas prometidas reformas. Se, qualquer deles, fizesse o que prometem nos seus programas, TENHO A CERTEZA que quem tivesse votado noutros partidos não seria mais do contra.

Um dos grandes problemas aqui está no facto de SER MUITO DIFÍCIL agradar a gregos e a troianos, quando, teimosamente, se defendem soluções diferentes, i.e., pró ou contra o Capitalismo, não aceitando cada parte procurar uma situação intermédia que pudesse equilibrar interesses, solução essa que poderia nivelar o bem/mal-estar dos cidadãos, sem ter de tirar a uns para dar aos outros. Depois do 25 de Abril houve uma euforia da parte da esquerda de incitamento à distribuição de bens de quem tinha mais, para dar aos que tinham menos quando, no meu entender, claro está, tal distribuição não era necessária para que todos os que estavam mal pudessem vir a ser beneficiados. Com uma correcta linha política dos governos, ter-se-ia chegado a resultados muito positivos, sem ter de recorrer ao 'roubo' de bens duns, para dar aos outros. Isso teria tido o sabor dos actos praticados pelos larápios: "não tenho, vou roubar ao que tem e passo a estar bem melhor do que o que estou agora."

Um dos grandes males que motivam o exagero de muitas fortunas, alcançadas sabe Deus como, é exactamente resultante do facto da linha defendida por certos partidos ocasionar esse estado de coisas. Não podemos ficar indiferentes à disparidade de ordenados de certos indivíduos, em detrimento duma miserável 'esmola' a outros, entre os quais estão, sem sombra de dúvida, os reformados, os deficientes, as mulheres que, por circunstâncias várias, não puderam ser mais do que domésticas - com que honra! - e tantos outros Portugueses. Eu trabalhei sempre, exceptuando 8 anos dedicados aos filhos (6) e, em alguns empregos, tinha um ordenado superior ao do meu marido. Não posso, portanto, dizer que fui vítima de desigualdade pelo facto de ser mulher. Contudo, tendo tido necessidade de permanecer em casa, para cuidar melhor dos meus filhos e continuar a estudar, vimos o nosso rendimento mensal baixar consideravelmente quando, numa correcta política governamental, as mulheres deveriam poder receber um mínimo que lhes permitisse fazer face a essa diferença. Depois, há situações tão desiguais, só porque uns têm um canudo e outros não ..... Cada profissão - quando exercida com competência absoluta - deverá ser remunerada de forma a permitir uma vida digna a quem a exerce. As hierarquias existem e têm de ser respeitadas, mas ... vamos lá ver ...., pagar balúrdios aos quadros, prejudicando as outras categorias inferiores de tal modo que firam a dignidade de vida de quem trabalha com profissionalismo, isso não! Se as empresas necessitam dos quadros, não é menos verdade que necessitam - e muito! - dos operários. Todavia, não deverá ser negligenciado que estes devem ter uma formação moral, educacional e profissional de elevado valor, para que não possam ser apontados como a classe ignorante, como já tenho ouvido chamar-lhes.

O meu amigo sabe bem que eu defendo, como base primeira, uma boa política no campo da Educação e da Saúde. Sem isso, nem vale a pena pensar no resto. A cultura e a saúde são dois elementos básicos na formação duma criança, sobre as quais deveremos debruçarmo-nos pois as crianças serão, um dia, os adultos de que o mundo carece.

Depois desta dissertação cuja origem está no teor das que foram feitas, sobretudo, pelo Bernardo e/ou pelo Leandro, eu gostaria ainda de dizer-lhe, meu caro amigo, que quem mereceu este meu e:mail às 03:45 da manhã foi, APENAS, o de nome João Soares, já que os outros dois comentaristas não mereceriam, sequer, que lhes dedicasse um minuto. Quem esconde o seu nome para dizer o que pensa não merece qualquer tipo de atenção. Mas este assunto sobre o qual acabei de escrever é importante para mim, mesmo que o não fosse para mais ninguém.

Para terminar devo esclarecer que não foram só as dores no meu pé que me mantiveram acordada, para as quais agradeço o conselho que me deu e que seguirei. Foi, também, um certo enjoo que me vem quando leio certas afirmações tendenciosas, disfarçadas duma intelectualidade inexistente.

Um grande abraço, amigo.
Mzt

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domingo, 27 de setembro de 2009

A Justiça não vai bem

Um dos sectores do Estado cujo funcionamento é mais sentido pela população, é a Justiça, relacionada com a Segurança Pública, talvez acima da Saúde e do Ensino.

E se as opiniões eram exteriores ao aparelho, agora surgem frequentemente opiniões negativas saindo do interior da máquina da Justiça, pela voz dos seus mais categorizados obreiros.

Vejamos os textos aqui linkados:

- Juízes indignados com a classe política
- Caso Rui Teixeira abre polémica na justiça
- Justiça é cara no tribunal de família
- Mapa judiciário em risco de fracasso
- Novas custas judiciais limitam acesso, critica juiz

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sábado, 26 de setembro de 2009

Idosos têm direito a respeito

Os idosos, depois de uma vida de trabalho, mais ou menos penosos, com mais ou menos possibilidades, são credores de respeito, como seres vivos, como seres humanos e pela sua condição de dependência dos cuidados dos outros.

As famílias, nos tempos modernos, não estão estruturadas para darem apoio de companhia e de resolução de pequenos problemas a qualquer hora do dia e, por isso, entregam esses cuidados a lares que é suposto exercerem com dedicação e carinho essas tarefas de que os idosos carecem.

Mas, infelizmente, há muitos lares que não desempenham esses cuidados com a eficiência desejável. Não é raro surgirem notícias de situações degradantes. Mas, felizmente, há juízes que têm sensibilidade para analisar com humanidade tais situações e dizer basta.

Vale a pena ler as notícias do JN que referem este julgamento:

- Prisão para dona de lar por maus-tratos a idosos
- "É preciso dizer basta ao que se passa em lares"

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Segurança rodoviária. Exemplo a seguir

No meio de tanta notícias de mortos e feridos nas estradas, surge esta do caso exemplar do condutor da Carris, Ernesto Luís Marçal, que conduziu 39 mil horas sem acidentes.


Segundo ele a solução é fácil, recusa ser considerado herói e aponta o seu segredo simples, garantindo que o importante "é nunca facilitar". É este sentido da responsabilidade que falta à maior parte dos automobilistas que colocam em perigo continuamente a sua vida, a dos seus companheiros de viagem e a de inocentes utentes da estrada.

Devemos procurar sempre, a cada momento de condução, chegar ao fim da viagem em segurança. Leia a notícia seguindo este link, Merece ser meditada e ser objecto de conversa em família e com os amigos.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Estão a candidatar-se a quê

Cuspir no voto que pedem

DN 090925. por Ferreira Fernandes

Há duas semanas, aqui, espantei-me com a fórmula com que Francisco Louçã se apresenta, agora: "Sou socialista, laico e republicano." Perguntei: então, quando é que deixou cair o "revolucionário"? É que eu não me lembro de ele ter declarado essa passagem, de revolucionário para ex-revolucionário, corte que marca um antes e um depois, e que permitiria, por exemplo, ser um leal membro de um governo a que ele, ainda há pouco, chamava burguês.

Faltava a Louçã - dizia eu, então -, "a ele, que dá tanta importância à ideologia, que o diga na teoria, antes de ser definitivamente comprovado, na prática, que mudou." Repito: gostava de ouvir Francisco Louçã dizer já não ser revolucionário e que acredita que eleger deputados para a Assembleia da República (esta mesma, a democracia representativa) é a melhor forma de governar (já sabemos, eu, Churchill e mais uns quantos, que má, mas a melhor).

Sim, Louçã? Alguns portugueses precisam, com urgência (até domingo), que Louçã tire isso a limpo. Digo alguns porque eu, não. Não preciso, ouvi o cabeça de lista do Bloco de Esquerda por Castelo Branco, onde o BE pode eleger um deputado, dizer que "a democracia representativa está falida". Então, está a candidatar-se a quê?

NOTA: A coerência pode não ser indispensável na política que ignora a ética, mas, por respeito ao eleitor, ela será conveniente, pois com a lógica, deverá ter em consideração a inteligência daqueles a quem é pedido o voto. Os políticos não devem partir da hipótese de só eles serem inteligentes, até porque muitas vezes não o são.

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Cargos políticos à venda???

Para que, em data tão sensível, não seja ser suspeito de parcialidade cito uma notícia que vem no Público e no Diário de Notícias.

Refere-se a acusação que o membro do PS que foi cabeça-de-lista pelo círculo de Fora da Europa, nas legislativas de 2005, fez a dois dirigentes do mesmo partido muito mediáticos que terão negociado cargos políticos em troca de financiamento ao partido, em que terá estado envolvido um empresário da máfia dos bingos. Não cito nomes para não descer à baixa politiquice, mas basta seguir os links para saber os pormenores.

Há poucos dias foi notícia que noutro partido houve financiamentos parecidos e até foi referida a compra de votos.

Como não há fumo sem fogo, está a compreender-se melhor a afirmação de conhecido político de que a ética e a política são inconciliáveis. Tal maneira de fazer política sem ética, sem princípios, sem normas, não olhando a meios para atingir os fins, eles próprios muito discutíveis, faz lembrar a feira que se efectua duas vezes por semana no Campo de Santa Clara, em Lisboa, não pelo que lá se faz, mas pelo que deve ter estado na origem do nome, Feira da Ladra.

