terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Utentes são os eternos sacrificados

O dia de hoje vai ficar marcado, em Lisboa e no Porto, por protestos dos utentes dos transportes públicos contra os novos tarifários. Tal manifestação é lógica e oportuna, pois estamos fartos de ouvir o PR e outros responsáveis a dizer que a crise tem que ser suportada por todos mas, afinal, está a ser imposta em dura austeridade apenas aos clientes, aos utentes, aos que são eternamente explorados em favor dos políticos, das empresas públicas, das grandes empresas e dos novos-ricos que pretendem ser cada vez mais ricos à custa daqueles que ficam cada vez mais pobres.

Isto vem reforçar o que consta no post Classe média em risco de «implosão».

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Classe média em risco de «implosão»

Desde 1 de Setembro de 2010, com o post «Justiça Social???», foi aqui feito eco dos insistentes alertas surgidos na Comunicação Social, pela voz de pessoas cujo nível de pensamento é inquestionável, sobre o perigo do aumento escandaloso do fosso entre os mais ricos e os mais pobres, o qual foi agravado pela política de austeridade criada pelo «ultraliberal» actual ministro das Finanças e que afecta mais duramente os níveis sociais mais carentes e a classe média.

Surge agora a notícia Classe média está em risco de “implosão” que refere um estudo da autoria do sociólogo Elísio Estanque, a chegar às bancas esta semana, da qual extraímos algumas frases, podendo os interessados ler todo o texto clicando no seu título:

Os indícios técnicos da degradação social da classe média são visíveis a cada momento: "Todos os dias há algo de novo: o acordo de concertação social, o anúncio de uma nova vaga de excedentários na função pública, o abandono da universidade pelos estudantes, as novas vagas de desemprego, o aumento das taxas moderadoras, a desmontagem do Estado Social – está tudo a acontecer de uma forma extraordinariamente rápida e intensa"

A classe média está " fraca e ameaçada de ‘proletarização’" e «em escassas dezenas de anos passou de predominantemente rural a marcadamente urbana".

As consequências, "que hoje estão à vista", "foram agravadas, por um discurso político que, ao invés de ter um teor pedagógico e preventivo, instigou ao consumo e ao progressivo endividamento".

"A maior parte das famílias tem cinco ou mais créditos, sendo que os mais recentes são contraídos para fazer face aos antigos..."

O presidente da Caritas, Eugénio Fonseca, faz uma descrição do mundo em que se move diariamente e que lamenta: "As pessoas recusam-se a assumir a perda de status, aguentam muito para além do limite do razoável, procurando manter a aparência de um estilo de vida que já não são capazes de pagar. E quando finalmente nos procuram, a gravidade das situações é tal que ultrapassa, em muito, a nossa capacidade de intervenção".

"São professores, juristas, arquitectos, engenheiros", enumera Eugénio Fonseca. E não procuram apenas o que comer: "Pedem ajuda para pagar a renda, a água, a luz, as propinas dos filhos",

"Os poderes políticos deviam estar mais preocupados com a possível implosão deste grupo [classe média] do que com a sua eventual manifestação nas ruas".

Porém, noutros países, já está a desenvolver-se a sensibilidade para o fenómeno da injustiça social e da estratificação dramática entre uns tantos ricaços e uma maioria que tende para a pobreza e a escravidão. Em França o Presidente Nicolas Sarkozy anunciou a criação da taxa «Robin Hood», de 0,1% sobre as transacções financeiras. Na América, Bill Gates acha que não paga impostos suficientes, tal como outros ricaços têm declarado publicamente.

Também entre nós, já há, no próprio PSD, quem ache que a austeridade que nos oprime tolhe as hipóteses de desenvolvimento e que é preciso governar com as pessoas para as pessoas e não apenas com números interpretados sempre em benefício das maiores fortunas, como se vê na notícia Cavaquistas defendem saída de Vítor Gaspar do Governo.

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Alzheimer. Mais vale prevenir

Recebi agora por e-mail um texto muito interessante sobre o esforço de precaução que devemos tomar
regularmente para evitar ou, pelo menos, adiar a chegada do mal de Alzheimer.
Não o publico por já constar do vasto acervo (518 posts) concentrado no blogue Saúde e Alimentação desde há 29 meses.
Mas faço este alerta para o interesse do post ali publicado em 23-09-2009. Para o abrir basta fazer clic sobre o seu título:

Alzheimer. Precauções

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Governar com as pessoas, para as pessoas


Há sinais de que parece estar a renascer a dignidade nos portugueses. Mas o Governo ainda não assumiu que deve governar com as pessoas e para as pessoas. Pelo menos teoricamente, a Democracia, poder do povo, tem por objectivo a congregação de todas as energias para os interesses nacionais, do povo, e o desenvolvimento das condições de vida em benefício de todos os portugueses. Estes devem ser tratados com o respeito e a cortesia a que têm direito como detentores da soberania.

Não foram explicadas as razões da demissão do Directos Nacional da PSP nem o afastamento do CCB de António Mega Ferreira .

Mas a dignidade começa a ressaltar: Jorge Silva Carvalho demite-se da Ongoing para não continuar a ser o ‘pião das nicas’ e arma de arremesso nos jogos entre as facções; por seu lado o Conselho Directivo do CCB demite-se em bloco, (com várias figuras públicas bem conhecidas), mas a nota que revela mais coerência, dignidade e dedicação á causa pública ressalta da carta de pedido de exoneração do director-geral do Instituto Geográfico Português que, por merecer cuidada análise nas palavras e meditada nas entrelinhas, se transcreve:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO MAR, DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS 
Direção

Senhora Ministra
Excelência

Ao longo do período de sete meses de mandato do XIX Governo Constitucional que V. Excelência integra, não me foi facultada a possibilidade de uma audiência para consigo dialogar, expor pontos de vista, discutir políticas, receber orientações ou, tão simplesmente, estabelecer uma mera relação de conhecimento entre uma política com responsabilidades governativas e um dirigente superior da Administração Pública.

Nestas circunstâncias, por uma questão de lealdade institucional, sentido ético e de respeito pela causa pública, sou obrigado a utilizar este meio para me dirigir a V. Excelência, na qualidade de, ainda, Diretor-Geral do, ainda, Instituto Geográfico Português.

Durante estes meses do seu mandato, que segui atentamente, esperei uma palavra, uma orientação, uma oportunidade; tal não aconteceu, situação que lamento profundamente e que, por inusitada, muito estranho.

Ao longo da minha extensa carreira profissional, sempre servi o meu País nas mais diferentes circunstâncias e nos mais elevados patamares de complexidade, com profissionalismo, isenção e dedicação, trabalhando com todos os governos, com lealdade e respeito mútuo, independentemente da maioria política em que os mesmos se apoiavam.

Nada que não seja de esperar de um cidadão que respeita e se respeita e de um militar que jurou servir a Pátria e os seus concidadãos.

Esta vivência profissional, esta experiência de administração pública, esta atenção que dedico à condução política do País, este empenhamento de décadas à causa pública legitimam, a meu ver, a estranheza e o desencanto que sinto pela forma como, por ação ou omissão, fui tratado por V. Excelência.

Tem a Senhora Ministra o direito de gerir o Ministério como entende ser politicamente mais adequado. Tem igualmente o direito e a prerrogativa de escolher dirigentes da sua confiança política e que considera melhor vocacionados para cumprir os objetivos do Governo.

Já não terá o direito de não receber em audiência os altos dirigentes em exercício de funções, de não os ouvir para os grandes estudos e análises que concorrem para a elaboração do processo de decisão, que deveria preceder as reformas em curso.

Como compreenderá nunca sabemos tudo, não há verdades absolutas, a seriedade, o saber e a ética não estão só de um lado, o mundo não se divide em bons e maus, a dicotomia de nós e os outros só é defendida por espíritos fracos.

Entendo e, neste particular penso estar certo, que a profundidade das reformas exigia conhecimento, experiência, reflexão e diálogo.

Naturalmente que as circunstâncias que o País vive exigem medidas difíceis e decisões firmes, mas nada disso é incompatível com a audição dos interessados, antes pelo contrário, aconselha-a.

A mobilização dos trabalhadores será tanto maior quanto mais se sentirem envolvidos e corresponsabilizados no processo de decisão e empenhados na sua realização
.
A experiência diz-nos que as medidas políticas apenas têm plena aplicabilidade quando são feitas com e para as pessoas, e não contra as pessoas.

No que à Geodesia, Cartografia, Cadastro e Informação Geográfica respeita, V. Excelência e o seu Secretário de Estado com competências delegadas nestas áreas, não ouviram os dirigentes nem os especialistas deste Instituto.

Aliás, se o tivessem feito, para além da dimensão ética da atitude, a reforma seria diferente, para melhor, sem desrespeitar as linhas de orientação do Governo no que ao PREMAC refere.

Acredite, Senhora Ministra, que não me move qualquer sentimento de crítica estéril e muito menos de despeito pessoal, tal seria descer a um nível que não é nem nunca será o meu. Sobre esta matéria fui sempre claro desde o início.

Entendo, isso sim, que em Portugal não podem ocorrer oportunidades perdidas e esta será, infelizmente, mais uma oportunidade perdida.

Para quem durante anos serviu a Informação Geográfica nas suas vertentes de geodesia, cartografia e cadastro, para quem esteve ligado aos mais importantes desenvolvimentos ocorridos em Portugal nos últimos vinte e cinco anos, nesta área do conhecimento, para quem sempre sonhou, lutou e pugnou por um Instituto Geográfico Nacional à dimensão do que melhor existe no mundo desenvolvido, esta solução do Governo de V. Excelência é redutora, minimalista e não serve, a meu ver, os interesses do País.

Com a publicação da Lei n.º 7/2012, de 17 de Janeiro, tive, pela primeira vez, conhecimento da estrutura orgânica do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Admito, pois, que o diploma orgânico que concretizará a criação da Direção-Geral do Território esteja apenas pendente de publicitação e que, por conseguinte, o processo seja idêntico.

Para nenhum deles me foram solicitados contributos e não me revejo na organização preconizada e, na forma como a Geodesia, a Cartografia, o Cadastro e a Informação Geográfica foram, em meu entendimento, subalternizadas.

Considero, pois, Senhora Ministra que a minha missão, de momento, está cumprida.

Nas duas audiências que tive com o Senhor Secretário de Estado manifestei a minha disponibilidade para me manter na Direção do Instituto até à reorganização.

Cumpri a minha parte e esforcei-me por cumprir bem, como é meu dever.

Nada me é devido por isso, apenas o respeito que um Diretor-Geral merece. Aceite Senhora Ministra, o meu pedido de exoneração do cargo de Diretor-Geral do Instituto Geográfico Português.

Para V. Excelência, os votos dos melhores êxitos pessoais e profissionais.
Respeitosos cumprimentos,

O Diretor-Geral 

Carlos Manuel Mourato Nunes, Tenente-General

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TAP Portugal e a nossa auto-estima

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Orgias com o Ddinheiro Público


Será que isto acontece apenas no Brasil ??? E por cá? Alguém controla para evitar e sancionar as infracções?? Devemos estar a atentos e denunciar cada caso de que se tenha conhecimento.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Não lhe mexas que é pior

Em meados do século passado, no teatro Monumental estava em palco uma peça em que os actores Artur Semedo e Laura Alves, a dada altura, enquanto um casal mais idoso discutia, estavam sentados num sofá em atitude de namorados e, quando o Artur teve de se levantar para cumprir a parte seguinte do seu papel, ao dar os primeiros passos, teve necessidade de acomodar o volume que surgira no fundo do ventre por ter levado demasiado a sério o contacto com a namorada. Como o gesto fosse demorado e notado, um espectador gritou do meio da plateia: «Oh Artur não lhe mexas que é pior». Houve gargalhada e aplauso geral e o Artur distraiu-se do incómodo e este desapareceu.

O mesmo conselho é aplicável a Cavaco que, passados três dias da sua afirmação que mereceu a ajuda de Marcelo “Há dias em que uma pessoa não é feliz”, deu origem à notícia Cavaco Silva diz que não foi "suficientemente claro" na questão das reformas. Ora, para que os leitores compreendem o que se passara, três dias antes, o artigo repete o sucedido. E, quanto mais mexer, mais tempo as palavras «infelizes» e menos claras continuarão na boca dos portugueses.

Não lhe mexa que é pior. Aplique o tabu, ponha uma pedra sobre o assunto. Aqui será seguido este conselho para este caso.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Marcelo para defender o amigo enterrou-o

Marcelo tem razão quando diz «há dias em que uma pessoa não é feliz», pois a frase com que quis defender Cavaco sortiu um efeito contrário às suas prováveis intenções. Então, tem a coragem de dizer publicamente que Cavaco está em tal estado que «quis dizer uma coisa e saiu-lhe outra”. Depois diz que “há dias em que uma pessoa não é feliz”, o que pode levar a pensar se é essa a frase correcta ou se «há dias em que uma pessoa é feliz», como dizia um cauteleiro autorizado a entrar numa escola militar, que repetia o slogan «o quarto 24 já foi feliz!». Mas tratava-se da lotaria!

Marcelo deixou as pessoas a reflectir em sensatez, em capacidade e em auto-domínio para pensar bem e exprimir correctamente as ideias.

Com «defesas» como esta, não é fácil deixar de ter «dias em que uma pessoa não é feliz».

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Para rir ou para lamentar ?

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domingo, 22 de janeiro de 2012

Frases de Cavaco Silva

Recordo-me do «livrinho vermelho» com os pensamentos de Mao Tse Tung, que constituíram uma cartilha com muitos ensinamentos para governantes, militares e interessados pela vida e gestão dos povos que, independentemente da ideologia, procuravam conhecer as linhas mestras do grande estratego. É por isso grato ter a oportunidade de poder aqui deixar as grandes linhas mestras do nosso Presidente da República, transcrevendo o seguinte artigo:

As frases marcantes de Cavaco Silva no último ano
Jornal de Negócios. 21 Janeiro 2012 | 15:47.Lusa

Na segunda-feira o Presidente da República cumpre o primeiro ano do seu primeiro mandato.

Veja as frases do Presidente da República que marcaram o primeiro ano do seu segundo mandato na chefia do Estado, cargo para que foi reeleito a 23 de Janeiro de 2011, numa recolha da agência Lusa.