Nestes negócios da política, os cargos não são ocupados por competência mas por corrupção. Os financiadores, com um pequeno investimento, adquirem um tacho onde recuperam, a multiplicar por «n», o que pagaram e, dessa forma, a corrupção vai aumentando em espiral, em prejuízo dos empregados e dos clientes dos empresários e, em consequência, do País.

Com políticos deste jaez, o voto útil é o voto em branco, porque não se deve passar procuração com plenos poderes a gente que não merece confiança.

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Como chegámos aqui?

Quatro anos repletos de casos com jornalistas
DN. 090923. por MARINA MARQUES

Episódios como o da suspensão do 'Jornal Nacional de 6.ª Feira' são interpretados como a face visível das pressões do Governo sobre a comunicação social ao longo dos últimos quatro anos. Num mandato marcado pelas polémicas alterações ao Estatuto do Jornalista, pelo falhanço no lançamento do 5.º canal e ainda pelo veto presidencial à lei do pluralismo e da não concentração dos media.

"Em nenhum dos governos do pós-25 de Abril houve uma relação tão acintosa entre um primeiro-ministro e os jornalistas." A afirmação é de Francisco Rui Cádima, professor da Universidade Nova de Lisboa, e junta-se a várias vozes que têm criticado publicamente a actuação deste Governo na área da comunicação social. Num balanço da legislatura, Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, falou esta semana em "estratégia [do Executivo] de debilitar e enfraquecer os grupos privados" e classificou Augusto Santos Silva como "o pior ministro que houve desde o 25 de Abril". As alterações ao Estatuto do Jornalista, os poderes concedidos à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a lei da concentração - vetada por Cavaco Silva - e o concurso do 5.º canal são alguns dos momentos críticos.

A estas questões gerais, juntam--se alguns casos concretos, nomeadamente o chamado caso TVI. José Sócrates, no Congresso do PS, em Espinho, no final de Fevereiro, falou numa campanha negra da comunicação social contra si, dando o exemplo concreto do Jornal Nacional de 6.ª Feira, da TVI, apresentado por Manuela Moura Guedes, ao qual voltou mais tarde na entrevista a Judite Sousa, na RTP. E referiu ainda "um director de um jornal", numa referência ao Público - que neste momento está no centro do mais recente episódio político, o caso das escutas de Belém.

Pelo meio ficou ainda por clarificar o que se passou em relação à compra de 30% da Media Capital, proprietária da TVI, por parte da PT. Se num primeiro momento, perante as acusações da oposição de que o Governo, através da golden share que detém na empresa de telecomunicações, estava a mandar calar o TVI, o primeiro-ministro disse não comentar o negócio privado, no dia seguinte fez saber que o Governo iria utilizar o poder de veto para travar a compra para afastar quaisquer suspeitas.

Só que, pouco mais de dois meses depois, o anúncio da suspensão do Jornal Nacional de 6.ª Feira, a dois dias do seu regresso à antena - uma decisão da administração espanhola da empresa, muito próxima do PSOE -, caiu que nem uma bomba, já em plena pré-campanha. Sócrates apressou-se a dizer que nem ele nem o Governo tinham tido a ver com a decisão, mas não evitou ficar colado ao caso.

Referindo ainda as pressões sobre outros órgãos e sobre os jornalistas, com as alterações aprovadas ao Estatuto do Jornalista, Francisco Rui Cádima considera que "desta legislatura fica um rasto de interferência e ingerência do Governo nos meios de comunicação social". Por isso considera que o Estatuto deveria ser corrigido, nomeadamente quanto aos direitos de autor e à protecção das fontes, e que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social "precisa de uma clarificação em relação aos poderes políticos e aos regulados".

Apesar da reformulação do contrato do serviço público realizado durante esta legislatura, o professor da Universidade Nova de Lisboa considera que "a sua independência face ao poder político ainda não está assegurada". Felisbela Lopes, professora da Universidade do Minho, adianta uma medida em concreto nesse sentido: "A nomeação do presidente do Conselho de Administração da RTP deve deixar de ser feita pelo Governo."

NOTA: Se os jornalistas se podem queixar de hostilidade, convém também recordar como foram tratados, os juízes, professores, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, agricultores, PMEs, militares, polícias, etc ? É certo que o Governo prometeu reformas que já deviam ter sido feitas, mas orientou indevidamente a concretização, impondo as reformas contra os funcionários dos sectores em vez de apelar à sua boa vontade e colaboração de forma construtiva. Quis reformar contra e não com a cooperação dos mais interessados. Os portugueses de variados sectores têm sido muito mal tratados em benefício das ambições dos políticos, desde há algumas décadas.

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Justiça. O que se passa com ela?

Transcrição do início de artigo do Jornal de Notícias. O título do artigo serve de link para se ver todo ele.

Apanhada outra vez a conduzir sem carta

JN. 090924. 00h30m

A PSP de Coimbra deteve ontem, pela 38.ª vez, uma mulher de 48 anos por conduzir sem carta. A antiga feirante tinha sido condenada a um ano de prisão no dia 10 deste mês por ser reincidente neste tipo de infracção. (...)

NOTA: dispensa comentário.

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Voto útil

Mais uma falácia da «nossa democracia», este apelo de todos os partidos ao «voto útil». Mas, afinal tal voto assim adjectivado é útil a quem? Sem dúvida será útil a cada lista que o pede!!!

Fica assim a dúvida se há votos que não são úteis. Certamente, é essa dúvida que leva à maioria dos eleitores à abstenção: se o voto não é útil, para quê sair do doce aconchego do lar, da família e do ecrã da TV? Confesso que sempre pensei que os votos são todos iguais, sem nome, sem identificação e sem adjectivos, enfim, democráticos.

E quem é que vai na cantiga do voto útil? Os indecisos, os ignorantes, que não conseguem pensar e decidir pela sua cabeça, os indiferentes, os enganados que ficam convencidos de vir a colher benefícios com essa utilidade.

Mas estou convicto de que todo o voto é útil e cada um deve dá-lo, qual procuração com plenos poderes, à lista que lhe merecer total confiança para gerir os interesses colectivos dos portugueses, de Portugal.

Não se passa procuração a pessoa que não nos mereça plena confiança. Esse deve ser o critério da orientação do voto e não o da utilidade para quem o pede, como esmola, para depois colher benefícios à custa do povo, cada vez mais desprezado (excepto durante as arruadas da campanha). Não consta haver ex-políticos sem-abrigo a comer a «sopa do Sidónio». Convém ver a posição de ex-políticos na lista dos mais ricos de Portugal.

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Voto, problema difícil de resolver ?!

Votar em quem?
CM. 24 Setembro 2009 - 00h30

Nenhum partido parlamentar me cativa. Não vou votar PS porque governou mal. Porque exibiu como ministros figuras trágico-cómicas: Jaime Silva, Lino & Pinho e aquele senhor que anda pela Justiça. E porque não se admite um primeiro-ministro com um passado tão dúbio, formal e moral.

Não votarei PSD porque não soube ser Oposição. Porque desuniu em vez de congregar. Porque Ferreira Leite é má demais para ser levada a sério.

Não vou votar no CDS porque não se soube reciclar após a derrota de 2005. É o mesmo Paulo Portas apenas mais embaciado, repisado e cansativo.

Não votarei à esquerda porque BE e CDU são forças conservadoras que só sabem idolatrar o Estado.

Ganhe quem ganhar continuaremos a ser mal governados. Vou votar, mas, por cá, até isso é difícil.

Carlos de Abreu Amorim, Jurista

NOTA: Oh Sr Doutor, faz muito bem em não se abster, porque isso seria mau sinal acerca da sua dedicação aos problemas dos portugueses. Não ceda à tentação de ficar a pisar o maple em frente da TV e vá votar e, como não vê em nenhuma lista candidata o merecimento do seu voto, da sua procuração com todos os poderes para gerir o País, então siga o conselho que por aí circula, vote em branco, que o mesmo é dizer que não confia neste tipo de cocheiros ou boleeiros que conduzem aos zigue-zagues o coche em que somos levados, para nossa miséria e para o enriquecimento e luzimento deles, dos familiares e dos amigos. Não há ex-político sem-abrigo, mas todos constam nas listas dos mais ricos.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ironias da Democracia

A poucos dias das eleições legislativas, surgem alguns pontos que merecem ser profundamente meditados. No meio de muitas mentiras, saem verdades daquelas que eles só dizem quando estão muito «pedrados». Como é o exemplo da ética do Maquiavel e da afirmação de que a ética e a política são coisas inconciliáveis.

E há um ponto muito curioso em que só Mário Soares tocou ao de leve. É a importância do BE na formação de Governo. Tal referência ao BE mostra muita sabedoria da velha raposa.

Se as sondagens não errarem muito, no próximo domingo, o partido que obterá mais votos será um dos dois maiores – PS ou PSD – mas o mais beneficiado será o terceiro classificado – BE – porque será ele que decidirá quem será o PM, que poderá ser eventualmente de um partido que não tenha sido o mais votado.

A democracia tem destas coisas.

Com efeito, para um governo poder governar terá de ter um programa aprovado pela AR. E como nenhuma dos partidos obterá maioria absoluta de deputados no hemiciclo (repito: se as sondagens não errarem muito), o BE será o partido indispensável para dar ao PS ou ao PSD a maioria de votos para a aprovação do programa de governo, mesmo que um ou o outro ainda possam precisar de votos da CDU ou do CDS.

Ora o BE está nas mãos de gente inteligente para saber negociar esse apoio e cobrar bem por esse trabalho, ficando com a possibilidade de escolher a qual dos grandes cobrará mais contrapartidas.