"Sinto-me provedor dos portugueses e, em particular, aquele que dá voz a quem não tem voz, àqueles que não têm força suficiente para se defenderem das injustiças".
Cavaco Silva, durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais. 12-01-2011

"Foram duramente atingidos nesta crise, talvez, nalguns casos, com alguma injustiça, porque outros, com muitos maiores rendimentos, não foram chamados a dar o seu contributo".
Cavaco Silva, durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais sobre os cortes nos salários dos funcionários públicos. 14-01-2011

"Tenho muito pouco apetite para utilizar a bomba atómica [dissolução da Assembleia da República]."
Cavaco Silva, durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais. 19-01-2011

"Irei exercer uma magistratura atuante para que, num momento tão difícil como aquele que atravessamos, Portugal encontre um rumo de futuro que permita renovar a esperança do nosso povo".
Cavaco Silva, discurso de vitória na noite das eleições presidenciais. 23-01-2011

"Os vencidos são os políticos e seus agentes, que referem o caminho da mentira, das calúnias, dos ataques sem sentido ao debate de ideias sobre o futuro de Portugal."
Cavaco Silva, discurso de vitória na noite das eleições presidenciais. 23-01-2011

"Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos".
Cavaco Silva, discurso da tomada de posse para um segundo mandato em Belém. 09-03-2011

"É necessário um sobressalto cívico que faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos."
Cavaco Silva, discurso da tomada de posse para um segundo mandato em Belém. 09-03-2011

"Só através da realização de eleições e da clarificação da situação política poderão ser criadas novas condições de governabilidade para o país".
Cavaco Silva, declaração ao país sobre a dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições legislativas antecipadas. 31-03-2011

"Perante os desafios que tem à sua frente, o Governo saído das eleições de 5 de junho deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República".
Cavaco Silva, no discurso da sessão comemorativa do 25 de Abril. 25-04-2011

"Não podemos falhar. Os custos seriam incalculáveis. Assumimos compromissos perante o exterior e honramo-nos de não faltar à palavra dada".
Cavaco Silva, no discurso da sessão solene do 10 de Junho. 10-06-2011

"Já tive ocasião de dizer e tem sido muito repetido que têm sido tempos muito difíceis e não tenhamos ilusões, e os portugueses sabem bem disso, e se bem se recordam há talvez mais de dois anos que disse que Portugal se aproximava de uma situação explosiva, lamentavelmente chegámos a essa situação explosiva".
Cavaco Silva, declarações aos jornalistas no no final da sessão de encerramento do 8º Encontro Nacional Inovação COTEC. 28-06-2011

"Ontem eu reparava no sorriso das vacas. Estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto que começava a ficar verdejante."
Cavaco Silva, durante uma visita aos Açores. 21-09-2011

"O euro não é a causa da crise. As causas radicam, por um lado, nas políticas erradas, nomeadamente orçamentais e macroeconómicas, seguidas pelos Estados membros e, por outro lado, numa deficiente supervisão por parte das instituições europeias. A responsabilidade por esta crise é claramente partilhada pelos Estados membros e pelas instituições europeias".
Cavaco Silva, intervenção no Instituto Universitário Europeu, em Florença. 12-10-2011

"A União Europeia tem os recursos, os instrumentos e os meios institucionais para superar esta crise. O que tem faltado é a vontade política para mobilizar uns e outros e fazê-lo com um método eficaz e de forma célere".
Cavaco Silva, intervenção no Instituto Universitário Europeu, em Florença. 12-10-2011

"A deriva intergovernamental está a contaminar o funcionamento institucional da União Europeia. Em vez de uma mobilização convergente, e de uma responsabilidade solidária por parte de todos os Estados e instituições, vamos constatando a emergência de um diretório, não reconhecido, nem mandatado, que se sobrepõe às instituições comunitárias e limita a sua margem de manobra. Este é um caminho errado e perigoso".
Cavaco Silva, intervenção no Instituto Universitário Europeu, em Florença. 12-10-2011

"O saneamento das finanças públicas terá um resultado socialmente insuportável se não for acompanhado de recuperação económica e de criação de emprego".
Cavaco Silva, intervenção no Instituto Universitário Europeu, em Florença. 12-10-2011

"[A suspensão dos subsídios de férias e de Natal da Administração Pública e dos pensionistas é] a violação de um princípio básico de equidade fiscal. Mudou o Governo, mas eu não mudei de opinião. Já o disse anteriormente e posso dizê-lo outra vez: é a violação de um princípio básico de equidade fiscal."
Cavaco Silva, declarações aos jornalistas no final da sessão de abertura do IV Congresso dos Economistas. 19-10-2011

"Nunca é uma boa solução a reestruturação [da dívida] e eu espero bem que Portugal nunca, nunca, venha a encontrar-se nessa situação."
Cavaco Silva, declarações aos jornalistas no final da cerimónia de atribuição do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. 22-10-2011

"A resolução dos desafios que Portugal enfrenta exige, além do rigor orçamental, uma agenda orientada para o crescimento da economia e para o emprego. Sem isso, a situação social poderá tornar-se insustentável e não será possível recuperar a confiança e a credibilidade externa do país".
Cavaco Silva, na tradicional mensagem de Ano Novo. 01-01-2012

“Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”.
Cavaco Silva, numa visita ao Porto. 20-01-2012

"Eu surpreende-me como 27 chefes de Estado e do Governo se deixam condicionar politicamente por agências de ´rating´ e aceitam mesmo alguma chantagem de natureza política feita por agências de ´rating´. Aí é que está a minha surpresa. Não está na atuação das agências de ´rating´. Em relação a essas, penso que já não vale a pena fazer qualquer comentário".
Cavaco Silva, numa visita ao Porto. 20-01-2012

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sábado, 21 de janeiro de 2012

Falta de Sensibilidade e de Respeito

Transcrição de artigo, seguida de NOTA:

Palavras de Cavaco foram um insulto aos pensionistas, diz Jerónimo
Público. 21.01.2012 - 05:03 Por Lusa

O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou nesta sexta-feira as declarações do Presidente da República sobre a sua reforma como um “insulto” aos portugueses que vivem com pensões de 200 ou 300 euros.

“Houve muita precipitação, muita insensibilidade, acaba por ser um insulto a esses portugueses que têm tantas dificuldades”, afirmou.

O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje que aquilo que vai receber como reforma “quase de certeza que não vai chegar para pagar” as suas despesas, recordando que fez poupanças ao longo da sua vida.

Para o líder do PCP, trata-se de um discurso “quase ofensivo” para os reformados com baixas reformas.

“Num contexto tão difícil para os portugueses, particularmente os que vivem das suas baixas reformas e pensões, sabendo que o actual Presidente da República - e não vamos agora questionar o quantitativo - beneficia de um rendimento de 10 mil euros, isso é quase ofensivo para os ouvidos e a vida desses portugueses que não sabem como é que se hão de governar com 200 e 300 euros de reforma”, sublinhou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP falava em Famalicão, à margem de um comício onde apelou à luta contra as medidas previstas no memorando de entendimento com a ‘troika’ e criticou fortemente o acordo de concertação social celebrado esta semana.

NOTA: As palavras do PR denunciam falta de sensibilidade e de respeito pelos cidadãos eleitores que o escolheram para defender os interesses nacionais, de todos os portugueses, principalmente dos mais indefesos. Como podem os portugueses sentir-se felizes e com esperança no futuro, se os seus mais altos representantes apenas olham para o próprio umbigo e ignorando as dificuldades da grande maioria daqueles que dependem das suas preocupações, ideias e decisões?