Ironia da democracia!!! O poder para formar governo depende mais do terceiro classificado do que do 1º ou do 2º. É isso que leva bons analistas a prever que teremos eleições dentro de menos de 4 anos. Já imaginaram o que seria Louçã só dar apoio se fosse ele o PM??? Mas que vai exigir algumas pastas para os seus é absolutamente previsível, por ser lógico.

Esta hipótese só deixa de ser lógica se PS e PSD se aliarem e formarem o «centrão» ou se o BE não tiver tantos votos como as sondagens indiciam e o vencedor puder obter a aprovação do programa através de negociação com um dos partidos menores. A incógnita mantém-se até ao fim. Mas que há cenários curiosos, há!!!

A. João Soares

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Pensar melhor, de Viçoso Caetano


É hora de pararmos p´ra pensar,
Para pensar melhor e analisar,
O que os políticos nos têm oferecido:
Se nos têm sabido governar,
Se olham só p´ra si e p´ro partido !

Vamos pensar melhor depois votar,
Mostrando-lhes de forma exemplar
Que o País tem que mudar de rumo.
Os Governos devem ser fios de prumo !

Nunca mais maiorias absolutas
- Essas sim, ditaduras camufladas,
Que geram compadrios descarados,
Perpetuam interesses instalados,
Propiciam ligações as mais corruptas.

E se acaso sentes como eu sinto,
Deves pensar melhor e perguntar:
- Foi para isto que se fez o 25 ?
P´ra tirar da ponte o nome SALAZAR !
Para entregar à “súcia” o ULTRAMAR ?
P´ra deixar PORTUGAL hipotecado ?

Tens d´agir de forma a evitar
Que te venham dizer: Isso é passado !
É que pensar melhor faz sempre bem,
Sobretudo quando, como agora,
Tás orgulhosamente acompanhado
Mas triste, sem emprego e sem vintém.

Viçoso Caetano, O Poeta de Fragosela
Set09
Recebido por e-mail do amigo de velhos tempos Adry, com pedido de publicação

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cavaco Silva e os tabus

Daquilo que os jornais ultimamente têm trazido a lume verifica-se que há muita gente com dúvidas acerca dos comportamentos de Cavaco Silva e muitos seus admiradores sentem-se frustrados e desiludidos.

Efectivamente, não parece fácil interpretar uma pessoa que foge aos padrões mais vulgarizados entre as personagens mais mediatizadas. A meu ver, trata-se de um homem sério, segundo os padrões mais optimistas, de entre os políticos actuais, tímido, receoso de dizer algo de que amanhã tenha que se arrepender. Por isso, quando fala, controla rigorosamente as palavras acabando, muitas vezes, por não explicar nem esclarecer mas ocultar mais do que aquilo que diz, do que aquilo que deixa atrás da cortina, algumas vezes o essencial, e apenas permitindo subentendidos que têm efeitos maléficos. Há quem diga que, neste aspecto, não devem ser desprezados os indícios da influência da esposa, demasiado dominadora e controladora que parece exercer muita pressão sobre as suas decisões.

Quando foi eleito presidente do PSD, na Figueira da Foz, deu uma «explicação» que não convenceu ninguém e que uns interpretaram de uma forma e outros de maneira diametralmente oposta. Não se candidatou, não quis ir ao congresso da Figueira e só ali apareceu porque calhou ir para aqueles lados, por acaso, fazer a rodagem do carro novo. Depois de lá estar, por acaso, uns companheiros de partido pressionarem-no para aceitar ser eleito e tanto insistiram que ele, boa pessoa, não quis magoá-los e aceitou!

Os mais amigos logo o apelidaram de generoso, dedicado, que aceitou o sacrifício de contribuir para um Portugal melhor. Enfim, o homem-providência. Depois, no Governo, onde chegou pela força do partido e não por vontade própria, pois declarou que nem lia os jornais nem respondia aos jornalistas, e criou tabus. Ficou célebre o desmesurado naco de bolo que meteu na boca para se defender do jornalista e da sua próprias eventual tentação de responder. Cavaco não falava, não esclarecia, apenas calava, ocultava.

No caso do veto de leis usa de meios argumentos, não esclarecendo completamente, como o caso de ter enviado o Estatuto dos Açores ao Tribunal Constitucional, por motivos que não tinham constado da anterior devolução do projecto à AR.

E o tempo foi assim passando e agora esteve vários meses, segundo os jornais, sem esclarecer o problema das eventuais escutas e, quando o caso saltou para o conhecimento público, continua com cautelas, calando, insinuando timidamente e prometendo esclarecimento numa data posterior. Entretanto exonera o jornalista assessor de imprensa.

Não gosta da fórmula «dizer a verdade, toda a verdade e só a verdade». Considera que «o segredo é a alma do negócio» e diz um pouco das coisas e deixa o resto à imaginação dos eleitores. Destes, uns interpretam com pessimismo e logo o condenam. Outros mais optimistas e aficionados interpretam segundo os seus próprios desejos e, mais tarde, sentem-se frustrados e desgostosos.

Há uma boa norma que deve ser seguida quando é necessário falar: «clarinho, clarinho, para o cidadão mais simples compreender». E quando o silêncio è preferível às palavras, então, deve ficar calado, mas totalmente calado, sem estimular esperanças nem receios, porque as insinuações são sempre nocivas e corrosivas.

A. João Soares

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Povo cimeiro - Antiglobalização

POVO CIMEIRO - Pittsburgh antecipou G20 com discurso antiglobalização
Transcrição de post do blogue A Tulha do Atílio

No passado sábado, (19 de Setembro) na “Cimeira do Povo” discursos como o acesso universal à saúde e o fim das guerras no mundo marcaram os temas aí tratados. Esta cimeira antecede a reunião do G20 que pretende aí debater a reforma dos mercados financeiros.

A maioria dos oradores mostrou-se contrária às acções propostas pelo G20, acusando-o de procurar controlar a economia mundial a favor dos bancos e das empresas multinacionais em prejuízo do cidadão comum. Um deles, Professor da Universidade das Filipinas, disse que o G20 como mecanismo para salvar a globalização está destinado ao fracasso.

O Senador democrata Jim Ferlo, um dos patrocinadores desta cimeira, segundo ele alternativa ao G20, defendeu a necessidade de cuidados universais como um direito humano básico.

Como se vê, estas atitudes começam a proliferar por todo o mundo em especial nas regiões mais afectadas pelos resultados dessa mesma globalização.

Como exemplo refere-se que em Bellaire (Michigan) o realizador Michael Moore apresentou o seu novo documentário que versa um apelo ao derrube do actual sistema económico. “Capitalism: a Love Story” lembra a ganância e a corrupção que tem subvertido a democracia nos EUA, neste caso particular, mas que se tem generalizado pelo mundo fora.

Segundo ele, a situação no Michigan, sua comunidade adoptiva, onde foram fechadas muitas fábricas e aumentou o desemprego em exponencial por via disso é bem o exemplo do mal das teorias defendidas pelo G20, filho dilecto do Clube Bidelberg.

Felizmente, por todo o mundo, estão a aparecer movimentos cívicos sensibilizando as diversas comunidades para os perigos da política de mercado iniciada pela globalização e que tantos prejuízos têm trazido ao comum dos mortais.

Por cá, infelizmente, ainda há (des) governantes que defendem tais políticas ao arrepio do bom senso apresentado nestes movimentos e cidadãos desinformados que os seguem na ganância e corrupção que podem advir dessa globalização desenfreada!

NOTA: Não sei quem escreveu nem onde já foi publicado, mas este texto merece ter a maior divulgação e dar origem a um G20 diferente constituído por 20 países eleitos pelos 100 mais pobres, para defenderem os interesses da maior parte da humanidade que é explorada pelo actual G20 que mantém a exploração do mundo a favor das multinacionais e é culpado da crise económica e financeira em que os mais pobres são os sacrificados. Estamos a assistir a um neo-colonialismo diferente, sem alma nem piedade, visando apenas os lucros dos mais poderosos, por qualquer preço de sacrifícios dos que já só têm a pele.
Acordem, povos explorados.

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Eleições 2009 por Viçoso Caetano


Português, Irmão, Amigo
Ouve bem o que te digo:
- Vais ser chamado a votar
P´ra ajudares a decidir
Quem nos irá governar.

Não me quero imiscuir
Tão pouco t´aconselhar,
Só te quero é ALERTAR
Para a conversa fiada
Com que te vão “encharcar”
A fim de te arrastar
E entregar à bicharada.

Mas tu és inteligente
E sabes bem distinguir
Entre a ÁGUIA e a serpente
Entre o falso e o VERDADEIRO
Sem te deixares iludir
Pelo lobo qu´há-de vir
Disfarçado de cordeiro
Prometer o Mundo inteiro !

Essa gentalha lasciva
Que glorifica o aborto
E nega o direito à VIDA;
Que mete no mesmo saco
O casamento normal
E o homossexual;
Que chama modernidade
e progresso cultural
à derrocada moral !

Viçoso Caetano, poeta de Fornos de Algodres, com vários poemas aqui publicados

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Manobras eleitorais e palavras

Como os leitores têm observado, nesta época complicada de campanha eleitoral tenho reduzido os textos relativos à observação da vida social e política nacional, a fim de evitar trair o meu propósito de independência apartidária e não beneficiar nem prejudicar qualquer dos partidos que se digladiam na arena da caça ao voto.

Mas não resisto a hoje transcrever dois pequenos textos que considero muito elucidativos daquilo que está a passar-se.