Custa ver críticas a tão alta individualidade que devia ter merecido todo o nosso respeito, como estas de Jerónimo de Sousa e as de João Semedo, mas mais custa ver que o PR não teve iniciativa e oportunidade de recorrer a um pedaço de bolo para evitar responder ao jornalista, como já em tempos fez.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Eles «garantem» de garganta

Transcreve-se artigo do Ionline, seguido de NOTA:

Passos. «Nunca o critério partidário foi tomado em conta para nomeações»
Ionline. Por Sónia Cerdeira, publicado em 20 Jan 2012 - 11:03

Passos Coelho recusou hoje que as nomeações feitas até agora pelo governo tenham tido em conta o “critério partidário”. O primeiro-ministro respondia ao secretário-geral do PS, António José Seguro, que o acusou de estar de “braços arregaçados” para fazer “nomeações da sua clientela”.

“Dizia: ‘Não quero ser eleito para dar emprego aos amigos, não quero que o Estado seja prisioneiro de clientelas partidárias’. Pode dizer o que quiser mas os factos e nomeações falam por si”, acusou Seguro, questionando Passos pelos despachos sobre as reconduções de dirigentes que foram feitas na Administração Pública.

Passos rejeitou as acusações e garantiu que na Administração Pública “podem existir pessoas de diversas orientações partidárias”. “Há casos bem notórios que ilustram isto”, afirmou Passos. “Nunca o critério partidário foi tomado em conta para nomeações”, concluiu, referindo a nova lei sobre os dirigentes públicos em que haverá uma entidade independente para organizar concursos públicos.

NOTA: Afinal, há outro!!! Há outro critério superior ao partidário, mas com resultados semelhantes, o de compadrio, o de conivência, o de conluio ou o do «preço de mercado». Ninguém fala no critério de competência ou de provas dadas de valor incontroverso, com isenção e patriotismo. Continuo a achar muita graça ao mau uso do verbo garantir (do dicionário: afiançar, abonar, responsabilizar-se por, afirmar como certo, tornar seguro), quando se podia ficar por desejar, esperar, pensar que. E com tal abuso se perde credibilidade.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Querem resolver ou agravar a crise ???

A notícia Fundador da UGT diz que acordo pode ser “certidão de óbito” desta central sindical vale mais pelo conteúdo do que pelo título. Refere receios acerca dos resultados do «acordo de Concertação Social», por parte de Torres Couto, Helena André e Carvalho da Silva.

Estas divergências de opiniões demonstram não haver convergência de interesses para a recuperação da crise, a bem de Portugal, isto é de todos os portugueses. Parece que, acima dos interesses nacionais, são colocados interesses individuais ou de capelinhas, que irão dificultar a saída da crise e a recuperação da economia nacional a qual deveria contribuir para maior justiça social e melhores condições de vida de todos, principalmente daqueles para quem elas são mais difíceis. Se aos mais desfavorecidos é retirado o pouco que têm, ficando com dificuldades acrescidas para alimentação e cuidados de saúde, não é compreensível que os indivíduos, as instituições e as capelinhas continuem a olhar egoistamente para o próprio umbigo, desprezando o objectivo comum de sair da crise e relançar o desenvolvimento sustentável, de forma patriótica.

Estas divergências conduzem à notícia acerca de Joseph Stiglitz, Nobel da Economia de 2011, Professor na Universidade de Columbia, antigo vice-presidente do Banco Mundial, actual presidente da Associação Económica Internacional, que tem insistido recentemente contra uma política de combate à crise apenas centrada na austeridade, que diz ser um caminho insustentável.

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O que é Justiça???

A notícia do PÚBLICO Julgado por roubar um champô e uma embalagem de polvo merece ser lida e reflectida.

Que ideia ficamos a fazer do conceito de JUSTIÇA? Julga-se quem furta o valor de 25,66€, mas os responsáveis por gestão danosa do dinheiro público e da criação de défices dramáticos ficam impunes, tal como gestores de grandes empresas que não pagaram milhares ao fisco e à segurança social. Vieram a público recentemente notícias de que a própria empresa vítima deste furto devia milhares de euros ao fisco.

Retiro do texto da notícia o seguinte:

«Os artigos tinham o valor de 25,66 euros e o segurança recuperou-os mas a cadeia de supermercados não desistiu de queixa, obrigando o Ministério Público a avançar com uma acusação, já que se trata de um crime semipúblico.
“É mais um daqueles milhentos casos ridículos que entopem os tribunais”, observou o advogado Pedro Miguel Branco, que defende o arguido, relacionando este caso com as “bagatelas penais” que “entopem os tribunais”, disse, citado pela Lusa.»


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Qual é o teu valor de mercado?

Transcrevo este artigo de Francisco Queirós publicado no «Diário As Beiras», por o considerar um tema de reflexão interessante que nos mostra que a comercialização de rezes que se pratica na feira do Futebol é normal noutros meios sociais que nos deveriam merecer mais reverência. Algo vai mal na humanidade.

“Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.

Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.

Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?

Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.

O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô?

Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!

Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o “call center”, enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?

Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem – mas é normal, sou criança – o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!

Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?”

foto do «Diário As Beiras»

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domingo, 15 de janeiro de 2012

Cavaco e os portugueses

Notícia do PÚBLICO diz que Cavaco pede a funcionários públicos para fazerem mais e melhor com menos… e, por seu lado, os portugueses desejam que Sua Excelência o Presidente da República, na qualidade de cidadão português pago pelo dinheiro público, também faça «mais e melhor com menos».

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Políticos, familiares, nomeações e dinheiro público

Segundo a notícia apoio do Instituto Tropical a exposições de filha de Braga de Macedo, o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), presidido por Jorge Braga de Macedo, apoiou duas exposições da filha deste, Ana de Macedo, nos últimos dois anos em Maputo.

Sabe-se que Jorge Braga de Macedo foi ministro das Finanças de Cavaco Silva e que é militante do PSD, pelo qual foi deputado, foi nomeado por Passos Coelho para definir a política externa económica deste governo, à margem do MNE Paulo Portas. Depois disso foi escolhido, com Eduardo Catroga, Celeste Cardona e Paulo Teixeira Pinto, todos do PSD e do CDS, para o Conselho de Supervisão da EDP. É presidente do Conselho Directivo do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT).

Será sensato averiguar qual foi o montante do subsídio concedido pelo IICT à artista plástica Ana de Macedo, qual o montante reservado pelo laboratório ao apoio à actividade artística nos últimos três anos, quantas exposições artísticas tiveram apoio financeiro do instituto nos últimos 15 anos, em Maputo ou em qualquer lugar e qual o critério da selecção dos artistas apoiados.

Para melhor conhecimento do caso podem ser consultados os seguintes elementos: 12345, e 6.

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sábado, 14 de janeiro de 2012

Quais as motivações dos políticos?

Antes de referis as duas notícias que suscitaram esta reflexão, cito uma frase do filósofo Sir Francis Bacon (1561-1626): "Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para reflectir e avaliar".