A. O primeiro é a parte final do artigo de opinião de Rafael Barbosa, «Tenham medo, muito medo» no JN:

«4 - Conclusão: os partidos portugueses, dos mais pequenos aos maiores, passando pelos intermédios, decidiram que é através da desqualificação do outro e não pela afirmação da capacidade própria que se conquista um voto. Imaginam as luminárias que elaboram as mensagens que somos crianças inocentes, sempre cheios de medo do bicho-papão.»

B. O segundo é o artigo de opinião de Manuel António Pina, «O perigo das palavras» também no JN:

«Como o outro diz, há palavras que nos beijam. Ok, mas também há as que atropelam e fogem. As palavras não merecem confiança, há adjectivos que, às esquinas das frases, atacam honestos substantivos de regresso do trabalho diminuindo-os e enxovalhando-os, verbos que, em vez fazerem o discurso progredir, lhe travam o caminho e comprometem o sentido, advérbios preguiçosos, preposições despropositadas, sei lá que mais.

E, depois, há as apenas inconvenientes e mal formadas que, uma vez pronunciadas, se nos agarram como uma pastilha elástica pisada e podem dar cabo de uma reputação, como o "hádem" de Jorge Coelho ou os "houveram" da ministra Lurdes Rodrigues.

Agora que as palavras andam por aí à solta, nos debates, nos comícios, nas declarações inflamadas, é bom que os políticos se cuidem. Sócrates, por exemplo, deveria estar de olho naquele "avançar", do slogan "Avançar Portugal", que pode muito bem significar "passar por cima de", e Ferreira Leite faria bem em desconfiar do substantivo "Verdade", que é dado a engasgar quem o usa e depois, sobretudo quando escrito com maiúscula, é difícil de engolir.»

E nenhum refere a referência à ética que nada tem a ver com a política, nem vice-versa, segundo Paulo Rangel, confesso admirador de Nicolau Maquiavel (1469-1527).

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domingo, 20 de setembro de 2009

Um prémio

O blogue «Ave sem asas» da amiga e colega Ana Martins teve a amabilidade de conceder a este modesto espaço o prémio «Comprometidos Y más, 2009» que tem como finalidade destacar blogues que de uma forma ou de outra, lutem por um mundo mais justo e melhor. Felicito a amiga bloguista pelo prémio que recebeu que constitui uma justa recompensa do valor das suas poesias sempre ilustradas com muita sensibilidade para os problemas humanos e sociais.

Felicito todos os citados por si e desejo que continuem a bater-se pelos nobres ideais que justificam o galardão.

Pela parte que me toca, agradeço a amizade de a Ana ter incluído este blogue na lista dos que distinguiu. Faço apenas o que posso e sei a fim de tentar melhorar a vida de todos os seres vivos e a qualidade do ambiente.

Como tem sido meu hábito, não publico o selo nem dou continuidade à cadeia

Beijinhos e obrigado pela sua simpatia
João

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sábado, 19 de setembro de 2009

Retrovisor. Como o alinhar

Na sequência do post anterior, este mostra como se deve alinhar o retrovisor a fim de se conduzir com mais segurança para se chegar bem ao fim de cada viagem.

Devemos ser prudentes, em benefício de nós próprios, dos nossos companheiros e dos outros utentes da estrada.



Tenha uma boa viagem

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Excesso de velocidade ou velocidade excessiva?

Segurança rodoviária. Velocidade excessiva

Há dias morreram sete jovens estudantes num acidente, o que é de lamentar, e seria mesmo que apenas houvesse um falecimento. Mas a quantidade é chocante. Disseram-me que um polícia disse que o acidente foi causado por excesso de velocidade, o que merece muita reflexão.

Quanto a velocidade há dois conceitos a analisar – o excesso de velocidade e a velocidade excessiva -, mas a polícia apenas olha para um, o primeiro. É lógico porque esse refere-se à velocidade superior à estabelecida pela lei ou pelo sinal, mesmo que este e aquela estejam desajustados com a realidade local. Mas, sem dúvida, que a autoridade se deve reger por ela, e exercer a sua autoridade repressiva em relação aos abusos, embora deva chamar a atenção dos «responsáveis» pela sinalética para erros grosseiros que a descredibilizam e tornam ineficaz.

O excesso de velocidade, só por si não é causa de acidente
. Ir além da velocidade excessiva, aquela que representa o limite além do qual o condutor deixa de controlar eficazmente o veículo, esse é que é causa de acidente, mas o verdadeiro culpado é o condutor.

Na verdade, só há duas causas de acidente: falha mecânica do carro ou erro do condutor. Este deve, em cada momento, manter o carro sob controlo total, respeitando os outros utentes da estrada e tendo em atenção as condições do piso, do traçado, dos obstáculos, das condições atmosféricas e tudo o que possa afectar a segurança, inclusivamente os cuidados de manutenção do carro.

Quanto ao conceito de velocidade excessiva, ela é muito relativa: um campeão se fórmula 1, com o seu bólide, pode em alguns troços de auto-estrada, atingir mais de 300Km/h com segurança, mas não se arriscará a tal com um carro normal, e um condutor inexperiente não deve arriscar passar dos 120 e, mesmo nessa velocidade, deve ter muita atenção para poder reagir adequadamente a qualquer dificuldade inopinada.

Portanto, não é a velocidade que causa acidente, porque ela já é consequência da imprudência e imperícia do condutor. A velocidade apenas torna muito mais graves as consequências do acidente. Bater a 30 é muito diferente de bater a 100, e a opção cabe ao condutor.

A propósito de sinais, a imagem mostra um sinal em via urbana de 30 Km/h, num local sem atravessamento de peões (há corrente ao longo do passeio), nem cruzamentos, onde se pode circular com segurança a 60. E os «responsáveis» pelo trânsito têm essa percepção porque 200m mais à frente têm outro sinal de 30. Porquê? O primeiro não é para respeitar? Mas o segundo também não tem justificação, porque, embora esteja perto de uma passagem de peões com semáforo, quando este está verde para o automobilista, não se justifica que este seja obrigado a circular a menos de 30. Este caso pode verificar-se na Avenida 25 de Abril, perto do seu início.

A. João Soares

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Alterações climáticas. Hora de acordar

É surpreendente, pessoas do mundo todo já inscreveram 1000 eventos em 88 países para a "Hora de Acordar" na próxima segunda-feira!

Mil eventos é um número impressionante, mas levar centenas de milhares de pessoas às ruas -- será mais incrível ainda. Esta mobilização, em uma escala inédita, terá uma forte repercussão nos meios de comunicação e para os nossos governantes, deixando claro que exigimos deles um compromisso sério com o clima. Você já pode participar de um evento perto de você, clique abaixo para ver as cidades onde há eventos cadastrados:

http://www.avaaz.org/po/tcktcktck_map

Os líderes e a mídia já estão prestando atenção ao que iremos fazer no dia 21 de Setembro. A imprensa demonstra que precisamos de negociações urgentes para definir o novo acordo climático, mas infelizmente nossos governantes não estão comprometidos. Eles estão sendo mais pressionados pela indústria energética do que por cidadãos preocupados em reverter a crise climática. O dia 21 de Setembro é a nossa chance de mostrar que o mundo todo está demandando um tratado climático forte!

Faça parte e ajude a divulgar a Hora de Acordar. Haverão eventos de todos os tipos - bicicletadas, plantio de árvores, maracatu, samba, estudantes, comunidades indígenas e muito mais! O importante é levar a mensagem da campanha "Hora de Acordar", telefonar para nossos chefes de estado e assinar o abaixo assinado pelo clima. As imagens dos eventos no mundo todo serão editados em um clip que será apresentado para chefes de estado na ONU.

Faça parte deste incrível movimento climático - seleccione um evento no mapa clicando no link, confirme sua participação e divulgue aos seus amigos:

http://www.avaaz.org/po/tcktcktck_map

A campanha demanda que os líderes globais assinem um tratado climático ambicioso, justo e vinculativo capaz de impedir uma catástrofe climática. O encontro da ONU e G20 na semana que vem será o último encontro de governantes antes da reunião final em Copenhague em Dezembro! Depende efectivamente de nós pressionar nossos governos para que as suas negociações não sejam um desastre. Vamos surpreendê-los!

Vemos você no dia 21 de Setembro!

Paul, Iain, Graziela, Ricken, Alice J, Ben, Milena, Brett, Taren, Pascal, Paula, Benji, Alice W, Luis, Milena, Veronique, Chris, Margaret, e toda a equipe Avaaz.

===============

P.S.: O vídeo da "Hora de Acordar" será exibido em 700 cinemas na estreia global do filme "A Era da Estupidez" dia 22 de Setembro em 40 países! Você pode encontrar as exibições no nosso mapa: http://www.avaaz.org/po/tcktcktck_map Site do filme "A Era da Estupidez" acesse: http://www.ageofstupid.net/.

P.P.S.: A "Hora de Acordar" global é um dia aberto de acções que dependem de nossa energia e criatividade -- portanto cada um de nós é responsável por "fazer e acontecer"! Se você tem um grupo de teatro, dança ou arte que poderia actuar por um momento para chamar a atenção das pessoas num local público; se você participa de ONGs, grupos estudantis, igrejas, clubes, ou qualquer outro tipo de associação, convide os seus colegas a participarem! Ainda dá tempo de inscrever um evento: http://www.avaaz.org/po/sept21_hosts

SOBRE A AVAAZ

Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até à guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas europeias e asiáticas. Telefone: +1 888 922 8229

Você está recebendo esta mensagem porque você assinou "Mudanças Climáticas: a liderança européia afunda" no 2008-12-13 usando o email leonormfurtado@sapo.pt. Para garantir que os nossos alertas cheguem na sua caixa de entrada, por favor adicione avaaz@avaaz.org na sua lista de endereços.