Segundo a notícia Polémica sobre currículo do candidato aquece campanha eleitoral à concelhia do PSD-Porto uma competição eleitoral interna gerou um lavar de roupa suja de tal maneira que saltou para fora da muralha do partido, mostrando uma faceta, que talvez esteja demasiado generalizada na política nacional, mas que mina, nos cidadãos pensantes, a confiança que gostariam de ter nos plíticos.

Destas e de outras, conclui-se que, na corrida à liderança, o que está em causa, para os profissionais da política, é tão valioso para os candidatos que lhes justifica arriscar tudo!!! A vitória permite-lhes alcançar os objectivos que parecem ser a possibilidade de nomeações futuras para instituições e empresas públicas, ou grandes empresas como GALP, Telecom, EDP, Ongoing, as nomeações para assessor, consultor, secretário de Estado, ministro, etc., tudo com remunerações, mordomias, regalias e possibilidades de tráfico de influências e de receber uns «robalos» ou umas «alheiras», além da possibilidade de conduzir, impunemente, a velocidades próprias da Fórmula 1 !!!.

Realmente, seria injusto considerá-los tão estúpidos que se arriscassem aos «sacrifícios» das campanhas eleitorais se não estivesse em jogo um enorme «jackpot». E, por isso, nesta feira de vaidades e ambições, não faltam vendedores de banha de cobra.

Relacionada com estes discutíveis conceitos éticos e de serviço público aos interesses nacionais, há a notícia Paulo Rangel pede cuidado redobrado nas nomeações para cargos dirigentes, o que mostra que, depois de numa Universidade de Verão do seu partido em Castelo de Vide ter reconhecido que política e ética não se acasalam, mostra agora com oportunidade que é preciso lembrar aos ocupantes do poder que os valores da moral não devem ser esquecidos nas decisões governativas.

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Como os serviços (não) funcionam !!!

A notícia Segurança Social recuperou 540 milhões de dívidas de empresas em 2011 evidencia ter surgido um novo dinamismo nos respectivos serviços públicos, mas traz a lume a anterior falta de eficiência dos serviços que não actuaram com oportunidade logo que os devedores deixaram passar o prazo estabelecido para o pagamento, sem o terem efectuado. Teria sido mais fácil agir de imediato do que deixar acumular as dívidas, privando a Segurança Social de utilizar esses volumosos fundos em benefício dos beneficiários. É conveniente averiguar o que se passou e sancionar quem não cumpriu com dedicação e rigor os seus deveres.

Enquanto os serviços públicos não tiverem um desempenho exemplar, não se cria na população confiança e respeito. Pelo contrário, pelo mau exemplo, estimulam-se as pessoas a serem desleixadas e golpistas, fugindo às suas responsabilidades e deveres cívicos de cidadania, na esperança das vantagens ilegítimas, com impunidade.

Os actuais funcionários dos serviços, estão a trilhar bom rumo e espera-se que não percam o entusiasmo de cumprir com eficácia e persistência os seus deveres profissionais exigidos pelas suas funções,em defesa dos interesses nacionais.

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Nomeações polémicas



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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Há autarcas dedicados ao povo

Nem tudo é mau na Administração Pública, pois há autarcas que evidenciam competência e rigor no funcionamento dos seus serviços e manifesta dedicação aos interesses colectivos e ao bem geral, com o olhar focado nas populações que serão beneficiárias ou vítimas das suas decisões.

Recordo que, em Outubro passado, a Câmara de Barcelos aprova manutenção dos subsídios de férias e de Natal para funcionários, o que mostra sensibilidade humana e social face aos problemas do pessoal mas, para desgosto dos interessados, no início deste mês, por imposição de um governante, a Câmara de Barcelos "não pode" pagar subsídios de férias e Natal. Veio também a público no final do ano transacto que a Câmara de Almada termina o ano com saldo positivo e sem dívidas, o que prova ser possível governar sem criar défices e dívidas. São exemplos de muita dignidade e sentido de responsabilidade.

Agora surge a notícia Presidente da Junta de Matosinhos "monta" gabinete em café, o que mostra preocupação em conhecer os problemas no local, na presença dos habitantes e com a sua colaboração, vontade de descentralizar, de desburocratizar, conhecer as dificuldades dos cidadãos, procurar soluções participadas, realistas e eficazes, enfim… praticar a democracia.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quem ainda não tem tacho levante o braço !!!

Os partidos, quando no Governo, sentem-se autorizados a seguir as piores pegadas do anterior. O actual executivo já está a esgotar a oferta disponível de candidatos a tachos, «os «boys» que ainda não têm tacho levantem o braço» E à falta de outros, leva para administrador da Águas de Portugal um autarca do interior que deve à empresa sete milhões de euros!!! 

E isto acontece com um PM que durante a campanha eleitoral prometeu “que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos e libertar o Estado dos poderes partidários”. Mas as circunstâncias, tal como noutros casos, levaram-no a renunciar às promessas e obedecer às pressões dos «boys». Chamam a isto «política» !!!

O deputado José Junqueiro promete enviar um requerimento a Passos Coelho questionando-o sobre
- se se sentia “confortável com a avalanche de nomeações de amigos”,
- e especificamente sobre como encarava a situação de Frexes passar de “devedor a administrador”,
- e ainda quais os “critérios” tidos em conta para as nomeações para aquela empresa.

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Quem não controla a saúde ???

Notícia do PÚBLICO diz que «Défice dos hospitais públicos derrapa mais de 70 milhões de euros só em Novembro», o que é espantoso, pois o Governo já está em funções há vários meses, e «só em Novembro» a derrapagem foi esta, calculada por baixo. Porquê? O que tem feito o ministério? Que explicação dá o Sr. ministro?

O aparecimento desta derrapagem «só em Novembro», depois de todos estes meses, não permite continuar a atirar as culpas para o Governo anterior. O que se passa? Quem estuda as causas disto? Que decisões foram tomadas que agravaram a situação? E agora, depois desta incapacidade de conter o défice já que não conseguiram reduzi-lo, quem é que vai tomar as rédeas do bucéfalo e controlá-lo entre as baias?

Não podemos ter confiança e esperança no futuro se esta equipa for mantida. Quem deixou que isto tivesse acontecido não dá garantias de passar a gerir bem o problema.

É para cobrir derrapagens como esta que se obriga toda a população mais carenciada a uma atroz austeridade? Quem são os verdadeiros responsáveis? Tem razão a Drª Manuela Ferreira Leite ao dizer que lamenta “poucas notícias” sobre cortes na despesa pública e talvez tivesse sido cuidadosa para não dizer o que se passa, isto é, lamentar haver aumentos em vez de cortes nas despesas públicas.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O pobre consumidor é escravizado

Como disse Aaron Russo (14 de Fevereiro de 1943 - 24 de Agosto de 2007), os homens do Poder, sem serem eleitos e na penumbra, dominam a humanidade, com fito nos negócios com lucro a qualquer custo, e, para eles e os seus esquemas de enriquecimento, as pessoas pouco contam nos esquemas de domínio da economia mundo.

Há muita gente que se acomoda e aceita como inevitável os abusos das oportunidades e diz que, desde a aurora dos tempos, os poderosos sempre exploraram abusivamente os mais fracos.

Mas nos tempos actuais, e mais recentemente, os abusos passaram a raiar a imoralidade, a falta de ética, a desumanidade, com o exagero da ganância e do apego ao dinheiro.