Para entrar em contacto com a Avaaz não responda para esse email, escreva para info@avaaz.org. Você pode nos telefonar nos números +1-888-922-8229 (EUA) ou +55 21 2509 0368 (Brasil). Se você tiver problemas técnicos visite http://www.avaaz.org

Participe da Hora de Acordar segunda-feira dia 21 de Setembro -- com mais de 1000 eventos em 88 países, já somos um verdadeiro movimento climático para pressionar nossos governantes a se responsabilizarem pelo clima do planeta!

Veja no mapa os eventos no mundo todo e participe de um evento perto de você. Faça parde desta mobilização climática extraordinária:
Veja o mapa e participe agora

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Gripe - Imunização na opinião pública

Imunização

Publicado em DESTAK em 17-09-2009 por João César das Neves

Qual é a doença mais mediática, afamada e antecipada de sempre? Essa é fácil: a gripe A. Nunca se viu uma campanha tão obsessiva à volta de uma maleita como nestes meses. Há mais medo da pandemia que das piores doenças antigas. Será que se justifica?

O futuro o dirá. O que se sabe é que na Europa e EUA não se vê o grau de atenção jornalística e mobilização governamental da dimensão do português. Somos sem dúvida o país do mundo mais antecipadamente alertado para se defender de tal constipação. O sector da saúde pode envergonhar-nos pelos custos, listas de espera, qualidade de serviço e indicadores de eficácia. Mas em planos de contingência ninguém nos bate.

Isso levanta um problema: se os efeitos da doença não forem devastadores, se os números de doentes estiverem ao nível das várias gripes habituais, mesmo com os jornais a empolar, que acontecerá?

É provável que nesse caso os responsáveis venham cantar vitória, atribuindo o sucesso ao seu plano de contingência. A ministra da Educação também se congratulou com a redução do insucesso escolar desde que acabou com os exames. Mas temos de nos preocupar com a perda de credibilidade dessas mesmas autoridades. Tal como os ambientalistas, que há muito gostam de promover alarme convencidos que isso lhes favorece as causas meritórias, o Ministério da Saúde tem de compreender que o excesso de alvoroço tende a gerar imunização na opinião pública.

Avisos dramáticos que se mostrem exagerados acabam por perder eficácia. Será difícil voltar a criar uma campanha como a da tão famosa gripe A de 2009.

NOTA: A literatura de há muitos anos dá-nos lições que não devemos esquecer: «Pedro e o Lobo». Convém relembrar. A opinião pública fica imunizada e as autoridades perdem credibilidade. Há coisas que devem ser tomadas na dose adequada, como os medicamentos, mesmo na gripe suína. Não se deve chafurdar demasiado.

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Elvira Fortunato cientista de micro-electrónica

Agradeço ao Amigo Fernando Rezende o envio de textos e pistas para um tema altamente honroso para Portugal e para os portugueses. Trata-se da cientista Elvira Fortunato, dedicada à tecnologia de ponta, premiada pelo European Research Council com 2,5 milhões de euros e considerada uma das melhores cientistas do mundo na área das nanotecnologias.

A importância destes tema não se compadece com um curto resumo e, por isso, deixo aos interessados pistas para serem melhor esclarecidos e partilharem o meu agrado por termos uma compatriota de tal gabarito internacional e que deve servir de estímulo e desafio para os jovens estudantes. Um exemplo brilhante.

Eis alguns links:

Para pesquisa no Google: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&source=hp&q=ELVIRA++FORTUNATO&btnG=Pesquisa+do+Google&meta=&aq=null&oq=

Elvira Fortunato, cientista portuguesa de micro-electrónica, uma das melhores do mundo

Inovação Mundial – Universidade Nova produz primeiros transístores com papel

A cientista que ganhou 2,5 milhões de euros do European Research Council

Dispositivos podem ser aplicados em superfícies de papel, vidro, cerâmica, metal ou plástico.

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Acidentes aéreos frequentes

A propósito da notícia «Três mortos em queda de avioneta» dobre o acidente ocorrido ontem no concelho de Castro Verde perto da minas de Neves-Corvo, transcrevo a cronologia dos acidentes semelhantes mãos recentes. Noutros tempos houve os malucos das máquinas voadoras, mas a sensatez inspirou sérios cuidados tanto na manutenção das máquinas como na pilotagem. Hoje, a frequência de acidentes aéreos por todo o mundo, leva a desconfiar de incúria e irresponsabilidade na manutenção e na pilotagem. O resultado de poupanças nas despesas com a preparação para o voo acaba põe ser demasiado penalizante. Em vidas inocentes.

Aos técnicos e responsáveis pela manutenção sugiro meditação sobre o exemplo citado no post «Furo no barco»

Acidentes com aeronaves este ano em Portugal
JN. 090916

Cronologia dos principais acidentes com aeronaves ocorridos em Portugal, desde 1 de Janeiro de 2009.

24 Maio, Funchal: Uma aeronave ligeira, um aparelho privado de acrobacias modelo Zelin 142, despenhou-se na pista do Aeroporto da Madeira, um acidente que provocou um morto, um co-piloto da TAP e proprietário da aeronave, e um ferido, mecânico de aeronaves.

13 Junho, Seia: Um helicóptero, da empresa Helisul e que estava a fazer filmagens aéreas ao serviço de uma produtora, caiu numa encosta da Serra da Estrela, a 1.600 metros de altitude, no meio de giestas, ficando seguro por um cabo instalado pelos bombeiros. O realizador e operador de câmara ficaram gravemente feridos, registando-se ainda outro ferido ligeiro.

12 Julho, Ponte de Lima: Uma pessoa morreu na queda de uma avioneta em Ponte de Lima.

17 Julho, Santarém: Uma aeronave com dois passageiros capotou para fora da pista quando estava a aterrar no aeródromo de Santarém, provocando um ferido ligeiro.

12 Agosto, Fundão: Um avião de combate a incêndios aterrou de emergência em Ferreiras, Concelho de Fundão. Os dois tripulantes saíram ilesos.

14 Agosto, Évora: Uma aeronave, um bimotor Beech 99 conduzido pelo dono do avião e proprietário da empresa de pára-quedismo SkyDive, caiu no Bairro de Almeirim, causando a morte dos dois ocupantes. O aparelho causou ainda danos no edifício em que raspou quando caiu.

16 Agosto, Setúbal: A queda de uma aeronave ligeira na zona de Alcácer do Sal, na Herdade de Palma, resultou na morte do piloto do aparelho, de 79 anos, e um dos proprietários da Herdade de Palma. Registou-se ainda um ferido grave, de 18 anos, com queimaduras nas pernas, e dois feridos ligeiros, familiares das vítimas, e que se encontravam em terra.

15 Setembro, Beja: Uma avioneta caiu em Aldeia de Sete, em Castro Verde, e fez três mortos.

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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Prevenção, dissuasão e repressão precisa-se

O post «Lei de Karzai promove submissão das mulheres Afegãs», muito bem elaborado, evidencia muita sensibilidade para o tratamento desumano das mulheres afegãs, que choca os sentimentos da nossa cultura e a dos que, em qualquer parte do mundo , prezam os direitos humanos.

Não se pode endireitar a humanidade de um dia para o outro, principalmente, aquilo que se insere, de certo modo, em tradições ou religiões. Mas é nosso dever, começar a exercer a nossa influência naquilo que está ao nosso alcance; Convém começar por limpar a testada da nossa casa, o passeio em frente à nossa porta, a nossa rua, a nossa cidade, o nosso País.

E há muito a fazer neste capítulo. Se imaginarmos que somos ETs e poisámos agora em Portugal, reparamos que há pessoas que ganham mais num dia do que outras durante toda a vida (que trabalham para aquelas); que são dados prémios de milhões a administradores de empresas com prejuízos e os trabalhadores não são aumentados senão de uns míseros cêntimos; há pessoas que vivem na rua ou em casebres sem condições enquanto aqueles que enriquecem com o seu trabalho vivem com todas as comodidades em autênticos palácios; há pessoas que se deslocam em carros caríssimos a poluir a atmosfera enquanto outros vão a pé ou de transportes públicos trabalhar nas empresas daqueles; Há muitos que, ao mesmo tempo que se queixam da falta de dinheiro, enchem os espaços dos concertos e das áreas de férias; autarcas dizem que é preciso poupar energia mas mantêm uma iluminação exagerada nas ruas durante toda a noite; ONGs apoiam os condenados e esquecem a mínima ajuda às vítimas dos crimes deles; a Justiça mantêm em liberdade assassinos em condições de continuarem a fazer aquilo que sabem fazer e de que gostam – matar.

Enfim, coisas que devem levar um ser sensato que depara com elas a fazer críticas semelhantes às feitas à degradante situação das mulheres afegãs e de outros Estados de cultura semelhante. Temos por cá muitos motivos para exercitar o dever de cidadania e contribuir para um Portugal mais justo, equilibrado e com gente mais feliz.

Por isto, acho que, mais do que agitar consciências contra as injustiças sociais no Afeganistão, há que olhar para a nossa casa e procurar melhorar os aspectos degradantes, para criar mais justiça social e uma vivência mais propiciadora de segurança, harmonia e bem-estar.

De tudo o que foi referido, saliento a desordem social traduzida na insegurança e na falta de poder dissuasivo da Justiça, tudo com base numa relação de alguns títulos da imprensa de hoje.

O pânico de ser vítima de carjacking, empregados de supermercado presos e ameaçados por um assalto depois do fecho do estabelecimento, um pedófilo que abusou de um miúdo de 11 anos seu vizinho e o agrediu para não revelar o crime de que fora vítima, assaltantes de um prédio onde moram polícias foram surpreendidos por estes, um chefe dos correios foi agredido à coronhada por assaltantes, um delinquente foi detido pela PJ após três assaltos aos CTT, a PJ prendeu traficante que andava a seguir há 10 anos, seguranças de uma discoteca batem e roubam, um rapaz matou o pai num momento de fúria, à machadada e com uma foice, um jovem ajudado por dois amigos todos toxicodependentes, sequestrou um colega para lhe roubar o ordenado do mês.

Como a Justiça não é rápida e severa, estes crimes são frequentes porque não há medidas que dissuadam os menos ordeiros, que sentem que o risco de serem presos é muito reduzido. Isso é bem visível no caso da mulher que foi apanhada a conduzir sem carta e só à 37ª vez foi condenada a um ano de prisão efectiva. Até agora, nada a dissuadiu de continuar em infracção.

Portanto, mais do que bradar contra factos alheios, há que gritar alertas bem sonoros contra os erros que estão a minar os valores éticos e sociais da nossa população.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Furo no barco

Um operário cuidadoso e consciencioso e um proprietário que soube reconhecer uma boa acção.
Os nossos eleitos deviam ser seguidores da mesma ética deste operário. Mas, infelizmente, eles consideram que a ética nada tem a ver com a política e vice-versa. Um confessou e os outros não o criticaram por isso. Todos estão de acordo!!!

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Políticos, verdade e jornalistas

Transcrevo este pedaço de fina ironia do Jornal de Notícias de hoje, ao qual junto uma nota com a reflexão a que ele me conduziu.

"Todos os jornalistas"
JN. 090910. Manuel António Pina

Se a dra. Ferreira Leite o diz é porque é Verdade: "Todos os jornalistas, todos os empresários e pessoas da sociedade civil percebem que estão sob algum tipo de retaliação, sob algum tipo de chantagem (…) caso ousem criticar o Governo".

Ando há uns dias a matutar nisso e receio ter-me tornado bipolar. Às segundas, quartas e sextas dá-me para a depressão: se "todos" percebem por que é que eu não percebo?; será que nunca "ousei" criticar o Governo?; terei estado "sob algum tipo de retaliação, sob algum tipo de chantagem" sem o saber?; não serei jornalista, ou empresário, ou sequer "pessoa da sociedade civil"?; quem sou?, donde venho?, para onde vou?

Já às terças, quintas e sábados, é a euforia: sou a excepção respirante entre todos os asfixiados pois tenho (tremo só de pensar nisso) "ousado" criticar o Governo e não fui retaliado ou chantageado, um raro, um privilegiado, espécie de aldeia de Astérix perdida algures na imprensa portuguesa sujeita ao jugo do invasor romano.

Só aos domingos é que me ocorre que talvez o "Portugal de Verdade" da dra. Ferreira Leite seja uma notícia um pouco exagerada.

NOTA: Serão exageradas as notícias ou as palavras dos políticos? Teoricamente, as palavras devem servir para exprimir ideias, para as comunicar aos ouvintes ou aos leitores. No entanto as que saem dos políticos servem, principalmente, para obscurecer o entendimento de quem as recebe, são fumaça (como diria o almirante Pinheiro de Azevedo) que serve de camuflagem ao vazio íntimo, são foguetes para vaidade pessoal dos que gostam de se ouvir e depois imaginarem-se grandes oradores. Adoradores do vácuo. Actores de teatro, vendedores de banha de cobra, prestidigitadores, que se preocupam com a efémera atracção das pessoas com palavras que eles próprios gostam de ouvir e cujo significado seja o mais inócuo possível para logo poderem ser deturpadas e contraditas sem grande rebuço, onde a ética, como confessou Paulo Rangel, prima pela ausência.

E tudo isso porque não sabem falar de Política, com P maiúsculo, a Arte de Governar, como ficou dito no post Falem-nos de Política. Na ausência de substância, de ideias estratégicas para o desenvolvimento de Portugal e para a melhoria do bem-estar dos portugueses, em compensação da sua nulidade de ideias, atiram para o ar balões coloridos, fogo-de-artifício, para deixar os papalvos de boca aberta.

Só que os papalvos, todos nós, acabamos por reflectir como bem fez o jornalista
no artigo transcrito. A conclusão a que os cidadãos chegam depois de tentarem perceber os discursos dos parlapatões, é que estes valem tanto como o valor que Guerra Junqueiro atribuía à tonsura dos padres, na sua obra «A Velhice do Padre Eterno», zero.

E, depois desta divagação, acrescentaria às hesitações do jornalista a conclusão de que nenhuma das listas candidatas é merecedora de confiança ao ponto de lhe darmos o voto; salvo eventuais excepções, os políticos não merecem que os nomeemos nossos representantes ou delegados para agirem em nosso nome. Creio que qualquer eleitor sério e consciente do significado do voto, como procuração com todos os poderes, ao olhar para as listas candidatas, encontrará nomes de pessoas a quem não compraria um carro usado, em quem não depositaria confiança suficiente para o autorizar a agir em seu nome, nem para o acompanhar á missa!

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Alexandre o Grande

Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE O GRANDE

Por isso ele era chamado de 'O GRANDE':

1- Que o seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2- Que, no caminho até o seu túmulo, fossem espalhados os seus tesouros conquistados (prata, ouro e pedras preciosas);

3- Que as suas mãos fossem deixadas balançando, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus Generais, admirado com estes desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões dos pedidos e eis a resposta que recebeu:

1- Quero que os médicos mais iminentes carreguem o meu caixão para que se verifique que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2- Quero que o chão seja coberto com os meus tesouros para que todos possam ver que os bens materiais conquistados, aqui permanecem;

3- Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Dá que pensar, não??? Principalmente aos políticos com ética(se os houver !)

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Consumidor responsável

Há algum tempo, a propósito da crise e da redução do poder de compra, inseri entre outros estes dois posts «Defesa do Consumidor» e «Assédio ao consumidor» achei, por isso, interessante fazer aqui referência ao artigo do Público de hoje «Escola devia ensinar alunos a serem consumidores responsáveis».

Luciana Almeida, da Rede Nacional de Consumo Responsável defendeu hoje que aprender a ser um consumidor responsável devia fazer parte do currículo dos alunos, e lembrou que os portugueses continuam a agir de forma compulsiva sem noção dos impactos dos seus actos.

Segundo ela, o consumidor não dispõe de informação adequada pelo que age de forma compulsiva sem reflectir sobre os efeitos dos seus actos: levanta-se de manhã e consome água e electricidade sem reflectir sobre esses gestos". Não há consciência dos problemas ambientais ligados ao consumo, nem na produção dos produtos consumíveis nem nos resultados do consumo, em termos de poluição da água, do solo e do ar. As próprias autarquias não estão cientes do problema, como se depreende do facto de, apesar da crise, as ruas continuarem a ser profusamente iluminadas

Um outro aspecto não directamente abordado pelo artigo é a parte económica, das finanças pessoais e familiares, afectada pelo consumismo compulsivo, de ostentação, de imitação, de competição com os vizinhos e conhecidos e de incapacidade para resistirem aos apelos da publicidade e das promoções. Muitas vezes as pessoas entram em situação de insolvência, sem darem por isso, por não terem preparação para as contas aritméticas mais rudimentares e a sua aplicação à vida corrente. Este facto é traduzido muitas vezes pela frase «o mês tem mais dias do que ordenado».

Impõe-se, por isso, dar ao ensino uma feição mais prática para ser mais útil em todas as situações da vida real desde as mais rudimentares às mais complexas.

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Para uma democracia melhor

Transcrição de um interessante post do blogue Sustentabilidade é acção

Sustentabilidade sem Democracia, é possível?!

Quem pensa que em Portugal se vive em Democracia, desengane-se. Portugal deixou há já muito tempo, de ser um País Democrático, perdeu sem se aperceber, a Liberdade de expressão.

Agora podem dizer-me, que não passo de uma pessoa com febre, atacada pelo vírus AH1N1. Mas eu digo porque sustento esta ideia: Perdemos um Direito que nos assiste em Democracia, o Direito à informação, o mais imparcial, transparente e verdadeiro possível, dos factos que se passam no Mundo. Aqui há uns tempos pensei, que a invenção da caixa mágica, a TV, seria esse o fim que serviria, independentemente dos meios para lá chegar. Bem me enganei!... a TV, como todos os Media, não passam de instrumentos de manipulação de massas, com o fim de servir interesses de uma meia dúzia de senhores que governam o Mundo, os LOBBIES, esses todo-poderosos.

Os mensageiros da verdade, os jornalistas, vivem cada vez mais situações de precariedade, impossíveis de ultrapassar, que põem em causa a liberdade de expressão.
Se não temos informação, se não sabemos os factos, como poderemos fazer juízos de valor, para construirmos uma sociedade baseada no civismo e cidadania?! Não podemos, porque não somos esclarecidos, pelo contrário, somos manipulados, levados a pensar que está tudo no rumo certo, enquanto o mundo se desmorona em injustiças.

Os Media pertencem a 3 ou 4 grupos empresariais, que decidem o que pode ou não ser publicado. Assistimos assim passivamente, ao descalabro económico e social, a que este tipo de censura levou. Que liberdade de expressão poderemos ter, se nos foi sonegado o Direito à Verdade e Informação?!