E não basta dizer que são os maus políticos que temos tido, pois os poderosos das empresas e da economia, desde os vendedores de feira aos mais prósperos banqueiros, todos procuram sacar o mais que podem aos consumidores e utilizadores dos seus produtos e serviços.

Possivelmente, poucos dos leitores se recordam dos primeiros cartões multibanco. Eram oferecidos gratuitamente, com insistência, sendo difícil recusar tal generosidade do banco amigo!. Tinham, para os bancos, o grande mérito de reduzir o pessoal de atendimento nos balcões. Mas, passado pouco mais de um ano, quando as pessoas já de tinham habituado a esta inovação e dificilmente a dispensavam, vieram os pagamentos anuais pela sua posse. Já estava esquecido que o motivo e a vantagem do cartão foi a poupança na mão-de-obra do banco.

Depois apareceram os cartões de crédito que originam inúmeros telefonemas para nossas casas, com persistência, a pressionar o simples cidadão a adquirir essa nova maravilha, que tanto interesse tem para a facturação dos bancos. E quando se resiste, quase se é maltratado e agredido verbalmente, mesmo nós estando em nossa casa a ser importunados pelo telefone. Eu não tenho tal cartão!

Agora vem a TDT. Primeiro era o aliciamento, sob variadas formas, para ver TV, depois veio o Cabo, com ofertas aliciantes que embriagavam os mais incautos, que não reconheciam a reduzida rendibilidade do dinheiro investido. Mas os ambiciosos fabricantes de lucros e fortunas resguardadas em ‘offshores’, não pararam e a sua imaginação levou-os a deitar mão às tecnologias mais recentes e criaram a TDT (Televisão Digital Terrestre), tratando a população como vis escravos, impedindo os não aderentes e mais carentes de poder de compra de ver qualquer espécie de TV, porque a anterior deixa de existir.

Sinal dos tempos? Triste sinal que urge rejeitar e combater. Vale a pena ouvir o americano já falecido Aaron Russo e outros pensadores descomprometidos.

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domingo, 8 de janeiro de 2012

Nova Era em marcha ???



Será fantasia ou realidade?
É Preocupante porque os acontecimentos das décadas mais recentes dão coerência a estas palavras. Já começa a ser geralmente aceite a ideia de que os governantes eleitos democraticamente não dispõem do poder real, sendo condicionados por poderosos não eleitos que são os reais detentores do poder mundial.
Estamos a entrar numa fase da vida da Humanidade que poderá ultrapassar todas as expectativas, tal a complexidade do sistema do controlo absoluto que se auto-regenera em espiral de sofisticação.

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

AR dominada por maçons ???

A notícia Nove em cada dez deputados são liderados por maçons diz:

«Há três líderes parlamentares que pertencem à maçonaria: Carlos Zorrinho (PS), Luís Montenegro (PSD) e, ficou-se a saber hoje, Nuno Magalhães (CDS-PP). Os três lideram, ao todo, 206 deputados (são 230), o que indica que 90% do Parlamento, ou nove em cada dez deputados, são liderados por maçons.»

E diz também:

«Para Francisco Assis, ex-líder parlamentar do PS, a descoberta destas filiações secretas representa “um problema”, que os políticos terão de resolver. O deputado do PSD José Matos Correia, contudo, é bastante mais assertivo: “os políticos não deveriam pertencer a associações secretas”. Marques Mendes, Santos Silva e Cristóvão Norte partilham da mesma opinião. Já José Lello considera “ridículo” os deputados terem de revelar as filiações.»

Para ler a notícia completa faça clic aqui.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Espelho de Gandhi

Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os factores que destroem os seres humanos. Ele respondeu:

A Política, sem princípios;
o Prazer, sem compromisso;
a Riqueza, sem trabalho;
a Sabedoria, sem carácter;
os negócios, sem moral;
a Ciência, sem humanidade;
a Oração, sem caridade.

A vida ensinou-me:

que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável,
que as pessoas são tristes, se estou triste,
que todos me querem, se eu os quero,
que todos são ruins, se eu os odeio,
que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio,
que há faces amargas, se eu sou amargo,
que o mundo está feliz, se eu estou feliz,
que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva,
que as pessoas são gratas, se eu sou grato.

A vida é como um espelho:

se você sorri para o espelho, ele sorri de volta.
A atitude que eu tomo perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim.
"Quem quer ser amado, ame"
“Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro.
Demonstre a sua.
Nas tarefas do bem não aguarde colaboração.
Colabore, por sua vez, antes de tudo.
As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade."

"Que sejas tu próprio a mudança que desejas para este mundo" 

Gandhi

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Moralizar a política começa na AR

Depois do artigo Parlamento é "escritório de representações" em que é referida uma proposta do deputado Paulo Morais para moralizar a AR com reformas no estatuto dos deputados, surge agora um outro BE apresenta projecto de lei para alterar estatuto dos deputados que reforça a mesma intenção e que a seguir se transcreve.

BE apresenta projecto de lei para alterar estatuto dos deputados
Ionline. Por Agência Lusa, publicado em 3 Jan 2012 - 22:09

O Parlamento discute na quinta-feira um projeto de lei do BE que altera o estatuto dos deputados, que deixariam de poder participar em empresas com negócios com o Estado ou em ações judiciais em que o Estado seja parte.
"A alteração mais relevante é que empresas de que os deputados façam parte - sejam sócios ou participem em qualquer órgão - não possam prestar serviços ao Estado", disse à Lusa a deputada Catarina Martins.

Esta alteração ao estatuto dos deputados, que alarga os impedimentos a que os parlamentares estão sujeitos, é para o Bloco "particularmente relevante para separar os interesses públicos dos interesses privados no exercício das funções públicas".

O projeto de lei do BE introduz modificações relativas ao patrocínio jurídico, segundo as quais os deputados não podem participar em ações em que o Estado seja parte, sejam ações movidas pelo Estado ou contra o Estado.

Por outro lado, no projeto de lei bloquista as uniões de facto são equiparadas aos casamentos no que toca aos impedimentos dos parlamentares e termina o limite de 10 por cento estabelecido para a detenção de empresas pelos deputados e cônjuges de empresas que prestem serviços ao Estado.

"As empresas que prestam serviços ao Estado deixam totalmente de poder ser detidas por deputados", afirmou Catarina Martins.

O objetivo é "reforçar sempre a transparência", resumiu.

NOTA: Já depois de esboçar este post, recebi por e-mail a seguinte sugestão, que é parecida com o texto referido em Passos passou ao lado de «reforma» como esta:

Alteração da Constituição de Portugal para 2012 para poder atender o
seguinte, que é da mais elementar justiça:

1. O deputado será pago apenas durante o seu mandato e não terá reforma proveniente exclusivamente do seu mandato.

2. O deputado vai contribuir para a Segurança Social de maneira igual aos restantes cidadãos. Todos os deputados ( passado, presente e futuro) passarão para o actual sistema de Segurança Social imediatamente. O deputado irá participar nos benefícios do regime da Segurança Social exactamente como todos os outros cidadãos. O fundo de pensões não pode ser usado para qualquer outra finalidade. Não haverá privilégios exclusivos.