Caso flagrante, foi o 5º canal televisivo, Telecinco, de que tanto se falou, ter sido "chumbado" sem motivos válidos. Neste caso seria um canal livre, apenas se obedeceu aos seus patrões, os homens (não posso dizer os nomes, senão vou ver o sol aos quadradinhos) que destruíram a Liberdade de informação. Eu comparo-os a uma mistura de lesma gigante, pela maneira como se deslocam sem serem notados, com os tiranossauros rex, pelos estragos que fazem por onde passam, mandam nas publicações europeias... vejam lá o poder!... e teriam de ser portugueses!
Outro facto flagrante, é o de existir um INDEX ou lista negra, onde são apontados os nomes de jornalistas, que de boa fé queriam ser mensageiros da informação real e mais transparente possível e por isso votados ao desemprego. Nunca mais conseguem arranjar emprego, naquilo em que são bons, passar a informação dos factos reais; para isso serve o INDEX.

Assistimos agora ao escândalo dos Media, três semanas antes de um acto eleitoral. Há quem lhe chame sabotagem, há quem lhe chame Chavização (termo hoje muito utilizado) por parte do Governo, tudo suspeitoso, todos desconfiados e revoltados, quando não passam de jogos de poder entre os Masters dos Media. Atropelam tudo e todos, dissolvem assembleias, "sabotam" eleições, o diabo a quatro, que quando dois monstros lutam, levam tudo o que está à frente... até a estabilidade de um Governo ou País. Convém, aliás. Por isso andamos num círculo vicioso há mais de 30 anos...

Em 2004, ficou a lucrar um Partido, em 2009, ficou outro à espera dos "restos" da "prisa", como hiena esfomeada, já repicam os sinos de glória... só visto! Um alarde!
Isto vem acontecendo há vários anos e o País tem vindo a deteriorar-se a olhos vistos. Enquanto impera a instabilidade e a desordem, eles actuam na penumbra...

O escândalo provocado pela TVI, é digno de uma ditadura como a China ou a Venezuela. Ser posta em causa, a seriedade de eleições legislativas, a 3 semanas das eleições, demonstra bem o estado a que tudo chegou. É o vale tudo pelo poder! Diabos me levem... se não é verdade!
Não há País que resista a tanta predação sem ir à ruína.

Foi-me feito um desafio pela Teresa Santos do BlogCrónicasdaTeresa que consiste na atribuição de um cartão vermelho a comportamentos, pessoas ou factos, com os quais não estejamos de acordo, considerados errados ou negativos para os outros e para com a sociedade em geral. A decisão de justificação é facultativa. Ora como bem me conhecem, nunca deixaria, de forma nenhuma, de justificar os cartões atribuídos! Voilá!

Por isso e porque me foi feito este desafio, entrego os 10 cartões vermelhos a:

1 - Donos dos Media
2 - Entidades Reguladoras - As que obedecem ao poder económico
3 - Os Magistrados cooperantes, porque a Justiça deixou de existir em Portugal.
4 - Os políticos cooperantes e incapazes de defender o Direito e a Democracia,
5 - Os médicos cooperantes - através da imposição do medo, como meio de negócio
6 - As farmacêuticas cooperantes - através da imposição do medo como meio de negócio
7 - Os advogados cooperantes - promovem muitas vezes a corrupção, tentam impedir o novo Bastonário, Marinho Pinto, de agir em função da Justiça.
8 - Lobbies económicos de grande peso, como Banca, EDP, GALP, Construção e outros.
9 - Todas as pessoas que tratem os animais como se fossem menos que o humano, sem compaixão.
10 - Todos os Cidadãos que não exerçam os seus deveres de cidadania, colocando os outros, os que exercem, em perigo de deixarem de ter acesso, aos seus Direitos e Liberdades e todos aqueles que se calam por medo ou comodismo.(Para ler mais siga o link do título)

Publicada por Fada do bosque em «Sustentabilidade é acção»

NOTA: Ao fazer esta transcrição quero reiterar a ideia que deixei expressa em comentário Admiro a intenção da Fada do Bosque, qual D. Quixote de La Mancha a zurzir neles. Parece o ministro que decidiu malhar nos principais adversários do seu partido.

Mas receio que lutar contra alvos tão dispersos e diversificados seja pouco eficiente, sendo mais eficaz malhar em cada adversário por sua vez. Se os unirmos todos contra nós seremos nós os esmagados. A união faz a força. Se queremos vencer com o nosso ideal devemos conjugar e concentrar os nossos esforços contra um adversário de cada vez. Dividir para reinar, segundo o «deus» de Paulo Rangel, Nicolau Maquiavel.

A Comunicação está destinada a conduzir o rebanho, a humanidade, docilmente e, por isso, é a principal arma do Clube Bilderberg, de que o único português membro permanente é Pinto Balsemão, por ser o maior empresário da Comunicação Social do País.

Por outro lado, a obsessão do cartão vermelho e a ausência de «cartão verde», isto é, criticar apenas os erros sem elogiar o que esteja bem é uma táctica de «bota-abaixo», sistematicamente demolidora, de forma generalizada, o que não me parece bem. Há também que ser construtivo, elogiando o que houver de positivo, apontar o caminho correcto, os objectivos válidos. O bem raramente é intuitivo às pessoas sujeitas a interesses egoístas e a vícios e manhas anti-sociais. E preciso esclarecer.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Falem-nos de Política

Transcrevo o artigo de Ferreira Fernandes e acrescento uma Nota em que cito outro artigo, de Pedro Marques Lopes.

E que tal discutir política?
DN. 090908. por Ferreira Fernandes

O jornal i fez, ontem, o levantamento de algumas das exportações portuguesas durante o Governo de José Sócrates. Fez o levantamento, sim: aqueles negócios levantaram voo. Com a Venezuela (em quatro anos, quintuplicaram), Angola (triplicaram), Argélia (quadruplicaram), Rússia (triplicaram), Líbia e China (em ambas, quase duplicaram) e Jordânia (quase triplicaram)...

Esse sucesso foi acompanhado (e, em alguns casos, foi motivado) por uma diplomacia económica em que os governantes não se importaram de fazer de caixeiros-viajantes. Nesses destinos há um país muito importante (Angola, já o quarto comprador) e outros são mercados tentadores (bastava lá estar a China). Eis, pois, um balanço extraordinário - mas que merecia discussão, agora que julgamos quem nos governou nos últimos quatro anos.

Todos aqueles países são susceptíveis de crítica (mais uns que outros) sobre o seu comportamento democrático. Eu digo que sim, há que fazer esses negócios - e, daí, eu achar bons os resultados conseguidos.

Mas gostaria de saber se isso divide os partidos. Gostaria que na campanha se discutisse política. E não hipóteses de primos, hipóteses de asfixias e tricas sobre carros oficiais.

NOTA: Sobre o mesmo tema – conteúdo da campanha política - e com o titulo As eleições sem política, Pedro Marques Lopes, em estilo diferente, refere a predominância da política com p muito minúsculo e a ausência da verdadeira Política, a arte e ciência de governar que, neste momento, devia traduzir-se em projectos estratégicos, em propostas honestas, para o futuro de Portugal com incidência nas gerações mais novas e na qualidade de vida de todos os portugueses.

Perdem tempo em questiúnculas secundárias que procuram desgastar a imagem dos concorrentes ao pódio, sem mostrarem o que cada um tem de válido para os portugueses.

Sendo as eleições comparadas a uma competição atlética, constatamos a péssima qualidade dos concorrentes que preferem dopar-se para melhor rasteirarem o competidor em vez de evidenciarem a verdadeira força dos seus músculos e as suas capacidades físicas e mentais.

Na minha situação de vulgar cidadão, sem obrigação para qualquer dos partidos, concluo que, após as eleições, tudo irá continuar na mesma, sejam quais forem os vencedores.

São todos iguais: desprezam a verdadeira Política e apenas se preocupam com a politiquice interpartidária que se sobrepõe aos reais interesses nacionais; ignoram e desprezam a ética e são todos coniventes com as palavras de um seu parceiro que disse que ética e política são líquidos não miscíveis; ninguém se opôs à candidatura de pessoas suspeitas e arguidas que não inspiram confiança ao eleitor honesto e escrupuloso; todos votaram a lei de financiamento dos partidos a que nenhum cidadão medianamente informado ficou indiferente; nenhum tomou uma atitude frontal, bem visível, a favor do combate efectivo à corrupção e ao enriquecimento ilegal; todos aceitam a bagunça em que o País vai vivendo sob a ameaça da criminalidade violenta e da insegurança generalizada; a Educação, a Saúde, a Justiça, não têm evitado as ácidas críticas da generalidade dos cidadãos; a burocracia emperra todas as actividades, etc., etc.

Parece que estes pontos precisam ser resolvidos com eficácia e brevidade, mas na campanha são ignorados. Para eles não foram debatidos os respectivos projectos de solução. Os políticos que querem o nosso voto passam, olham para o lado e assobiam, para irem debater questões sem real valor em comparação com estas.

Daí o apelo: Por favor, falem-nos de Política nacional, estratégica, de preparação de um futuro melhor para os mais novos não terem de emigrar todos.

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domingo, 6 de setembro de 2009

Este País pode ser um grande Portugal!!!

No estado em que o País se encontra, em plena crise de auto-estima generalizada, assumo como dever de bloguista, deitar mão a toda a notícia positiva e geradora de esperança e de confiança em valores nacionais, para a divulgar com a finalidade de levantar o moral dos portugueses, a sua auto-estima.

Hoje deparei com dois casos de grande interesse, para este propósito.