3. O deputado deve pagar seu plano de reforma, como todos os portugueses e da mesma maneira.

4. O deputado deixará de votar o seu próprio aumento salarial.

5. O deputado vai deixar o seu seguro de saúde atual e vai participar no mesmo sistema de saúde como todos os outros cidadãos portugueses.

6. O deputado também deve estar sujeito às mesmas leis que o resto dos portugueses.

7. Servir no Parlamento é uma honra, não uma carreira. Os deputados devem cumprir os seus mandatos (não mais de 2 mandatos), e então irem para casa e procurar outro emprego.

O tempo para esta alteração à Constituição é AGORA. Forcemos os nossos políticos a fazerem uma revisão constitucional.

Assim é como se pode CORRIGIR ESTE ABUSO INSUPORTÁVEL DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.


Sendo opinião corrente dos pensadores independentes mais conceituados que esta crise deve ser aproveitada para efectuar profundas reformas que eliminem as causas que a provocaram, é indispensável e urgente tornar as instituições mais eficazes, rentáveis e sem desperdícios. Nesta ordem de ideias, as propostas atrás referidas devem ser apresentadas para aprovação depois de serem bem analisadas e ampliadas por forma a incluir todos os aspectos que moralizem o funcionamento da máquina do Estado.
Tal mudança tornará os deputados mais eficientes nas suas funções institucionais e dar-lhes-á mais respeitabilidade aos olhos dos eleitores, e constituirá um exemplo e incentivo para inserir mais ética nos diversos sectores públicos e na generalidade da vida nacional.
O Parlamento precisa de reformas e o País precisa de ver o dinheiro dos seus impostos ser bem utilizado com rigor, rentabilidade e sem desperdícios.
Vamos estar atentos ao andamento dado a estas ideias e outras, a fim de os melhores votos da PR para 2002 se tornarem realidade.

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Emigração do capital

Será que os grandes empresários e capitalistas parecem estar a seguir o conselho dado por Passos Coelho aos professores, para emigrar? Parece que não terá sido essa a mola, porque a noticiada emigração de capital já há muito tem vindo a ser seguida, para a Suíça, Gibraltar, Luxemburgo, Irlanda, Polónia, etc. Os paraísos fiscais, segundo as notícias, são bem conhecidos e frequentados pelo capital acumulado nas grandes empresas à custa dos clientes que pagam preços exagerados pelos produtos que adquirem, por vezes com sacrifício. Para os possessores do capital não há país nem fronteiras, nem interesses da população, mas apenas a rentabilidade e o aumento. Não merecem, por isso, que os governantes prejudiquem e sacrifiquem os mais desfavorecidos para proteger os mais ricos.

Vem isto a propósito da notícia de que a Jerónimo Martins, passou a totalidade do seu capital para uma subsidiária na Holanda, o que se relaciona com o espírito das reflexões expressas em Justiça Social ??? e em Recado aos senhores deputados e vem pôr em causa a credibilidade do slogan «prefira produtos nacionais». Por um lado, já não sabemos bem quais são os produtos nacionais e quem beneficia com a sua venda, tantos são os interesses estrangeiros, por outro lado, a crise deve servir de lição para aprendermos a usar o nosso pouco dinheiro, escolhendo os produtos com base no binómio preço/qualidade que nos seja mais favorável.

Se preferirmos produtos convencidos de que são nacionais, podemos estar a incentivar a produção menos competitiva em qualidade e preço, aumentar o enriquecimento imerecido de capitalistas e a fuga de capitais para paraísos fiscais de que o País nada beneficia.

O factor prioritário dos grandes empresários raras vezes corresponde aos interesses nacionais ou à justiça social e à coesão nacional. As palavras melífluas de tais empresários e daqueles que deles dependem ou desejam depender, devem ser sempre interpretadas com sérias reservas, porque os verdadeiros objectivos são sempre bem camuflados e ocultos.

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domingo, 1 de janeiro de 2012

Governar com rigor é possível !!!

É reconfortante a notícia de que a Câmara de Almada termina o ano com saldo positivo e sem dívidas porque nos mostra que é possível governar uma autarquia com rigor e sentido de responsabilidade e respeito pelo dinheiro pago pelos contribuintes. E se isso pode acontecer numa autarquia, também o pode ser no Governo do Estado.

Para tal, não são necessários complicados conhecimentos de matemática. Apenas é preciso ter as qualidades atrás apontadas e vontade de as aplicar a bem dos cidadãos que pagam impostos, contribuições, taxas, licenças, etc. A ciência necessária é apenas a aritmética básica com as contas de somar e sde subtrair, o que vier a mais ajuda mas é dispensável, pois com o devido respeito pelas proporções de escala, gerir uma autarquia exige cuidados semelhantes aos que devem estar presentes na gestão de uma mercearia de bairro ou de aldeia, ou a vida privada de cada um em que as despesas devem ser inferiores às receitas, para que não haja défice e consequentes dívidas.

Quando houver um mês com défice deve haver cuidado de no mês seguinte evitar continuar essa excepção e recuperar a normalidade. A acumulação de défices não é saudável.

Este caso de eficiência da Câmara Municipal de Almada constitui um exemplo que deve ser seguido, em todos os casos em que está em jogo o dinheiro público, dos cidadãos.

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Mensagem Presidencial de Ano Novo

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República
Palácio de Belém, 1 de Janeiro de 2012

Boa noite,

A todos os Portugueses desejo um Bom Ano Novo, feito de paz e de esperança.
O ano que terminou ficou marcado pelo acordo de assistência financeira celebrado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, acordo tornado inevitável pela necessidade urgente de assegurar o financiamento do Estado e da nossa economia.
No plano social, o ano de 2011 marcou profundamente a vida de muitos Portugueses e deixou, um pouco por todo o lado, a marca dolorosa do desemprego, das dificuldades económicas e da angústia perante o futuro. No ano que agora começa, as dificuldades não irão ser menores. Esta é uma realidade que não pode ser iludida.
As previsões oficiais apontam para uma queda acentuada da produção nacional e para o aumento do desemprego.
É crescente a convicção de que neste ano de 2012 se irão exigir grandes sacrifícios ao comum dos Portugueses e que as dificuldades se farão sentir de forma mais acentuada no dia-a-dia das nossas famílias.
Penso em particular nos desempregados, nos mais idosos e nos reformados, nos pequenos empresários que não resistem à crise, nas crianças cujos pais sofrem uma redução brusca dos seus rendimentos.
Conheço a ansiedade de milhares de jovens para quem tardam os caminhos com que sonharam, muitos dos quais procuram a sua sorte longe da família e do seu País, quando tanto precisamos deles.
Em 2012, o Presidente da República estará onde deve estar: ao lado daqueles que necessitam de apoio, levando-lhes uma palavra de solidariedade e de esperança.
Portugal não pode deixar de cumprir os objectivos fixados no Programa de Assistência Financeira que subscreveu com as instituições internacionais que nos emprestaram os fundos de que necessitávamos com urgência.
Temos que reduzir o desequilíbrio das contas públicas, controlar o endividamento externo e realizar as reformas necessárias à melhoria da competitividade da nossa economia.
Além de cumprir as obrigações internacionais que assumimos, temos todos de empenhar o melhor do nosso esforço para que a coesão nacional seja preservada e para garantir um futuro em que os Portugueses reconheçam que os sacrifícios valeram a pena. Este é o desafio crucial com que estamos confrontados.
Recentemente, a Comissão Europeia reconheceu que não era possível construir uma união económica só na base da disciplina orçamental e das sanções; era necessário também crescimento económico e criação de emprego.
No mesmo sentido, podemos dizer que a resolução dos desafios que Portugal enfrenta exige, além do rigor orçamental, uma agenda orientada para o crescimento da economia e para o emprego.
Sem isso, a situação social poderá tornar-se insustentável e não será possível recuperar a confiança e a credibilidade externa do País.
Temos de mobilizar empresários e trabalhadores para o aproveitamento das oportunidades de investimento e para o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira, a principal alavanca do crescimento de que o País dispõe neste momento.
Temos de saber tirar partido do dinamismo e do talento das comunidades portuguesas dispersas pelo mundo, a quem dirijo uma saudação muito especial.
A coesão social é da maior importância para o crescimento económico, para a contenção do desemprego e para atenuar os custos da resolução dos graves desequilíbrios que se verificam na economia portuguesa.
Daí a insistência com que tenho sublinhado a importância da repartição equitativa dos sacrifícios exigidos aos Portugueses, do combate às desigualdades, do apoio aos mais carenciados e desprotegidos, do diálogo construtivo entre o Governo e a oposição e do aprofundamento da concertação social.
Um diálogo frutuoso com os parceiros sociais, sobre as medidas dirigidas à melhoria da competitividade das empresas, será certamente um contributo positivo para reduzir a conflitualidade e as tensões e criar um clima social mais favorável ao aumento da riqueza nacional, ao investimento e ao combate ao desemprego.
De todos os participantes no processo de concertação social espera-se uma abertura genuína ao compromisso, de modo a alcançarem os consensos de que o País tanto necessita para mitigar a dureza dos tempos que correm.
A coesão constrói-se também a partir da solidariedade. Estou certo de que, neste ano de 2012, iremos manter e aprofundar o espírito de solidariedade que nos caracteriza como povo.
Sou testemunha do trabalho notável desenvolvido pelas inúmeras instituições de solidariedade social, civis e religiosas, e por milhares de voluntários que, pelo País fora, se dedicam a ajudar os que pouco ou nada têm. A todos eles dirijo uma saudação calorosa.
A União Europeia vive um tempo de grande incerteza que afecta negativamente a nossa economia. Não devemos esperar que seja a Europa a resolver problemas cuja solução é da nossa responsabilidade.
Mas a situação difícil em que o País se encontra não nos deve impedir de ter uma voz activa na defesa de uma resposta à crise da zona euro que inclua uma estratégia europeia de promoção do crescimento económico e do emprego, visando em particular os jovens desempregados.
A crise que Portugal atravessa é uma oportunidade para nos repensarmos como País. Orgulhamo-nos da nossa história e queremos continuar a viver de cabeça erguida.
Durante muito tempo vivemos a ilusão do consumo fácil, o Estado gastou e desperdiçou demasiados recursos, endividámo-nos muito para lá do que era razoável e chegámos a uma “situação explosiva”, como lhe chamei há precisamente dois anos, quando adverti os Portugueses para os riscos que estávamos a correr.
Agora temos de seguir um rumo diferente, temos de mudar de vida e construir uma economia saudável.
Somos todos responsáveis. Esta é a hora em que todos os portugueses são chamados a dar o seu melhor para ajudar Portugal a vencer as dificuldades. Trabalhando mais e apostando na qualidade, combatendo os desperdícios, preferindo os produtos nacionais. Deixando de lado os egoísmos, a ideia do lucro fácil e o desrespeito pelos outros.
Nenhum Português está dispensado deste combate pelo futuro do seu País.
Este é um tempo de união de esforços. De nada adianta dividirmo-nos em lutas e conflitos sem sentido. Não devemos desviar as energias daquilo que é essencial para enfrentar os desafios do presente.
Não é combatendo-nos uns aos outros que conseguiremos combater a crise.
Realizaram-se eleições há pouco tempo, o Governo dispõe de apoio parlamentar maioritário, a oposição exerce legitimamente a acção que lhe cabe numa democracia consolidada.
Aos agentes políticos exige-se que expliquem aos Portugueses o fundamento da suas decisões e que sejam os primeiros a acarinhar as sementes de uma nova esperança, agindo com justiça, com ponderação e com sensibilidade social.
2012 será um ano de sacrifícios para muitos Portugueses. Mas será igualmente um ano em que a fibra do nosso povo virá ao de cima.
Não nos resignamos. Somos um povo que se agiganta quando as adversidades são maiores e mais difíceis de superar.
É nestas alturas que os Portugueses conseguem ultrapassar-se a si próprios e surpreender tudo e todos.
Eu acredito nos Portugueses. O civismo, a coragem e a serenidade com que têm enfrentado estes tempos difíceis são dignos de todo o respeito e de enorme admiração.
Portugal é maior do que a crise que vivemos.
Espero, do fundo do coração, que o ano de 2012 possa trazer a todas as famílias e a todos os Portugueses, onde quer que se encontrem, sinais de esperança de um futuro melhor.
A todos renovo os meus votos de um Ano Novo de Paz, Saúde e Felicidade.

Boa noite.

NOTA: Dada a posição do mais alto representante da Nação este discurso é a confissão do PR acerca do estado da crise, que devia ter sido atacada desde há alguns anos e evitar que se tivesse agravado com todas as suas graves consequências.
O discurso não passa de água destilada, sem fazer bem nem mal, mas concordo que não podia dizer muito mais.
Será bom que os governantes, a oposição e os maiores capitalistas, meditem positivamente, com patriotismo e sentido de Estado, sobre estas palavras e procurem cumprir os conselhos que nelas deixados.

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Resolver a crise, pensando nas pessoas

No início de novo ano, é bom reiterar que neste espaço se continuará a defender a isenção e o apartidarismo, apreciando as ideias positivas, independentemente de quem as cite, como tem sido visto em posts que referem Paulo PortasAntónio José Seguro, Francisco Louçã ou Jerónimo de Sousa, além de governantes actuais e anteriores.

Neste momento, é oportuno realçar frases do Papa e do Bispo do Porto:

Do Papa:

Os jovens desejam receber «formação que os prepare de uma forma mais profunda para enfrentarem a realidade».
Os mais altos responsáveis políticos devem criarem condições no sentido que os jovens, os principais atingidos pela actual crise mundial por não terem perspectivas de um futuro melhor, não percam a esperança.
Há «necessidade e urgência de oferecer às novas gerações adequada formação educativa, formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual», «em particular a importância de educar para os valores da Justiça e da Paz».
Os jovens enfrentam sérios problemas como a «dificuldade de formar família e de encontrar um trabalho estável e a efectiva capacidade de contribuir no mundo da política, da cultura e da economia pela construção de uma sociedade de rosto mais humano e solidário».

Do Bispo do Porto:

Voltar atrás nos progressos na dignificação da mulher, pais, filhos e idosos seria dramático.
A crise não pode pôr em causa a instituição família sob pena de tal significar uma tremenda tragédia para os valores alcançados nos últimos séculos.
É preciso que a sociedade e o trabalho se organizem em função das famílias e da unidade, não pensando apenas no individual.
A crise só pode ser ultrapassada se houver um empenho ao máximo na educação e na transmissão de valores.

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