Jorge Pacheco, físico e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, juntamente com uma equipa internacional olhou para as relações das células cancerígenas entre si e com as células dos tecidos em que estão inseridas que apresentam estreitas relações bioquímicas entre si, aplicando a teoria dos jogos na progressão de um tumor específico que afecta a medula do osso.

Essas células aparecem, crescem e multiplicam-se inseridas num tecido com diversos tipos celulares A equipa descobriu que o sucesso do combate deste cancro depende das relações intercelulares que são boicotadas pelos tratamentos médicos. O estudo foi publicado esta semana na revista "British Journal of Cancer". Para ler toda a notícia faça clique neste link.

A outra notícia refere uma mulher de 19 anos de Paredes que sofria de um tumor maligno que lhe roía a mandíbula inferior e que no hospital de Vila Nova de Gaia foi submetida a uma operação que durou 10 horas e em que a cirurgia reconstrutiva maxilofacial à custa de um pedaço do ilíaco para ali transplantado. São passados seis meses, a moça sente-se felicíssima e considera o cirurgião um herói. Há dez anos que Horácio Costa, médico especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, tudo faz para que o serviço que fundou no Centro Hospitalar de Gaia tenha como função reconstruir vidas. Para ler toda a notícia faça clique neste link e neste.

Para conhecer a filosofia
do Dr Horácio Costa e outra cirurgia reconstrutiva que teve um sucesso especial por se tratar de uma má formação congénita de um recém-nascido sem grandes esperanças, clique neste link e neste.

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Percalços da «arte» de governar

Os donos do quintal não pensaram nas dificuldades que os herdeiros irão ter na manutenção da herança que lhes é deixada. A notícia Novos Magalhães dependentes de quem ganhar as eleições não surpreende que se corra o risco de abortar uma decisão que custou muito aos portugueses e que, se tivesse sido adequada às circunstâncias, bem fundamentada e bem conduzida, representaria enorme progresso na preparação das crianças.

A dúvida e o receio de um retrocesso é uma «normal» consequência de não ter havido sentido de Estado suficiente para discutir previamente com a oposição as decisões com repercussões futuras que não convém ser anuladas pelo governo seguinte. É a isto que se referem os posts Pensar antes de decidir e Código de bem governar

Cada Governo, deve colocar o interesse de Portugal acima de tudo e, para evitar desperdícios de avanços e recuos, deve preparar as grande decisões com a colaboração e assentimento da oposição. Assim se teria evitado os custos da barragem de Foz Côa, os da pré-inauguração por Jorge Coelho da ponte Chelas-Barreiro, do Aeroporto na Ota e da TLEBS na Educação.

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Velhos, se sábios e sensatos, são bons conselheiros

Nas sociedades tradicionais africanas o soba, responsável máximo da tribo, antes de tomar decisões importantes para a colectividade a que preside, tem o cuidado de se aconselhar junto do «conselho de sábios», constituído pelos idosos, ou melhor os velhos, que já não podem trabalhar mas que têm larga experiência da vida e muito tempo para meditar serenamente nos problemas existenciais da sua tribo.

Quando se fala nisto há muita gente que considera isso como um sinal de atraso dessas sociedades que ainda não conhecem os efeitos da modernidade. Porém, uma observação mais atenta das notícias que nos chegam conduz-nos a concluir que muitos responsáveis por cargos supostamente de grande relevância, andaram todo o tempo do seu mandato a leste das realidades e, só depois de saírem ou quando estavam em vésperas de sair, é que se aperceberam dos sérios problemas que deviam ter resolvido e das decisões erradas por não terem sido devidamente ponderados e aconselhados.

Parece anedota mas não é. O ex-Presidente da República, depois de ter abandonado o cargo apareceu nos meios de comunicação social a emitir opiniões com um calor que não se lhe conhecia antes, como se apenas agora se apercebesse da existência dos problemas. Havia quem comentasse que ele estava com dificuldade em despir o casaco de Presidente. E não é só ele, acontecendo coisa um pouco parecida com Clinton e com Al-Gore.

Casos reais mostram que os sábios, depois de se libertarem das amarras da hierarquia que os condiciona, sabem raciocinar melhor, com maior clarividência e lucidez, conseguindo ver aquilo que todos, então, acabam por achar natural e lógico e que até aí eles não conseguiam ou não tinham coragem para descortinar. Seria, por isso, de todo conveniente a criação em cada instituição de conselhos de sábios, de velhos ou de seniores, que pudessem, em cada instituição, facultar pareceres aos responsáveis pela gestão diária dos problemas, à semelhança do que se passa nas tribos africanas.

Pela minha experiência de professor em regime de voluntariado em academias para a terceira idade (UITI, Academia de Seniores de Lisboa e Academia Saudação), posso afirmar que, entre os idosos, há velhos com espírito jovem aberto à aprendizagem, com grande sedimento de experiência, e notável capacidade de emitir opiniões muito sensatas e válidas para a resolução de problemas de todos os tipos.

Acerca destas ideias que expus em blogue há perto de três anos e a propósito de um post no Sempre Jovens «A velhice não existe…» referi em comentário o seguinte:

Já aqui debatemos essas suas ideias e é oportuno expor novamente as minhas. Não sei que ideia faz de mim, que conhece apenas pelos textos e opiniões que exprimo. Raramente transcrevo um texto alheio sem lhe acrescentar uma nota que leve a minha assinatura.

Mas sou um «velho», não no sentido de idoso, usado no Bilhete de Identidade, porque idosos são todos os que não morreram antes. Há muitos idosos que não são velhos, não o conseguem ser, não têm esse privilégio da luz no olhar, da sabedoria acumulada, da humildade de procurarem saber mais, do incansável desejo de reflectir em tudo o que os cerca.

Aquele que Camões definiu como Velho do Restelo, não era um idoso, muito menos um caquético, era um monte de sabedoria da vida, da prudência, da sensatez. O velho é isso, embora, por vezes, possa ser demasiado prudente o que lhe pode tolher a ousadia.

O «sempre jovem» é o verdadeiro velho que não recusa a mudança para melhor, que não pára de reflectir nas lições e de, com elas, procurar construir um futuro melhor.

Sou velho, gosto de o ser, e gostarei de vir a ser mais idoso para poder ser mais velho.

É um preconceito, uma vacuidade, ter medo das palavras.
Ontem arrepiei-me, quando numa passagem em frente à TV, ouvi um líder partidário dizer CONTRATUALIZAR. Fui ao dicionário e não encontrei e pensei que ele se quisesse valorizar ao trocar a palavra CONTRATAR, por outra mais comprida, mais extensa, mais imorredoura!!! Parvoíces que não caem bem num político que muita gente considera ser culto, inteligente e com dom da palavra.

Dos comentários de um antigo post atrás referido retiro o seguinte:

Alexandra Caracol disse:
Isso foi o que sempre defendi.
Não existem cursos no mundo inteiro que cheguem aos pés da sabedoria adquirida como aquela que se obtém com o passar dos anos. Por isso, desde criança, sempre que tinha uma oportunidade de ouvir os “mais velhos” falarem e contarem coisas que para mim eram novidade, eu não trocava por nada.
Os atrasados, quanto a mim, não são aqueles lá nas tribos de África que respeitam quem tem mais idade, ouvem e praticam os seus conselhos, são antes os que, muitas vezes, ainda não saíram das “fraldas” e já acham que sabem tudo.

E é também por isso que Portugal jaz na ignorância, pois em vez de ouvir aqueles que já passaram por muito, acham sempre que o sinónimo de idoso é “estar ultrapassado”.
Pobres de nós quando denegrimos as origens, as tradições, esquecendo-nos que nas raízes temos os alicerces.

Não sou contra a inovação, mas sou contra o desapego total pelas coisas boas que se construiu no passado. Com sabedoria (em grande medida pertença dos mais velhos) podemos estabelecer a ponte entre o ontem, o hoje e o amanhã. Tenho 42 anos e agradeço a todos aqueles que sendo mais velhos que eu (ou não) me ensinaram permitindo que eu crescesse em conhecimento e em sabedoria, e convido a todos aqueles que quiserem continuar a ensinar-me coisas construtivas, que o façam.

Na sequência deste comentário fiz um aditamento:

Em conversa sobre este texto com o meu amigo Taborda S, e perante a minha pergunta sobre o que impede os detentores de cargos de responsabilidade de verem as soluções dos problemas em tempo útil e de só acordarem para elas quando cessam funções, respondeu-me que não se trata de não verem mas do receio de hostilizarem o «patrão» a quem dedicam obediência, conivência, cumplicidade e gratidão pelo lugar que ocupam, sentindo-se na obrigação de não ir de encontro aos seus desejos e propósitos, agindo com acentuada cobardia, como «yess men», mas que, ao sentirem-se livres desses receios, apressam-se a soltar aquilo que recalcaram durante as funções.

Porém, se isto não evidencia dignidade e honestidade moral, é pior o caso de, à última hora, decidirem muita coisa para as quais não tiveram coragem durante as funções, com falta de lealdade para com o substituto que irá ficar com a batata quente nas mãos. Pretendem dar razão ao ditado «atrás de mim virá quem bom de mim fará».

Ao dizerem ao chefe o que ele quer ouvir e não as realidades palpáveis a exigirem decisões corajosas e inovadoras, evidenciam falta de honra e idoneidade, cobardia, subserviência, e conivência com a má gestão dos interesses nacionais.

A opinião dos velhos, descontando eventual saudosismo e apego ao passado, representa isenção, sensatez e fruto da experiência, evitando erros grosseiros. Mas atenção, para este efeito, não se considere velho como sinónimo de idoso, sénior ou caquético. Em todas as idades há tontos e imbecis.

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